Contando os dias

21 de dezembro de 2010

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“A sociedade viciada em percepções quer emoções fortes. Quer sentir demais. E paga por elas não apenas correndo ao show de rock, ao cinema, ou pagando a TV a cabo, mas também indo à igreja que vende a fé como grande emoção.”

Marcia Tiburi, filósofa, Revista Cult – dezembro de 2010

 

“Para você curar um racismo, você não tem de adotar outra postura racista. Para a gente começar um novo paradigma, tem de ter a generosidade de zerar tudo. Se a gente fizer e equiparar com coisas erradas para empatar, isso nunca vai acontecer.”

Lobão, 53, músico, Le Monde Diplomatique Brasil, dezembro de 2010

 

“A busca da individualidade faz o amor romântico perder seus atrativos e leva junto a exigência de exclusividade”.

Regina Navarro Lins, psicanalista, Folha de S.Paulo – 21/12/2010

20 de dezembro de 2010

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“Ano após ano, prometemos, torcemos, desistimos antes do meio do ano após constatar nosso provável fracasso e então começamos a torcer pela chegada do fim do ano para fazer novas promessas. Ano após ano, o ciclo se repete, a história não muda. Mudam, talvez, os sonhos, mas não mudamos nossa história. Promessas não passam de pura expectativa do futuro enquanto não adotamos nenhuma ação para que elas se concretizem. Se você quer realmente realizar seus sonhos em 2011, pare de sonhar, deixe de simplesmente prometer. Assuma seus sonhos como projetos pessoais, faça as contas de quanto tempo e/ou dinheiro você precisa para concretizá-los e, simplesmente, aja. […] Se, a cada mês, você faz o pequeno esforço necessário para alcançar sua grande meta, o trabalho fica menor, e seu desgaste também. O problema por trás do insucesso de nossas promessas é que muitas pessoas passam a vida sonhando demais e esquecem de agir para concretizar seus sonhos. Peter Drucker, o maior pensador na ciência da administração, dizia que a melhor maneira de prever o futuro é construí-lo. Uma construção não é feita de sonhos, mas sim de projetos e de várias ações para completar as diversas fases deles. Descobri, ao planejar, executar e finalizar diversos projetos em minha vida e na vida de meus clientes, que um sonho bem planejado tende a acontecer antes ou melhor do que o inicialmente previsto.”

Gustavo Cerbasi, Folha de S.Paulo – 20/12/2010

 

“No Brasil, a pesquisa engatinha, o número de estudantes estrangeiros é mínimo e os cursos são gratuitos. Enquanto na Universidade Oxford (7ª do ranking), a verba para pesquisa é a maior rubrica do orçamento (39,9% do total de R$ 2,3 bilhões), na USP ela não está nem sequer especificada. ‘Não há dúvidas de que dinheiro para pesquisas é um dos fatores mais importantes para as boas universidades. É com ele que você atrai e paga os melhores profissionais do mundo para desenvolver trabalhos de ponta’, diz Phil Baty, responsável pelo ranking da THE (Times Higher Edication), o mais respeitado do mundo. […] O MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), terceiro no ranking, pesquisa é tão importante quanto aulas. ‘Praticamente todos os nossos professores estão fazendo pesquisa simultaneamente com o trabalho em aula’, diz Jennifer Hirsch, do departamento de comunicação do instituto.”

Vaguinaldo Marinheiro, Luciana Coelho e Sabine Righetti, Folha de S.Paulo – 20/12/2010

 

“Internet: é o veículo preferencial de comunicação entre jovens. As redes sociais são as que mais ‘bombam’! Amizades, ‘ficadas’ e namoros sempre rolam. Paradoxo: a moçada continua a se expor sem ter noção dos riscos. Nota: Aproveite, com cuidado!”

Jairo Bouer, psiquiatra, Folha de S.Paulo – 20/12/2010

 

“Ainda há racismo e discriminação social e de gênero em muitas médias e grandes empresas. O desrespeito ocorre mais com funcionários de menor remuneração, justamente aqueles que compõem a ‘nova classe média’, dominante no consumo brasileiro. […] Respeito precisa começar no escritório e na fábrica. Só aí vai chegar ao mercado e aos corações e mentes dos consumidores. Assim, todos entenderão que sustentabilidade é também um modo de vida que não pode prescindir de dignidade e oportunidades iguais para todos.”

Ricardo Young, Folha de S.Paulo – 20/12/2010

 

“A produtividade é medida; o bem-estar, não. O estresse no trabalho tem consequências para a saúde, debilitando a economia mesmo quando a empresa registra altos lucros.”

