Posts tagged relacionamentos

39ª semana de 2013

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“Costumo dizer que a arte existe porque a vida não basta. Negar a arte é como dizer que a vida se basta, não precisa de arte. Uma pobreza!”

Ferreira Gullar, Folha de S.Paulo – 22/09/2013

 

“Hoje que os ritmos elétricos incentivam uma vida de excessos, há uma vaidade, um exibicionismo vulgar em se ter – e mostrar que tem – muito de tudo que é novo.”

Luli Radfahrer, Folha de S.Paulo – 23/09/2013

 

“A vida intelectual pública está morta no Brasil, vítima da mania de ver em toda parte ‘um processo histórico’ em curso.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo – 23/09/2013

 

“Escutar o filho, a mãe, o pai, o namorado, o marido, a mulher, o colega de trabalho, o chefe, o subordinado, o amigo, o vizinho, o paciente, o desconhecido. Ninguém escuta mais ninguém. Falamos sozinhos e deixamos o outro falando sozinho. Tem gente que ainda acha que pode escutar alguém fazendo outra coisa simultaneamente. Não pode. No fim, há uma algazarra de palavras jogadas fora, que batem na parede e voltam.”

Ruth de Aquino, Época – 23/09/2013

 

“Escuto, de homens e mulheres que tenho entrevistado para pesquisa, a queixa de que um investe muito mais do que o outro na relação, em termos de amor, dedicação, tempo, cuidado, atenção, escuta, carinho, trabalho e dinheiro.”

Mirian Goldenberg, Folha de S.Paulo – 24/09/2013

 

“Sabemos que punição faz sofrer, mas não ensina nada. Adestra, condiciona, controla. Por um tempo.”

Rosely Sayão, Folha de S.Paulo – 24/09/2013

 

“Papa Francisco foi eleito há apenas seis meses, mas a marca que suas palavras e ações estão imprimindo nas consciências de crentes e ateus é notabilíssima. Suscitam admiração e até surpresa todos os seus gestos e formas de comportamentos: onde mora, os sapatos que calça, seu estilo sóbrio e, sobretudo, as medidas que está tomando na tentativa de reformar a Igreja romana, mortificada por corrupção e escândalos, não somente morais. Parece que ele une em si a atitude simples e popular de João XXIII como carisma de João Paulo II. A mescla especialíssima dessas características prenuncia em pontificado inovador.”

Claudio Bernabucci, Carta Capital – 25/09/2013

 

“O que Francisco disse dos clérigos serve à perfeição para os políticos: “O povo de Deus necessita de pastores e não funcionários, clérigos de escritório”. O povo de qualquer Deus e também o povo sem Deus necessita de políticos que sejam guias de verdade e não se escondam, como fazem os políticos de hoje em dia, em seus gabinetes hiperprotegidos.”

Clóvis Rossi, Folha de S.Paulo – 26/09/2013

 

“Os adultos modernos carregam consigo um resto de adolescência mal resolvida, como se, para eles chegarem a ser adultos mesmo, ainda lhes faltasse um gesto de rebeldia que se esqueceram de fazer na juventude. Essa adolescência, desperdiçada por falta de coragem, volta como farsa na vida do adulto: ninguém tem coragem de nada, sequer de quebrar a rotina, mas todos procuram a aparência da rebeldia. Não fiz nada do que eu queria ou esperava, mas amanhã vou tatuar uma estrelinha.”

Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo – 26/09/2013

 

“A vida exige paisagens sonoro e visual programadas, estetizando o cotidiano com pequenas experiências aparentadas ao belo e ao gosto.”

Christian Dunker, Cult – setembro de 2013

 

“A pessoa criativa pode fazer criativamente qualquer coisa. A marca da criatividade é a sensação de que há algo novo e inesperado no ar.”

Sérgio Franco, Mente&Cérebro – setembro de 2013

 

“52% dos entrevistados definem como principal razão para ficar num emprego a possibilidade de progredir de forma rápida na carreira.”

