20ª semana de 2011

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“As psicólogas holandesas Elianne van Steenbergen e Naomi Ellermers, da Universidade de Leiden, entrevistaram mulheres que tinham grande sucesso profissional e eram engajadas em várias causas e projetos pessoais. Segundo as entrevistas, ‘as supertrabalhadoras’ se sentiam ainda mais ativas quando se dedicavam à vida afetiva, aos parceiros, filhos e amigos. Já as que se dedicavam apenas à profissão, em detrimento de relações pessoais, mostravam-se mais cansadas e insatisfeitas. O resultado indica que não há, necessariamente, contradição entre trabalho e família – o maior desafio parece ser encontrar tempo para diversificar os interesses e investimentos afetivos e, assim, ter a possibilidade de viver experiências mais satisfatórias em diversas áreas.”
Nikolas Westerhoff, Revista Mente e Cérebro, maio de 2011

“Se alguém perguntar se sua vida foi, até agora, um sucesso ou um fracasso, o que você vai responder? O que é ter tido uma vida de sucesso? Bem, depende de cada um. […] Temos todos -quase todos- excelentes razões para achar que nossa vida foi gloriosa ou um vale de lágrimas. Você, por exemplo, já deve ter passado por ótimos e por péssimos momentos; quais ficaram na sua cabeça, ou melhor, no seu coração? Os melhores ou os piores?”
Danuza Leão, Folha de S.Paulo, 15/05/2011

“Pesquisa da faculdade de saúde pública de Harvard revela que sim: tanto a tristeza como a felicidade ‘pegam’. Usando recursos da epidemiologia, os pesquisadores mediram como pessoas que demonstram alegria propagam uma atitude mais positiva entre familiares e amigos, gerando um contágio. Viram também que a tristeza passa por fenômeno semelhante, mas (felizmente) sem a mesma intensidade da felicidade. A informação é baseada no acompanhamento de 5.000 pessoas durante 20 anos.
Os cientistas da felicidade, usando equipamentos de ressonância magnética e grupos de controle, estão dando caráter científico a práticas milenares, como a meditação. Esse conhecimento já vem sendo experimentado nos hospitais para ajudar na recuperação de pacientes.
Também nos hospitais são feitos testes que revelam como pessoas alto-astrais têm menos propensão a problemas do coração, hipertensão, diabetes ou infecções respiratórias. Vemos, assim, como determinadas sensações provocam reações bioquímicas no corpo.”
Gilberto Dimenstein, Folha de S.Paulo, 15/05/2011

“Hoje, não queremos apenas ser felizes. Sentimos a obrigação esmagadora de o ser: de acumular os objetos, as experiências e as aparências de uma utopia pessoal tão devastadora como as utopias coletivas do passado. […] Quem vive para um único fim perfeito não pode tolerar uma multidão de momentos imperfeitos.”
João Pereira Coutinho, Folha de S.Paulo, 17/05/2011

“Em muitas dessas vezes, a origem da depressão não é uma perda, nem propriamente uma frustração, mas a aparição de um desejo novo que não foi reconhecido. E os novos desejos, sobretudo quando são silenciados, desvalorizam a vida que estamos vivendo.”
Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo, 19/05/2011

“Acho que as corporações são abatedouros da alma humana. Ainda temos um longo caminho pela frente até encontrar o equilíbrio entre vida pessoal e trabalho. A natureza das empresas é fazer o profissional trabalhar o máximo possível. Elas querem fazer dinheiro”.
Nigel Marsh, 48, presidente de uma empresa do grupo Young & Rubicam, Você S/A, maio de 2011

“Há muitas oportunidades no Brasil, em todos os setores da economia – agricultura, petróleo, gás, etanol, energia elétrica, aviação. O setor privado brasileiro é um dos mais fortes do mundo.”
William Rhodes, banqueiro americano, Revista Época, 16/05/2011

