27ª semana de 2011
0“Não acredito que o suicídio seja necessariamente um ato de agressão contra alguém, contra muitos ou contra todos, segundo dizem os que acham que entendem tudo sobre a natureza humana. Eles apenas acham, já que nunca ninguém soube nem jamais saberá o que se passa na cabeça de alguém que decide se matar; e mesmo os que tomam essa decisão, deixando uma ou muitas cartas, talvez não saibam exatamente em que momento ela foi tomada, e por que a vida ficou tão impossível de continuar sendo vivida; só sabem que ficou.”
Danuza Leão – Folha de S.Paulo, 03/07/2011
“Os vi passarem da maconha à cocaína e endoidarem. Está certo ou errado? Foi escolha deles e cada um, como se sabe, tem o direito de dar à vida o rumo que quiser, no que, tenho certeza, os ministros do Supremo concordarão comigo. Só espero que os traficantes não se valham disso para cobrir a cidade com grandes outdoors, afirmando que “cheirar é um direito de todo cidadão”. Ou seja, se você acha que cheirar faz mal, não cheire, mas não queira impedir o outro de fazê-lo. Cada um é dono de seu nariz. Como tenho a mania de meter o nariz onde não devo, ponho em questão também essa tese. Sem dúvida, cada um faz o que quer com seu nariz, desde que, com isso, não crie problemas para o nariz alheio. Pois a verdade é que, se o garoto adere às drogas e não tem grana para comprá-las, mete a mão na bolsa da mamãe. Drogado, pode sair doidão com o carro do papai e atropelar alguém. Por essas e outras é que não participo da Marcha da Maconha, mas, se promoverem marchas pela melhora do atendimento psiquiátrico, contem comigo.”
Ferreira Gullar – Folha de S.Paulo, 03/07/2011
“Nós, brasileiros, participamos de uma longa série de pequenos subornos e atos que não achamos bonitos, mas consideramos um mal necessário, ou uma convenção cultural. Depois, apontamos os dedos para os eleitos pelo voto.”
Ricardo Semler – Folha de S.Paulo, 04/07/2011
“Metade do ano já passou, o que nos convida a fazer reflexões sobre o que já fizemos e o que estamos por fazer. Em uma breve enquete que fiz entre meus seguidores na rede social Twitter, 90% afirmam que estão longe de cumprir ao menos metade de suas promessas de Ano Novo. Tirei da conta os que se disseram tranquilos pelo fato de não terem feito nenhuma promessa. Perdemos o interesse por nossos sonhos? Ou será que nossa capacidade de criar está ruindo com a intensa erosão provocada por fatores externos, como a tributação excessiva, a inflação e as frequentes mudanças de regras?”
Ricardo Cerbasi – Folha de S.Paulo, 04/07/2011
“O cérebro de meia-idade pode ganhar habilidades surpreendentes conforme envelhecemos, mais isso não acontece com todos. Os cientistas perceberam que só os adultos que sempre tiveram hábitos saudáveis e vida intelectual ativa apresentaram a superativação.”
Marcela Buscato – Época, 04/07/2011
“Já se vive tanta mentira no cinema que evito coisas espetaculares como a câmera aos pulos.”
Manoel de Oliveira, 102, cineasta português – Época, 04/07/2011
“Há 60 anos morria o maior músico do século 20. Porém ele continua um desconhecido mesmo entre o público letrado das sociedades ocidentais. Seu nome não é estranho, mas suas músicas continuam simplesmente ignoradas. Pensar atualmente sobre ele é, por isso, uma boa maneira de nos perguntarmos sobre o destino, em nossas sociedades, da própria noção de ‘experiência estética’.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 05/07/2011
“O mundo muda e a gente muda também com o mundo, senão fica estagnado. Nós somos máquinas de mudança, sempre vendo coisas que fazem transformar. Você ficar igual o resto da vida é horrível. O barato é você mudar, se gostar. Tem coisas de que eu não gostava na década de 70 e hoje gosto. Tem coisas de que eu gostava e hoje detesto. É assim: a vida é uma eterna transformação. Esse é o barato da vida, de viver. E isso é fundamental, pra vida e pra arte. Quando o trabalho de um artista é verdadeiro, ele fica pra sempre. E isso vai se revelando através de sua alma, de seu caráter, do seu eito. O trabalho de um artista é um espelho da alma dele.”
Gal Costa, 65, cantora – Revista Rolling Stone Brasil – julho de 2011
“A Constituição fala que a saúde é universal, mas não dizem em nenhum lugar que ela é equitativa. A equidade não foi assumida como valor principal desse processo.”
Edmar Bacha, economista – Valor – 05/07/2011
“Jean Paul Sartre escreveu: ‘não importa o que a vida fez de você, o que importa é o que você faz com o que a vida fez de você’. Em outras palavras, para usar uma ideia meio fora de moda, temos livre arbítrio para construir a nossa vida, não somos apenas produto da sociedade, da família, dos hormônios etc.”
