Posts tagged juventude

44ª semana de 2013

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“Uma em cada três pessoas com menos de 30 anos ainda não fez sexo no Japão de hoje. Os jovens japoneses enfrentam o que especialistas chamam de “síndrome do celibato”. Uma matéria publicada nesta semana no jornal britânico The Guardian mostra que o fenômeno pode impactar profundamente a estrutura da população nas próximas décadas. (…) Várias pesquisas parecem reforçar a sensação de que tanto sexo quanto relacionamento não são prioridade na vida dos jovens japoneses. Ainda de acordo com o The Guardian, em 2011, 61% dos homens solteiros e 49% das mulheres solteiras de 18 a 34 anos não estavam namorando. Uma pesquisa do Centro de Planejamento Familiar do Japão mostrou que 45% das mulheres e 25% dos homens de 18 a 24 anos não estavam interessados em sexo. (…) Outra pesquisa recente mostra que 90% das jovens japonesas acreditam que ficar solteira é melhor do que casar. Não casar – o que antes seria considerado um grande fracasso pessoal – parece estar se tornando uma opção cada vez mais atraente.”

Jairo Bouer, O Estado de S.Paulo – 27/10/2013

 

“Uma coisa que aprendi e tento praticar diariamente é: o que você faz fala muito mais do que você fala. Todos nós, líderes, temos de liderar dando o exemplo. Você tem de mostrar que uma coisa que você está falando é realmente você o que você acredita e faz. Você é o exemplo.”

Juan de Gaona, O Estado de S.Paulo – 27/10/2013

 

“O grande físico Isidor Rabi, vencedor do prêmio Nobel, costumava dizer que os cientistas são os ‘Peter Pans’ da sociedade, aqueles que não querem crescer, que passam a vida perguntando ‘por quê’. Qualquer pai e mãe sabem bem que criança é explorador nato; botando o dedo aqui e ali, comendo terra, pegando formiga, trepando em árvore, subindo e descendo a mesma escada dez vezes até desenvolver uma melhor percepção da gravidade e melhorar sua habilidade motora. Para uma criança, a vida é um grande experimento, uma grande aventura de descoberta. ‘Não faz isso! Solta! Olha o degrau! Cuidando com a tomada! Você vai cair daí.’ Como pai de cinco, sei que sem o nosso cuidado as crianças correm mesmo risco de se machucar. Mas cuidar não é o mesmo que reprimir o espírito único que têm de experimentar o mundo para poder entendê-lo. O mesmo acontece nas escolas, que acabam sendo fábricas de conformismo onde todos devem fazer a mesma coisa, onde a criança mais curiosa é reprimida e, salvo casos raros, calada. Temos muito a aprender com as crianças.”

Marcelo Gleiser, Folha de S.Paulo – 27/10/2013

 

“A certeza acerca da sua retidão moral é sempre uma mistificação de si mesmo. Mas hoje, como saiu de moda usar os pecados como ferramentas de análise do ser humano e passamos a acreditar em mitos como dialética, povo e outros quebrantos, a vaidade deixou de ser critério para analisarmos os olhos dos vaidosos. Vivemos na época mais vaidosa da história. (…) Que Deus tenha piedade de nós num mundo tomado por pessoas que se julgam retas.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo – 28/10/2013

 

“Homens da chamada geração Y estão mais propensos a aceitar um ambiente corporativo feminino, segundo uma pesquisa realizada pela consultoria Mazars. Dos 750 executivos entrevistados, 57% aceitam a liderança feminina. Quando questionados sobre a preferência, 33% optariam por ter homens como chefes, enquanto 10% prefeririam ser gerenciados por profissionais mulheres. O estudo revelou ainda que 70% dos homens estão dispostos, ao menos por um tempo, a abrir mão da carreira para se dedicarem aos filhos. Os números em 60 países são: 68% dos entrevistados não veem diferença em serem chefiados por homens ou mulheres. 52% dos entrevistados nunca se sentiram ameaçados por mulheres em seu ambiente de trabalho. 14% confessaram preferir ter equipes de trabalho eminentemente femininas. 8% preferem ter funcionários homens.”

Maria Cristina Frias, Folha de S.Paulo – 30/10/2013

 

“Atualmente 21 milhões de mulheres brasileiras correm o risco de sofrer um infarto e 39000 morrem todos os anos em decorrência do mal – o triplo das vítimas fatais de câncer de mama.”

Adriana Dias Lopes, Veja – 30/10/2013

 

“Na contemporaneidade a gestão invadiu todas as esferas da vida. A família passou a ser vista como uma pequena empresa capaz de fabricar um indivíduo empregável. Filhos devem fazer inúmeros cursos que no futuro serão úteis à sua empregabilidade. É como se tudo tivesse de ser gerido como se fosse um capital para produzir resultados. Dentro das empresas, é como se nós tivéssemos de ser super-humanos o tempo todo, capazes de realizar e motivar os outros a realizar mais, melhor e mais rápido. Diversos rankings e indicadores são criados para dar a medida se aquilo que fazemos presta ou não. Há, ainda, a exigência da excelência constante, como se fosse possível e humano ser excelente o tempo todo.”

Rafael Alcadipani, Você S/A – outubro de 2013

 

“Não é simples definir a simplicidade. Mas é fácil notar sua ausência. Sem ela, todas as qualidades perdem seu sentido – e, com ela, alguns defeitos podem ser desculpáveis. O simples não é o oposto do complexo – mas– sim, o oposto do falso. Contudo, a falsidade e a duplicidade são companheiras íntimas da nossa espécie.”

José Francisco Botelho, Vida Simples – outubro de 2013

 

“Se o sujeito comete traição, é por alguma razão. Porque naquele momento sentiu necessidade. Ou fraquejou, reavaliou a relação amorosa. Não aconteceu comigo. Que bom. Mas quem sou eu para julgar o adultério? Quem é a pessoa que está nos lendo agora para condenar? E não venham me dizer que Deus castiga. Não ponham Deus no meio. Não usem o nome de Deus em vão, como fazem com tanta facilidade. É como comprar um bilhete de loteria e pedir: ‘Deus, me ajude a ganhar’. Ele não quer saber do seu bilhete de loteria.”