Considerações sobre a saúde

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Muitos se questionam se a razão de tantos hoje em dia se dizerem depressivos não é meramente uma questão de moda. E a facilidade com que são receitados os remédios de “tarja preta” para essa razão precisam mesmo ser reavaliados. Sem dúvida, cada vez mais sabemos menos lidar com a tristeza, com perdas, etc. A negligência da reflexão sobre nosso contexto, a meu ver, contribui para muitos mal entendidos nessa área. O crescimento dos transtornos mentais e o agravamento de alguns sintomas torna cada vez mais urgente a necessidade tratarmos desse tema com maior seriedade.
No dia 09 de maio deste ano, o periódico médico ‘Lancet’, publicou dados de uma série de estudos sobre o Brasil. O estudo mostrava que as doenças mentais são as responsáveis pela maior parte de anos com qualidade de vida perdidos no país devido a doenças crônicas. E mais, 18% a 30% dos brasileiros já apresentaram sintomas de depressão.
A jornalista Angela Pinho iniciou sua reportagem dizendo: “Com mudanças no estilo de vida dos brasileiros, os transtornos psiquiátricos passaram a ocupar lugar de destaque entre os problemas de saúde pública do país”(1). E conversou com a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Maria Inês Schmidt, uma das autoras do estudo, que afirmou que são necessários mais estudos para saber de que forma o modo de vida nas cidades pode influenciar o aparecimento da depressão, além das causas bioquímicas”.
O articulista do jornal Folha de São Paulo, Hélio Schwartsman, comentou a notícia acrescentando: “Um bom jeito de conhecer um país é olhar para a forma como morrem seus cidadãos”.
Isso me remete ao último livro de Tony Judt(2), professor e escritor inglês, falecido no ano passado. O livro foi publicado recentemente por aqui e vale a pena sua leitura. Quero destacar, contudo, o que ele diz a respeito desse assunto de saúde, num contexto de abundâncias privadas e misérias públicas.
Alertando-nos para o fato que geralmente desprezamos os sintomas do empobrecimento coletivo que nos rodeiam, ele nos chama a atenção para as consequências da desigualdade social desmedida. Lembra-nos que em 2005, 21,2% da renda nacional americana concentrava-se nas mãos de 1% dos cidadãos. Tais desproporções imensas faz injustiças se multiplicarem. Diz também que a Grã-Bretanha atual é mais injusta – em renda, riqueza, saúde, educação e chances na vida – do que em qualquer outra época desde 1920. E salienta a questão das oportunidades de emprego que se concentram nas extremidades mais alta e mais baixa da escala salarial. Relata, então, sobre o “colapso na mobilidade intergeracional: em contraste com seus pais e avós, os jovens na Grã-Bretanha e nos EUA têm muito poucas chances de melhorar as condições em que nasceram. A desvantagem econômica para a imensa maioria se traduz em saúde debilitada, falta de oportunidades educacionais e – cada vez mais – os conhecidos sintomas da depressão: alcoolismo, obesidade, jogatina e contravenções penais”. E falando dos desempregados e subempregados completa: “com frequência passam a sofrer de estresse e ansiedade, além de doenças e morte prematura”.
Judt é explícito: “A disparidade de renda exacerba o problema. A incidência de doenças mentais, portanto, se relaciona diretamente com a renda”. E ainda complementa: “A desigualdade é corrosiva. Faz com que as sociedades apodreçam por dentro”.
Questões financeiras numa sociedade do espetáculo tem um peso enorme. Como você se apresentará e relacionará num mundo tão competitivo sentindo-se um perdedor, um fracasso em forma de gente, alguém que não pode oferecer um espetáculo aos que o rodeiam? O capitalismo selvagem favorece o adoecimento em vários aspectos. O jeito de nossa sociedade funcionar está cada vez mais adoecido.
É interessante que Jesus, em seu dito “Sermão do Monte”, antes de dizer que não é para a gente viver ansioso, cheios de preocupações quanto ao que vestir, comer ou beber, ele fala claramente: “Vocês não podem servir a Deus e ao Dinheiro”(3). Quando tentamos viver como seres cindidos, achando possível ora agradar a um, ora agradar a outro, a saúde será afetada. Quando a sociedade sugere que o importante é o aplauso, sua performance, a impressão que você causa no outro, cada vez que não se sentir capaz de conquistar não só a aprovação, mas sobretudo a admiração do outro, um buraco se abrirá, e as tentativas de preenche-lo podem ser trágicas.
Um outro professor e escritor, esse moçambicano, Mia Couto, diz que “não há cultura humana que não se fundamente em profundas trocas de alma”. Estamos acostumados com trocas monetárias, trocas sociais, mas nem sempre estamos atentos sobre as “trocas de alma”. Por vezes achamos que uma coisa não tem nada, ou ao menos, pouco a ver com outra. Não é bem assim.
Muitos que creem em Deus e sofrem com problemas como a depressão suplicam por um milagre, mas ao mesmo tempo resistem a olhar mais profundamente para sua alma e seu contexto. Gosto de lembrar o que René Padilla coloca: “o reino de Deus se faz presente no milagre que supera toda ordem, e na ordem que provê o contexto para o milagre”(4). Há uma ordem a ser questionada e um contexto a ser mudado, qual será nossa postura?