Luiz Carlos Cabrera, Você S/A – setembro de 2013

 

“Temos um problema grande na área da educação. Sete em cada dez profissionais brasileiros dizem que há um desalinhamento entre o currículo dos estudantes e as necessidades das empresas – na média global, são quatro em cada dez.”

Gil Giardelli, Você S/A – setembro de 2013

 

Eu gostaria… (uma constatação a partir de I Coríntios 13)

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Eu gostaria de falar com eloquência humana e com êxtase própria dos anjos.

Eu gostaria de pregar a Palavra de Deus com poder, revelando mistérios e deixando tudo mais claro, Cristo em evidência.

Eu gostaria de ter uma fé inabalável, exemplar, inspiradora, notória.

Eu gostaria de dar tudo o que tenho aos pobres, oferecer-me como sacrifício, enfrentando o que tiver que enfrentar.

Eu gostaria que tanto do que é buscado e aprovado na vida cristã, reconhecido como importante, estivesse em mim.

Eu preciso, contudo, é do amor de Deus. Caso contrário, estarei falida.

O amor é que faz a diferença, que pode me fazer diferente.

O amor é que ensinará a perseverar, não me deixará desistir quando tudo ao meu redor favorecer o deixar para lá. Só o amor pode tratar minha impaciência crônica.

O amor é que me educará para a bondade, só ele me fará tirar os olhos do meu próprio umbigo, e ensinará, verdadeiramente, a me interessar por aquele que entra em meu caminho. Aliás, me ampliará o horizonte, me ajudando a perceber que “meu” caminho está dentro de um caminho maior na história de salvação.

O amor é que poderá corrigir e transformar a inveja que me habita. Sim, ele tem o potencial de me ajudar a não querer o que não tenho, e a alegrar-me com os que possuem e conquistam coisas boas. Mais gratidão e celebração do que comparação e competição.

O amor é que não me deixará mergulhar na arrogância e nutrir uma mente soberba. Ele é que me dará discernimento, me mostrará em quantas ocasiões e em como, de variadas maneiras, tento me impor aos outros, disfarçada ou escrachadamente, maltratando quem poderia ser bem cuidado, manipulando para que as coisas saiam do meu jeito, conforme a minha vontade, ocupando-me tão somente dos meus desejos mais escondidos.

O amor é que me fará enxergar como facilmente ajo na base do “eu primeiro”, buscando continuamente meus próprios interesses, alimentando meu egocentrismo.

O amor é que não me deixará perder as estribeiras, e me entregar rapidamente à ira, através da qual deixo escapar uma agressividade intensa que tento controlar com minhas próprias forças.

O amor é que me conduzirá ao perdão, não me deixando cair em contabilizações dos erros dos outros e supostas dívidas que considero que tenham a mim. O rancor se dissolverá quanto mais o amor reinar.

Afinal, o amor não festeja quando os outros rastejam, o amor não se alegra com injustiça alguma, antes, o amor me deixa muito mais sensível a qualquer injustiça a meu redor e até longe de mim, e assim, a dor do que sofre passa a ser também minha. Só no amor há esperança de um coração verdadeiramente solidário, capaz inclusive de realmente ter prazer, vibrar saltitante com o desabrochar da verdade.

O amor é que me fará suportar o que de outra forma jamais conseguiria.

O amor é que me ajuda a ver e crer além, e por isso, caminhar na confiança do que Deus está fazendo por detrás, acima, e além do que consigo ver. E assim, descansar nele, sabendo que no amor o melhor é buscado, que o amor encontra caminhos de vida, de perdão, de reconciliação, que o amor é esperançoso. Portanto, não é preso no passado, é livre para tentar mais uma vez, não precisa enroscar na decepção que me faz afastar-me para ilusoriamente proteger-me. Enquanto o medo encontra brechas, o amor escancara espaços, respeitando limites. Dessa maneira ele segue até o fim, imortal, sem perecer pelo caminho da existência.