Rosabeth Moss Kanter, professorship da Harvard Business School, nos EUA. Harvard Businness Review – dezembro de 2010

 

“A empresa hoje opera num cenário repleto de novas ameaças a sua reputação. Equipada para o embate com grandes concorrentes, pode ser pega de surpresa por pequenos adversários munidos de um arsenal incrivelmente possante de novas mídias e redes sociais: blogs, tweets, mensagens de texto, abaixo-assinados na internet, páginas de protesto no Facebook, vídeos digitais. Certas empresas já sentiram na pele o dano que pode ser causado pelos disparos de um único crítico altamente motivado de posse de um computador.”

Leslie Gaines-Ross, diretora de estratégia de reputação da consultoria internacional de relações públicas Weber Shandwick, Harvard Businness Review – dezembro de 2010

19 de dezembro de 2010

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“Existem outras maneiras, além do aumento salarial, de manter um funcionário. As empresas que não trabalham com a felicidade de sua mão de obra vão ter inflação do salário dos melhores profissionais.”

Fernando Montero, consultor da Human Brasil, Folha de S.Paulo – 19/12/2010

 

“O elo entre trabalho, espiritualidade e amor claramente precisa de uma reinvenção.”

Rosabeth Moss Kanter, professorship da Harvard Business School, nos EUA. Harvard Businness Review – dezembro de 2010

 

“O aumento aprovado é tão desproporcional que passaram a ganhar mais do que congressistas de todos os países relevantes. […] A obscenidade fica ainda mais revoltante porque revela características indeléveis do ser brasileiro. Não por acaso, é no Brasil que se dá a maior diferença entre o salário do congressista e a renda média da população (20 vezes praticamente, contra 4,4 vezes na Argentina, para ficar apenas na vizinhança). […] A velocidade supersônica com que aprovaram o autoaumento de cerca de R$ 10 mil contrasta brutalmente com as letárgicas discussões em torno de um reajuste de R$ 10 (e não de R$ 10 mil) para o salário mínimo.

Clóvis Rossi, Folha de S.Paulo – 19/12/2010

 

“O triste é que essas crianças que crescem conhecendo o mundo todo perdem a capacidade de desejar, de sonhar. Estou cansada de ver uma garotada sem vontade de nada, pois já tiveram tudo, desde cedo; entendem de sushi, conhecem as grifes, possuem todos os iPads e iPods do mundo e não conseguem se deslumbrar com mais nada.”

Danuza Leão, Folha de S.Paulo – 19/12/2010

18 de dezembro de 2010

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“Pesquisa apresentada ontem na USP mostra que o abuso de álcool no Brasil custa R$ 8,56 bilhões por ano. A estimativa leva em consideração cálculos de custo social e dados do Ministério da Saúde e do IBGE de 2007. O maior custo social é com homens de 40 a 44 anos. Para Andrea Galassi, que realizou a pesquisa, o custo é maior ainda, pois a estimativa não inclui a rede privada e a subnotificação de casos. ‘Se a pessoa que sofreu um acidente estava embriagada e essa informação não entra na ficha médica, essa despesa não é incluída’, diz.”

Folha de S.Paulo – 18/12/2010

 

“Boas decisões são voltadas ao futuro, levam em conta informações disponíveis, consideram todas as opções disponíveis e não criam conflitos de interesses. […] Dizer que algo é ‘difícil’ é uma péssima desculpa para não agir”.

Dan Ariely, professor of Behavioral Economics na Duke University, nos EUA, Harvard Businness Review – dezembro de 2010

 

“Valores estão na moda. Muitas empresas buscam valores universais para unir gente distinta em torno de uma meta comum, satisfazendo o desejo das novas gerações de um trabalho com sentido, pautado por valores.”

Rosabeth Moss Kanter, professorship da Harvard Business School, nos EUA. Harvard Businness Review – dezembro de 2010

17 de dezembro de 2010

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“‘A boa madeira não cresce em sossego; quanto mais forte os ventos, mais resistentes são as árvores’. Liderança não se improvisa. Marina Silva é a imagem viva de um evento raro em qualquer tempo ou nação: o despontar de uma liderança política calcada na força de um compromisso ético e movida pela fé na capacidade humana de superar obstáculos. Sonhadora dada a desafios, Marina é a síntese improvável de muitos contrários. Nela se combinam desambição e vontade de servir; utopia e pragmatismo; saberes tradicionais e ciência; convicções enraizadas e disposição de ouvir e aprender sempre; simplicidade e cultivo; discrição e autoridade; despojamento e sofisticação; sentido de missão e avidez de conhecimento.”

Eduardo Giannetti, economista, escritor, professor do Insper São Paulo, Revista Época, 13/12/2010

 

“A América Latina é uma região em que vimos surgir várias presidentes mulheres nos últimos tempos: Cristina Fernández de Kirchner (Argentina), Laura Chinchilla (Costa Rica) e agora Dilma Rousseff. Para uma ex-presidente latino-americana, como eu, é uma tremenda alegria o triunfo de mais uma mulher em nossa região. E uma mulher com as condições, a qualidade de liderança e outros talentos que Dilma Rousseff tem. […] A América Latina está demonstrando seguir o caminho de outras regiões do mundo em que mulheres podem comandar governos democráticos, participativos e preocupados com sua gente.”

Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile e diretora da agência ONU Mulheres, Revista Época, 13/12/2010

 

“Enquanto arcar com parte desproporcional das responsabilidades do lar, a mulher corre o risco de se esgotar e tem acesso limitado a coisas que desenvolvem a capacidade de liderança, como projetos especiais, viagens, associações profissionais e atividades cívicas”.

Rosabeth Moss Kanter, professorship da Harvard Business School, nos EUA. Harvard Businness Review – dezembro de 2010

16 de dezembro de 2010

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“No Brasil, ser político é coisa para profissional. Se a sociedade não protestar, os salários dos congressistas continuarão a subir. […] Ser político é uma forma de ascensão social, não uma atividade episódica.”

Fernando Rodrigues, Folha de S.Paulo – 16/12/2010

 

“Não sei o quanto as pessoas estão atentas, mas uma nova moral está nascendo. Não é um fenômeno local, senão global. Os conceitos de certo e errado estão em franca mutação. E essa mudança não está surgindo porque os ‘inimigos’ estão tomando conta da situação. Essa mudança está surgindo do próprio âmago da nossa sociedade, civil e civilizada. Vejamos os ultrajovens, nossos filhos com menos de 20, 15 ou 10 anos de idade. Eles usam a internet para viver a vida e fazem coisas como baixar, sem pagar, músicas, filmes e seriados de TV como quem bebe um copo d’água. Não veem nada de errado nisso. Baixam de sites que permitem baixar. Sinceramente, não acho que isso seja uma mera continuação da Lei de Gerson, que manda tirar vantagem de tudo. Não é uma falta de moral, mas sim uma nova moral que se desenvolve, que precisamos entender, senão aceitar. Os ultrajovens, que dormem com seus celulares e publicam coisas na internet, fazem seus trabalhos de escola na base do ‘mash-up’ (misturam conteúdos que produzem com fotos, filmes ou textos que foram feitos por outras pessoas, conhecidas ou não). Tudo tirado da web. Se há honestidade intelectual nisso, ou seja, se ninguém está meramente fingindo ser o autor do conteúdo autoral de um terceiro, ok, acho que é simplesmente o modus operandi dos ultrajovens, que serão adultos amanhã de manhã. Precisamos rever o conceito do que seja honestidade intelectual. E do que seja honestidade, afinal.

Márion Strecker, Folha de S.Paulo – 16/12/2010

 

“Proibir as saídas noturnas e o uso prolongado de computador é ótimo e necessário, mas a autoridade que forma o caráter de um jovem não é só a que diz não às suas vontades; é também a que o autoriza a dizer sim na hora daquelas escolhas de vida que são custosas e decisivas e diante das quais é fácil amarelar.”

Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo – 16/12/2010

15 de dezembro de 2010

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“Os narcisistas não têm noção sobre como as coisas parecem da perspectiva dos outros. São muito sensíveis ao serem ignorados, mas dificilmente reconhecem quando fazem isso com os outros.”

Charles Zanor, Folha de S.Paulo – 15/12/2010

 

“Muitas coisas mudaram nas últimas décadas. Algumas são mais evidentes, como o aumento do uso de telefones celulares (segundo a Anatel, são 191 milhões no Brasil, mais do que um por habitante). Outras mudanças são menos óbvias, como o aumento do isolamento urbano e a pandemia de depressão.”

Luli Radfahrer, Folha de S.Paulo – 15/12/2010

 

“Em um marco histórico, os norte-americanos passam o mesmo tempo conectados à internet e assistindo à televisão, segundo um estudo da consultoria Forrest divulgado pelo ‘Wall Street Journal’. Ambas as atividades agora detêm 13 horas por semana dos norte-americanos. De acordo com a pesquisa, as pessoas não passaram a assistir a menos televisão, porém o tempo gasto na internet aumentou. Em cinco anos, a utilização da internet no país registrou aumento de 121%. Em contrapartida, atividades como ouvir rádio e ler jornais e revistas ‘off-line’ tomam agora menos o tempo dos norte-americanos. No uso da internet nos Estados Unidos, o e-mail é o instrumento mais popular. Dos 40 mil entrevistados, 92% declararam que usam o correio eletrônico.
Já as redes sociais, como Twitter e Facebook, são usadas por 35% dos respondentes da pesquisa, mais que o dobro de três anos atrás (15%). Declararam ler blogs 18% dos entrevistados.”

Folha de S.Paulo – 15/12/2010

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