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1 Folha de São Paulo, 10/05/2011 – C12.
2 JUDT, Tony. O Mal Ronda a Terra – um tratado sobre as insatisfações do presente. Rio de Janeiro, Objetiva, 2011.
3 Mateus 6.24.
4 PADILLA, René. O que é Missão Integral? Viçosa, MG. Ultimato, 2009.

18ª semana de 2011

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“Achei curiosos os resultados da pesquisa da Ipsos sobre crenças religiosas. O Brasil é o terceiro país onde mais se acredita em Deus (84% dos entrevistados), atrás apenas de Indonésia (93%) e Turquia (91%). A média mundial é 51%. O Brasil também é o terceiro onde mais se acredita que a vida pós-morte não tem nem inferno nem pecado (32%), seguindo México(40%) e Rússia (34%), e o segundo onde mais se acredita em reencarnação (12%), atrás da Hungria (13%). Outros 28% acreditam que vão para o paraíso ou inferno. O país é o quarto em crença no criacionismo (47%, contra 28% da média mundial), à frente inclusive dos EUA (40%). No Brasil, só 3% não acreditam em entes ou forças superiores (no mundo, 18%; na França, 39%) e apenas ouros 4% têm dúvidas (no mundo, 17%). Em outros termos, o Brasil talvez seja o país menos materialista ou secular do mundo. Somando as três crenças (Deus, vida pós-morte e criacionismo), atinge uma combinação de resultados que nenhum outro atinge. A esmagadora maioria nem sequer aceita a hipótese de que não existem fenômenos sobrenaturais e de que ao morrer vão desaparecer totalmente.”

Daniel Piza, O Estado de S.Paulo, 01/05/2011

 

“A Igreja hoje é uma fogueira se apagando. Há cinza demais cobrindo uma única brasa enfraquecida. Beatificar João Paulo II apenas seis anos depois de sua morte é soprar desesperadamente essa brasa na esperança de que a fogueira volte a arder.”

Etienne Samain, 72, teólogo, antropólogo e professor da Unicamp – O Estado de S.Paulo, 01/05/2011

 

“O cérebro assimila o que usa com frequência, não é a toa que somos viciados em celular, computador, TV. Aquilo é parte de nós. A imortalidade para mim vai chegar, mas vai acontecer de outra maneira: quando pudermos fazer um download dos nossos pensamentos, das nossas ideias, das nossas memórias. Isso é possível.

Miguel Nicolelis, neurocientista brasileiro, O Estado de S.Paulo, 02/05/2011

 

“O Brasil ocupa a terceira posição em páginas visitadas nas redes sociais, atrás de EUA e Rússia. No portal de vídeos do YouTube, o País também não faz feio. Está entre os cinco maiores usuários do mundo. Os dados são da consultoria americana comScore, especializada em serviços online. […] Segundo dados da consultoria, mesmo com as limitações de infraestrutura, a audiência da internet no Brasil cresce 20% ao ano, contra uma média mundial de 8%. E há mais de 40 milhões de brasileiros que acessam a internet em casa ou no trabalho, o que torna o País o oitavo mercado do mundo entre as maiores consumidores de bit e bites.”

