41ª semana de 2011

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“O Brasil tem poucos estudantes de nível superior para o seu tamanho, 78% das matrículas são em instituições privadas e a maior parte das universidades públicas está nas capitais. […] Muita coisa, a começar pelo fato de que as universidades federais são muito caras e, com as exceções de sempre, não têm nem de longe a qualidade e a relevância que seria de se esperar. Uma razão é que seus professores são contratados como funcionários públicos, nunca podem ser despedidos e recebem sempre a mesma coisa, pelo princípio da isonomia, como se dividissem seu tempo entre ensino e pesquisa – embora só uma pequena parte deles realmente faz trabalhos de pesquisa de alguma relevância.”
Simon Schwartzman – Folha de S.Paulo, 10/10/2011

“Será que a gente é capaz de dimensionar a força das nossas emoções? Muitos se consideram calmos, tranquilos, amorosos, mas será que, na hora em que o calo aperta, realmente damos conta do recado? Pergunto isso em função dos crimes absurdos que têm sido notícia nas últimas semanas. Um dos que mais chamam atenção foi o crime passional cometido pelo advogado e professor universitário Rendrik Vieira Rodrigues, 35, que matou com três tiros em Brasília sua ex-aluna Suênia Sousa de Farias, 24, com quem havia acabado um namoro há cerca de dois meses. Inconformado com o final do relacionamento e com a volta da garota para um ex-companheiro, o professor começou a perseguir a estudante de forma obsessiva. Tido por alunos e colegas como um homem educado, como explicar o assassinato brutal que ele cometeu? Não dá para arriscar um palpite sem saber como, de fato, era o seu funcionamento psíquico (existe muita gente violenta e agressiva que se esconde atrás de uma falsa imagem de pessoa calma), mas um ponto é certo: o final do namoro, o sentimento de posse, o ciúme, tudo isso junto deve ter potencializado uma reação explosiva na cabeça dele.”
Jairo Bouer – Folha de S.Paulo, 10/10/2011

“Nossos cônjuges chegam comparativamente tarde nas nossas vidas; nossos pais uma hora nos deixam. Nossos irmãos podem ser as únicas pessoas que realmente se qualificam como parceiras para a vida toda”.
Jeffrey Kluger – The New York Times/ Folha de S.Paulo, 10/10/2011

“Acho que você pode ter 10 mil explicações para o fracasso, mas nenhuma boa explicação para o sucesso.”
Paulo Coelho – The New York Times/ Folha de S.Paulo, 10/10/2011

“Das 250 universidades latino-americanas listadas no ranking da QS World University, que elege as melhores escolas da região, 73 são brasileiras. O país é o que mais tem representantes, seguido por México (46) e Argentina (27). No total, há instituições de 13 países. A USP está no topo da lista. A segunda posição ficou com a Pontifícia Universidade Católica do Chile e a terceira, com a Unicamp.”
Valor, 10/10/2011

“O psicólogo Steven Pinker não é tolo nem ignorante, mas se lançou à tarefa de demonstrar que o mundo nunca foi um lugar tão seguro para viver. Professor da Universidade Harvard, nos Estados Unidos, Pinker é um dos acadêmicos mais festejados da atualidade e um dos autores mais festejados da atualidade e um dos autores de divulgação científica mais bme-sucedido do mundo. Em seu novo livro, lançado na semana passada nos EUA, ele usa mais de 800 páginas para afirmar, entre outras coisas, que o banho de sangue da Segunda Guerra Mundial e a epidemia de violência atual, causada pelo crime urbano, são distúrbios estatísticos. […] Pinker, um judeu canadense de 57 anos, casado pela terceira vez, é desses intelectuais que ganham fama graças a sua capacidade de traduzir, para o grande público, ideias complexas que se tornam correntes no meio acadêmico. Ele escreve espetacularmente e sabe escolher temas que desafiam verdades estabelecidas.”
Alberto Cairo e Alexandre de Melo, Revista Época – 10/10/2011

