Posts tagged criatividade

39ª semana de 2013

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“Costumo dizer que a arte existe porque a vida não basta. Negar a arte é como dizer que a vida se basta, não precisa de arte. Uma pobreza!”

Ferreira Gullar, Folha de S.Paulo – 22/09/2013

 

“Hoje que os ritmos elétricos incentivam uma vida de excessos, há uma vaidade, um exibicionismo vulgar em se ter – e mostrar que tem – muito de tudo que é novo.”

Luli Radfahrer, Folha de S.Paulo – 23/09/2013

 

“A vida intelectual pública está morta no Brasil, vítima da mania de ver em toda parte ‘um processo histórico’ em curso.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo – 23/09/2013

 

“Escutar o filho, a mãe, o pai, o namorado, o marido, a mulher, o colega de trabalho, o chefe, o subordinado, o amigo, o vizinho, o paciente, o desconhecido. Ninguém escuta mais ninguém. Falamos sozinhos e deixamos o outro falando sozinho. Tem gente que ainda acha que pode escutar alguém fazendo outra coisa simultaneamente. Não pode. No fim, há uma algazarra de palavras jogadas fora, que batem na parede e voltam.”

Ruth de Aquino, Época – 23/09/2013

 

“Escuto, de homens e mulheres que tenho entrevistado para pesquisa, a queixa de que um investe muito mais do que o outro na relação, em termos de amor, dedicação, tempo, cuidado, atenção, escuta, carinho, trabalho e dinheiro.”

Mirian Goldenberg, Folha de S.Paulo – 24/09/2013

 

“Sabemos que punição faz sofrer, mas não ensina nada. Adestra, condiciona, controla. Por um tempo.”

Rosely Sayão, Folha de S.Paulo – 24/09/2013

 

“Papa Francisco foi eleito há apenas seis meses, mas a marca que suas palavras e ações estão imprimindo nas consciências de crentes e ateus é notabilíssima. Suscitam admiração e até surpresa todos os seus gestos e formas de comportamentos: onde mora, os sapatos que calça, seu estilo sóbrio e, sobretudo, as medidas que está tomando na tentativa de reformar a Igreja romana, mortificada por corrupção e escândalos, não somente morais. Parece que ele une em si a atitude simples e popular de João XXIII como carisma de João Paulo II. A mescla especialíssima dessas características prenuncia em pontificado inovador.”

Claudio Bernabucci, Carta Capital – 25/09/2013

 

“O que Francisco disse dos clérigos serve à perfeição para os políticos: “O povo de Deus necessita de pastores e não funcionários, clérigos de escritório”. O povo de qualquer Deus e também o povo sem Deus necessita de políticos que sejam guias de verdade e não se escondam, como fazem os políticos de hoje em dia, em seus gabinetes hiperprotegidos.”

Clóvis Rossi, Folha de S.Paulo – 26/09/2013

 

“Os adultos modernos carregam consigo um resto de adolescência mal resolvida, como se, para eles chegarem a ser adultos mesmo, ainda lhes faltasse um gesto de rebeldia que se esqueceram de fazer na juventude. Essa adolescência, desperdiçada por falta de coragem, volta como farsa na vida do adulto: ninguém tem coragem de nada, sequer de quebrar a rotina, mas todos procuram a aparência da rebeldia. Não fiz nada do que eu queria ou esperava, mas amanhã vou tatuar uma estrelinha.”

Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo – 26/09/2013

 

“A vida exige paisagens sonoro e visual programadas, estetizando o cotidiano com pequenas experiências aparentadas ao belo e ao gosto.”

Christian Dunker, Cult – setembro de 2013

 

“A pessoa criativa pode fazer criativamente qualquer coisa. A marca da criatividade é a sensação de que há algo novo e inesperado no ar.”

Sérgio Franco, Mente&Cérebro – setembro de 2013

 

“52% dos entrevistados definem como principal razão para ficar num emprego a possibilidade de progredir de forma rápida na carreira.”

Luiz Carlos Cabrera, Você S/A – setembro de 2013

 

“Temos um problema grande na área da educação. Sete em cada dez profissionais brasileiros dizem que há um desalinhamento entre o currículo dos estudantes e as necessidades das empresas – na média global, são quatro em cada dez.”

Gil Giardelli, Você S/A – setembro de 2013

 

35ª semana de 2013

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“Segundo Pesquisa Nacional de Saúde Escolar – IBGE 2013: 28,7% dos alunos brasileiros do 9º ano dizem já ter perdido a virgindade; 75,3% deles afirmam ter usado camisinha na última relação.”

Nova Escola – agosto de 2013

 

“Sempre que tentamos regular uma multiplicidade de casos complexos por meio de uma regra linear, produzimos paradoxos e injustiças.”