Mirian Goldenberg – Folha de S.Paulo, 05/07/2011
“Queremos (ou achamos que é preciso) saber de tudo, revelar tudo, abrir a roupa, tirar a roupa, escancarar a casa, o quarto, filmar a cama, relatar o dia a dia minuto a minuto, para um ou milhares de desconhecidos ou amigos virtuais. […] Discrição não está com nada, recato é coisa fora de moda, os tímidos precisam ser fortes e resistentes na sua timidez abençoada. Estamos ávidos de exposição, nossa e alheia.”
Lya Luft – Revista Veja, 06/07/2011
“Todos nós, em média, dedicamos mais energia à tentativa de silenciar nossos sonhos do que à tentativa de realizá-los.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 07/07/2011
26ª semana de 2011
0“O Brasil vai ser o que as mulheres negras quiserem que ele seja. Nesse momento, as mulheres negras ainda estão trabalhando 10 horas por dia, estão limpando casa, com raríssimas exceções estão em cargos de poder. Além de tudo, o Brasil é um país majoritariamente do sexo feminino e de cor preta. Enquanto essa grande maioria do sexo feminino e de cor escura estiver ainda tendo que cuidar 100% do seu dia de filho, de marido, a situação vai continuar muito complicada. […] A maioria dos negros brasileiros não é do candomblé nem da umbanda, nem católicos, a maioria dos negros brasileiros é evangélica.”
Jefferson De, cineasta paulista – Revista Caros Amigos, junho de 2011
“Quando há épocas, como a nossa, durante as quais o número de mortes voluntárias aumenta, razões culturais estão em jogo. Razões estas que apontam para o diagnóstico que vivemos numa cultura de alguma forma doente.”
Yves de La Taille, professor do Instituto de Psicologia da USP – Revista Psique, junho de 2011
“A cultura interfere muito em como cada um funciona e as patologias se modificam de acordo com as mudanças culturais. Na época de Freud, quando havia muito romantismo e pouco sexo, uma das grandes patologias era a histeria. Depois, mudou para muito sexo e pouco romantismo, e hoje uma das grandes patologias é a depressão.”
Cristina Greco, psicóloga – Revista Psique, junho de 2011
“Quem vai tomar a decisão deve perguntar: que alternativas foram consideradas? Em que estágio foram descartadas? Houve uma busca consciente de informações que refutariam a hipótese central ou apenas de evidências que confirmavam o que está descrito na recomendação final?”
Daniel Kahneman, Dan Lovallo e Olivier Sibony – Harvard Business Review, junho de 2011
“Bom empreendedor é aquele que sabe fracassar, fazendo dessa experiência uma motivação e um aprendizado.”
Gilberto Dimenstein- Folha de S.Paulo, 26/06/2011
“Apesar da importância estratégica de que a economia verde ocupe o centro da inovação, isso não afasta o desafio de repensar os padrões de consumo, os estilos de vida e o próprio lugar do crescimento econômico, como objetivo autônomo, nas sociedades contemporâneas. Inovação e limite são as duas palavras-chave da economia verde.”
Ricardo Abramovay, prof. titular do Depto. De Economia da FEA e do Instituto de Relações Internacionais da USP – Folha de S.Paulo, 27/06/2011
“Crianças de baixa renda só vão ter uma performance de alto nível se suas necessidades não forem ignoradas. Sozinhas, as escolas não reduzirão a pobreza ou produzirão igualdade.”
Diane Ravitch, historiadora norte-americana – Folha de S.Paulo, 27/06/2011
“É no período de férias que melhor podemos perceber o quanto, no mundo contemporâneo, os pais se transformaram em tecnocratas na relação com os filhos.
Eles cumprem religiosamente todas as suas funções “oficiais”: levam, trazem, cuidam, supervisionam e acompanham os afazeres da criança, principalmente os escolares.
Também batalham incansavelmente para proporcionar à prole do bom e do melhor. Mas, no final das contas, não sabem ao certo de que maneira se relacionar intimamente com os filhos.”
Rosely Sayão, psicóloga – Folha de S.Paulo, 28/06/2011
“Marcha para Jesus…o que se viu na manifestação foram mais trevas do que luz. Valendo-se do nome e da imagem de Jesus, a caminhada desfilou uma sucessão de ataques aos que são considerados os atuais piores ‘inimigos’ da cristandade, verdadeiros aliados do demônio: os homossexuais, atacados em si, em seus direitos e em suas reivindicações. Puxada por pastores-políticos, a passeata não perdoou algumas instituições do País (o STF, antes de tudo) que, por se mostrarem sensíveis a temas tidos como tabus, deveriam ser vistas como auxiliares do processo de entronização de Satanás na Terra. O ato foi festivo e familiar na formatação geral, mas teve um subtexto que lhe deu o tom de marcha fúnebre, uma contramarcha, triste na evolução e reacionária no objetivo. Deixou claro que a fé muitas vezes caminha abraçada com o fanatismo e o fervor obscurantista, veículos certos da intolerância e da discriminação. Para piorar, a marcha forneceu palco para campanhas políticas explícitas, deixando-se arrastar por elas.”
