Contando os dias

07 de dezembro de 2010

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“Quando duas pessoas começam a se expor, ambas ficam mais interessantes. […] Quem não corre o risco de se expor também paga um preço. Afinal, uma pérola só tem valor fora da ostra.”

Michael Kepp, jornalista norte-americano, Folha de S.Paulo – 07/12/2010

 

“Os jovens, hoje, carecem de liberdade, notadamente em relação à sexualidade. Eles são levados a acreditar que praticar o sexo é ser livre e que fazem isso por escolha própria. Não fazem: são praticamente levados a isso pela hiperestimulação erótica de nossa sociedade.”

Rosely Sayão, psicóloga, Folha de S.Paulo – 07/12/2010

06 de dezembro de 2010

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“Um negro tem três vezes menos chance de chegar aos 19 anos do que um branco. Caracteriza-se assim um genocídio: estima-se que, em cinco anos, mais de 30 mil jovens terão morrido à bala. Antes mesmo de perder a vida, já terão perdido o sentido dela. Não costumam carregar ideologias ou sonhos. Precisamos encerrar esse ciclo. Sociedade segura não é a que tem muita polícia, mas a que garante perspectiva de vida para seus jovens.”

Marcelo Freixo, Folha de S.Paulo – 06/12/2010

 

“Gente jovem e bonita em clima de festa. Qual adolescente não gosta disso?
Segundo especialistas, não é por acaso que esses são os ingredientes principais das propagandas de cerveja. ‘Existe relação clara entre a exposição de jovens à publicidade de álcool e a chance de beberem mais cedo e em maior quantidade’, diz a psicóloga da Unifesp Ilana Pinsky, que analisou 29 pesquisas sobre o tema. No Brasil, mais da metade das pessoas de 15 a 24 anos assistem a anúncios de cerveja mais de uma vez por dia. Patrocínio de eventos de cultura e esporte estão entre as estratégias usadas para atingir os jovens. No Brasil, anúncios de bebida alcoólica só podem ser exibidos entre 21h e 6h. Mas a lei só considera ‘bebida alcoólica’ aquela com mais de 13% de álcool. Ou seja, não inclui cerveja (cerca de 5%).”

Folha de S.Paulo – 06/12/2010

 

“Normalmente, os intelectuais das universidades ficam entre si, destruindo carreiras dos colegas, fazendo política institucional comezinha, buscando cargos burocráticos na nomenclatura da universidade ou em partidos políticos afins, dizendo mentiras deslavadas a serviço da ideologia do partido (intelectuais orgânicos) ou de seu corporativismo.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo – 06/12/2010

05 de dezembro de 2010

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“O cuidado materno envolve a decodificação dos sinais do bebê e a tradução dos sinais do mundo para a satisfação de suas necessidades básicas. A previsibilidade das respostas da mãe estrutura a organização no cérebro de redes formadoras da percepção, inteligência, memória, humor e afeto. Quando a mãe decodifica adequadamente os sinais de seu filho, desenvolve-se o que chamamos de vínculo seguro mãe-bebê. Quando a mãe apresenta reações inconstantes paradoxais, o bebê encara o mundo como frustrante. Vivencia insegurança, impotência e não desenvolve defesas contra o estresse. Esse vínculo desorganizado é o precursor do comportamento violento. As condições do mundo atual, onde violência, pragmatismo e narcisismo são moedas de troca, reforçam a disfunção inicial.”

Maria Helena Ferreira, psicóloga e psiquiatra, O Estado de S. Paulo, 05/12/2010

 

“Uma atitude simples e eficiente que se debateu no México (Cancún/COP-16) é a troca das lâmpadas incandescentes por fluorescentes. No Brasil, a substituição reduziria o consumo de energia em 21,4 terawatts-hora por ano, o equivalente a evitar o uso de seis usinas médias de carvão. Em relação às emissões, significaria tirar, durante um ano, 1 milhão de veículos das estradas. […] Outra medida simples – o plantio de árvores perto de casas, por exemplo – ajuda na criação de sombras no verão e de uma barreira contra o vento gelado do inverno. Isso contribui para reduzir o consumo doméstico de energia. Outro ponto que pode fazer grande diferença é não deixar aparelhos em stand-by (quando eles não estão em uso, porém continuam ligados à tomada).”

Afra Balazina, O Estado de S. Paulo, 05/12/2010

 

“O Brasil é formado por muitas cores, vindas de quase todas as regiões do mundo. Essa combinação de diferentes povos e culturas é, sem dúvida, uma característica da população brasileira. Mas, se essa diversidade é uma riqueza, por que ainda persistem desigualdades nas oportunidades? […] Embora as políticas públicas no país tenham sido construídas para todas as crianças, ainda não foram universalizadas em seus efeitos. Estudos socioeconômicos e análises do Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) mostram que os avanços alcançados não conseguiram ainda gerar impactos suficientes nas situações de desigualdades da população -sobretudo de crianças, adolescentes e mulheres negras e indígenas. A falta de acesso a serviços impõe obstáculos a negros e indígenas mesmo antes do nascimento.
Apenas 43,8% das grávidas negras têm acesso ao mínimo de sete consultas pré-natais, indicador que entre as brancas é de 72,4%. Tal fato produz um efeito imediato e devastador na vida da criança. Um bebê negro tem 25% mais chance de morrer antes do primeiro aniversário do que uma criança branca. Essa desigualdade é mais assustadora entre crianças indígenas, que têm duas vezes mais chances de não sobreviver aos primeiros 12 meses de vida em relação às crianças brancas. O racismo também compromete o direito de aprender. […] A análise segundo a cor de pele confirma a desigualdade socioeconômica e revela uma profunda desigualdade racial. Entre as crianças brancas, a pobreza atinge 32,9%; entre as crianças negras, 56%. […]A campanha que o Unicef acaba de lançar promove a reflexão sobre essas disparidades raciais. O objetivo é alertar a sociedade sobre o impacto do racismo na infância e na adolescência e estimular iniciativas de redução das desigualdades.
Não podemos aceitar que a cor da pele determine a vida de crianças. Afinal, qual sorriso é mais bonito? Qual vida vale mais? Reconhecer e lutar contra o impacto do racismo na infância é condição primordial para uma sociedade que deseja garantir a igualdade de oportunidades e a valorização da diversidade para todos.”