Muito ideal, muita perfeição? Esse amor é o amor de Deus por nós – frágeis, assustados, rebeldes. Esse amor de Deus é o que nos cura. Esse amor é que em mim pode ser revolucionário. Por mais que cresça, é bem verdade, não me dominará por completo nessa vida, onde enxergamos apenas em parte, e vivemos em incompletude. Mas, quando vier aquele que é Completo, não mais haverá limites em mim, e verei e viverei mais do que jamais imaginei.

16ª semana de 2012

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“No altar, um orador mulato, de 1,90 metro e 92 quilos, anuncia: ‘Aqui tem milagre. O paralítico que saiu andando da cadeira de rodas. O cego que começou a enxergar. Aids, câncer. Tudo que na UTI não tiver mais jeito, aqui tem’. […] O orador é o apóstolo Valdemiro Santiago, 48. Ex-bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, ele rompeu em 1997 com Edir Macedo para abrir sua própria denominação, a Igreja Mundial do Poder de Deus. […] ‘Sou um executivo das almas. Através de minha oração, Deus já curou muitas doenças incuráveis pelo recurso da ciência’. […] Citando o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, o professor de sociologia da religião da USP Flávio Pierucci interpreta o sucesso de Santiago: ‘Quem o procura já chega sugestionado. Os milagres acontecem, mas só para quem acredita. Não curam o mal, mas podem curar a sensação de dor’, diz o professor, acrescentando que a oferta de serviços mágico-religiosos é antiga no país e praticada por diversas fés.”
Morris Kachani – Folha de S.Paulo, 15/04/2012

“Ter emprego, liberdade, saúde e relações sociais eleva o bem-estar. Barulho, trânsito e brigas com familiares o reduzem.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 15/04/2012

“Fomos acostumados desde tempos imemoriais à ideia de que existe uma ortodoxia sexual da qual apenas os pervertidos, os loucos e enfermos se afastam e vimos transmitindo esse absurdo monstruoso para nossos filhos, netos e bisnetos, auxiliados pelos dogmas da religião, os códigos morais e os hábitos instaurados. Temos medo do sexo e nos custa aceitar que, neste incerto domínio, há opções e variantes que devam ser aceitas como manifestações da diversidade humana.”
Mario Vargas Llosa – – O Estado de S. Paulo, 15/04/2012

“Nunca a informação foi tão acessível como agora. Mas ainda continua sendo difícil ver além dos dados. Nossa avaliação é sempre bastante frágil. […] Sociedades envelhecidas não têm capacidade de ousar e inovar. Os velhos, carregados de experiência e maturidade, são bons gestores. Mas o motor de um país é a ousadia. E o atrevimento não tem cabelos brancos. […] Conseguir enriquecer como país antes de envelhecer. Estamos numa corrida contra o tempo. Queremos sucumbir ao inverno demográfico ou estamos dispostos a abrir a janela da renovação? Gente não é problema. É solução.”
Carlos Alberto di Franco – O Estado de S. Paulo, 16/04/2012

“Cada vez mais plugados e cada vez mais solitários. Na sociedade contemporânea, a solidão é como uma epidemia fora de controle. O Facebook é a plataforma ideal para autopromoção delirante e inflação do ego via aceitação de um número gigantesco de ‘amigos’ irreais.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 16/04/2012

“ ‘Não adianta achar’, afirma Julián Lichtmann, sócio diretor da Ingouville, Nelson & Associados, ‘que promover alguém a cargo de gestão fará dele líder.’ Um dos principais problemas, segundo Monteath, da Robert Half, é ‘a promoção precoce de profissionais a cargos de gestão sem o devido preparo’. Chefes imaturos e inseguros têm maior dificuldade de admitir seu despreparo nas avaliações internas anuais. Nem todos os líderes ‘nascem prontos’, diz o consultor Lichtmann. Liderança também se aprende, e as melhores empresas investem em treinamento. Mas há os que não aprendem nunca: ‘Um líder é reconhecido pela forma como age, não pelo que fala’. Para um subordinado inteligente, é mole sacar o líder ‘artificial ou ambíguo’. Não basta amar o que se faz. É preciso gostar de pessoas para ser líder.”
Ruth Aquino, Revista Época – 16/04/2012