Hélio Schwartsman, Folha de S.Paulo – 25/08/2013

 

“Acho que todo mundo poderia considerar uma mudança nas suas escolhas alimentares e, se tiverem alguma sobra de dinheiro, considerar sua responsabilidade perante os pobres do globo. Não é uma questão de tudo ou nada, ou você se torna um vegetariano ou não faz nada. Várias pessoas nos Estados Unidos, por exemplo, estão dizendo: “Bem, eu como carne todos os dias…”. Existe uma prática chamada Segunda-Feira Sem Carne. Outros escolhem dois ou três dias por semana em que não comem carne. Penso que seja algo fácil de fazer, uma coisa saudável, e obviamente faz diferença, pelo menos do ponto de vista de reduzir a pecuária industrial e a emissão de gases do efeito estufa.”

Peter Singer, Folha de S.Paulo – 25/08/2013

 

“Ser criança é um fato biológico, mas o modo como ela vive essa etapa da vida, que vai até a adolescência, depende de múltiplos e complexos fatores, entre eles o modo social de pensar a criança. […] Temos deixado a criança cada vez mais tempo na escola. As três ou quatro horas iniciais se transformaram, progressivamente, em cinco, seis, oito, dez e até 12 horas de permanência no espaço escolar! Se considerarmos que ir para a escola é o trabalho da criança, elas têm trabalhado demais, à semelhança de seus pais, os adultos. […] Crianças têm se alimentado como adultos que se alimentam mal. E, como estes, têm enfrentado doenças por causa disso.”

Rosely Sayão, Folha de S.Paulo – 27/08/2013

 

“O médico não quer olhar na cara e muito menos explicar a doença, o político não quer parar de roubar nem trabalhar às sextas-feiras, o jornalista não colhe notícia boa. Está lançado o movimento ‘Alguém para se inspirar’.”

Jairo Marques, Folha de S.Paulo – 28/08/2013

 

“A Alemanha criou o gênero ‘indefinido’ para os pais que não querem ‘impor a identidade sexual’ aos seus filhos na certidão de nascimento.”

Veja – 28/08/2013

 

“Pesquisa do Ministério da Saúde feita em todas as capitais e em Brasília revela que 51% dos brasileiros têm sobrepeso. Em 2006, eram 43%. A obesidade aumentou de 11% para 17% no período. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que hora de se adotar hábitos saudáveis.”

O Estado de S.Paulo – 28/08/2013

 

“Quando o ‘self’ é só uma imagem, inevitavelmente, ele é feito de bugiganga, quinquilharia, objetos de consumo.”

Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo – 29/08/2013

 

“O que faz com que esses jovens tenham perdido o desejo de investir em si mesmos? Sua pobreza de esperanças não nos deve restringir à falta de oportunidade material como causa única, ainda que esta seja muito relevante. Talvez nossa sociedade esteja sendo acometida de um adoecimento ainda mais grave, que se caracteriza pela ausência da capacidade de acreditar “em”, da capacidade de desejar. Claude Le Guen, em seu “Édipo Originário”, diz que é impossível amar a si mesmo sem antes ter amado ao outro. Talvez seja também impossível investir em si mesmo sem antes ter investido no outro. Isso pode ocorrer quando somos privados do investimento do outro, sejam eles cuidadores próximos, pais, avós, professores e amigos, mas também cuidadores distantes, associados às instituições civis ou religiosas. Sem a inscrição de seus ideais identificatórios em nós não há como elaborarmos uma promessa de existência significativa, digna de auto-investimento relevante.”

Marina Silva, Folha de S.Paulo – 30/08/2013

 

“A criatividade deriva da falta de opções ou o descontentamento com as existentes. A criatividade desorganiza o mundo, pois cria novos caminhos, o que provoca uma subversão da estabilidade anterior. Esse é o motivo pelo qual os criativos são às vezes incompreendidos, criticados e até perseguidos. Eles subvertem, portanto incomodam. Mas, se por uma lado a criatividade incomoda, por outro é ela que provoca mudanças.”