“Como temos de fazer escolhas nos tempos em que vivemos! Cotidianamente, temos a obrigação de decidir o que comer, qual trajeto fazer, que roupa usar, a qual filme assistir, qual ligação retornar etc. Essas escolhas são tão cansativas que nos esgotam.
Quando as escolhas que devem ser feitas são tão importantes que podem definir pelo menos por um período o rumo de uma ou mais vidas, aí então é que a coisa pega. Nós gostaríamos de ter alguma garantia ao fazer a escolha, não é? O problema é que não existe essa possibilidade. Quando fazemos escolhas, temos de abdicar de algumas alternativas -e essas sempre continuam a existir, mesmo que virtualmente.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 11/10/2011

“Faça tudo da melhor maneira possível, porque levará sempre consigo a coleção de seus atos. Nunca se esqueça de que detalhes fazem a diferença. Preste atenção neles. Escreva as coisas interessantes e importantes para que mais tarde possa se lembrar delas em seus mínimos detalhes.”
Benjamin Steinbruch – Folha de S.Paulo, 11/10/2011

“Inegável foi a capacidade de Jobs transformar o culto à sua personalidade em dividendos. Em 9 de agosto deste ano, a Apple havia se tornado a companhia mais valorizada do mundo. Valia na Bolsa Nasdaq 6 bilhões de dólares a mais que a petroleira Exxon-Mobil. Caberá à Apple enfrentar outro mito: o de que sem sua mente mais brilhante, será apenas uma entre tantas empresas de tecnologia.”
Revista Carta Capital – 12/10/2011

“De todos os desperdícios de recursos naturais de uma sociedade, nenhum é mais injusto, mais prejudicial à integração social e à autoestima do cidadão do que negar-lhe a oportunidade de viver honestamente e sustentar a família com o resultado do seu trabalho. É por isso que a construção de uma sociedade mais ‘justa’ começa pela maximização do nível de emprego.”
Antonio Delfim Netto, Revista Carta Capital – 12/10/2011

“Ando carente de confiança. Andamos, eu acho. Em quem acreditar, em quem em quem confiar, em quem apostar, a quem eleger, por exemplo? Não sei se em outros tempos a gente confiava mais nas pessoas e nas instituições, e detesto saudosismo, mas penso que sim. Porque éramos simplórios? Pode ser. Hoje talvez sejamos mais espertos, criancinhas conhecem mundos, belezas e maldades que a gente só conhecia depois de casado… e olhe lá.”
Lya Luft, Revista Veja – 12/10/2011

“Ainda reverbera o anúncio do Nobel da Paz deste ano para três mulheres. As ganhadoras, duas africanas e uma iemenita, são oriundas de países cuja cultura e códigos religiosos acentuam valores que atribuem às mulheres um papel social diminuto, baixo status e, em decorrência, cultivam a submissão delas aos homens. […] As três têm histórias de vida extraordinárias, cujo traço comum é a resistência pacífica a regimes políticos antidemocráticos e a superação de uma condição feminina de servidão em seus países.”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 14/10/2011

“Estamos na era Steve Jobs e parte do conhecimento, pelo menos para uma parcela da população (50% dos lares das regiões metropolitanas brasileiras já têm computador), é obtida pela internet. Foram-se a lousa, o dicionário e as horas na biblioteca consultando livro atrás de livro para saber mais sobre um tema. A “biblioteca virtual” anda com você: é só acessar o Google ou a Wikipedia e pronto, está lá a informação. Ela vem variada, rica e fria.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 15/10/2011

“Constatar esse raquitismo de manifestantes na rua não desmerece as marchas contra a corrupção. Trata-se apenas de uma informação necessária para evitar o autoengano, essa mania nacional. A realidade é que, tristemente, não há no Brasil, no momento, um caldo de cultura já pronto e desaguando em grandes protestos contra a roubalheira do dinheiro público. […] Limpar o Brasil é bom. Mudar os defeitos estruturais da política que causam a corrupção é melhor ainda.”
Fernando Rodrigues – Folha de S.Paulo, 15/10/2011