“A multiplicação espantosa de canais e mídias, marca dessa era da comunicação, gera apetite infinito por conteúdo, e o cinema é o rei do conteúdo, a grande síntese de música, literatura, dramaturgia, artes plásticas…”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 17/04/2012

“O Ministério do Meio Ambiente tem apenas pouco mais de 0,5% do Orçamento federal. Como fiscalizar? Como cobrar multas, mesmo quando aplicadas? […] Recursos naturais são hoje o fator escasso no mundo. E o Brasil poderia valer-se disso, pela situação excepcional que desfruta. Mas, ao que parece, continuaremos apenas pensando em lucros imediatos.”
Washington Novaes – O Estado de S. Paulo, 20/04/2012

“Em tempos de comunicação viral, em que as informações e novidades são transmitidas como numa epidemia, a mutação é constante. É algo que extrapola o mundo virtual e modifica a forma de nos relacionarmos, de vivermos e de trabalharmos. […] As vantagens desse novo tempo são incontáveis, assim como as polêmicas sobre para onde caminhamos. Alguns dizem que as redes sociais eliminam o contato pessoal e que esse “mundo paralelo” da internet sacrifica nosso afeto, tempo e criatividade. Outros acreditam no contrário: conectadas o tempo todo, as pessoas são mais informadas, produtivas, além de estabelecer maior leque de relações.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 21/04/2012

“Os religiosos que têm dificuldade para entender como alguém pode discordar de sua cosmovisão devem pensar que eles também são ateus quando confrontados com crenças alheias. […] O fervor religioso é uma arma assustadora, sempre disposta a disparar contra os que pensam de modo diverso. […] Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a religião ajuda uma pessoa a enfrentar suas contradições existenciais, seja bem-vinda, desde que não a torne intolerante, autoritária ou violenta. Quanto aos religiosos, leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores, os anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que apregoam.”
Drauzio Varella – Folha de S.Paulo, 21/04/2012

“O mais provável é que a maioria das ideias se cristalize na forma de intenção. E intenção sem ação vira enrolação. O mundo está cheio de boas intenções, mas não tem mais paciência com os enroladores.”
Eugenio Mussak, Revista Vida Simples – abril de 2012

08ª semana de 2012

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“10 horas é o limite que uma pessoa pode trabalhar por dia segundo pesquisa do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional. Quem trabalha, além disso, duplica o risco de sofrer de depressão.”
Revista Você S/A – fevereiro de 2012

“No começo da carreira, eu era um pouco nervosinho. Hoje nada é dramático, tudo é um bom desafio para quebrar a cuca. Essa atitude contamina sua vida pessoal, sua relação com a família, e fica tudo mais tranquilo. Mas minha cadeira ainda precisa ser bem dura, para eu não passar muito tempo sentado nela e querer buscar novos desafios. Como artista, eu sou um eterno insatisfeito.”
Maurício de Sousa, 76, 51 de carreira, Revista Alfa – fevereiro de 2012

“Por que as pessoas querem estudar religião em vez de simplesmente viver suas religiões em seus templos e fé cotidiana? […] Resumo da ópera: dinheiro, status, angústia existencial, fé, política, opção profissional à mão ou simplesmente falta de opção.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 20/02/2012