Eugenio Mussak, Vida Simples – agosto de 2013

 

45ª semana de 2012

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“Quanto mais alto você chega em uma hierarquia, mais o componente relações humanas se torna importante para o bom líder. É preciso saber desenvolver a si próprio e desenvolver as pessoas que você lidera. Sem isso, abre-se um vazio em comando e liderança.”
Eduardo Bom Angelo – “Folha de S.Paulo”, 04/11/2012

“O mundo está cada vez mais complexo. […] De uma rede de comunicação global, a internet evoluiu para uma espécie de memória coletiva, a que boa parte dos processos é delegada. Smartphones, computação em nuvem e internet das coisas, cada vez mais familiares, mensuram cada transação e, por meio da compilação de dados, definem quem é você, o que faz e onde passa a cada instante.”
Luli Radfahrer – “Folha de S.Paulo”, 05/11/2012

“A universidade está morta e só não sente o cheiro do cadáver quem tem vocação para se alimentar de lixo.”
Luiz Felipe Pondé – “Folha de S.Paulo”, 05/11/2012

“Se ler é tão bom assim, por que é que nós, os adultos, lemos tão pouco? Pesquisas mostram que o índice de leitura espontânea no Brasil é de pouco mais de um livro por ano! Muito pouco, quase nada, na verdade. Isso significa que, depois que o jovem sai da escola, ele simplesmente deixa de ler.[…] As famílias poderiam incluir a ida à biblioteca como um programa familiar, não é verdade? Ler sempre – mesmo que por pouco tempo -, comentar sobre os livros que estão lendo e incluir alguns exemplares na bagagem das férias são atitudes que os pais podem adotar para mostrar aos filhos, na prática, que ler é bom de verdade.”
Rosely Sayão – “Folha de S.Paulo”, 05/11/2012

“Há hoje um estado de espírito em que a pessoa tem vergonha de dizer que é político. Não é assim não. A política bem entendida é uma das coisas mais importantes. Não sou político; sou um escritor que tem preocupação política, porque sei da importância da política. […] Não sou nem otimista nem pessimista. Os otimistas são ingênuos e os pessimistas, amargos. Sou um realista esperançoso. Sou homem da esperança. Sei que é para um futuro muito longínquo.”
Ariano Suassuna – “Folha de S.Paulo”, 09/11/2012

“A principal atividade matinal de 90% dos jovens brasileiros que têm smartphone é checar o celular, mostra uma pesquisa da Cisco que mapeou 1.800 pessoas de 18 a 30 anos, a chamada geração Y, em 18 países. No México, na Alemanha, na China, na Índia e no Japão, o índice chega a ultrapassar a marca brasileira. “É uma geração que checa o smartphone antes de levantar e de ir dormir”, Oscar Gutiérrez, gerente de desenvolvimento de negócios da Cisco. No mundo, 3 em cada 4 conferem os smartphones durante o banho e 1 a cada 5 envia SMS ao volante. Em refeições, mais da metade reveza os talheres com o celular. O Brasil é o país em que mais jovens dizem ter mais contato com os amigos pela internet, 73%. No mundo, esse percentual é de 40%. Os contatos pessoais são maioria para apenas 10%. A densidade de jovens brasileiros que fazem compras na web sobre o total também é a maior do mundo: 94%. “Essa geração é uma grande geradora de tráfego”, lembra Gutiérrez. A cada minuto, 72 horas de vídeo são hospedadas no YouTube.”
Helton Simões Gomes – “Folha de S.Paulo”, 09/11/2012

“Um dos pecados que mais corrói os ambientes profissionais atualmente: a ganância, a necessidade de ter mais o tempo todo. Mais poder, mais status, mais grana, mais sucesso. Como diz o psicanalista Jorge Forbes, o ganancioso comporta-se em sua carreira como o guloso com a comida. É um glutão cujo único termômetro é o quanto consegue ‘comer’ de oportunidades que vê pela frente.”
Juliana De Mari, “Revista VocêS/A” – novembro de 2012

“Estimular uma ‘oposição criativa’ dentro da empresa permite abarcar todo o espectro de suas atividades, tornando clara a consciência de que são complexas e multipolares, comportam verdades múltiplas e são capazes de se alargar e realizar seu potencial total.”
Paulo Eduardo Nogueira, “Revista Época Negócios” – novembro de 2012

33ª semana de 2012

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“Hoje em dia, a expressão ‘tolerância’ é comumente utilizada por fanáticos que querem afirmar que tudo que vem do “outro” é lindo e maravilhoso.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 13/08/2012

“Considerando a fragilidade do ensino brasileiro, será mesmo que descobrir atletas deve ser uma prioridade das nossas escolas? […] Os benefícios físicos e psicológicos obtidos com a prática esportiva são inegáveis. A questão é de foco. O objetivo é estimular hábitos saudáveis nas escolas –para os quais bastam uma bola, uma quadra e um bom professor de educação física– ou vamos gastar milhões em diversos equipamentos esportivos para formar campeões em dezenas de modalidades? Antes de pensar em mudar de patamar olímpico, o Brasil precisa elevar o seu padrão de ensino.”
Rogério Gentile – Folha de S.Paulo, 16/08/2012