Tony Ramos, 65, ator, casado há 44 anos, Claudia – outubro de 2013

 

“A tentativa equivocada de transformar toda experiência de sofrimento em uma patologia a ser tratada. Mas uma vida na qual todo sofrimento é sintoma a ser extirpado é uma vida dependente de maneira compulsiva da voz segura do especialista, restrita a um padrão de normalidade que não é outra coisa que a internalização desesperada de uma normatividade disciplinar decidida em laboratório. Ou seja, uma vida cada vez mais enfraquecida e incapaz de lidar com conflitos, contradições e reconfigurações necessárias.”

Vladimir Safatle, Cult – outubro de 2013

 

“Meus sobrinhos pequenos melhoram meu humor imediatamente. É tudo tão simples para eles. Se você quer chorar, chora. Se está feliz, sorri.”

Monica Iozzi, 31, Claudia – outubro de 2013

 

“Digo aos mais jovens: conheçam a história, para evitar que seja reescrita. Honrem as realizações das gerações anteriores. Mas não sejam meros “continuadores”, pois a democracia, a economia e os direitos sociais devem ser aperfeiçoados e inseridos num novo modo de desenvolvimento, sustentável, adequado aos tempos presentes e futuros. O passado ensina. O futuro inspira.”

Marina Silva, Folha de S.Paulo – 01/11/2013

 

“Ninguém em sã consciência duvida que a ciência funcione. As provas, ainda que indiretas, estão por todos os lados, dos fornos de micro-ondas aos antibióticos. Se nossas teorias físicas e bioquímicas estivessem muito erradas, não teríamos chegado a esses produtos. Dessa constatação não decorre, é claro, que as atuais práticas dos cientistas sejam as mais adequadas. Numa excelente reportagem publicada na semana passada, a revista ‘The Economist’ faz um apanhado das coisas que não estão dando certo na ciência. Destaca desde a vulnerabilidade dos ‘journals’ a artigos ruins ou errados até a baixa replicabilidade dos principais estudos. É preocupante. Um ponto central da ciência é o de que um experimento qualquer, se repetido em idênticas condições, produzirá os mesmos resultados. É isso que garante sua objetividade e a distingue da bruxaria. E a replicabilidade é baixa mesmo no caso de trabalhos de alto impacto. (…) Seria exagero afirmar que a ciência está em crise, mas já passa da hora de as pessoas e instituições envolvidas tentarem aprimorar o sistema, tornando-o mais racional e eficiente.”

Hélio Schwartsman, Folha de S.Paulo – 02/11/2013

43ª semana de 2013

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“À medida que se intensificou a urbanização no século 20, a queixa sobre o ruído foi frequentemente tratada com certo sarcasmo. Exigir silêncio é dar sinal de neurose ou de escapismo. ‘Por que você não vai fazer artesanato em Mauá?’, seria uma reação comum à reclamação sobre o barulho no Rio ou em São Paulo. (…) Nas últimas décadas, acumulou-se conhecimento médico sobre o preço que pagamos pela explosão de decibéis. A poluição sonora hoje só perde para a poluição do ar como dano à saúde e fator para encurtar a vida.”

Lúcia Guimarães, O Estado de S.Paulo – 21/20/2013

 

“Eles gostaram, particularmente, da ideia de ter um projeto de vida na velhice. Eles não precisam mais, mas querem continuar trabalhando em algo que dê sentido às suas vidas. Eles querem, mais do que tudo, encontrar um significado para a última fase de suas vidas.”

Mirian Goldenberg, Folha de S.Paulo – 22/10/2013

 

“É moralmente lícito fazer experimentos com cães? A meu ver, a posição ética é tentar limitar cada vez mais experimentos fúteis, como os que envolvem cosméticos, e seguir adiante com aqueles que, um dia, poderão resultar em benefícios mais palpáveis. Não há como avançar no conhecimento de doenças sem infligir sofrimento a cobaias.”

Hélio Schwartsman, Folha de S.Paulo – 22/10/2013

 

“O Brasil é o quarto país do mundo em nativos digitais – terminologia usada pela ONU para classificar jovens de 15 a 24 anos que estão conectados à internet há pelo menos cinco anos. Segundo a ITU (União Internacional de Telecomunicações), agência das Nações Unidas especializada em tecnologias da comunicação e informação, o número de nativos digitais já representa 30% da população jovem mundial ou 5,2% da população mundial de 7 bilhões de habitantes. São 363 milhões de jovens com acesso à internet há pelo menos cinco anos, dos quais 20,1 milhões no Brasil. Dois terços dos nativos digitais estão nos países em desenvolvimento. A China lidera com 75,2 milhões de nativos digitais. Em seguida vem os EUA, com 41,3 milhões. E a Índia, com 22,7 milhões. O Japão é o quinto país em número de nativos digitais: 12,2 milhões. No países desenvolvidos os nativos digitais representam 86,3% dos 145 milhões de usuários de internet. Já nos países em desenvolvimento eles representam a metade dos 503 milhões de usuários de internet. Nos próximos cinco anos, a população de nativos digitais nos países emergentes deverá dobrar. Os dados da ITU fazem parte do estudo anual Medindo a Sociedade da Informação. De acordo com o estudo, pelo terceiro ano consecutivo a Coreia lidera como o país mais desenvolvido em termos de inclusão digital e infraestrutura de telecomunicações. Em seguida vem Suécia, Islândia, Dinamarca, Finlândia e Noruega. O Brasil aparecem na 62ª posição. Segundo estudo do ITU, 250 milhões de pessoas se conectaram à internet ao longo de 2012, totalizando 2,7 bilhões de pessoas.”

