Posts tagged maturidade

33ª semana de 2013

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“No cristianismo, amor não é mero afeto, mas a ação que nos faz existir. Sem ele, a vida esvazia. […] Nossa natureza ‘caída’ não suporta o ‘peso’ do amor. […] Longe do amor, somos todos doentes, umas criaturas da noite que vagam numa escuridão sem fim. No escuro, não é só o outro que desaparece, mas nós também. […] Quando nos distanciamos do amor, nos dissipamos num desejo que nos leva ao nada. […] Quando nos sentimos longe do amor (de Deus), vemos nosso nada, isso deixa nossa alma inquieta, sedenta. […] O drama maior não é não ser amado, mas ser incapaz de amar.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo – 12/08/2013

 

“Criados livres de um aprendizado restrito, compartimentalizado e unidisciplinar, jovens que cresceram com a internet tiveram, pela primeira vez na história, tutores incansáveis, de capacidades infinitas, oscilando entre canais quando necessário. […] Sua forma de pensar é chamada de “mente da Renascença”, em referência a um período em que, depois de séculos isoladas, as pessoas voltaram a compartilhar conhecimento. A visão multimídia não é exclusiva da Renascença. Pitágoras, na Grécia antiga, cresceu na ilha de Samos entre tutores e navios, e sua curiosidade e formação vasta o ajudaram a influenciar áreas tão diversas quanto filosofia, ética, política, matemática, religião e música. No século 18, Goethe teve aulas de diversas línguas ainda na infância. Bom desenhista e leitor ávido, virou poeta, novelista, dramaturgo, cientista, filósofo e diplomata. […] O símbolo do raciocínio da Renascença é, naturalmente, Leonardo da Vinci. Pintor, escultor, arquiteto, músico, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, geólogo, cartógrafo, botânico e escritor, ele imaginou helicópteros, tanques, calculadoras e baterias solares em seus cadernos, sem se preocupar em publicá-los, ou mesmo se os protótipos poderiam ser executados.”

Luli Radfahrer, Folha de S.Paulo – 12/08/2013

 

“Foi só quando pude sentir as dores de meu pai é que aprendi a ser um filho.”

Walcyr Carrasco, Época – 12/08/2013

 

“A função do escritor é enfrentar os poderes constituídos. Isso em todo o mundo. Os grandes autores são aqueles que desafiam os regimes totalitários e desumanos. Todo dia escritores são presos por se expressar criticamente contra os governos em países da África, do Oriente Médio e da Ásia. Tenho o privilégio de trabalhar num país democrático, em que a liberdade de expressão é um ponto inegociável. Mas não deixa de ser também um país em que o poder e os poderes se organizam e se mascaram rapidamente.”

Don DeLillo,76, escritor americano, Época – 12/08/2013

 

“Há um ano, a Igreja Mundial do Reino de Deus usava 320 retransmissoras de TV para propagar as palavras do apóstolo Valdemiro Santiago. Desde então, encerrou contratos com metade delas. Saiu do ar em capitais como Belém e Fortaleza.”

Época – 12/08/2013

 

“A presença feminina no conselho de empresas brasileiras ainda é pequena. Apenas 13% dessas cadeiras são ocupadas por mulheres. As que chegaram lá costumam figurar nos seguintes postos: 32% diretora de Recursos Humanos; 27% diretora de Finanças (CFO); 27% diretora de Vendas (segundo International Business Report 2013).”

VocêS/A – agosto 2013

 

“A certeza, essa deusa em cujo altar depositamos flores (e grana), é tão difícil quanto a Verdade.”

Roberto DaMatta, O Estado de S.Paulo – 14/08/2013

 

“Teremos, todos, de mudar nossos hábitos e visões. E trabalhar com otimismo em novas direções urbanas.”

Washington Novaes, O Estado de S.Paulo – 17/08/2013

 

“A religião tornou-se a única forma ideológica em Israel. Não há mais a ideologia do sionismo, do kibutz. Os religiosos é que vivem como judeus, gostemos ou não, Quem é judeu hoje? Quem reza três vezes por dia. Assim era há 2 mil anos. Assim é hoje.”

Aharon Appelfeld, 82, escritor, O Estado de S.Paulo – 17/08/2013

 

“A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) alerta que existem 28,5 milhões de crianças fora das salas de aula em áreas de conflito. Elas sofrem não só com escolas fechadas ou falta de professores, mas também com ataques às instituições, estupro e outras formas de violência sexual (44% África Subsaariana; 14% Países Árabes; 19% Sul e oeste da Ásia/ 23% Outra regiões).

Nova Escola – agosto de 2013

 

“Acredito que esse é o grande segredo para chegar aos 40 anos melhor do que aos 20: ter a consciência de que fizemos o possível para vencer os percalços da vida com honestidade, sem passar por cima de ninguém e sem tentar levar vantagem. Todas as vezes em que agi sem pensar, por pressa ou ansiedade, a vida cobrou um preço muito caro depois. […] Eu me preocupei em construir um caminho em que o dinheiro não fosse o mais importante (há anos não faço comerciais. Não quero contribuir para o excesso de consumo). Não queria um padrão de vida luxuoso. Queria, sim, usar minha criatividade ao máximo. Para mim, a realização plena é dar conta do essencial, das coisas simples da vida.”