“A experiência do divórcio dos pais criou jovens interessantes. A sensação de que eles não foram uma razão suficiente para que os pais ficassem juntos produziu, em alguns, uma insegurança doentia para a vida toda, mas, em outros, deixou um fundo de sabedoria melancólica que resiste bravamente às ideias narcisistas mais estupidamente grandiosas.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 16/08/2012

“Sou a favor da descriminalização do usuário, mas totalmente contra a liberação. Existem modelos muito específicos de liberação da droga e nenhum deles se aplica ao Brasil, um país de tamanho continental e que não tem como dar conta, na assistência médica, do número de pacientes que pode surgir. A pergunta que eu faço é: se liberar, como a gente faz com as crianças? Porque hoje não se consegue evitar a venda de álcool e tabaco para as crianças. A gente tem de discutir é se a venda de álcool e tabaco deve permanecer liberada no País.”
Jorge Jaber – O Estado de S.Paulo, 18/08/2012

“Interações entre pessoas de diferentes origens, como as que trabalham em áreas variadas mas relacionadas, ou as que trabalham em outros lugares, podem ser muito benéficas para promover a síntese e o desenvolvimento de novas ideias. Porém, mesmo com pensamentos criativos, ainda há um grande obstáculo a ultrapassar: nosso medo de correr ricos. As pessoas em geral preferem rotas seguras, mas a segurança não propicia novas soluções radicais. Afinal, ter ideias boas é fundamental, mas na maioria das vezes não basta. Abandonar uma solução satisfatória, segura, para buscar um novo conceito pode ser o maior desafio para tirar proveito do potencial criativo.”
Evangelia G. Chrysikou – MenteCérebro – agosto de 2012

“Existe uma espécie de complô que faz com que as mulheres não se sintam felizes com os seus próprios corpos. O número de revistas e livros de dietas cresceu exponencialmente desde os anos 80. Existe um mercado que vive dessa insatisfação feminina. Até médicos. Muitos lucram com promessas de milagre. É preciso entender que ser magra não tem nenhuma ligação com ser saudável. O que mede a saúde de alguém não é o peso. Mas a taxa de açúcar no sangue, a hereditariedade, uma série de fatores que não podem ser medidos pelo peso. Muitas vezes emagrecer pode ser tudo, menos saudável.”
Marle Alvarenga, diretora do Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares (Genta) – Revista TPM – agosto de 2012

“O ser humano, como ser de relações sociais, necessita do outro desde seu nascimento até a morte. O modo como o outro, o ambiente e as questões socioculturais influenciam o desenvolvimento do ser também influenciam a compreensão de si mesmo. Cada qual tem um modo único e especial de experimentar a vida, associando novas vivências com experiências passadas e aspectos cognitivo-afetivos. Ao nascer, o bebê depende de cuidados maternais, sem os quais não viveria. Aquele(a) que cuida torna-se uma espécie de espelho para a criança, que vai desenvolvendo seu processo de individuação por meio da interpretação do outro, compreendendo-se com um ser que faz parte do outro. Por intermédio dessa relação de cuidado, a criança vai construindo a si mesma, seu autoconceito, até apreender-se com um ser separado desse outro: único, com desejos e necessidades. O senso de valor próprio e competência, a avaliação pessoal que um indivíduo faz de si constituem a autoestima. Já a imagem interna ou a descrição interna que alguém tem de si mesmo é a autoimagem. A autoimagem é construída na interação indivíduo e meio ambiente. Portanto, o feedback positivo ou negativo dessas interações influencia a autoimagem. A autoestima possui um nível importante de contribuição na atitude das pessoas em relação à autoimagem, que engloba, entre outros, o conhecimento acerca dos papéis sociais desempenhados.”
Beatriz Acampora – Revista Psique – agosto de 2012

26ª semana de 2011

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“O Brasil vai ser o que as mulheres negras quiserem que ele seja. Nesse momento, as mulheres negras ainda estão trabalhando 10 horas por dia, estão limpando casa, com raríssimas exceções estão em cargos de poder. Além de tudo, o Brasil é um país majoritariamente do sexo feminino e de cor preta. Enquanto essa grande maioria do sexo feminino e de cor escura estiver ainda tendo que cuidar 100% do seu dia de filho, de marido, a situação vai continuar muito complicada. […] A maioria dos negros brasileiros não é do candomblé nem da umbanda, nem católicos, a maioria dos negros brasileiros é evangélica.”
Jefferson De, cineasta paulista – Revista Caros Amigos, junho de 2011