Marco Aurélio Nogueira – professor titular de Teoria Política da UNESP – O Estado de S.Paulo, 29/06/2011
“O Estado laico é instrumento para criar um espaço de liberdade e de pluralismo, e não para impor valores considerados ‘laico’. A laicidade é um meio, e não um fim. Essa afirmação não significa uma mitigação da neutralidade do Estado. É a proteção para que continue sendo laico. Caso contrário, o Estado ainda estaria atuando por visões compreensíveis não generalizáveis. O caráter laico do Estado não decorre de uma substituição de referenciais – antes, uma visão religiosa; agora, uma visão ateia ou agnóstica da vida -, mas de uma revisão do seu âmbito e das suas competências. O Estado laico não diz que as religiões são falsas, e sim que é incompetente para qualquer declaração nesse âmbito.”
Nicolau da Rocha Cavalcanti – advogado, presidente do Centro de Extensão Universitária – O Estado de S.Paulo, 29/06/2011
“As pessoas só conseguem se manter criativas e inovadoras se estiverem felizes e otimistas.”
Chip Heath – prof. da Escola de Negócios da Universidade Stanford, doutor em psicologia – Revista Época, 27 de junho de 2011
“Tudo o que é humano é em todo lugar reinventado.”
Roberto DaMatta – O Estado de S.Paulo, 29/06/2011
“Eco significa casa. Logia, conhecimento. Mas não se trata apenas de conhecer a casa. É preciso cuidar da casa. Gosto de ecobionomia, que seria administrar a vida na casa. Mas sei que o termo nunca vai pegar.”
Frei Betto, O Estado de S.Paulo, 29/06/2011
“Entretenimento distai, mas não tem compromisso com qualquer outro objetivo que não o de nos distrair do vazio. […] A ilusão do entretenimento é um risco. É um alívio momentâneo ficarmos correndo atrás de coisas que nos distraiam do vazio. Isso nos atola cada vez mais no pântano da banalidade.”
Caco Ciocler, ator – Folha de S.Paulo, 30/06/2011
“Acho que às vezes os políticos abusam dessa fé das pessoas para justificar suas decisões. Meu pai era muçulmano, minha mãe era batista. Eu pertenço à Igreja Metodista, minha mulher é presbiteriana. Duas das minhas filhas se casaram com judeus, outras duas se casaram com católicos. Todos convivem muito bem com suas crenças.”
Ferid Murad, 75, Prêmio Nobel em 1998 – Folha de S.Paulo, 01/07/2011
“A vida real tem seus códigos de convívio -nela, para melhor andamento dos trabalhos, somos mais tolerantes e evitamos dizer o que pensamos uns dos outros. Mas a internet está fora desses códigos. Nesta, ao sermos convidados a “interagir” e a “postar” nossos comentários, podemos despejar tudo que pensamos contra ou a favor de quem quer que seja. Quase sempre, contra. Uma sequência de comentários -que, em poucas horas, são milhares- a respeito de qualquer coisa nas páginas on-line é uma saraivada de ódios, despeitos, rancores, recalques e ressentimentos. Pode-se ofender, ameaçar e agredir sem receio, como numa covarde carta anônima coletiva. Alguns dirão que isso tem um lado bom -com a internet, acabou a hipocrisia e, agora, as pessoas podem se revelar como realmente são.”
Ruy Castro, – Folha de S.Paulo, 01/07/2011
“A humanidade é muito ansiosa porque nossa sobrevivência, em grande medida, é baseada na preocupação. Os ancestrais calmos que acaso tivemos morreram muito tempo atrás; aqueles que sobreviveram foram os nervosos. Descendendo de pessoas que se preocupavam com a maior parte das coisas. Mas, além do nível habitual de ansiedade em relação à sobrevivência, a sociedade acrescentou um novo tipo, que chamo de ansiedade do status. Trata-se de uma preocupação sobre nossa permanência no mundo, se estamos por cima ou por baixo, se somos ganhadores ou perdedores. Preocupamo-nos com nosso status por uma razão simples: porque a maior parte das pessoas tende a ser bacana conosco dependendo do nível de status de que desfrutamos.”
Alain de Botton, filósofo inglês – Revista Cult, junho de 2011
“Muita coisa dá para mudar. Em vez de reclamar, mudar. O tempo é democrático, todo dia tem 24 horas, toda hora tem 60 minutos e todo minuto 60 segundos. O tempo do rei e o do mendigo transcorrem do mesmo jeito. Quando você diz: ‘Não tenho tempo para isso’, você está dizendo: ‘Não dou prioridade para isso dentro do meu tempo’. Outra vez, estamos na liberdade de escolha.”