Marili Ribeiro, O Estado de S.Paulo, 02/05/2011

 

“O Brasil é o país com maior proporção de empreendedores entre todos do G20: 17,5% da população adulta.”

Revista Veja, 04/05/2011

 

“Descobri que você encontra segurança não quando a procura, mas quando aceita os mistérios e as incertezas da vida. Não é uma busca externa, mas uma entrega interna. É a diferença entre passar pela vida e deixar a vida passar por você.”

Michael Kepp, Folha de S.Paulo, 03/05/2011

 

“Como temos tratado as crianças pequenas. Temos nos ocupado tanto com seu futuro que esquecemos que elas têm um presente que precisa ser vivenciado, explorado, vivido até as últimas consequências. Aliás, antes de tudo, vamos lembrar que a maneira como vivemos o presente ajuda a desenhar o traçado do futuro. Será que, porque o destino da criança é crescer, precisamos fazer com que isso aconteça o mais rapidamente possível? Não faz o menor sentido pensar e agir assim. Seria a mesma coisa pensar que, já que vamos mesmo morrer, não faz o menor sentido viver, não é verdade? […] A criança deve ter o direito de ser criança enquanto pode. Deveríamos, todos, defender essa causa.”

Rosely Sayão, Folha de S.Paulo, 03/05/2011

 

“A quantidade de brasileiros com mais de 50 anos empregada cresceu 56%. Agora, ela constitui 22% do total da mão de obra no país.”

Revista Veja, 04/05/2011

TEMPO PARA TUDO

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“Para tudo há uma ocasião certa; há um tempo certo para cada propósito”, já dizia o autor do livro de Eclesiastes (Ec 3.1). Passam-se os séculos e assim é.

Como é difícil ter equilíbrio e sabedoria na distribuição do tempo. Talvez a mais importante escolha dentre nossos investimentos, afinal, é um dos nossos “bens” mais preciosos – o tempo.

Perceber os ciclos da vida, ritmos próprios de cada fase, combinando potência com propósito, não é tão simples discernir cada estação de nossa curta existência aqui.

Colocar limites, ter paz ao saber que há tempo para responder e-mails e há tempo para deixar de responder e-mails; há tempo para postar no Twitter, Facebook, e  tempo de silenciá-los; há tempo de falar, pregar, dar palestras, e tempo de calar-se, de apenas ouvir e guardar no coração; há tempo de entrar e se envolver em vários empreendimentos, e tempo de afastar-se, manter certa distância; há tempo de se dedicar há determinadas causas e tempo de permitir-se deixa-las a fim de que sigam seus próprios caminhos; há tempo de aprofundar os estudos e tempo de refletir a respeito deles; há tempo de escrever e tempo de ler-se melhor por dentro; há tempo de pescar e tempo de comer o pescado; há tempo de passear no parque e tempo de construir parques; há tempo de nadar e tempo de só contemplar o mar; há tempo de desabrochar e tempo de cuidar do que desabrochou; há tempo de tomar iniciativas e tempo de apenas observar os movimentos, há tempo de se atirar e tempo de se recolher, há tempo de trabalhar e tempo de sair em férias. Pois é, eu estou saindo…

Se a graça de Deus me permitir, volto renovada, no início de maio, afinal nada como comemorar o dia do trabalhador, trabalhando, não é mesmo?

12ª semana de 2011

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“Os jovens aprendem, desde muito cedo, a deixar a sua atenção flutuar entre várias coisas, mas também que conseguem baixar a âncora quando querem. Só quando querem, e não também quando precisam. […] O mundo exige as duas coisas: capacidade de atenção concentrada e também a de realizar bem várias tarefas simultaneamente. Se os jovens têm potencial para desenvolver as duas habilidades, devemos, então, contribuir com isso. Para completar, fica faltando apenas a nossa colaboração com os jovens no sentido de apontar para eles que a realidade exige mais do que exercer nosso potencial em função do querer; é preciso também considerar o dever e a necessidade.”