“Segundo estudos realizados a partir dos dados coletados pelo Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) entre 1997 e 2005, a instrução dos pais é o principal fator que interfere no desempenho dos alunos: alunos cujas mães possuem ensino primário (atualmente, a primeira parte do ensino fundamental) apresentam desempenho três vezes melhor que alunos cujas mães não possuem instrução formal, e assim por diante. Tal dado já havia sido indicado pelos estudos de Lev Vygotsky, no início do século 20, observando que os hábitos familiares definiam a conduta e o desempenho escolar.”
Rudá Ricci, 48, sociólogo – Folha de S.Paulo, 15/10/2011

“É aí que mora o demônio: para que o tempo de exposição do aluno à radiação professoral seja efetivamente benéfico o professor deve ser um bom professor.”
Paulo Ghiraldelii Jr., 54, filósofo – Folha de S.Paulo, 15/10/2011

40ª semana de 2011

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“Nem sempre as coisas têm uma lógica. Será que pessoas perfeitamente normais podem ter um momento de loucura, e nesse momento fazer coisas em que nunca tinham pensado?”
Danuza Leão – Folha de S.Paulo, 02/10/2011

“O primeiro mecanismo aceito pelos médicos como uma influência positiva da fé religiosa sobre a saúde é social. Em geral, não se pratica uma religião sozinho, e a ida a igrejas, sinagogas ou terreiros insere a pessoa numa rede de proteção social, com orientadores espirituais e amigos que se importam com a situação médica dela e podem ajudá-la a se cuidar. Pela razão inversa, sabe-se que gente solitária corre mais risco de morrer. Além disso, muitas religiões condenam o uso de álcool, o fumo e as drogas, o que também ajuda. […] Os poucos estudos sobre o poder da oração indicam que o doente que reza é capaz de reduzir seus níveis de estresse, ansiedade e depressão.”
Reinaldo José Lopes – Folha de S.Paulo, 02/10/2011

“Pela falta de líderes religiosos, a comunidade muçulmana do Brasil tem “importado” xeques de países africanos. Vivem hoje no Brasil cerca de 50 xeques estrangeiros, a maioria deles proveniente da África (Egito e Marrocos), de acordo com o CDIAL (Centro de Divulgação do Islã para a América Latina). E o cuidado em se fazer entender leva à busca de xeques de Moçambique, país que fala português e que tem parte da população muçulmana. Dos 50 xeques, 8 são daquele país. A importação de líderes de língua portuguesa cresceu há quatro anos, diz Ziad Ahmad Saifi, vice-presidente do CDIAL. A vinda de xeques visa atender à demanda crescente de seguidores do islã. Segundo o CDIAL, 20 anos atrás, existiam cerca de 40 centros muçulmanos de oração no país, número que incluía 18 ou 19 mesquitas. Hoje são 150 pontos de oração, 60 deles mesquitas. Não há dados recentes do IBGE, mas o Censo de 2000 apontou 27.239 muçulmanos no país -para o CDIAL, hoje já há 1,5 milhão de seguidores.”
Juliana Coissi – Folha de S.Paulo, 03/10/2011

“Neste momento em que o Brasil pensa tanto em inovação e em competitividade, é importante que o país olhe com olhos novos para os velhos problemas e para as velhas questões. É uma espécie de insanidade agir igual, fazer igual e esperar que dos mesmos procedimentos surjam novas respostas para nossos novos desafios e oportunidades. […] O mundo precisa trocar de pé em muitas e muitas áreas, abandonar crenças antigas, hábitos insustentáveis, práticas jurássicas. O novo mundo imporá mudanças cada vez mais rápidas; é bom você se acostumar a mudar.”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 04/10/2011