Lidia Aratangy, 70, psicóloga – Lola Magazine, junho de 2011
“Empreendedores (e executivos) bem-sucedidos pensam em aprendizado do mesmo modo como a maioria das pessoas pensa em fracasso.”
Peter Sims – escritor e consultor – Revista Época Negócios, junho de 2010
25ª semana de 2011
0“Nunca se pensa no poder do tempo, do quanto ele comanda nossa vida; também nunca se pensa no quanto ele é precioso, mas um dia você vai lembrar que ele passou e não volta mais. […] Para ter uma maturidade com poucos arrependimentos, é preciso não perder tempo.”
Danuza Leão, Folha de S.Paulo, 19/06/2011
“A música tem a missão de salvar o mundo. Estamos experimentando a degradação da sensibilidade – e só a música pode restituir a dignidade à beleza. E não exatamente beleza material. Pode parecer romantismo, mas restabelecê-la é uma tarefa real.”
Gustavo Dudamel, 30, venezuelano, dirige as orquestras Simón Bolívar, Sinfônica de Gotemburgo, da Suécia, e Filarmônica de Los Angeles – Revista Época, 20 de junho de 2011
“É burro torturar alunos com decoreba de clássicos, mas é tarefa urgente dos adultos transmitir de forma viva o que aprendemos como ‘raça humana’.”
Ricardo Semler, Folha de S.Paulo, 20/06/2011
“Nesse mundo em que a vida é vivida com velocidade máxima e em que o outro quase sempre é um estorvo ou uma ameaça, os adultos estão dispostos a brigar por qualquer coisa a todo o momento. […] Ter de compartilhar brinquedos, conviver com a diferença e tolerar defeitos não são atos comuns entre as crianças. Poucas delas aprendem essas lições, seja na escola que frequentam seja em casa, com pais e parentes.
O curioso é que, ao observarmos a vida dos mais novos, logo percebemos que: eles brigam em demasia; exageram nas reações quando se defrontam com situações que lhes trazem dificuldades, decepções ou frustrações; não sabem administrar tampouco resolver os conflitos que a convivência provoca. Entretanto, não temos a mesma facilidade para constatar que estamos fazendo o mesmo em nossas vidas e que, portanto, os mais novos têm aprendido conosco a agir como agem. Se conseguirmos retirar a venda de nossos olhos e enxergar tudo o que temos ensinado a eles, talvez fique menos árdua a tarefa educativa, em família ou na escola.”
Rosely Sayão, Folha de S.Paulo, 21/06/2011
“O Suas (Sistema Único de Assistência Social) acaba de ser aprovado no Senado, novamente na total ignorância dos brasileiros, que desconhecem os marcos legais de intervenção de que dispõem para forjar uma sociedade mais justa e igualitária, liberta da miséria. Mobilizar os Centros de Atendimento da Assistência Social na busca ativa, ampliar e fortalecer o Programa Saúde da Família, operando na inclusão, criar oportunidades por meio da descoberta de formações. […] Não é tarefa fácil, toma tempo, energia e não vai custar tão barato como se apregoa. Oferecer oportunidades é muito mais caro e trabalhoso do que apenas prover um auxílio monetário que garante consumir um pouco mais do mesmo.”
Lena Lavinas, doutora em economia, Folha de S.Paulo, 21/06/2011
“Cada vez mais me espanto, e cada vez menos acredito. Não funciona, comigo, aquela conhecida frase dos mais velhos ‘ a mim, nada mais me espanta’. Pois a mim tudo ainda me choca, ou intriga, faz rir ou chorar ou me indignar como sempre, pois, vivendo mais, conheço mais as dores humanas, nossa responsabilidade, nossa miséria, nosso dever de solidariedade e trabalho, a necessidade de competência e honradez, de exemplo e seriedade.”
Lya Luft, escritora, Revista Veja, 22 de junho de 2011
“Em geral, quem se vicia não é tanto quem acha sua vida dolorosa ou injusta, mas quem a acha chata, ou seja, quem não consegue se interessar por sua própria vida. […] Quem se droga porque acha a vida chata tende a trocar a vida pela droga. […] Discordo de quem afirma que qualquer uso de maconha seria inócuo. Nos adolescentes, por exemplo, um consumo diário e intenso (solitário, já de manhã) é frequentemente o sinal de uma depressão que é MUITO difícil vencer, uma vez que ela se instala.
Entendo que alguém, mofando num tédio mortal (e inexplicado), chegue à conclusão de que a vida sem maconha é uma droga. Mas, infelizmente, em regra, a droga aprofunda o vazio que ela é chamada a compensar ou corrigir. Ou seja, talvez a vida sem maconha seja uma droga, mas a maconha sem vida também é.”
Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo, 23/06/2011
“O fenômeno das drogas é complexo, assim como a solução; portanto, as etapas para entender o fenômeno, atualizar-se sobre suas implicações e preparar a sociedade para mudar seus pensamentos e comportamentos ainda estão muito longe de acontecer.
Todas as drogas psicotrópicas alteram a capacidade de decidir; assim, os jovens, que já não possuem essa função mental plena, decidirão ainda menos preparados.
Já existem drogas lícitas que favorecem o uso das demais, não é preciso disponibilizar nenhuma outra. As complicações do uso são agudas e crônicas, com interfaces como a violência, a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez indesejada. As doenças mentais e de comportamento, as doenças cardiovasculares, pulmonares, os cânceres, além das malformações congênitas, são frequentes.
Sem prevenção, sem tratamento adequado e disponível, diante da diversidade cultural do país, a política deveria ser desenhada para cada droga, para cada região. […] É preciso lembrar que a economia das drogas é uma das três maiores economias do planeta.”
Ronaldo Ramos Laranjeira, psiquiatra; Ana Cecilia Marques, pesquisadora do Inpad/CNPq) – Folha de S.Paulo, 23/06/2011
“Na missa de sétimo dia de seu filho, Gabriel, 2, e de outras três vítimas do acidente de helicóptero na sexta, no litoral da Bahia, o vocalista do grupo Biquini Cavadão, Bruno Gouveia, emocionado, cantou uma das músicas que o menino gostava de ouvir. […] No site da banda, Bruno publicou um carta aos fãs, amigos e parentes, intitulada ‘O pior dia de minha vida’. Veja os principais trechos: A palavra para o sentimento desde então é DOR. (…) É uma dor que te assalta, te maltrata e te exaspera.
(…) Só dizia: ‘O que está acontecendo comigo? Dediquei minha vida a alegrar as pessoas, por que motivo agora tiram de mim a maior alegria de minha vida?’.”
Folha de S.Paulo, 25/06/2011
“Num artigo impactante, que vira do avesso alguns dos pressupostos da filosofia e da psicologia evolucionista, os pesquisadores franceses Hugo Mercier (Universidade da Pensilvânia) e Dan Sperber (Instituto Jean Nicod) sustentam que a razão humana evoluiu, não para aumentar nosso conhecimento, mas para nos fazer triunfar em debates. […] Temos dificuldade para processar informações que contrariam nossas convicções. Em suas versões extremas, ele produz pseudociências, fé em religiões e sistemas políticos e também teorias da conspiração. […] A razão só funciona bem como fenômeno social. Se pensarmos sozinhos, vamos muito provavelmente chafurdar cada vez mais fundo em nossas próprias intuições. Mas, se a utilizarmos no contexto de discussões, aumentam bastante as chances de, como grupo, nos dar bem. Ainda que nem sempre, por vezes as pessoas se deixam convencer por evidências. Trabalhos mostram que, quando submetidas a situações nas quais é preciso chegar a uma resposta correta (testes matemáticos ou conceituais), pessoas atuando sozinhas se saem mal, acertando em torno de 10% das respostas (Evans, 1989). Quando têm de solucionar os mesmos problemas em grupo, o índice de acerto vai para 80%. É o chamado efeito do bônus de assembleia.”
Hélio Schwartsman, Folha de S.Paulo, 25/06/2011
24ª semana de 2011
0“A nostalgia não é um dos sentimentos mais em voga na praça. Talvez porque ela seja uma espécie de caldo Knorr emocional: um tempero artificial, mistura de esquecimento com saudade, que garante cor e sabor a situações que, quando vividas, lá atrás, nem foram assim grande coisa.”
Antonio Prata, Folha de S.Paulo, 15/06/2011
“O mercado brasileiro de entretenimento e mídia apresentou o maior crescimento entre as principais economias do mundo em 2010 e atingiu US$ 33,1 bilhões.
Segundo estudo da consultoria PwC em 58 países, no ano passado o Brasil cresceu 15,3%, à frente de Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul, alguns dos principais mercados do mundo. […] Os segmentos que tiveram mais representatividade no Brasil foram serviços de TV por assinatura e acesso à internet, em consumo, e publicidade em televisão, entre os anunciantes. Os três segmentos registraram um aumento superior a 20% no ano passado. […] Impulsionado por jogos on-line, em redes sociais e aplicativos para celulares, o mercado de games deve crescer, em média, 7,7% ao ano no Brasil até 2015. O ritmo será superior ao consumo de revistas, músicas e livros, que deve aumentar de 2,4% a 7,4%.”
Camila Fusco, Folha de S.Paulo, 15/06/2011
“Dos adolescentes brasileiros entre 14 e 18 anos, nove em cada dez possuem um celular, segundo relatório da consultoria inglesa ‘The Future Laboratory’, representada no Brasil pela Voltage. A pesquisa aponta também que a maioria dos jovens troca de aparelho a cada 14 meses e que 32% deles compram um novo celular apenas para se atualizarem tecnologicamente ou adquirirem um modelo diferente. O estudo inglês ainda mostra que os adolescentes no Brasil passam mais tempo em frente à televisão do que ao computador. São 11 horas semanais na TV, contra sete na internet.”