Rosely Sayão, psicóloga, Folha de S.Paulo, 22/03/2011

 

“A culpa é mais um sentimento difuso que vai do fígado ao coração, assombrando o cérebro, escurecendo a visão, um zumbido nos ouvidos, que faz do mundo opaco. Uma ameaça que inunda o sangue. Como uma náusea que não se sabe de qual órgão do corpo vem, nem para qual faculdade da alma se dirige. Um afeto incômodo, mas que faz você sentir que ainda tem corpo e alma, como numa intoxicação que paralisa o cotidiano.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo, 21/03/2011

 

“Quando o assunto é mídia social, o Brasil aparece como protagonista: é o país mais conectado do mundo, com adesão de 86% dos usuários em uma média de cinco horas mensais de navegação em páginas virtuais. E mais de um quinto dos internautas brasileiros está no Twitter: os tuiteiros representam 21,8% da população on-line do país, segundo pesquisa da comScore realizada em dezembro e divulgada no fim do mês passado. Isso deixa o país no topo do ranking mundial do índice de tuiteiros, ficando atrás apenas da Holanda. Na terra das papoulas, 22,3% dos internautas estão no Twitter.”

Alexandre Orrico, Folha de S.Paulo, 23/03/2011

 

“Tudo é cada vez mais temporário, previsível, instantâneo, pragmático. Considerando o uso e o acúmulo que se faz das coisas, um mercado assim até poderia ser chamado de racional, se não fosse claramente irracional.”

Luli Radfahrer, Folha de S.Paulo, 23/03/2011

 

“No futuro, o estrategista de sucesso terá uma noção holística e empática de clientes e será capaz de converter insights um tanto quanto vagos num modelo de negócios criativo que possa ser prototipado e revisto em tempo real. Para tanto, terá de ser um bom comunicado, aceitar de bom grado a ambiguidade e estar pronto para abandonar a busca de respostas simples, diretas ao ponto.”

Roger L. Martin, reitor da Rotman School of Management (University of Toronto), no Canadá – Harvard Business Review, março de 2011

 

“Devanear é parte da condição humana. Mesmo que o conhecimento hoje seja acelerado e as pessoas ajam de maneira mais autômata, é fundamental devanear.”

Fernando Milton, psiquiatra, Revista Vida Simples – março de 2011

11ª semana de 2011

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“A diversificação de ‘produtos’ de pós-graduação é uma consequência esperada do movimento que está transformando a educação numa mercadoria mais ou menos como outra qualquer. O problema é que essa transformação ainda não está completa, e nossos cérebros ficam divididos entre dois registros por vezes antagônicos: o pedagógico e o mercadológico. Pelo primeiro, a educação é um valor em si mesma. Nós estudamos para aprender -e não por razões instrumentais. Aqui, as avaliações deveriam ser feitas exclusivamente com base nos conhecimentos do examinando. Já pelo paradigma mercadístico, a educação é um meio para obter os melhores cargos e mais renda. […] Às vezes, a divisão de nossos cérebros em módulos produz paradoxos, como rejeitar coisas em princípio equivalentes devido a diferenças na forma como são apresentadas.”

Hélio Schwartsman, Folha de S.Paulo, 13/03/2011

 

“O que sabemos da natureza depende do que podemos medir. Portanto, a busca por teorias unificadas deve ser constantemente revisada à medida em que descobrimos mais. Todos os esforços passados falharam porque não podemos prever o que mediremos no futuro. Uma teoria de supercordas do século 21 pode coletar (unificar) o que sabemos até hoje, mas não pode ser definitiva. Nosso conhecimento do mundo é necessariamente incompleto.”

Marcelo Gleiser, Folha de S.Paulo, 13/03/2011

 

“As catástrofes climáticas vão consumindo bilhões mundo afora. Compulsoriamente este dinheiro terá que aparecer. Agora, quando fundos são criados para garantir a possibilidade de um outro futuro, bom… Parece que fica sempre para depois.”