“É lamentável que as escolas se preocupem tanto em ensinar as crianças a escrever e a fazer cálculos enquanto as possíveis formas de administrar o próprio estresse sejam totalmente negligenciadas. Não por acaso, tantas pessoas não suportam a pressão das contas, dos pneus furados e dos chefes autoritários – isso sem falar nos conflitos internos mais arraigados – e buscam alívio em comportamentos autodestrutivos, sendo o álcool e as drogas os mais comuns.”
Robert Epstein, doutor em psicologia pela Universidade Harvard – Revista Mente&Cérebro – outubro de 2011

“Fazemos parte de um ‘sistema’ coletivo de obrigações automáticas, sem espaço para gentilezas individuais e gratidão desnecessária.”
Arnaldo Jabor – Estado de S. Paulo, 04/10/2011

“Minha atitude é feminina e não feminista, pois me recuso a ver como exótico o fato de termos uma mulher na presidência. Fico inquieta quando me questionam sobre isso, pois, o contrário não causa espanto”.
Fernanda Montenegro,81, atriz – Estado de S. Paulo, 06/10/2011

“A crise econômico, com seus efeitos sobre a população (jovens em particular) é o ponto de convergência entre lutas contra ditaduras nos países árabes e as manifestações contra a primazia do sistema financeiro no Ocidente. Segundo Ruy Braga, o impacto da crise em cada margem do Mediterrâneo varia, mas produz revoltas. Na Europa, os jovens não aceitam os pacotes de austeridade, que podem aprofundar o desemprego e a estagnação. ‘ A perspectiva de que o futuro está comprometido tem um impacto psicológico muito forte. Nos EUA, pensar que um filho não vai superar o pai em qualidade de vida é inaceitável’.”
Diego Viana – Valor, 07/10/2011

39ª semana de 2011

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“Sempre se soube que os seres humanos excepcionalmente bonitos gozavam alguns privilégios em relação aos demais. Agora, o senso comum tornou-se mensurável. Para captar esse fenômeno, Hakim, professora da London School of Economics, criou o conceito de ‘capital erótico’, que envolve, além da beleza física, virtudes como charme, desenvoltura, elegência e sensualidade. É uma adição atrevida às três formas de capital consagradas pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu: o capital econômico (o que temos), o capital humano (o que sabemos) e o capital social (quem conhecemos). Hakim diz que as pesquisas realizadas nos Estados Unidos e no Canadá demonstram claramente que homens atraentes (quer dizer, com mais capital erótico) ganham entre 14% e 27% mais que os homens não atraentes – considerando que tudo o mais entre eles seja equivalente. Para as mulheres, a diferença varia entre 12% e 20%.”
Ivan Martins e Teresa Perosa – Revista Época, 26/09/2011

“Enquanto o amor romântico foi caracterizado por uma ideologia da espontaneidade, ligada, entre outras coisas, à atração sexual provocada pela presença de dois corpos físicos, a internet se baseia numa interação textual incorpórea, exigindo uma forma racionalizada de escolha do parceiro, distante daquela revelação inesperada, irrompendo na vida de uma pessoa contra a sua vontade e razão.”
Revista Carta Capital – 28/09/2011

“A matriz jurídica no Brasil visa a garantir que determinadas pessoas em certas posições jamais sejam punidas. Para elas sempre há uma brecha legal. […] A lei, ao se moldar ao perfil de poder do réu, se torna antiética. O estado brasileiro usa as leis para manter os maus costumes. É vital inverter essa lógica perversa.”
Roberto DaMatta, 75, antropólogo – Revista Veja, 28/09/2011

“O vício se desenvolve e se torna poderoso nas aguas turvas do desejo de morte, da falta de equipamento para enfrentar a vida, da fuga da realidade para uma solução mais fácil. […] O viciado é um náufrago: arrasta consigo s que o amam, e não sabe disso.”
Lya Luft– Revista Veja, 28/09/2011

“Minha aspiração dominante não é a de ser feliz: quero viver o que der e vier, comédias, tangos e também tragédias – quanto mais plenamente possível, sem covardia. Meu ideal de vida é a variedade e a intensidade das experiências, sejam elas alegres ou penosas.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 29/09/2011