Maria Cristina Frias, Folha de S.Paulo, 16/06/2011
“Não se muda a sociedade, ou a educação, com planos grandiosos e metas genéricas.
Mais dinheiro não implica melhores resultados. São necessárias políticas consistentes e persistência na implementação. Nos anos 90, o Brasil universalizou o ensino fundamental; desde então, continua a expandir a educação na pré-escola e no ensino médio. Mas ainda persiste em grande escala o analfabetismo escolar e funcional, e o abandono escolar entre adolescentes não se reduz. A melhoria dos resultados do Pisa, em 2009, é boa notícia, porque nossa qualidade estava estacionada há décadas. Mas é pouco, pois 55% dos jovens de 15 anos nas séries apropriadas ainda não sabem o mínimo requerido de linguagem, e 73% desconhecem o patamar básico em matemática. Formamos muito pouco com alto nível de desempenho; com isso, comprometemos a competitividade do país.”
Cláudio de Moura Castro, João Batista A Oliveira, Simon Schwartzman, Folha de S.Paulo, 16/06/2011
“Estamos vivendo uma escassez de profissionais qualificados; e a geração Y, que nasceu na década de 80 e foi criada no mundo digital, está dando uma banana para as empresas que pensam que, para atrair e reter talentos, basta aumentar salários.
Essa geração, na verdade, quer muito mais do que isso, como mostrou pesquisa recente da Cia. de Talentos. Nela, 35 mil jovens em todo o país contaram o que querem na hora de escolher as empresas para trabalhar. Cultura e ambiente de trabalho, oportunidade de desenvolvimento e qualidade de vida vêm acima da remuneração!”
Alexandre Hohagen, Folha de S.Paulo, 16/06/2011
“O casamento nos permite acusar alguém de nossa própria covardia -assim: eu quero fazer isso ou aquilo, mas tenho preguiça e medo; por sorte, agora que me casei, posso dizer que desisto porque assim quer minha parceira. Um casal não deveria servir para justificar as desistências de nenhum de seus membros; ao contrário, ele deveria potencializar os sonhos e os desejos de cada um dos dois.”
Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo, 16/06/2011
“ ‘A prostituição infantil é muito sutil. Não é ostensiva. Os homens presenteiam as meninas com tênis, um celular e isso é suficiente para que consigam dormir com elas’, diz a delegada Noelle Xavier, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente de Porto Velho. Muitas vezes os pais da garota são coniventes, segundo Noelle, pois a miséria é o principal motivador da prostituição infantil.”
Maria Laura Nevez, Revista Marie Claire, junho de 2011
23ª semana de 2011
0“98,5% dos crimes cometidos no México ficam impunes, segundo o Instituto Tecnológico de Monterrey. Em casos de violência contra mulheres apenas um em cada cinco é denunciado.”
O Estado de S.Paulo, 08/06/2011
“Uma coisa importante que as redes sociais fizeram foi explicitar o sucesso das pessoas: quantos amigos você tem no Orkut, quantos scraps recebe no aniversário, quantos seguidores tem no Twitter, quantas pessoas curtem o que você fala no Facebook. Ou seja, estamos incessantemente colocando nosso ego à prova. E, no que eu tenho observado, não estamos preparados para isso. […] O ser humano sempre viveu a mercê do ego e ser famoso vicia.”
Bia Granja, Folha de S.Paulo, 08/06/2011
“Sem a experiência da própria solidão a vida nos parecerá postiça, artificial ou vulgar. A verdadeira e produtiva viagem solitária pode ser feita a dois, em grupo e até mesmo em meio à dissolução do indivíduo na massa, mas o pior mesmo é tentar evitá-la. […] O prejuízo psíquico causado pela impossibilidade de estar só é incalculável.”
Christian Ingo Lenz Dunker, psicanalista, Revista Mente & Cérebro – junho de 2011
“Fazer parte do grupo familiar e demonstrar isso cumprindo seus rituais, assumindo suas obrigações, compartilhando seus princípios, valores e tradições tornaram-se questões que, pelo jeito, os pais hesitam em repassar aos filhos. […] A maioria considera que os filhos precisam estudar e se divertir, estar com os amigos, que têm o direito de ter tudo o que seus pais não tiveram e que agora podem lhes oferecer etc.
Não ocorre de imediato aos pais que o fato de alguém ser filho ‘e fazer parte, portanto, de uma família’ é algo que acarreta ônus e bônus. Assim é a vida em relação a tudo, não é, caro leitor?”
Rosely Sayão, psicóloga, Folha de S.Paulo, 07/06/2011
“O objetivo da educação geral é preparar o graduando para lidar com complexidades e mudanças da realidade”.