“O diploma de curso superior não tem assegurado, necessariamente, crescimento do poder de compra nos últimos anos, mostra recente estudo feito pelo IBGE. Na média, a renda dos trabalhadores com diploma universitário ficou praticamente estagnada de 2003 a 2011. […] Para o economista da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) João Saboia, a estagnação da renda média entre graduados mostra que não há um apagão generalizado de profissionais qualificados. Segundo o IBGE, o número de trabalhadores com curso superior cresceu 63% nos últimos oito anos. O economista do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) Naércio Menezes recorre à lógica da oferta e da demanda para afirmar que o número maior de profissionais com nível superior limitou o ganho de renda nesse grupo. Mas isso varia de acordo com as áreas de formação, dizem os dois economistas. Saboia analisou o perfil dos cargos formais gerados para profissionais com ensino superior em 2010 e notou que a carência de mão de obra é mais concentrada em áreas de perfil técnico, como física, química, engenharia, matemática e biotecnologia. A demanda por esses profissionais vem crescendo com a expansão dos setores de construção civil, infraestrutura e petróleo, explica. Segundo levantamento feito pela da Folha a partir de dados do Ministério da Educação, apenas 13,6% dos alunos que concluíram a universidade entre 2001 e 2010 se graduaram em cursos de exatas como os listados acima. A grande maioria (67,6%) veio de áreas de humanas, como direito, educação, ciências sociais e artes. Saboia observa que parte desses profissionais não está conseguindo empregos em suas áreas.”
Mariana Schreiber – Folha de S.Paulo, 21/02/2012

“Já temos suficientes problemas no Ocidente, permitamos aos muçulmanos autênticos a tarefa de cuidar de si mesmos. O islã tem uma civilização de 1.400 anos de realizações impressionantes em intelectualidade, em espiritualidade, em cultura, em arte, em ciências e em organização social e política. O islã tradicional é uma civilização viva que tem moldado o pensamento e a vida de mais de um bilhão de pessoas espalhadas pelos cinco continentes.”
William Stoddart e Mateus Soares de Azevedo – Folha de S.Paulo, 21/02/2012

“O Brasil não quer dominar o mundo, o Brasil quer conquistá-lo, seduzi-lo. Não somos apenas um mercado emergente, somos também um estilo emergente. Vamos agora transformar essa folia em energia empreendedora.”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 21/02/2012

“Na verdade, escrever é uma forma socialmente aceita de loucura. Nessa mesa somos todos loucos, cada um à sua maneira! Não basta ser louco, também tem que se ser alfabetizado.”
Rubem Fonseca – Folha de S.Paulo, 24/02/2012

“Caso o Brasil queira progredir mais, precisará resolver o problema da qualidade, que, apesar de uma lenta evolução, ainda é muito baixa. No último Pisa (2009), o exame internacional de desempenho de estudantes, ficamos em 53º lugar entre as 65 nações avaliadas. E não há dúvida de que o país precisa, com urgência, aumentar sua população com diploma universitário. Por aqui, a taxa bruta de escolarização no nível superior é de 36%, contra 59% do Chile e 63% do Uruguai. Isso, é claro, para não mencionar países mais desenvolvidos, como EUA (89%) e Finlândia (92%).”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 25/02/2012

“A Educação deve considerar o ser humano, o ambiente e a cultura e integrar os conhecimentos e todas as áreas. A música não deve ser colocada a serviço de outras disciplinas consideradas prioritárias porque ela é importante por si mesma, para a vida. O ser humano é musical.”
Teca Alencar de Brito, Nova Escola – janeiro/fevereiro – 2012

“Atualmente, tudo depende da habilidade para interagir com as pessoas. É isso que garante o alcance de qualquer resultado, do ambiente doméstico ao profissional. […] Ao ouvir com real atenção o que os outros falam, sentem ou querem, desenvolve-se a capacidade de relacionar-se de forma verdadeira, não necessariamente fazendo o que o amigo quer, mas entendendo aquela pessoa. Esse é o essencial.”
Fatima Motta, socióloga e professora da ESPM/SP, Revista Claudia – fevereiro de 2012