“Quando há épocas, como a nossa, durante as quais o número de mortes voluntárias aumenta, razões culturais estão em jogo. Razões estas que apontam para o diagnóstico que vivemos numa cultura de alguma forma doente.”
Yves de La Taille, professor do Instituto de Psicologia da USP – Revista Psique, junho de 2011

“A cultura interfere muito em como cada um funciona e as patologias se modificam de acordo com as mudanças culturais. Na época de Freud, quando havia muito romantismo e pouco sexo, uma das grandes patologias era a histeria. Depois, mudou para muito sexo e pouco romantismo, e hoje uma das grandes patologias é a depressão.”
Cristina Greco, psicóloga – Revista Psique, junho de 2011

“Quem vai tomar a decisão deve perguntar: que alternativas foram consideradas? Em que estágio foram descartadas? Houve uma busca consciente de informações que refutariam a hipótese central ou apenas de evidências que confirmavam o que está descrito na recomendação final?”
Daniel Kahneman, Dan Lovallo e Olivier Sibony – Harvard Business Review, junho de 2011

“Bom empreendedor é aquele que sabe fracassar, fazendo dessa experiência uma motivação e um aprendizado.”
Gilberto Dimenstein- Folha de S.Paulo, 26/06/2011

“Apesar da importância estratégica de que a economia verde ocupe o centro da inovação, isso não afasta o desafio de repensar os padrões de consumo, os estilos de vida e o próprio lugar do crescimento econômico, como objetivo autônomo, nas sociedades contemporâneas. Inovação e limite são as duas palavras-chave da economia verde.”
Ricardo Abramovay, prof. titular do Depto. De Economia da FEA e do Instituto de Relações Internacionais da USP – Folha de S.Paulo, 27/06/2011

“Crianças de baixa renda só vão ter uma performance de alto nível se suas necessidades não forem ignoradas. Sozinhas, as escolas não reduzirão a pobreza ou produzirão igualdade.”
Diane Ravitch, historiadora norte-americana – Folha de S.Paulo, 27/06/2011

“É no período de férias que melhor podemos perceber o quanto, no mundo contemporâneo, os pais se transformaram em tecnocratas na relação com os filhos.
Eles cumprem religiosamente todas as suas funções “oficiais”: levam, trazem, cuidam, supervisionam e acompanham os afazeres da criança, principalmente os escolares.
Também batalham incansavelmente para proporcionar à prole do bom e do melhor. Mas, no final das contas, não sabem ao certo de que maneira se relacionar intimamente com os filhos.”
Rosely Sayão, psicóloga – Folha de S.Paulo, 28/06/2011

“Marcha para Jesus…o que se viu na manifestação foram mais trevas do que luz. Valendo-se do nome e da imagem de Jesus, a caminhada desfilou uma sucessão de ataques aos que são considerados os atuais piores ‘inimigos’ da cristandade, verdadeiros aliados do demônio: os homossexuais, atacados em si, em seus direitos e em suas reivindicações. Puxada por pastores-políticos, a passeata não perdoou algumas instituições do País (o STF, antes de tudo) que, por se mostrarem sensíveis a temas tidos como tabus, deveriam ser vistas como auxiliares do processo de entronização de Satanás na Terra. O ato foi festivo e familiar na formatação geral, mas teve um subtexto que lhe deu o tom de marcha fúnebre, uma contramarcha, triste na evolução e reacionária no objetivo. Deixou claro que a fé muitas vezes caminha abraçada com o fanatismo e o fervor obscurantista, veículos certos da intolerância e da discriminação. Para piorar, a marcha forneceu palco para campanhas políticas explícitas, deixando-se arrastar por elas.”
Marco Aurélio Nogueira – professor titular de Teoria Política da UNESP – O Estado de S.Paulo, 29/06/2011

“O Estado laico é instrumento para criar um espaço de liberdade e de pluralismo, e não para impor valores considerados ‘laico’. A laicidade é um meio, e não um fim. Essa afirmação não significa uma mitigação da neutralidade do Estado. É a proteção para que continue sendo laico. Caso contrário, o Estado ainda estaria atuando por visões compreensíveis não generalizáveis. O caráter laico do Estado não decorre de uma substituição de referenciais – antes, uma visão religiosa; agora, uma visão ateia ou agnóstica da vida -, mas de uma revisão do seu âmbito e das suas competências. O Estado laico não diz que as religiões são falsas, e sim que é incompetente para qualquer declaração nesse âmbito.”
Nicolau da Rocha Cavalcanti – advogado, presidente do Centro de Extensão Universitária – O Estado de S.Paulo, 29/06/2011

“As pessoas só conseguem se manter criativas e inovadoras se estiverem felizes e otimistas.”
Chip Heath – prof. da Escola de Negócios da Universidade Stanford, doutor em psicologia – Revista Época, 27 de junho de 2011