Marcelo Knobel, pró-reitor de graduação da Unicamp, Valor Econômico, 10/06/2011
“Fugir de arapucas comerciais é um presente a mais que o casal se dá.”
Gustavo Cerbasi, economista, Folha de S.Paulo, 06/06/2011
“Escrever um romance é escrever um texto que o seu leitor pense ter sido vivido por você. Se você diz que não, o leitor dirá; ‘Não minta, é você. É tão franco, tão convincente’. E você diz: ‘É ficção’. E ele: ‘Não, não’. Bem, deixe o leitor pensar assim. Mesmo se eu disser que não, pensarão que estou mentindo. Sim, eu estou mentindo, gosto de mentir, porque sou um ficcionista.”
Orhan Pamuk, 59, ganhador do Prêmio Nobel de literatura em 2006, Folha de S.Paulo, 10/06/2011
“As pessoas se horrorizam, mas o casamento é um projeto social e sempre atende a interesses.”
Míriam Grossi, coordenadora do Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades da Universidade Federal de Santa Catarina, Valor Econômico, 10/06/2011
“Por que achar que somos melhores que os outros, que nossas ideias, postura ou tendências são as que todo deviam seguir? Por que não aceitamos o outro como ele é, quem sabe gago, tímido, gordo, baixo, alto demais, magro demais, talvez lento de raciocínio? […] A vida já é bem difícil, sobretudo para os jovens que entram neste mundo atrapalhado no qual alguns ditam regras (que muitas vezes não seguem), comandam o circo, enveredam por caminhos sem conhecer direto o destino e inventam modas sem saber as consequências.”
Lya Luft, escritora, Revista Veja, 08/06/2011
22ª semana de 2011
1“Um diretor de empresa deve ser criativo e sensível para o mundo. E as artes ensinam a buscar novas perspectivas, visões e possibilidades”.
Vera Lúcia Iamburus, 49, professora de artes, O Estado de São Paulo, 30/05/2011
“Vivemos um tempo de incertezas, de sinais confusos, de ausência de vínculos duradouros. Mas, ao mesmo tempo, o comportamento fluido e relativismo acaba, frequentemente, em arrebatos de dogmatismo ideológico. O relativismo, facilmente, transforma-se em autoritarismo. […] Aqui reside o ponto central, cuja discussão é incômoda para uma sociedade que não deseja utilizar o conceito ‘verdade’. Este seria apropriado apenas para uma agenda conservadora; os contemporâneos não deveriam utilizá-los mais. Mas será que a ‘verdade’ é tão incômoda? Porque ainda estamos imersos no sofisma moderno que confunde ‘ter um conhecimento certo sobre algo’ com ‘ser dono da verdade’. O engano está em equiparar ‘conhecimento limitado’ – que é onde sempre estaremos – com ‘todo conhecimento é inválido’.”
Carlos Alberto di Franco, O Estado de São Paulo, 30/05/2011
“Ócio criativo não é preguiça ou não fazer nada. É fazer três coisas simultaneamente: estudo, trabalho e jogo. […] Sou contra a multitarefa! Você faz muitas coisas que não se somam, se subtraem. O ócio criativo é uma síntese.”
Domenico de Masi, 70, sociólogo italiano, O Estado de São Paulo, 31/05/2011
“A mutação cultural dos últimos anos foi tão forte, a turbulência no mundo pós-industrial dissolveu tantas certezas, que caímos num vácuo de rotas.”
Arnaldo Jabor, O Estado de São Paulo, 31/05/2011
“A sociedade, de tão assustada diante do seu próprio horror, tenta inventar respostas que justifiquem o injustificável.”
Jorge Forbes, psicanalista, Revista Psique & Vida, maio de 2011
“Uma situação alarmante: 57,7 milhões de cidadãos com mais de 18 anos sem Ensino Fundamental completo e cerca de 14 milhões de analfabetos.”
Alexandre Barros, Revista Nova Escola – maio de 2011
“Nos tempos que correm somos praticamente todos leitores, mas cada vez menos leitores de livros.”
Hugo Miguel Costa, Revista Vida Simples – junho de 2011
“Na visão do capitalismo consciente, a empresa por natureza, deveria ser sempre social e, na visão do capitalismo competitivo, a empresa, por natureza, nunca é social. Precisamos que todos os setores estejam engajados nessa nova atitude. Tudo isso não é fácil em um mundo acostumado com o desenvolvimento tecnológico e o progresso sem limites – e, certamente, criar uma concepção de progresso inspirador é uma grande ambição”.
Marcus Lopes, Diretor de Desenvolvimento Sustentável do Instituto Rio Carioca – Revista Liderança – maio de 2011
21ª semana de 2011
0“Acontecem às vezes momentos maravilhosos em lugares deslumbrantes, com pessoas incríveis, e se imagina que aquele é um dos grandes momentos da vida, se imagina até mesmo que aquilo é a felicidade. Anos depois, desses momentos só vai sobrar uma foto, se sobrar, e na memória, quase nada; no coração, nem pensar. Bom mesmo é ser feliz e perceber.”