“Não se trata de usar gírias com o adolescente ou economês com o executivo. Mudanças bruscas ficam artificiais e pouco ajudam. O fundamental é ajustar o tom e utilizar diferentes exemplos para completar sua fala que combinem com o universo de quem a ouve.”
Rogério Martins, Revista Claudia – fevereiro de 2012

03ª semana de 2012

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“Outro problema é que umas das maiores contradições da vida é que o cotidiano das relações quase sempre inviabiliza afetos espontâneos e nos arremessa a convivência estratégica que apenas ‘lida’ com problemas.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 17/01/2012

“Homens e mulheres estão extremamente infelizes em suas relações amorosas. Mas não querem ficar sozinhos. São reincidentes: casam, separam, casam de novo, separam de novo… A falta de compreensão e de escuta parece explicar grande parte das insatisfações masculinas e femininas. Parece tão simples, mas que tal perguntar para o outro o que ele realmente quer? E ouvir com atenção e carinho a resposta, sem julgar, rotular e condenar?”
Mirian Goldenberg – Folha de S.Paulo, 17/01/2012

“Aquele que é vítima de sofrimento psíquico (e a drogadição é um deles) só será curado quando o terapeuta for capaz de criar uma aliança com a dimensão da vontade que luta por se conservar como autônoma. Não será à base de balas e internação forçada que tal aliança se construirá.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 17/01/2012

“O Facebook ultrapassou o Orkut como a rede social com maior audiência em número de visitantes na internet brasileira em dezembro, segundo dados da consultoria norte-americana comScore. A rede social de Mark Zuckerberg teve 36,1 milhões de visitantes no fim do ano passado, enquanto o concorrente Orkut, do Google, registrou 34,4 milhões de visitantes.”
Paula Leite – Folha de S.Paulo, 18/01/2012

“É o corpo que permite a peregrinação da alma. A alma é difícil de encontrar. Quantas pessoas sem alma você já encontrou na sua vida? O Diabo leva as almas. Antigamente ele as comprava caro, com moedas de ouro; hoje elas estão se oferecendo num vasto mercado e valem menos do que um político blindado. Deus, por outro lado, quer o corpo que, conforme diz a nossa esperança, voltará a viver para sempre no dia da ressurreição. Eis uma imagem amada por um menino canhoto. No dia em que os mortos acordarem do seu longo sono haverá a reconciliação de todos os dualismos. A vida vai englobar a morte. Nesse dia glorioso todos vamos nos ver de novo e nos abraçar enternecidos. Seremos então jovens, fortes, bonitos, puros, alegres, e sem conflitos, debaixo daquela luz gloriosa que virá de um céu que não conhecemos. Esse é o dia do encontro com todos os nossos mortos queridos. A experiência do corpo e com o corpo nos leva para essa imagem mágica e redentora de todas as nossas dúvidas e sofrimento. Amém.”
Roberto DaMatta – O Estado de S. Paulo, 18/01/2012

“O respeito ao direito do outro de acreditar no que bem entender não exclui um exame secular da sua crença, ou do que ele precisa aceitar para aceitá-la. Não é julgamento, é curiosidade intelectual. Todas as religiões têm origens sobrenaturais e exigem de seus fiéis diferentes graus de suspensão de descrença, em alguns casos espantosos, e por isso mesmo fascinantes. Ou assustadores, quando levam ao fanatismo e à intolerância.”
Luis Fernando Verissimo- O Estado de S. Paulo, 19/01/2012

“Atrás da face indulgente do poder que se inspira no modelo da peste (o infrator estava doente, não fez por querer, está “desculpado”), esconde-se uma face especialmente tirânica: qualquer ato dissonante é reconhecido não como fruto de rebeldia ou originalidade, mas como efeito de uma patologia. Você é contra? Você é diferente? Pois bem, você está doente. Não há mais dissenso -só enfermos e loucos.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 19/01/2012