Mariana Barbosa, Folha de S.Paulo – 22/10/2013

 

“Os jovens, hoje, estão totalmente submetidos à ideologia do consumo. ‘Consumo, logo existo’ tem sido uma máxima a nos guiar em nossas vidas. Logo, na deles também.”

Rosely Sayão, Folha de S.Paulo – 22/10/2013

 

“No mundo, em pleno século XXI, 30 milhões de pessoas são exploradas. Os dados são do Índice de Escravidão Global da Walk Free Foundation. A instituição britânica classificou 162 países de acordo com a proporção de escravos em relação à população. O Brasil está em 94º no ranking e a estimativa é a de que haja cerca de 220 mil pessoas em condição de escravidão no País. A maior parte dos afetados está concentrada em países da Ásia e da África – a Índia aparece em primeiro lugar na lista, com 14 milhões de escravos -, mas o índice revela a existência de escravidão também em nações como Reino Unido, Suíça e Suécia.”

Antonio Carlos Prado e Elaine Ortiz, IstoÉ, 23/10/2013

 

“Em política, quando o fim justifica os meios, o que se tem é a brutalidade dos meios com um fim sempre desastroso. A opção moralmente aceitável é outra: os meios qualificam o fim.”

Reinaldo Azevedo, Folha de S.Paulo – 25/10/2013

 

“Não há um Deus. Há dois: o Deus dos oprimidos e o Deus dos opressores. Enquanto a sociedade for dividida e houver tanta desigualdade social, penso que o Deus que estiver do lado dos oprimidos não se reconhece num Deus que esteja do lado dos opressores.”

Boaventura de Sousa Santos, Folha de S.Paulo – 26/10/2013

 

“Os adolescentes precisam ser capazes de adquirir habilidades fundamentais que os permitam continuar a serem aprendizes ao longo de sua vida. (…) Uma boa educação é o passaporte para a mobilidade social. Essa é a forma de você ter acesso a um trabalho melhor e a um maior nível de renda. Portanto, se os mais pobres não tiverem acesso a uma boa educação, os filhos deles serão pobres também. E isso é profundamente inquietante. Quando as pessoas sentem que, se trabalharem duro, seus filhos terão uma situação financeira melhor do que a delas, isso fortalece a democracia. Agora, uma situação em que exista a percepção de que os pobres sempre serão pobres é uma ameaça real à democracia.”

Richard Murnane, Folha de S.Paulo – 26/10/2013

 

“Os avanços da ciência não são um bem absoluto para nossa humanidade apenas quando nos salvam da morte, mas tão somente quando nos salvam também para a vida.”

Nilton Bonder, Folha de S.Paulo – 26/10/2013

 

“O salário é importante para chamar a atenção e manter bons professores, mas não é suficiente. Há outras condições fundamentais para garantir a atratividade, como a melhoria da formação inicial e a existência de planos de carreira estruturados. Também é essencial um bom ambiente de trabalho e na escola e isso diz respeito a muitas coisas: infraestrutura, relações entre a equipe e a comunidade e ainda meios de que a instituição dispõe para valorizar e ajudar o corpo-docente – por exemplo, assessoria relacionada às dúvidas e às necessidades em relação aos estudantes e aos conteúdos a serem ensinados. Sobre a permanência do bom profissional, há outro fator relevante: ter sucesso no processo de ensino e de aprendizagem. Prova disso é ser comum encontrar novatos dizendo: ‘Mesmo com todos os problemas que enfrento, ver o brilho nos olhos dos alunos quando eles aprendem é o que me faz continuar lecionando’.”

Marli André, docente da PUC-SP, se dedica há área de formação de professores há 30 anos, Nova Escola – outubro de 2013

 

“Não sei se trabalhar com humor rejuvenesce, mas muda tudo, porque é preciso ser rápido, atento, esperto, sagaz… são características associadas à juventude. Fazer muito humor me dá leveza.”

Andrea Beltrão, 50, atriz, mãe de Francisco, 18, Rosa, 16, e José, 13. Claudia – outubro de 2013

 

“A Regina Casé sempre brinca que fui ‘obrigada’ a ser atriz. Quando eu era criança, já achava que seria atriz mesmo. Aos 30 é que comecei a questionar. Achei que eu poderia ser outras coisas. Gosto de literatura e de desenhar. Cheguei a pintar, mas, com os filhos, parei. E já tentei a música por um tempo, mas meu talento infelizmente é nulo. Eu toco como hobby, em casa. Meus filhos não gostam, mas não to nem aí. E escrever é também um pouco essa tentativa de fazer coisas diferentes. A atividade de roteirista e de cronista é uma atividade solitária e vou encaixando no meu horário. Como gosto de estar só, parecia que eu tinha nascido para aquilo. A profissão de atriz é coletiva, muita gente trabalhando junto. O prazer de estar sozinha me levou a querer escrever mais.”

Fernanda Torres, 48, atriz, Claudia – outubro de 2013

 

“O humor é como matemática: quanto mais você exercita, mais afiada fica. A prática torna o raciocínio rápido.”

Miá Mello, 32, Claudia – outubro de 2013

35ª semana de 2013

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“Segundo Pesquisa Nacional de Saúde Escolar – IBGE 2013: 28,7% dos alunos brasileiros do 9º ano dizem já ter perdido a virgindade; 75,3% deles afirmam ter usado camisinha na última relação.”

Nova Escola – agosto de 2013

 

“Sempre que tentamos regular uma multiplicidade de casos complexos por meio de uma regra linear, produzimos paradoxos e injustiças.”

Hélio Schwartsman, Folha de S.Paulo – 25/08/2013

 

“Acho que todo mundo poderia considerar uma mudança nas suas escolhas alimentares e, se tiverem alguma sobra de dinheiro, considerar sua responsabilidade perante os pobres do globo. Não é uma questão de tudo ou nada, ou você se torna um vegetariano ou não faz nada. Várias pessoas nos Estados Unidos, por exemplo, estão dizendo: “Bem, eu como carne todos os dias…”. Existe uma prática chamada Segunda-Feira Sem Carne. Outros escolhem dois ou três dias por semana em que não comem carne. Penso que seja algo fácil de fazer, uma coisa saudável, e obviamente faz diferença, pelo menos do ponto de vista de reduzir a pecuária industrial e a emissão de gases do efeito estufa.”