Letícia Sabetella, 42, atriz, Claudia – agosto de 2013

Quais são suas perguntas nessa estação?

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Quanto mais imaturos emocionalmente, mais a ansiedade tende a ganhar espaços. Logo, imaturidade é uma fase (ao menos, espera-se que seja só uma fase), onde se tem muitas perguntas e pouca paciência para respostas longas e complexas. Assim, o desejo pelas respostas prontas não costuma ser um bom indício para a maturidade emocional.
Um sinal interessante de transição rumo à maturidade é perceber que mais do que respostas, é importante atentar para quais perguntas estamos fazendo. Privilegiar determinadas perguntas pode ser mais sábio, mais estratégico, enfim, mais saudável para a vida.
E o tempo de cessar as perguntas, quando chega? Tendo a pensar que chega quando a vida acaba. Contudo, o que tenho visto na vida de gente madura que me inspira é que as perguntas diminuem em quantidade, mas, crescem em profundidade. Vão rareando, mas trazem raízes de uma vida. Descortinam dilemas assustadores, porém, amansados pelo tempo. Um apaziguamento de quem não precisou se agarrar às culpas para amenizar questões ainda mais comprometedoras.
Não é mais mera curiosidade ingênua, nem gula da alma, pois essa já entrou na dieta existencial. É querer menos, entretanto, saborear mais. É a dinâmica de quem não mais cai nas ciladas fáceis de ilusões baratas, na ânsia do comércio de bajulações, bijuterias de conhecimento, nas cifras do suposto saber, no consumismo da prateleira das ideias em promoção.
A maturidade é acompanhada da sabedoria em como usar o tempo cada vez mais precioso. Deixou de ser banal, não mais um bem descartável, nada de desperdícios.
O aproveitamento do tempo pode se manifestar com singeleza. Nada extraordinário aos olhos, provavelmente, da maioria, mas de uma riqueza singular para quem foi enriquecido com a maturidade. Pode ser uma simples e descontraída conversa, porém, o olhar que se dá não se encontra em qualquer lugar. É um colo oferecido que ganha dimensões de eternidade. Gestos delicados que comunicam mais do que longos diálogos. Onde o silêncio já não mais incomoda, antes, torna-se espaço de contemplação e acolhimento. E as pausas fazem parte da harmonia melódica da vida.
Há uma fase da vida onde tudo o que se quer é crescer, há outra onde o que se deseja é amadurecer. Nela o menos é mais. Aí o burburinho vai sumindo e o som denso do surdo (tambor) vai ditando novo ritmo. Há suavidade, apesar da firmeza. Há nitidez – ruídos desfalecem. Aí uma só voz é ouvida e os antigos gemidos cessam.
Ah! Com eu quero chegar lá!

04ª semana de 2012

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“Essa desconfiança do conhecimento científico é muito estranha, dada a nossa dependência dele no século 21. (De onde vêm os antibióticos e iPhones?) O problema parece estar ligado ao Deus-dos-Vãos, a noção de que quanto mais aprendemos sobre o mundo, menos Deus é necessário. Os que interpretam a Bíblia literalmente veem nisso uma perda de rumo. Uma teologia que insiste em contrapor a fé ao conhecimento científico só leva a um maior obscurantismo. Mesmo que não acredite em Deus, imagino que existam outras formas de encontrar Deus ou outros caminhos em busca de uma espiritualidade maior na vida.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 22/01/2012

“Neymar parece não saber a diferença entre o público e o privado nem que a sociedade do espetáculo tem pressa em promover, consumir, trocar e descartar seus ídolos. Neymar, abra o olho!”
Tostão – Folha de S.Paulo, 22/01/2012

“Tudo é política. Até a negação da política é um ato político. Não dá para dissociar. A política faz parte da nossa vida. Participando ou não, estamos sujeitos a essa atividade. Interessados ou não, não há como escapar da política.”
Euclydes Marinho – O Estado de S. Paulo, 23/01/2012

“A cada instante nossas decisões são influenciadas, guiadas talvez, por essas interações entre ‘natureza e ambiente’, acumuladas em todas as nossas experiências anteriores. […] Emoções são a maneira de o cérebro manifestar no corpo sua resposta mais sincera ao que a vida nos oferece e assim tornar palpável para si mesmo -para nós, portanto- nossos sentimentos sobre algo ou alguém. Concordo que quem nos desperta paixões, ira ou prazer não é algo que possamos influenciar: apenas nos cabe reconhecer. Mas é aqui justamente que podemos mudar a história: a partir do momento em que tomamos ciência de nossos sentimentos. […] Não escolhemos por quem nos apaixonamos – mas temos, sim, o poder de decidir o que fazer a respeito…”
Suzana Herculano-Houzel – Folha de S.Paulo, 24/01/2012