Ricardo Young, Folha de S.Paulo, 14/03/2011

 

“Temos uma enorme e urgente batalha a travar, quase vergonhosa: precisamos alfabetizar 100% de nossas crianças até a 2ª série. Essa precisa ser uma obsessão, pois sem essas fundações sólidas não há como erguer o edifício do conhecimento. […] Um estudo com alunos de 10 anos de idade que acaba de ser divulgado na Austrália mostra que aqueles que tiveram aleitamento materno por seis ou mais meses apresentavam desempenho acadêmico superior.”

Gustavo Ioschpe, Revista Veja, 16/03/2011

 

“A influência da arte nos negócios é maior do que se pode imaginar. Uma pesquisa da Fundação Dom Cabral (FDC) mostra que artes plásticas podem ser uma ferramenta importante para romper modelos mentais e instigar novos pontos de vista. ‘A arte inova, choca, convida o outro à reflexão’, afirma a pesquisadora Isa Mara Cardoso, que realizou o estudo com Ricardo Carvalho, professor da FDC. Ações criativas, como desenhar e misturar tintas, também colaboram para o desenvolvimento de habilidades executivas, como persistência, autocrítica e observação”.

Revista Época Negócios, março de 2011

 

“A questão da ruptura é central, queremos romper com a lógica do capitalismo. E queremos fazê-lo de milhares de formas diferentes. Vamos criar espaços onde não vamos reproduzir a lógica do capital, onde vamos fazer outras coisa, ter outros tipos de relações, desenvolver atividades que tenham sentido para nós. […] Tratar o amor como uma tentativa de criar uma relação em que não se aceita a lógica gananciosa e mercantil do capital. A única forma de pensar na revolução é em termos da criação, multiplicação e expansão dessas fendas, porque elas se movem, são dinâmicas.”

John Holloway, Revista Caros Amigos, março de 2011

 

“Gostaria de chegar mais cedo nos compromissos, e não em cima da hora. Em algumas situações, não fui tão pontual como gostaria. Mas agora tenho mais consciência das consequências disso. O objetivo final é fazer o relógio trabalhar a meu favor: não ser escrava dele, mas saber usá-lo, sem ansiedades. […] Saber trocar de ritmo, ou seja, ser pontual e seguir o relógio quando queremos produtividade, mas também saber relaxar quando é a hora. Para fazer isso, é preciso abrir as engrenagens de nosso relógio interno, descobrir como ele funciona e o que pode ser melhorado. Perguntar: quero realmente, ou preciso, fazer isso? Não é fácil responder, nem mudar. Mas, ao final, é uma questão de descobrir: o que é realmente importante na minha vida? E então sermos gentis com nós mesmos, nos darmos um presente: o controle do nosso próprio tempo.”

Jeanne Callegari, Revista Vida Simples, março de 2011

10ª semana de 2011

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“Não resta dúvida de que o mundo de hoje pôs nas mãos das pessoas novos recursos tecnológicos, meios outros de comunicação e criação de formas, tanto no espaço como no tempo, e tudo isso gera novas possibilidades de inventar mensagens e imagens inusitadas. É natural, portanto, que os artistas se sintam tentados a abandonar as técnicas de expressão tradicionais e busquem criar, com os novos meios, um inesperado universo de relacionamentos semânticos. […] O problema talvez esteja no fato de que, não tendo uma linguagem própria, o artista se encontra a braços com uma experiência sem limites, que o leva, com frequência, a perder-se na gratuidade do que concebe.
A tendência, por isso, é entregar-se ao exótico ou à extravagância, ao invés de buscar o rigor e os limites necessários à realização estética, qualquer que seja o meio que utilize. A obra tem que, por sua qualidade, afirmar-se necessária a quem a aprecia. Aí reside o xis da questão. Porque toda obra de arte é uma invenção, o artista, ao começá-la, nunca sabe como ela será quando concluída. É que, em sua elaboração, os fatores casuais têm papel decisivo: realizá-la é tornar necessário o que surgiu por acaso.”

Ferreira Gullar, Folha de S.Paulo, 06/03/2011

 

“A preocupação central não é obter uma nota, mas desenvolver a capacidade de se entregar à aventura do conhecimento.”