Peter Singer, Folha de S.Paulo – 25/08/2013

 

“Ser criança é um fato biológico, mas o modo como ela vive essa etapa da vida, que vai até a adolescência, depende de múltiplos e complexos fatores, entre eles o modo social de pensar a criança. […] Temos deixado a criança cada vez mais tempo na escola. As três ou quatro horas iniciais se transformaram, progressivamente, em cinco, seis, oito, dez e até 12 horas de permanência no espaço escolar! Se considerarmos que ir para a escola é o trabalho da criança, elas têm trabalhado demais, à semelhança de seus pais, os adultos. […] Crianças têm se alimentado como adultos que se alimentam mal. E, como estes, têm enfrentado doenças por causa disso.”

Rosely Sayão, Folha de S.Paulo – 27/08/2013

 

“O médico não quer olhar na cara e muito menos explicar a doença, o político não quer parar de roubar nem trabalhar às sextas-feiras, o jornalista não colhe notícia boa. Está lançado o movimento ‘Alguém para se inspirar’.”

Jairo Marques, Folha de S.Paulo – 28/08/2013

 

“A Alemanha criou o gênero ‘indefinido’ para os pais que não querem ‘impor a identidade sexual’ aos seus filhos na certidão de nascimento.”

Veja – 28/08/2013

 

“Pesquisa do Ministério da Saúde feita em todas as capitais e em Brasília revela que 51% dos brasileiros têm sobrepeso. Em 2006, eram 43%. A obesidade aumentou de 11% para 17% no período. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que hora de se adotar hábitos saudáveis.”

O Estado de S.Paulo – 28/08/2013

 

“Quando o ‘self’ é só uma imagem, inevitavelmente, ele é feito de bugiganga, quinquilharia, objetos de consumo.”

Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo – 29/08/2013

 

“O que faz com que esses jovens tenham perdido o desejo de investir em si mesmos? Sua pobreza de esperanças não nos deve restringir à falta de oportunidade material como causa única, ainda que esta seja muito relevante. Talvez nossa sociedade esteja sendo acometida de um adoecimento ainda mais grave, que se caracteriza pela ausência da capacidade de acreditar “em”, da capacidade de desejar. Claude Le Guen, em seu “Édipo Originário”, diz que é impossível amar a si mesmo sem antes ter amado ao outro. Talvez seja também impossível investir em si mesmo sem antes ter investido no outro. Isso pode ocorrer quando somos privados do investimento do outro, sejam eles cuidadores próximos, pais, avós, professores e amigos, mas também cuidadores distantes, associados às instituições civis ou religiosas. Sem a inscrição de seus ideais identificatórios em nós não há como elaborarmos uma promessa de existência significativa, digna de auto-investimento relevante.”

Marina Silva, Folha de S.Paulo – 30/08/2013

 

“A criatividade deriva da falta de opções ou o descontentamento com as existentes. A criatividade desorganiza o mundo, pois cria novos caminhos, o que provoca uma subversão da estabilidade anterior. Esse é o motivo pelo qual os criativos são às vezes incompreendidos, criticados e até perseguidos. Eles subvertem, portanto incomodam. Mas, se por uma lado a criatividade incomoda, por outro é ela que provoca mudanças.”

Eugenio Mussak, Vida Simples – agosto de 2013

 

34ª semana de 2013

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“Apesar da culpa que as mães costumam sentir por se afastar dos filhos para trabalhar fora, as crianças de hoje recebem muito mais atenção dos pais do que nas décadas de 60 e 70. É o que revela a American Time Use Survey, pesquisa do departamento de estatísticas do trabalho do governo americano. A explicação é que, naquela época, as donas de casa monitoravam menos as crianças para se dedicar aos afazeres domésticos e à vida social.”

VocêS/A – agosto 2013

 

“Segundo Pesquisa TIC KIDS Brasil 2012, ‘Quem aconselha os estudantes sobre segurança na internet?’: 59% parente; 55% professor; 33% televisão, rádio, jornais e revistas; 20% igrejas ou grupos de jovens; 16% bibliotecário ou monitor de lan house. Crianças e adolescentes rejeitam o controle dos adultos quanto ao uso da rede, mas querem orientação. ‘Ao mesmo tempo que não aceitam interferências, eles demandam intermediações sobre o uso seguro’, diz Regina de Assis, consultora em Educação e Mídia.”

Nova Escola – agosto de 2013

 

“Líderes que têm como principal característica o comando e controle, em geral, serão menos eficazes do que os catalizadores de colaboração e inovação. Conduzir a diversidade de opiniões será a chave para gerar mais inovação. De fato, o último estudo da IBM com CEOs em todo o mundo revelou que 71% dos executivos consideram o capital humano como a principal fonte interna de valor econômico sustentável das empresas. Serão os líderes com esse perfil que transformarão isto em realidade.”

Alessandro Bonorino, O Estado de S.Paulo – 18/08/2013

 

“É possível um mundo melhor? Sim e não. Sim, é possível um mundo melhor a começar por melhores remédios, casas, escolas, hospitais, aviões, democracia (ainda acredito nela, apesar de ficar de bode às vezes). Não, não é possível um mundo melhor porque algumas coisas não mudam, como o caráter humano, suas mentiras e vaidades, sua violência, mesmo que travestida de civilidade, nossas inseguranças, nossa miséria física e mental, nossa hipocrisia. Nossas ambivalências sem cura. […] O mundo melhor parece ser aquele no qual as pessoas podem errar, pedir perdão e ser perdoadas. Um mundo melhor não é um mundo sem violência ou ambivalência, mas um mundo onde existe o perdão.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo – 19/08/2013

 

“Continuo cheia. Cheia de tecnologia. Cheia de pessoas que acham que estão inventando a roda. Cheia de empreendedores cujo grande objetivo na vida é ficar rico. Cheia de espertalhões que criam problemas para vender soluções. Farta dos que espalham terror para vender segurança. Estou cada vez mais cheia de fazer cadastros, preencher formulários, alimentar estatísticas. Não suporto marketing invasivo. Não aceito como herança tanto lixo industrial. […] Hoje não quero ser amiga de todo o mundo. Não quero que todo o mundo goste de mim. Não quero ter razão. Não quero ser popular. Não quero ser forçada a gostar de nada nem de ninguém. Hoje não quero conhecer uma nova rede social. Não acho que tudo na vida tenha de se transformar em software ou sistema. Não acredito que tecnologia seja solução para todos os problemas.”