“Um aspecto particular do neoliberalismo que incomoda muito, do Chile a Israel, é a privatização dos serviços públicos, pois significa um roubo manifesto do patrimônio da população. Para os que não possuem nada, deveria existir a escola pública, o hospital público, o transporte público, gratuitos ou subvencionados pela coletividade. Quando esses direitos básicos e inalienáveis são privatizados, não se configura apenas o roubo dos bens da cidadania (pois foram custados com impostos), mas também a destituição do único patrimônio das camadas mais pobres. Trata-se de uma dupla injustiça.”
Ignacio Ramonet, jornalista e sociólogo – Le Monde Diplomatique Brasil, setembro de 2011

“A repetição, diz Hegel, desempenha um papel crucial na história: quando algo acontece uma vez apenas, pode ser visto como simples acidente, algo que poderia ter sido evitado se a situação tivesse sido tratada de outra maneira; mas, quando o mesmo fato se repete, é sinal de que um processo histórico mais profundo está em ação. […] A mesma coisa aplica-se à crise financeira contínua. Em setembro de 2008, foi descrita como uma anomalia que poderia ser corrigida com uma melhor regulamentação etc.; agora, o acúmulo de sinais de um derretimento financeiro repetido deixa claro que estamos diante de um fenômeno estrutural.”
Slavoj Zizek, filósofo esloveno – Revista Cult, setembro de 2001

“Pais ficam aflitíssimos ao afirmar: ‘Gosto dos meus filhos igualmente’, por serem imediatamente contestados: ‘É mentira!’, brada o primeiro. ‘É mentira!’, repete o segundo, o terceiro e quantos mais filhos houver. ‘É mentira’, fala também a voz da consciência na cabeça dos pais: eles sabem que é mentira, mas como confessá-la sem imediatamente não se verem taxados pelos filhos, e por si próprios, de injustos, interesseiros, parciais e mais e mais? Por suposto que é mentira e qual é o grande problema em afirmá-lo? A questão é que se condensam e se confundem, no termo ‘gostar’, afinidade e amor. O impasse pode ser facilmente resolvido se os pais souberem que o amor pelos filhos é igual, mas as afinidades com um ou com outro são obviamente diferentes, variando até mesmo no tempo e na circunstância.”
Jorge Forbes, psicanalista e psiquiatra – Revista Psique, setembro de 2011

38ª semana de 2011

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“Na condição de ex-juíza e presidente do Tribunal Penal Internacional para Ruanda, vi como comunidades podem ser aniquiladas pelo ódio. Mas também me deparei com magníficos atos de bravura. Um episódio está profundamente gravado em minha memória. Ele ocorreu no noroeste de Ruanda, quando hutus atacaram uma escola e ordenaram aos alunos que se separassem em grupos de etnia hutu e tutsi. Os estudantes se recusaram a identificar sua etnia para não trair seus colegas. Dezessete meninas foram mortas como resultado de sua corajosa atitude. Como podemos ser dignos dessas crianças? Acredito que precisamos trabalhar juntos para alcançar um ambiente de respeito e promoção da igualdade, da justiça e da não discriminação.”
Navi Pillay – Folha de S.Paulo, 19/09/2011

“A memória não armazena itens. Ela funciona relacionado conceitos e significados. […] O cérebro humano pode ser convencido inconscientemente. Ele pode associar conceitos caso seja exposto de forma contínua e prolongada a alguns estímulos. […] O raciocínio é de sobrevivência. Diante da opção de obter uma uva imediatamente ou duas pouco depois, até os macacos mais bem treinados não resistem à tentação por dez segundos.”
Dean Buonomano, neurocientista americano, Revista Época – 19/09/2011

“O automóvel que veio como símbolo da liberdade de ir e vir se tornou uma espécie de cárcere privado, e de câmara de estresse. É uma modernidade que caducou. […] A resposta à ameaça competitiva é a melhor produtividade: inovação, capacitação, pesquisa e desenvolvimento.”
Eduardo Giannetti – Folha de S.Paulo, 22/09/2011