“Como queremos criar nossos filhos? Que contribuição queremos dar a eles? Quais princípios éticos desejamos que eles vivam e replicam em seus relacionamentos? Em que medida queremos a interferência do Estado em nossas famílias? Como expressamos nosso amor aos nosso filhos? Enfrentando tais questionamentos vamos poder decidir como queremos cuidar do futuro do Brasil.”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 20/01/2012

“Nem toda ciência, filosofia e poesia do mundo nos fazem deixar de lamentar o passado e temer o futuro. Quem traduziu bem esse sentimento foi Virgílio: ‘Sed fugit interea, fugit irreparabile tempus’ (mas ele foge: foge irreparavelmente o tempo).”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 20/01/2012

“Nós, modernos, passamos a prezar singularmente nossa sobrevivência. Mesmo quando acreditamos no além, achamos que o término de nossa vida terrena é o fim de tudo o que importa.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 20/01/2012

“Passei o Ano-Novo em Salvador. Na despedida, assisti à extraordinária missa da irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. […] ‘Eu sou ateu, posso sair?’ Perguntou entediado meu filho de 12 anos. Eu o deixei ir. Jamais induzi minhas crias a essa ou aquela religião, mas também não cultivei o ateísmo. Caetano riu da certeza categórica em tão tenra idade. Confessou que também não acreditava em Deus na adolescência. […] É mesmo impossível negar a fé na Bahia. Ela não é imposta, é um hábito concreto, festivo, que domina o calendário anual. Cada igreja tem o seu dia; cada terreiro, uma agenda; cada imagem, uma adoração. E, mesmo no Carnaval, o mais pagão dos blocos só põe o pé na folia depois de ungido.”
Fernanda Torres – Folha de S.Paulo, 20/01/2012

“Estamos a caminho de ser um destino mais relevante para imigrantes. No entanto, nos faltam parâmetros e controles. Que tipo de imigrantes queremos no Brasil? Que tipo de trabalhadores e de empreendedores desejamos importar? Existem necessidades regionais particulares que desejamos suprir? Ou simplesmente vamos deixar os imigrantes rumarem para São Paulo atrás de empregos? Pois bem, o governo e a sociedade devem olhar para a questão a partir de alguns princípios. O primeiro deles é que o Brasil jamais deve deixar de ser uma opção para estrangeiros que venham para cá por razões humanitárias.”
Murillo de Aragão – Folha de S.Paulo, 21/01/2012

“Se quisermos apoiar a reconstrução do Haiti, a última coisa a fazer é estabelecer barreiras arbitrárias à circulação de trabalhadores do país.Logo após o terremoto, uma onda de genuína solidariedade mobilizou a população brasileira em prol dos haitianos. Mas as estruturas governamentais e diplomáticas demonstraram não ter preparo e capacidade para lidar com as ofertas de cá ou com as demandas de lá. Agora, a forma como o governo e seus agentes encaminham o debate revela novamente o divórcio com a sensibilidade da opinião pública, a recusa ao diálogo com organizações que oferecem apoio aos recém-chegados e o recurso a estereótipos e mistificações para disfarçar a necessidade de amplas reformas nas instituições voltadas para a absorção de imigrantes.”
Omar Ribeiro e Sebastião nascimento – Folha de S.Paulo, 21/01/2012

“A conferência Rio+20 terá uma avaliação da implementação de medidas em favor do ambiente nos últimos 20 anos. […] O objetivo não é ter uma forma mundial de fazer as coisas, é inculcar em tudo o desenvolvimento sustentável. Todo tipo de investimento no país deveria ter como paradigma o desenvolvimento sustentável.”
André Corrêa do Lago – Folha de S.Paulo, 21/01/2012

“É impossível colaborar de verdade quando uma pessoa não pode contar com a franqueza da outra. Para a solução de problemas, um membro da equipe não pode ter medo de fazer perguntas ou sugerir respostas erradas. […] É preciso esforço para criar um ambiente de honestidade respaldado por relações francas e de respeito – mas é um desafio que todo líder deve encarar.”
Keith Ferrazzi, Harvard Business Review – janeiro de 2012

2011: O QUE ESCOLHO?