Marion Strecker, Folha de S.Paulo – 19/08/2013

 

“É maravilhoso fazer amigos pela internet. Encontrar antigos conhecidos, colegas de infância. Manter contato com quem não se pode ver sempre. Mas a maldade me assusta. Não tenho uma solução para o problema, mesmo porque sou contra qualquer tipo de restrição. O problema é que as pessoas gostam de maldades. Ler uma notícia fantasiosa sobre alguém famoso, ou mesmo sobre uma pessoa comum, dá uma falsa sensação de intimidade. E, na constelação da internet, o veneno está em expansão.”

Walcyr Carrasco, Época – 19/08/2013

 

“A religião muda as pessoas para o bem e para o mal. Sempre fui fascinado pelo poder que a religião tem de mudar o comportamento das pessoas e da sociedade. Um de meus objetivos em meus livros é analisar o processo da crença: o que leva alguém a acreditar numa religião. No caso da cientologia, não é uma conversão, uma iluminação, como ocorre na maioria das religiões. É uma espécie de lavagem cerebral, uma passagem em que pessoas instruídas, inteligentes e céticas se tornam crentes.”

Lawrence Wright, 66, escritor americano, Época – 19/08/2013

 

“Se a humanidade se comprometesse a consumir a cada ano só os recursos naturais que pudessem ser repostos pelo planeta no mesmo período, em 2013 teríamos de fechar a Terra para balanço hoje, 20 de agosto. Essa é a estimativa da Global Footprint Network, ONG de pesquisa que há dez anos calcula o ‘Dia da Sobrecarga’. Para sustentar o atual padrão médio de consumo da humanidade, a Terra precisaria ter 50% mais recursos. Segundo a ONG WWF-Brasil, que faz o cálculo da pegada ambiental do país, nossa margem de manobra está diminuindo (veja quadro à dir.), e exibe grandes desigualdades regionais. ‘Na cidade de São Paulo, usamos mais de duas vezes e meia a área correspondente a tudo o que consumimos’, diz Maria Cecília Wey de Brito, da WWF. O número é similar ao da China, um dos maiores ‘devedores’ ambientais.”

Rafael Garcia, Folha de S.Paulo – 20/08/2013

 

“A capacidade dos uruguaios em assumir riscos e procurar inventar novas respostas para velhos problemas é louvável. […] Eles optaram por colocar à frente do processo político uma espécie de antilíder [José Mujica], cujo carisma vem exatamente de seu desconforto aberto em relação aos ritos do poder. Alguém que parece a todo momento dizer não se enxergar como um presidente e que se recusa a abandonar sua vida espartana, seu sítio modesto e seus hábitos e roupas comuns. Alguém que tem a liberalidade de deixar o lugar do poder vazio e, por isso, encontra uma força inaudita por meio exatamente da expressão de seu franco desprendimento. Trata-se de uma lição política merecedora de nossa admiração, a saber, a compreensão de que o melhor líder é aquele que sistematicamente recusa-se a se ver como tal.”

Vladimir Safatle, Carta Capital – 21/08/2013

 

“A inveja é uma mistura de idealização, amor e ódio. sonha-se ser o que os outros sonham. […] Nesse mundo, em que a inveja é um regulador social, as aparências são decisivas porque elas comandam a inveja dos outros. Por exemplo, o que conta não é “ser feliz”, mas parecer invejavelmente feliz. Nesse mundo, o ter é mais importante do que o ser apenas porque, à diferença do ser, o ter pode ser mostrado facilmente. É simples mostrar o brilho de roupas e bugiganga aos olhos dos invejosos. Complicado seria lhes mostrar vestígios de vida interior e pedir que nos invejem por isso. O Facebook é o instrumento perfeito para um mundo em que a inveja é um regulador social. Nele, quase todos mentem, mas circula uma verdade de nossa cultura: o valor social de cada um se confunde com a inveja que ele consegue suscitar.”

Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo – 22/08/2013

 

“Se entre dez mandamentos, apenas dez, cobiçar a mulher alheia estava entre eles, com a mesma relevância de “não matarás” e “não furtarás”, porque é um princípio que deve ser seguido à risca. Talvez, um dos pilares da civilização. Deus não queria baderna. Foi sucinto, porque Deus não tinha tempo a perder. E soube como ninguém usar aquilo que criou em primeiro, o verbo.”

Marcelo Rubens Piva, O Estado de S.Paulo – 24/08/2013

 

“O apelo do papa Francisco aos jovens na Jornada carioca – ‘manifestem-se’ – não pode ter resposta universal. Em regimes políticos fechados, manifestar-se não é exatamente uma opção. Além disso, a expectativa das sociedades em torno dos jovens difere muito. Quem conversar com jovens chineses de classe média urbana, por exemplo, vai se dar conta de que o seu espectro de liberdade pessoal é limitado. Eles são alegres, mas frequentemente usam a palavra ‘yali’ (pressão) para qualificar a vida. A sociedade espera que, entre 22 e 28 anos, as pessoas assegurem um emprego estável, casem-se, tenham seu filho único e o deixem sob a responsabilidade dos avós. Esse até pode ser o curso normal da vida em outros lugares. Na China, contudo, a cobrança para segui-lo é determinada. Enquanto a economia crescia a dois dígitos, encontrar trabalho não era problema. Com o crescimento mais baixo, o cenário fica difícil. Em 2011, 17.5 % dos que se formaram ficaram desempregados. O número em 2013 deve ser bem maior. Nesta semana, o premiê Li Keqiang encontrou-se com um grupo de graduandos e lhes sugeriu: criem oportunidades para si mesmos, inovem, abram negócios, tomem riscos. Em outras palavras, sua mensagem foi a seguinte: faremos o possível, mas vocês têm de se mexer.”