Marie-Pierre Poirier, 49, economista, representante da Unicef no Brasil, Folha de S.Paulo – 05/12/2010

 

“Sinceramente, não entendo por que mais pessoas não se sentem revoltadas diante das condições da educação pública neste país. Somos uma nação em que cerca de 50% das crianças brasileiras da 5ª série são semianalfabetas. Dos 3,5 milhões de alunos que ingressam no ensino médio (antigo colegial), apenas 1,8 milhão se formam.
Como consequência, todos os anos nós jogamos milhões e milhões de adolescentes despreparados no mercado de trabalho, sem qualquer perspectiva de ascensão social e econômica. Isso não lhe causa indignação?”

Jair Ribeiro – empresário, Folha de S.Paulo – 05/12/2010

04 de dezembro de 2010

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“Um novo ano sempre traz uma sensação de renovação e, embalada por ela, a maioria das pessoas faz o de sempre: projetos para mudar o que não foi bom e outros tantos para realizar desejos não concretizados. Antes de escrever na lista de planos para 2011, observe como está a sua casa, o seu ambiente de trabalho. Seja honesto e diga se dá para mudar a vida, se os ambientes em que você passa mais tempo não estão preparados para as novidades a que se propõe. É um pouco contraditório tentar renovar a rotina quando o lugar em que vivemos está bagunçado .”

Roberta De Lucca, Revista Vida Simples, dezembro de 2010

 

“5,8 milhões de estudantes cursam hoje o ensino superior brasileiro. Em 1998, havia aproximadamente 2,1 milhões de universitários.

R$ 24 bilhões foi quanto o ensino superior privado faturou no ano passado em todo o País.

85% dos empregados com pós-graduação são formados por instituições particulares.

60% dos empregados são promovidos ao concluírem um curso de ensino superior em uma instituição particular.”

O Estado de S. Paulo, 04/12/2010

03 de dezembro de 2010

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“A química dos oceanos está mudando a uma velocidade nunca vista nos últimos 65 milhões de anos, por causa do rápido aumento de acidez das águas. É o que mostra estudo das Nações Unidas divulgado ontem na Cúpula do Clima em Cancún, no México. Segundo o documento, a acidez dos oceanos aumentou 30% desde a Revolução Industrial.

Esponja – 25% do dióxido de carbono lançado na atmosfera é absorvido pelos oceanos, diz a ONU.

O Estado de S.Paulo – 03/12/2010

 

“Como se fará, em Cancún e outros fóruns, para superar questões como as da China e da Índia, que querem urbanizar e aumentar o consumo de milhões de pessoas – e pretendem usar mais carvão para gerar energia? Ou para resolver o problema de 1 bilhão de pessoas que passam fome no mundo? Ou a passividade dos países mais ricos, mergulhados em crise econômica? Mas pelo outro lado, como lembra o ex-secretário da ONU Kofi Annan, mudanças climáticas e consumo insustentável de recursos ‘ameaçam a sobrevivência da espécie humana’. E o relatório da ONG Oxfam agora divulgado aponta 21 mil mortos por desastres climáticos em nove meses deste ano, atingidos e desabrigados e centenas de bilhões de dólares em prejuízos materiais.”

Washington Novaes, O Estado de S.Paulo – 03/12/2010

 

“A sensação de inseguranças é alta entre os brasileiros. A constatação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A pesquisa mostra que nove em cada dez entrevistados têm medo de ser vítimas de crimes como homicídio, assalto à mão armada ou roubo de residência.”

O Estado de S.Paulo – 03/12/2010

02 de dezembro de 2010

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“Brasileiro gosta tanto de redes sociais que até troca de celular – ou de plano de acesso – para entrar mais facilmente nas comunidades virtuais de que faz parte. A constatação é de uma pesquisa do Ibope que mostra que 20% dos internautas entrevistados – ou seja, um em cada cinco – em 11 regiões do país já desembolsaram dinheiro para dar um upgrade na sua interação com as redes sociais. Segundo a pesquisa, o brasileiro passa pelo menos uma hora por dia nas redes e 60% estão nelas há três anos. A preferida (91%) é o Orkut, contra 14% para o Facebook, líder em quase todo o resto do mundo.”

Eduardo Almeida, O Globo, 02/12/2010

 

“Cada vez que me sento na frente do computador é como se fosse a primeira vez. É sempre bom duvidar da gente.”

Martha Medeiros, escritora, O Estado de S.Paulo – 02/12/2010

01 de dezembro de 2010

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“Gente inteligente e diversa [as pessoas que contrato]. Muita gente monta equipes para pensar de maneira uniforme. Eu não quero isso. Quero gente comprometida com um mundo mais aberto e conectado, que é nossa missão. Mas também quero opiniões e perspectivas diferentes.”

Mark Zuckerberg, criador do Facebook – Revista Exame – 01/12/2010

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