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“A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”. Dilma Rousseff fez essa citação de nosso extraordinário escritor Guimarães Rosa, no discurso no Congresso, quando da sua posse, logo no dia primeiro. A vida, de fato, tem seus movimentos próprios e a questão é qual nossa postura e decisões diante de cada um deles.

Em meus caminhos e escolhas qual o meu ponto de partida, minha referência, saio da onde? Das minhas certezas imutáveis ou de quem já viveu o suficiente para compreender que desconfiar de si mesmo é bom e necessário? Das fraquezas assumidas ou da ilusão da força própria e do pensamento positivo? De couraças e máscaras que disfarçam bem ou de quem se mostra, se deixa conhecer para valer?

Nesse início de ano onde tanto se projeta, certas considerações podem ser bem-vindas. Atentar para a dinâmica de minhas escolhas pode ser importante. Desejo terminar esse ano maior ou menor do que começo? Dietas à parte penso na alma que cresce e amadurece pelas descobertas que traz consciência sensível, cuidado maior e atenção terna. Menos obsessões, mas, mais aberturas. Ampliando conceitos, abandonando preconceitos, desapegando de coisas supérfluas e desfrutando de sabores ignorados até então.

Viver também é relacionar-se. E relacionar-se é uma possibilidade de me conhecer mais e melhor. Então, o que escolherei? Ampliar e aprofundar relacionamentos, ou, encolhimento da minha própria alma? Quando nos fechamos, impedimos a chegada de outros, optamos pela superficialidade, e assim podemos viver empobrecidos, desperdiçando boas oportunidades.

Claro que há tempo para o recolhimento, a necessidade da solitude, mas me parece que o medo tem predominado nas relações, as distâncias são preferidas, e vivemos escondidos em nossas muralhas particulares.

O que se tem para perder? Se proteger tanto do quê? Por que tanta resistência em se entregar? Preservo o quê exatamente? Nosso medo de perder o que nem sabemos explicar ao certo é perigoso. Quanto mais nos limitamos nas relações, há grande possibilidade de menor sermos.

Tem gente fechada por medo da dor de amar. Outros reclusos nutrem o medo de que se conhecidos serão rejeitados. Outros desistem antes de tentarem por pura preguiça. E assim vamos nos acomodando, concluindo que poucas relações é mais fácil de “controlar”.

A honestidade está em extinção, inclusive nas relações. A farsa pode convencer, mas agarrar-se a uma ilusão é sempre uma vida menor. Enquanto que descobrir as próprias fraquezas e partilhá-las pode ser mais difícil, mas certamente será mais corajoso, verdadeiro e digno.

Uma mentalidade estreita, que vai se estreitando quanto mais medo cultivo, quanto menos amor conheço. Um amor que aprendo quando me arrisco em relacionamentos de amizade, onde exercito a musculatura afetiva, abro novos espaços em mim, permito que outro seja um outro que me ensina novas maneiras de ver e entender a realidade. O que vou escolher?

07 de dezembro de 2010

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“Quando duas pessoas começam a se expor, ambas ficam mais interessantes. […] Quem não corre o risco de se expor também paga um preço. Afinal, uma pérola só tem valor fora da ostra.”

Michael Kepp, jornalista norte-americano, Folha de S.Paulo – 07/12/2010

 

“Os jovens, hoje, carecem de liberdade, notadamente em relação à sexualidade. Eles são levados a acreditar que praticar o sexo é ser livre e que fazem isso por escolha própria. Não fazem: são praticamente levados a isso pela hiperestimulação erótica de nossa sociedade.”

Rosely Sayão, psicóloga, Folha de S.Paulo – 07/12/2010

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