Marcos Caramuru de Paiva, Folha de S.Paulo – 24/08/2013

 

“Não vi nada melhorar. Cada vez parece que vai piorando. Muita gente perde a vida. O Brasil não é um país tão atrasado assim, até intelectualmente era para melhorar esse negócio da violência. Saber que a vida do ser humano tem valor.”

Wagner dos Santos, 41, sobrevivente da chacina da Candelária, Folha de S.Paulo – 24/08/2013

33ª semana de 2013

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“No cristianismo, amor não é mero afeto, mas a ação que nos faz existir. Sem ele, a vida esvazia. […] Nossa natureza ‘caída’ não suporta o ‘peso’ do amor. […] Longe do amor, somos todos doentes, umas criaturas da noite que vagam numa escuridão sem fim. No escuro, não é só o outro que desaparece, mas nós também. […] Quando nos distanciamos do amor, nos dissipamos num desejo que nos leva ao nada. […] Quando nos sentimos longe do amor (de Deus), vemos nosso nada, isso deixa nossa alma inquieta, sedenta. […] O drama maior não é não ser amado, mas ser incapaz de amar.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo – 12/08/2013

 

“Criados livres de um aprendizado restrito, compartimentalizado e unidisciplinar, jovens que cresceram com a internet tiveram, pela primeira vez na história, tutores incansáveis, de capacidades infinitas, oscilando entre canais quando necessário. […] Sua forma de pensar é chamada de “mente da Renascença”, em referência a um período em que, depois de séculos isoladas, as pessoas voltaram a compartilhar conhecimento. A visão multimídia não é exclusiva da Renascença. Pitágoras, na Grécia antiga, cresceu na ilha de Samos entre tutores e navios, e sua curiosidade e formação vasta o ajudaram a influenciar áreas tão diversas quanto filosofia, ética, política, matemática, religião e música. No século 18, Goethe teve aulas de diversas línguas ainda na infância. Bom desenhista e leitor ávido, virou poeta, novelista, dramaturgo, cientista, filósofo e diplomata. […] O símbolo do raciocínio da Renascença é, naturalmente, Leonardo da Vinci. Pintor, escultor, arquiteto, músico, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, geólogo, cartógrafo, botânico e escritor, ele imaginou helicópteros, tanques, calculadoras e baterias solares em seus cadernos, sem se preocupar em publicá-los, ou mesmo se os protótipos poderiam ser executados.”

Luli Radfahrer, Folha de S.Paulo – 12/08/2013

 

“Foi só quando pude sentir as dores de meu pai é que aprendi a ser um filho.”

Walcyr Carrasco, Época – 12/08/2013

 

“A função do escritor é enfrentar os poderes constituídos. Isso em todo o mundo. Os grandes autores são aqueles que desafiam os regimes totalitários e desumanos. Todo dia escritores são presos por se expressar criticamente contra os governos em países da África, do Oriente Médio e da Ásia. Tenho o privilégio de trabalhar num país democrático, em que a liberdade de expressão é um ponto inegociável. Mas não deixa de ser também um país em que o poder e os poderes se organizam e se mascaram rapidamente.”

Don DeLillo,76, escritor americano, Época – 12/08/2013

 

“Há um ano, a Igreja Mundial do Reino de Deus usava 320 retransmissoras de TV para propagar as palavras do apóstolo Valdemiro Santiago. Desde então, encerrou contratos com metade delas. Saiu do ar em capitais como Belém e Fortaleza.”

Época – 12/08/2013

 

“A presença feminina no conselho de empresas brasileiras ainda é pequena. Apenas 13% dessas cadeiras são ocupadas por mulheres. As que chegaram lá costumam figurar nos seguintes postos: 32% diretora de Recursos Humanos; 27% diretora de Finanças (CFO); 27% diretora de Vendas (segundo International Business Report 2013).”

VocêS/A – agosto 2013

 

“A certeza, essa deusa em cujo altar depositamos flores (e grana), é tão difícil quanto a Verdade.”

Roberto DaMatta, O Estado de S.Paulo – 14/08/2013

 

“Teremos, todos, de mudar nossos hábitos e visões. E trabalhar com otimismo em novas direções urbanas.”

Washington Novaes, O Estado de S.Paulo – 17/08/2013

 

“A religião tornou-se a única forma ideológica em Israel. Não há mais a ideologia do sionismo, do kibutz. Os religiosos é que vivem como judeus, gostemos ou não, Quem é judeu hoje? Quem reza três vezes por dia. Assim era há 2 mil anos. Assim é hoje.”

Aharon Appelfeld, 82, escritor, O Estado de S.Paulo – 17/08/2013

 

“A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) alerta que existem 28,5 milhões de crianças fora das salas de aula em áreas de conflito. Elas sofrem não só com escolas fechadas ou falta de professores, mas também com ataques às instituições, estupro e outras formas de violência sexual (44% África Subsaariana; 14% Países Árabes; 19% Sul e oeste da Ásia/ 23% Outra regiões).

Nova Escola – agosto de 2013

 

“Acredito que esse é o grande segredo para chegar aos 40 anos melhor do que aos 20: ter a consciência de que fizemos o possível para vencer os percalços da vida com honestidade, sem passar por cima de ninguém e sem tentar levar vantagem. Todas as vezes em que agi sem pensar, por pressa ou ansiedade, a vida cobrou um preço muito caro depois. […] Eu me preocupei em construir um caminho em que o dinheiro não fosse o mais importante (há anos não faço comerciais. Não quero contribuir para o excesso de consumo). Não queria um padrão de vida luxuoso. Queria, sim, usar minha criatividade ao máximo. Para mim, a realização plena é dar conta do essencial, das coisas simples da vida.”