“Tudo o que é humano é em todo lugar reinventado.”
Roberto DaMatta – O Estado de S.Paulo, 29/06/2011

“Eco significa casa. Logia, conhecimento. Mas não se trata apenas de conhecer a casa. É preciso cuidar da casa. Gosto de ecobionomia, que seria administrar a vida na casa. Mas sei que o termo nunca vai pegar.”
Frei Betto, O Estado de S.Paulo, 29/06/2011

“Entretenimento distai, mas não tem compromisso com qualquer outro objetivo que não o de nos distrair do vazio. […] A ilusão do entretenimento é um risco. É um alívio momentâneo ficarmos correndo atrás de coisas que nos distraiam do vazio. Isso nos atola cada vez mais no pântano da banalidade.”
Caco Ciocler, ator – Folha de S.Paulo, 30/06/2011

“Acho que às vezes os políticos abusam dessa fé das pessoas para justificar suas decisões. Meu pai era muçulmano, minha mãe era batista. Eu pertenço à Igreja Metodista, minha mulher é presbiteriana. Duas das minhas filhas se casaram com judeus, outras duas se casaram com católicos. Todos convivem muito bem com suas crenças.”
Ferid Murad, 75, Prêmio Nobel em 1998 – Folha de S.Paulo, 01/07/2011

“A vida real tem seus códigos de convívio -nela, para melhor andamento dos trabalhos, somos mais tolerantes e evitamos dizer o que pensamos uns dos outros. Mas a internet está fora desses códigos. Nesta, ao sermos convidados a “interagir” e a “postar” nossos comentários, podemos despejar tudo que pensamos contra ou a favor de quem quer que seja. Quase sempre, contra. Uma sequência de comentários -que, em poucas horas, são milhares- a respeito de qualquer coisa nas páginas on-line é uma saraivada de ódios, despeitos, rancores, recalques e ressentimentos. Pode-se ofender, ameaçar e agredir sem receio, como numa covarde carta anônima coletiva. Alguns dirão que isso tem um lado bom -com a internet, acabou a hipocrisia e, agora, as pessoas podem se revelar como realmente são.”
Ruy Castro, – Folha de S.Paulo, 01/07/2011

“A humanidade é muito ansiosa porque nossa sobrevivência, em grande medida, é baseada na preocupação. Os ancestrais calmos que acaso tivemos morreram muito tempo atrás; aqueles que sobreviveram foram os nervosos. Descendendo de pessoas que se preocupavam com a maior parte das coisas. Mas, além do nível habitual de ansiedade em relação à sobrevivência, a sociedade acrescentou um novo tipo, que chamo de ansiedade do status. Trata-se de uma preocupação sobre nossa permanência no mundo, se estamos por cima ou por baixo, se somos ganhadores ou perdedores. Preocupamo-nos com nosso status por uma razão simples: porque a maior parte das pessoas tende a ser bacana conosco dependendo do nível de status de que desfrutamos.”
Alain de Botton, filósofo inglês – Revista Cult, junho de 2011

“Muita coisa dá para mudar. Em vez de reclamar, mudar. O tempo é democrático, todo dia tem 24 horas, toda hora tem 60 minutos e todo minuto 60 segundos. O tempo do rei e o do mendigo transcorrem do mesmo jeito. Quando você diz: ‘Não tenho tempo para isso’, você está dizendo: ‘Não dou prioridade para isso dentro do meu tempo’. Outra vez, estamos na liberdade de escolha.”
Lidia Aratangy, 70, psicóloga – Lola Magazine, junho de 2011

“Empreendedores (e executivos) bem-sucedidos pensam em aprendizado do mesmo modo como a maioria das pessoas pensa em fracasso.”
Peter Sims – escritor e consultor – Revista Época Negócios, junho de 2010

22ª semana de 2011

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“Um diretor de empresa deve ser criativo e sensível para o mundo. E as artes ensinam a buscar novas perspectivas, visões e possibilidades”.
Vera Lúcia Iamburus, 49, professora de artes, O Estado de São Paulo, 30/05/2011

“Vivemos um tempo de incertezas, de sinais confusos, de ausência de vínculos duradouros. Mas, ao mesmo tempo, o comportamento fluido e relativismo acaba, frequentemente, em arrebatos de dogmatismo ideológico. O relativismo, facilmente, transforma-se em autoritarismo. […] Aqui reside o ponto central, cuja discussão é incômoda para uma sociedade que não deseja utilizar o conceito ‘verdade’. Este seria apropriado apenas para uma agenda conservadora; os contemporâneos não deveriam utilizá-los mais. Mas será que a ‘verdade’ é tão incômoda? Porque ainda estamos imersos no sofisma moderno que confunde ‘ter um conhecimento certo sobre algo’ com ‘ser dono da verdade’. O engano está em equiparar ‘conhecimento limitado’ – que é onde sempre estaremos – com ‘todo conhecimento é inválido’.”
Carlos Alberto di Franco, O Estado de São Paulo, 30/05/2011