“O número de norte-americanos que possuem tablet ou leitor digital praticamente dobrou entre o fim do ano passado e o início de janeiro, de acordo com levantamento realizado consultoria Pew Internet. Em dezembro, 10% dos 2.986 entrevistados com mais de 16 anos tinham um dos dois aparelhos, número que saltou a 19% neste mês, em uma base de 2.000 pessoas. A Amazon e a livraria Barnes e Noble introduziram, cada uma, novos tablets e versões mais baratas do seus aparelhos Kindle e Nook, antes das férias. O iPad, da Apple, entretanto, continua como o aparelho mais popular. De acordo com a consultoria IDG, 60 milhões de pessoas tinham o iPad no ano passado, ante 17 milhões em 2010.”
Folha de S.Paulo, 24/01/2012

“Na medida em que a liberdade do homem deixa de ser levada em consideração e se dá mais peso às determinações do meio ambiente ou da genética, o que existe de único em cada indivíduo perde valor.”
Marcelo Coelho – Folha de S.Paulo, 25/01/2012

“Pastores da Igreja Universal do Reino de Deus inovam. Pela TV, em Brasília, prometem bom desempenho em concursos públicos. O fiel só precisa levar caneta ou comprovante de inscrição ao templo para ser ungido. O discurso? ‘Se Deus te iluminar, te der a direção, nada dá errado’.”
Sonia Racy – O Estado de S. Paulo, 27/01/2012

“Será preciso esforço, ideias e tempo para que amadureçam soluções democráticas consistentes para os problemas que estão a emergir da revolução atual, que está revirando os fundamentos do viver coletivo, e desta crise orgânica que está fazendo com que o capitalismo aprofunde suas imperfeições, desorganize os sistemas de produção e distribuição, as formas de vida, as identidades e os modelos políticos, complicando e problematizando as capacidades coletivas de reação e emancipação.”
Marco Aurélio Nogueira – O Estado de S. Paulo, 28/01/2012

“Eu me preparei para a velhice. Eu venho ficando velho há muito tempo, me preparo para a velhice, me preparo para a morte, coisas que não interessam a muita gente. […] Entro com tranquilidade em cada novo portal da vida, sendo que a morte é o ultimo deles. Você entra em um, em dois, três, quatro, cinco… A morte é o último e faz parte da vida.”
Gilberto Gil – O Estado de S. Paulo, 28/01/2012

“Criamos ficções porque, por meio delas, saímos do cárcere real e vivemos as mil vidas que de outra forma não poderíamos viver. Ademais, porque no ir r vir da ficção vemos as imperfeições do mundo real e se afina nossa consciência crítica, a ferramenta que impede que as sociedades se paralisem na resignação e na apatia. Aspirar ao impossível, como fazem Victor Hugo e, em maior ou menor grau, todos os grandes criadores de ficção, é um antídoto contra o conformismo e a indolência. Esta é a razão de ser do romance, está é a razão pela qual há escritores que põem todo seu empenho em se deixar tentar pelo impossível.”
Carlos Granés – O Estado de S. Paulo, 28/01/2012

“Seja qual for a história, nós todos podemos nos reconhecer nela, porque a escuta humaniza. Quando escutado, o drama do outro pode se tornar meu. Além de curar, a escuta aproxima. Permite encontrar a semelhança no seio da diferença e superar a intolerância. É um recurso que depende da capacidade de incluir o outro em nosso espaço vital. […] a resposta é sempre decorrente da particularidade de cada um. É normal as pessoas da particularidade de cada um. É normal as pessoas procurarem as regras gerais porque querem garantias. […] A pessoa tem de se debruçar na própria história e decifrar esse inconsciente. Nem sempre ela consegue, mas é preciso tentar. Somos responsáveis quando não nos valemos dos recursos da análise para descobrir por que agimos de uma determinada maneira. São três as paixões humanas: o amor, o ódio e a ignorância, esta é a mais nefasta de todas. […] Quem ama não se vale do outro, quem ama quer contentar o amado.”
Betty Milan, psicanalista, Revista Lola – janeiro de 2012

“Você não pode fazer o que é certo para sua empresa em detrimento do que é certo para a sociedade. Tempos difíceis não são exclusividade das empresas: elas atingem a todos. Por isso mesmo esta é a hora de investir em projetos criativos de filantropia junto às comunidades. É dever do líder enxergar a sua corporação como fonte de mudança positiva.”
Howard Schultz, Revista Época Negócios – janeiro de 2012

“Quando você é jovem, está sempre tentando desesperadamente deixar a sua marca. […] Eu não preciso mais provar que sei. Essa é a beleza de envelhecer. Você não precisa provar nada a ninguém. Só precisa dar as caras, fazer o seu trabalho e gostar do tempo que você gasta tentando conseguir as coisas que quer.”
George Clooney, 50, ator – Revista Alfa – janeiro de 2012

“Não fui atrás de um sonho, sonho é coisa de criança. Fui atrás de uma convicção. E acho que vai dar certo.”
Falcão – Revista Alfa – janeiro de 2012

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