Letícia Sabetella, 42, atriz, Claudia – agosto de 2013

32ª semana de 2013

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“Apesar de lamentar terrivelmente não ter qualquer esperança no além, acredito que o ateísmo – quando amparado por boa poesia, pelo menos – é uma concepção mais elegante, mais profunda e que encerra mais respeito à vida do que a fé em Deus. Que eu exista, que você exista, que haja árvores que dão frutos e frutos que dão sementes, que esses frutos sejam doces justamente para que eu e você os comamos e espalhemos as sementes… Não é infinitamente mais belo se nada disso fizer parte de roteiro algum? Veja o universo, que coisa fantástica. Pra que serve? Pra nada: eis o grande milagre.”

Antonio Prata, Folha de S.Paulo – 04/08/2013

 

“Na propalada sociedade do conhecimento, o conhecimento se renova rapidamente. Assim, a capacidade de aprender permanentemente passou a ser condição para o exercício da cidadania e das profissões. É crucial, portanto, que o sistema educacional de um país desenvolva em todos essa capacidade.”

Marisa Eboli, O Estado de S.Paulo – 04/08/2013

 

“Mais da metade dos brasileiros de 18 a 24 anos não tem o ensino médio. Vale repetir: estamos no ano 2013, e quase 60% de nossos 22,5 milhões de jovens adultos, no auge de sua capacidade, só terminaram o ensino fundamental. Isso significa que 13,2 milhões de jovens (um número bem superior à população inteira da Bélgica) têm apenas noções básicas de português, matemática, história, geografia e ciência, além de uma imensa dificuldade para entender o mundo e se integrar ao mercado de trabalho.”

Ruth de Aquino, Época – 05/08/2013

 

“Nos Estados Unidos, o crescimento dos livros digitais começa a desacelerar. O faturamento dos e-books cresceu 41% em 2012. Nos anos anteriores, o número fora superior a 100%. Analistas preveem que a participação dos livros digitais se estabilize em 30% do mercado. Uma pesquisa revela que 97% dos compradores de e-books continuam a ler livros de papel. O apocalipse digital, antes visto como uma questão de tempo, deverá ficar apenas na imaginação a coexistir.”

Época – 05/08/2013

 

“Se o mundo é uma elegante explicação matemática ou, como acreditam oito em cada dez americanos, efeito da vontade divina, são questões que inevitavelmente rimam com outra: por que existo?”

Jim Holt, Veja – 07/08/2013

 

“Aos que se julgam com o monopólio da representação e que só deixam os gabinetes para reproduzi-la com propaganda enganosa de tempos em tempos vale o recado de Francisco para a igreja: ‘Saiam à rua a armar confusão. Abandonem a mundanidade, a comodidade e o clericalismo. Deixemos de estar encerrados em nós mesmos!’.”

Chico Alencar, Folha de S.Paulo – 09/08/2013

 

“Contra um mal que pervaga todos os estratos da sociedade precisamos de remédios potentes, ou melhor, de vacinas. Quando não há vacinas, como contra o mal da corrupção, que tem impacto direto no desenvolvimento socioeconômico dos países, o caminho da prevenção reside em simplicidade, transparência, esclarecimento e punição, além de instituições fortes em ambiente democrático, poderemos quebrar as engrenagens de funcionamento da corrupção e criar a sociedade que almejamos. O combate à corrupção deve ser um dos sustentáculos na construção dos valores que podem conduzir o Brasil ao lugar de merecido destaque no panorama mundial.”

Roberto Abdenur, O Estado de S.Paulo – 09/08/2013

 

“No egoísmo e no individualismo, que permeiam e regulam, com frequência, as relações sociais, cada um, cada grupo ou país é levado a reivindicar e afirmar seus próprios direitos, sem ter em conta a sua contribuição para o bem comum. Na atitude solidária há sempre a preocupação com o bem comum. A solidariedade é um dos princípios éticos basilares da concepção cristã de organização social, política e econômica. Não se trata de vaga compaixão, distante e descomprometida, diante dos males de outras pessoas próximas ou distantes; ao contrário, é o empenho firme e perseverante pelo bem de todos e de cada um; uma vez que todos dependem uns dos outros, todos também são responsáveis uns pelos outros. […] Negar o princípio da solidariedade levaria também a negar uma das principais forças propulsoras da civilização, para adotar novamente a lei da selva, onde os mais fortes sobrevivem e os mais fracos são abandonados à própria sorte. Os mecanismos perversos que destroem o convívio social só podem ser vencidos mediante a prática da verdadeira solidariedade.”

Dom Odilo Scherer, O Estado de S.Paulo – 10/08/2013

 

“O silêncio é o meu hábitat mental natural. Não me sinto um excêntrico. No mundo cada vez mais barulhento, cacofônico e compulsivamente loquaz em que vivemos, a preferência pelo resguardo acústico não caracteriza uma anomalia, justo o contrário, é anseio de muita gente. Nunca se falou tanto no mundo. Somos a civilização dos falastrões, da tagarelice dos celulares, da conversa fiada online, do Twitter, do Facebook. Só nos Estados Unidos registrou-se um aumento de quase 7 trilhões de palavras faladas depois da invenção da internet. ‘Nunca se falou tanto, nunca se pensou tão pouco’, observa Adauto Novaes.”

Sérgio Augusto, O Estado de S.Paulo – 10/08/2013

 

“O número de jovens levados ao pronto-socorro após usarem estimulantes como a Ritalina, droga usada no tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, tem crescido, segundo pesquisa feita nos EUA. As visitas emergenciais a hospitais ligadas ao uso desses remédios entre jovens de 18 a 34 anos cresceu de 5.600 em 2005 para 23 mil em 2011, segundo os dados do Departamento de Saúde do governo americano. O aumento foi mais notável na faixa dos 18 aos 25 anos. Metade das pessoas que fizeram mau uso dos remédios havia obtido as drogas por meio de um amigo ou parente em vez de por indicação de um médico.”