“Ócio criativo não é preguiça ou não fazer nada. É fazer três coisas simultaneamente: estudo, trabalho e jogo. […] Sou contra a multitarefa! Você faz muitas coisas que não se somam, se subtraem. O ócio criativo é uma síntese.”
Domenico de Masi, 70, sociólogo italiano, O Estado de São Paulo, 31/05/2011

“A mutação cultural dos últimos anos foi tão forte, a turbulência no mundo pós-industrial dissolveu tantas certezas, que caímos num vácuo de rotas.”
Arnaldo Jabor, O Estado de São Paulo, 31/05/2011

“A sociedade, de tão assustada diante do seu próprio horror, tenta inventar respostas que justifiquem o injustificável.”
Jorge Forbes, psicanalista, Revista Psique & Vida, maio de 2011

“Uma situação alarmante: 57,7 milhões de cidadãos com mais de 18 anos sem Ensino Fundamental completo e cerca de 14 milhões de analfabetos.”
Alexandre Barros, Revista Nova Escola – maio de 2011

“Nos tempos que correm somos praticamente todos leitores, mas cada vez menos leitores de livros.”
Hugo Miguel Costa, Revista Vida Simples – junho de 2011

“Na visão do capitalismo consciente, a empresa por natureza, deveria ser sempre social e, na visão do capitalismo competitivo, a empresa, por natureza, nunca é social. Precisamos que todos os setores estejam engajados nessa nova atitude. Tudo isso não é fácil em um mundo acostumado com o desenvolvimento tecnológico e o progresso sem limites – e, certamente, criar uma concepção de progresso inspirador é uma grande ambição”.
Marcus Lopes, Diretor de Desenvolvimento Sustentável do Instituto Rio Carioca – Revista Liderança – maio de 2011

2ª semana de 2011

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“Veja o futuro como um quebra-cabeça. Conecte, digamos, algo vivido no trabalho com algo lido no jornal. Veja como as peças formam uma nova imagem. O futuro não é linear.”

Oscar Motomura, Revista Época Negócios – janeiro de 2011

 

“Uma pesquisa do MCT (Ministério de Ciência e Tecnologia) sinaliza que apenas 12% dos entrevistados conseguem citar o nome de um cientista brasileiro e só 18% sabem mencionar de cabeça uma instituição científica. Quem consegue nomear está na parte mais rica da população. “Isso mostra que o Brasil ainda é uma país extremamente desigual”, analisa o físico Ildeu de Castro Moreira, coordenador do trabalho.
E os cientistas mais citados são Oswaldo Cruz e Carlos Chagas. “Praticamente ninguém menciona cientistas sociais, sendo que o Brasil têm nomes importantíssimos como Paulo Freire e Gilberto Freyre”, completa. A pesquisa consultou 2.016 brasileiros com objetivo de investigar as atitudes e percepções dos brasileiros sobre a ciência e tecnologia. O trabalho dá continuidade a uma investigação similar realizada em 2006.”

Sabine Righetti, Folha de S.Paulo – 10/01/2011

 

“Está na hora de as autoridades entenderem que não haverá qualidade de vida se saneamento, tratamento de esgotos, gestão de recursos hídricos e política habitacional preventiva não estiverem no centro das agendas municipais. A crise ambiental é séria, e o número de cidades vitimadas é crescente. A lógica da gestão pública tem de mudar. É na infraestrutura das cidades, nos subterrâneos das ruas, nas periferias longe dos holofotes, nas várzeas de rios, nas encostas de morros e nos aterros sanitários que reside a nova lógica das políticas públicas.”

Ricardo Young, Folha de S.Paulo – 10/01/2011

 

“Afirmam os entendidos que não se pode nem se deve viver sem inimigos. São necessários à firmeza de nossas convicções e eficiência de nossos atos. Mesmo na metafísica há necessidade de contrários: após a Criação, o próprio Deus descolou um adversário, na pessoa do seu anjo predileto, que era Lúcifer.”