Danuza Leão, Folha de S.Paulo, 22/05/2011
“O futuro se ancora nas escolhas que fazemos hoje, dentre aquilo que a vida nos apresenta e nossas criações próprias. Vivê-lo com qualidade ou jogá-lo fora depende de nós. Nos é dado redimensionar e reorganizar em nós o passado, mas, óbvio, não o viveremos mais. Passado e futuro são referências apenas do presente. É disso que trata uma psicanálise.”
Plinio Montagna, Folha de S.Paulo, 22/05/2011
“Como não mede sabedoria, a escola não tem espaço para ela, apenas para equações de terceiro grau. […] E a formação no que realmente interessa para ser um cidadão pleno, com inteligências quantitativa e emocional equilibradas?”
Ricardo Semler, Folha de S.Paulo, 23/05/2011
“Controlar a situação não é ter as pessoas sentadas quietas, mas sim, tê-las envolvidas. Quando entro em uma classe as pessoas olhando quietas para o professor, não considero essa uma boa experiência de aprendizagem.”
Brian K. Perkins, Folha de S.Paulo, 23/05/2011
“Você quer mesmo aquilo que pensa em comprar? Ou é apenas um estímulo vindo de um vendedor habilidoso? Se quer, você precisa do que vai comprar? Se não lhe trouxer utilidade duradoura, esqueça. Há uso mais inteligente para seu dinheiro.
Se você quer e precisa, pergunte-se: você pode comprar?”
Gustavo Cerbasi, Folha de S.Paulo, 23/05/2011
“Vivemos no mundo da opinião pública e “ter opinião sobre tudo” é um fetiche típico do espírito de classe média. Alexis de Tocqueville (1805-1859) já dizia que a democracia é tagarela. Quando se depende da opinião pública já não há mais saída para escapar das “redes sociais” típicas do mundo contemporâneo, no qual as pessoas têm opinião sobre tudo.”
Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo, 23/05/2011
“O que temos feito para que esses jovens (entre 18 e 30 anos) amem a vida, desenvolvam o autocuidado e atitudes de respeito por si mesmos, tratem suas emoções com delicadeza e construam um projeto de vida que lhes permita olhar para o futuro como um alvo a ser alcançado e não uma fatalidade ou determinação? Temos estimulado o consumo na vida deles, de todos os modos. Carro, telefone celular e computador, por exemplo, não são desejados por eles pelas suas funções básicas e sim pelo modelo, pelas funções complementares, pela aparência e, principalmente, pelo status que a posse desses objetos lhes confere. Um jovem sente que tem mais valor quando tem um carro, mesmo que não tenha sido fruto de seu trabalho.”
Rosely Sayão, Folha de S.Paulo, 24/05/2011
“Experimentamos aguda alteração nos valores, nas atitudes e nas referências. Muito do que, até pouco tempo, servia para orientar, sustentar e reagir diante dos problemas tem perdido vigor, trazendo, a pessoas e grupos, a forte sensação de perplexidade diante de como pensar, sentir e agir.”
Raymundo Damasceno Assis, Folha de S.Paulo, 23/05/2011
“O sociólogo Sören Petermann, pesquisador da Universidade de Halle-Wittenberg, na Alemanha, estima que cada pessoa tenha uma rede social com 11 integrantes, em média. A amplitude de disseminação, no entanto, é grande: nesse formato, atinge até 30 indivíduos. Petermann distingue três tipos de apoio social: instrumental (ajudar durante fase de mudança; realizar tarefas juntos), emocional (ouvir o outro e apoiá-lo em momentos difíceis; aconselhar) e companheiro (participar de atividades sociais e de lazer como festas e passeios). Segundo a regra geral, o apoio companheiro é o mais fácil de ser encontrado, já o instrumental é o mais difícil. É comum encontrar em pequenos grupos pessoas que reúnem em si os três aspectos. Quanto maior uma comunidade, quase sempre mais especializados são os papéis de cada um. Em redes on-line como Facebook ou Twitter é teoricamente possível manter centenas de contatos. No entanto, encontram-se de fato, em média, apenas seis parceiros-referência com os quais as pessoas trocam experiências. Em resumo: mesmo na internet não se costuma cultivar redes de relacionamento maiores – para tanto, à maioria simplesmente falta tempo.”
Nikolas Westerhoff, Revista Mente e Cérebro, maio de 2011
“Toda vez que os pais fazem alguma ação que o filho já é capaz de fazer, chamamos isto de distorção de relacionamento, porque a finalidade dos pais, no íntimo, é se tornar inútil para os filhos. Se torna inútil, mas afetivamente importante, sempre.”
Içami Tiba, Revista Psique & Vida, maio de 2011
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