Gilberto Dimenstein, Folha de S.Paulo, 06/03/2011

 

“Um bom teste para saber se o que você está aprendendo vale a pena é ver se o conteúdo em questão visa te deixar feliz. Se for o caso e você tiver uns 40 anos de idade, você corre o risco de sair do ‘curso’ engatinhando como um bebê fora do prazo de validade. A mania da felicidade nos deixa retardados. Querer ser feliz é uma praga. Quando queremos ser felizes sempre ficamos com cara de bobo. Preste atenção da próxima vez que vir alguém querendo ser feliz. Mas hoje em dia todo mundo quer deixar todo mundo feliz porque agradar é, agora, um conceito ‘científico’. Quem não agrada, não vende, assim como maçãs caem da árvore devido à lei de Newton.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo, 07/03/2011

 

“Hoje há muitos que acreditam que o dinheiro, além de comprar uma vida mais “rica”, também garante a qualidade da morte: por meio dele, os abastados despedem-se deste mundo no ambiente glamuroso de “hospitais-boutique”, sob os cuidados dos “médicos da moda”. Mas será que as coisas são tão simples? Por um lado, ainda que a pobreza torne a vida difícil, é ingênuo pensar que a riqueza, por si só, seja capaz de resolver os enigmas que a existência nos impõe, magnatas ou não. E o remorso não raro corrói a paga que os “eleitos” recebem por sua ganância.”

Cláudio Guimarães dos Santos, Folha de S.Paulo, 09/03/2011

 

“Um relatório divulgado pela Unesco (braço das Nações Unidas para a educação), na terça-feira 1º, revela que o Brasil investe 1.598 dólares (2.659 reais) por ano com cada estudante das séries iniciais do ensino fundamental. O valor corresponde a menos de um terço dos 5.557 dólares (9.246 reais) aplicados pelos países desenvolvidos. Apesar da diferença acentuada na comparação com as nações ricas, o investimento brasileiro é o dobro do que era feito em 2000. O estudo ainda revela que o País se mantém no 88º lugar no ranking de desempenho educacional, atrás de países como Bolívia e Equador, nossos vizinhos mais pobres.”

Carta Capital – 09/03/2011

 

“O dramatismo é a praga da época e afeta empresas de todos os portes e setores. Seus líderes assumem comportamentos de celebridades, valorizando a imagem mais do que os fatos. Seus colaboradores colocam suas carreiras acima de tudo, sempre preocupados em passar uma boa impressão. Rituais, eventos e comemorações sucedem-se, transformando o ambiente em teatro ininterrupto.”

Thomas Wood Jr., Carta Capital – 09/03/2011

 

“A concepção do bem público como algo valoroso nunca é espontânea, mas sim, fruto de um forte empenho por parte do estado e das famílias”.

Roberto Romano, filósofo, Veja – 09/03/2011

 

“1) Nada torna a vida interessante tanto quanto a descoberta de nossa própria complexidade; 2) Talvez a função mor da cultura seja a de nos dar acesso a partes de nosso âmago que normalmente escondemos de nós mesmos; 3) Conclusão: se conseguimos viver plenamente, é graças a autores, atores, intérpretes etc. que nos revelam nosso próprio lado B (e C e D). “

Contardo Caligaris, Folha de S.Paulo, 10/03/2011

 

“[Posso deixar o PSB] pela incompatibilidade, pela incoerência que isso representaria. [O partido] cresce [com a fusão], mas cresce inchando. O inchaço é doença e mata.”

Luiza Erundina, deputada federal e ex-prefeita de SP – Folha de S.Paulo, 10/03/2011

 

“Informe da ONU alerta para a redução do número de colônias de abelhas – responsáveis pela polinização e essenciais para garantir alimentação das pessoas – em várias partes do mundo. Entre as causas está o uso excessivo de inseticidas. De cem espécies que contribuem com 90% dos alimentos, 70% são polinizadas pro abelhas.”

Afra Balazina e Fátima Lessa, O Estado de S.Paulo, 11/03/2011

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