Carlos Heitor Cony, Folha de S.Paulo – 11/01/2011

 

“Entramos na década em pleno caos criativo. As mídias sociais evoluíram e agora são só mídia. Todos viramos mídia. Tudo virou mídia. E mídia é um meio condutor. De conteúdo humano. O que é fantástico. […] O Facebook é a cara do hoje.
Seu segredo é o segredo da revolução em curso e que a publicidade conhece desde sempre: comunicação. Agora evoluída para conexão.  O Facebook é a cara do hoje porque é a nossa cara. Com suas conexões, permite-nos fazer algo de que sempre gostamos: mergulhar em vidas alheias. E algo que descobrimos adorar: expor as nossas vidas. Aliás, o grau de transparência de algumas pessoas na rede chega a constranger. […] O criativo é naturalmente destrutivo.  A única forma de ter esse caos criativo como aliado é entrar no fluxo e inovar. A inovação é ao mesmo tempo mãe e filha da comunicação. Se você pensa que sabe tudo, está obsoleto. Quem diz que sabe tudo sobre o seu próprio negócio está morto. É preciso inovar. Para fazer mais rápido, mais sustentável, mais barato, mais produtivo, melhor.”

Nizan Guanaes, Folha de S.Paulo – 11/01/2011

  

“Esse mundo mecânico/ elétrico/eletrônico demanda, cada vez mais, mão de obra viciada em precisão, atenção e capricho. […] Fazer, rever, corrigir, verificar de novo daqui a pouco, o mundo clama por isso. Na fábrica, na oficina, nos escritórios de projeto, entre operários e doutores.”

Anna Veronica Mautner, psicanalista, Folha de S.Paulo – 11/01/2011

 

“Escrever não dá quando a necessidade é sustento, mas faz toda a diferença na vida. […] Não há quem nos impeça de desenvolver nossas possibilidades. Se elas existem, é quase natural que desabrochem, se não existem, podadas por qualquer coisa que seja, vamos desenvolvê-las alegremente, com humor, só atentas para não cairmos na mesma cela com outra decoração.”

Nina Horta, Folha de S.Paulo – 13/01/2011

 

“Os nativos digitais, aqueles que nasceram a partir dos anos 1990 e não concebem o mundo sem celular nem internet, são estimados em 1,6 bilhão de pessoas, número que cresce a cada dia. Numa pesquisa mostrada por Katherine Savitt durante o último Web 2.0 Summit, em San Francisco, Califórnia, em novembro, 71% das pessoas dessa faixa etária reportaram uso simultâneo de celular com internet e/ou televisão. E 69% disseram manter três ou mais janelas ativas do navegador durante uma sessão de internet. Por conta das tarefas múltiplas, os jovens e ultrajovens são às vezes tachados de DDA, ou seja, portadores de Distúrbio de Deficit de Atenção. Mas será que trocar mensagens tipo SMS enquanto assistem a programas na TV não é algo como conversar no sofá? Desde os anos 60 sabe-se que o sistema nervoso se modifica quando o organismo é exposto a muitos estímulos. Neuroplasticidade é o nome que se dá à capacidade que os neurônios têm de formar novas conexões a cada momento. Será que o cérebro da Geração Z não evolui de maneira diferente da dos mais velhos? Será que essa geração não tem uma capacidade sem precedentes de coletar e processar informações? […] Essa geração parece muito mais afeita a criar e compartilhar seus textos, fotos e vídeos na internet do que todas as gerações precedentes. 93% dos jovens internautas fazem isso, diz a pesquisa. Além de criar e publicar, há o espírito curador. O hábito de sair navegando e selecionar o que se vê, lê ou ouve. Validam o que gostam comentando ou compartilhando o conteúdo de terceiros, profissionais ou amadores. Essa é a forma normal de expressão nas redes sociais.”

Márion Strecker, 50, jornalista, Folha de S.Paulo – 13/01/2011

 

“Navegar é preciso, mas nem sempre se chega ao porto desejado. Os mares deste mundo estão cheios de náufragos do outro mundo.”

Carlos Heitor Cony, Folha de S.Paulo – 13/01/2011

 

“As pessoas devem ser, acima de tudo, curiosas. É a curiosidade que a faz imaginativa, e aí a criatividade emerge. […] O bem-estar é um dos mais poderosos fermentos para a criatividade e a inovação. […] A mesmice cria tédio. E o tédio gera insatisfação. […] É um desafio e uma oportunidade [a convivência]. As cidades europeias reúnem pessoas com origens étnicas e culturais diversas. Na América Latina, as diferenças são sociais. Vejo nessa heterogeneidade um poderoso fermento para a inovação e a criatividade. Acho que a inovação poderosa, num país como o Brasil, vai nascer do convívio e da troca de ideias de pessoas com backgrounds diferentes, da classe A com as classes C, D ou E. Só assim surgem ideias e insights.”

Charles Landry, 62, britânico, especialista internacional em cidades criativas, Revista Época Negócios – janeiro de 2011

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