New York Times/Folha de S.Paulo – 10/08/2013

30ª semana de 2013

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“O que Martin Luther King fez foi tornar a consciência universal e a hipocrisia visível, e insuportável.”

Verissimo, O Estado de S.Paulo – 25/07/2013

 

“Firme no protagonismo da Igreja na sociedade atual, o pontífice disse que ‘frequentemente uma sensação de solidão e de vazio entra no coração de muitos e conduz à busca de compensações, destes ídolos passageiros’. Francisco conclamou os fiéis a serem ‘luzeiros da esperança’ e focou sua mensagem nas novas gerações: ‘Os jovens não precisam apenas de coisas, precisam, sobretudo, que lhes sejam propostos aqueles valores imateriais que são o coração espiritual de um povo, a memória de um povo’.”

Ocimara Balmant, O Estado de S.Paulo – 25/07/2013

 

“O papa Francisco parece ter dado um choque de energia da Igreja. Isso porque foi explícito ao trazer de volta à tradição cristã um tema fundamental do Evangelho: o da pobreza. O Evangelho nasce exatamente desse ponto. Existe uma proximidade com os pobres, com os sofredores. Francisco traz à tona um debate sufocado pela economia, pela tecnologia e também pela cultura. Ao afirmar que existe ‘outra coisa’ mais importante, o papa tornou-se radical. Ele tem essa força de dizer ‘não’ àquilo a fazer parte do poder dominante. E faz esse discurso com simplicidade e com base na lógica do Evangelho. Francisco usa a simplificação como um desafio cultural para transmitir uma linguagem mais radical.”

Gaetano Lettieri, Carta Capital – 24/07/2013

 

“A juventude é a janela pela qual o futuro entre no mundo e, por isso, nos impõe grandes desafios. A nossa geração se mostrará à altura da promessa contida em cada jovem quando souber abrir-lhes espaço.”

Leonardo Boff , Valor – 26/07/2013

 

“O papa fala muito mais por seus gestos do que pelos testemunhos formais. Ele insiste muito na credibilidade entre o discurso e o que você faz, no ato de dar exemplo.”

José Oscar Beozzo, teólogo e doutor em história social, Valor – 26/07/2013

 

“Se há algo que ficou claro com os protestos de junho e seus mais modestos sucedâneos de julho é o despreparo, para não dizer leviandade, de nossos governantes. É verdade que eles foram apanhados de surpresa e corretamente detectaram a necessidade de dar respostas. Admite-se ainda que sejam apenas humanos e não tenham muita ideia do que deve ser feito. O problema é que, em vez de reconhecer que não contam com soluções definitivas e de tentar buscá-las em diálogo com a sociedade (tanto a produção de conhecimento como a construção de instituições sólidas são necessariamente esforços coletivos), nossos dirigentes se põem e baixar medidas provisórias e decretos, que produzem efeitos legais imediatos, como se possuíssem todas as respostas sem margem a dúvidas; […] Legislar é tarefa séria demais para ficar a cargo de uma pessoa ou grupo restrito.”

Hélio Schwartsman, Folha de S.Paulo – 27/07/2013

 

“O Datafolha comparou os católicos que foram a Copacabana com os evangélicos que participaram da Marcha para Jesus, realizada em São Paulo em junho. A única coincidência é a idade média dos participantes, de 31 anos. De resto, há um fosso entre os fiéis. Os evangélicos dizem ir mais a cultos do que os católicos. Enquanto 50% dos católicos afirmam que vão à igreja mais de uma vez por semana, esse índice atinge 75% entre os evangélicos. Os evangélicos também dizem doar mais à igreja do que os católicos: R$ 220 de média mensal ante R$ 86,08. Os católicos são mais escolarizados do que os evangélicos e por isso tendem a ter mais renda. Entre os peregrinos de Copacabana, 59% têm curso superior, quase o dobro do que os evangélicos (34%). A maioria dos evangélicos (56%) cursou o ensino médio. Os índices de escolaridade nos dois eventos são diferentes dos encontrados na população adulta brasileira. De acordo com o Datafolha, só 17% no país têm curso superior e 42%, ensino médio.”

Mario Cesar Carvalho, Folha de S.Paulo – 27/07/2013

 

“Um Estado laico tem direito de submeter a sociedade inteira a uma minoria de fanáticos decididos a impor suas idiossincrasias e intolerâncias em nome de Deus? Em que documento está registrada a palavra do Criador que os nomeia detentores exclusivos da verdade? Quanto sofrimento humano será necessário para aplacar-lhes a insensibilidade social e a sanha punitiva?”

Drauzio Varella, Folha de S.Paulo – 27/07/2013

 

“Os jovens veem que seus pais não estão em condições de orientá-los na carreira – muitas vezes, por desatualização profissional – e esperam dos chefes a capacidade de orientá-los. Só que esses líderes em geral não tiveram preparação para a gestão de pessoas.”

Danilca Galdini, HSM Management – julho de 2013

 

“Prejuízos na estimulação do desenvolvimento nos primeiros cinco anos de vida, por serem de caráter irremediável, promovem empobrecimento nas aprendizagens futuras, e podem comprometer o desenvolvimento pleno da pessoa, do cidadão, do trabalhador.”

Maria Irene Maluf, Psique&vida – julho de 2013

 

“Podemos nos perguntar que espaço existe para o lírico num mundo cruelmente desigual e devastado. Mas a dificuldade que expresso nos meus poemas tem a ver com a própria escrita do poema. […] Não compartilho com a ideia de que a poesia refletir necessariamente a experiência cotidiana, o que está acontecendo neste momento, e que se não fizer isso será mera abstração amorosa ou lírica, e por aí afora. Eu acho que o lírico pode ser um lugar de resistência no mundo em que vivemos.”

Ana Luísa Amaral, Cult – julho de 2013

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