“O problema do narcisista é que ele depende totalmente dos outros para se definir e para decidir seu próprio valor: ele se orienta na vida só pela esperança de encontrar a aprovação do mundo. Infelizmente, nunca sabemos por certo o que os outros enxergam em nós. Às vezes, o narcisista se exalta com visões grandiosas de si, ideias infladas do amor e da apreciação dos outros por ele; outras vezes, ao contrário, ele despenca no desamparo, convencido de que ninguém o ama ou aprecia.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 22/09/2011

“”Talvez a maneira como somos educados a pensar de maneira reflexiva ou intuitiva ao longo da vida tenha alguma influência sobre nossas crenças.”
Amitai Shenhav, psicólogo – Folha de S.Paulo, 22/09/2011

“Trinta anos de consumo firme e crescente de cerveja renderam-lhe a cirrose cujos sintomas ele, como médico, deve ter percebido há muito. Sócrates percebeu, mas continuou a beber. Por quê? Porque o alcoolismo é progressivo e, depois de certa etapa, quem manda não é a razão, mas o organismo, e este quer sempre mais.
Sócrates pertence aos 15% da humanidade que podem beber muito sem sentir os efeitos adversos do álcool, como embriaguez, intoxicação e ressaca.”
Ruy Castro – Folha de S.Paulo, 23/09/2011

“As escolas precisam se perguntar: por que somos palco dessas situações? Já deveria ter acendido a luz amarela para escolas, gestores e pesquisadores.”
Ângela Soligo, psicóloga da Faculdade de Educação da Unicamp – Folha de S.Paulo, 23/09/2011

“Pesquisa da Pactive Network com 670 executivos americanos mostrou que os funcionários do sexo masculino são, em geral, 25% mais felizes do que as mulheres no trabalho. Ao mesmo tempo, elas têm pelo menos 25% mais chances de serem as responsáveis por tarefas domésticas como cozinhar, arrumar a casa e fazer supermercado.”
Folha de S.Paulo, 24/09/2011

“Pessoas assim são algo tão maiores que os elementos que você pode analisar com seu intelecto.”
Esperanza Spalding, instrumentista norte-americana – Folha de S.Paulo, 24/09/2011

37ª semana de 2011

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“Uma pesquisa realizada pelo Gallup revelou recentemente um recorde de desânimo entre os trabalhadores americanos, o que foi traduzido por economistas em números: a falta de engajamento tiraria cerca de R$ 500 bilhões da economia, em decorrência da perda de produtividade.”
Gilberto Dimenstein – Folha de S.Paulo, 11/09/2011

“Essa ‘epidemia’ de violências é assunto sério. […] Preconceito, ciúme, intolerância com diferenças, suposta identificação com ideais de um grupo, busca da afirmação da identidade, tudo isso, pode estar tornando essa geração mais impulsiva e agressiva do que as anteriores. Preocupante! Sem educação, sem limites e sem punição adequada, essa onda de violência entre os jovens vai continuar!”
Jairo Bouer – Folha de S.Paulo, 12/09/2011

“Temos passado essa lições aos jovens: ser corajoso é ser brigão, ser capaz de colocar a saúde e a vida em risco; o que importa é fazer, acontecer e aparecer a qualquer custo; ter êxito na vida é ganhar muito dinheiro, não importa como. Essa lições convivem com os mais novos diariamente, e os convencem.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 12/09/2011

“Um relatório divulgado ontem pelo ADI (Alzheimer’s Disease International), ligado à Organização Mundial da Saúde, indica que 75% dos portadores da doença não foram diagnosticados. O estudo foi conduzido por cientistas do Instituto de Psiquiatria do King’s College, em Londres. Segundo o ADI, que reúne 76 associações dedicadas à doença, 36 milhões de pessoas convivem com o problema no mundo todo. Os cientistas descobriram que três quartos das pessoas com demência desconhecem a doença. Nos países mais ricos, apenas de 20% a 50% dos casos são reconhecidos e documentados. Nos mais pobres, a proporção pode chegar a apenas 10%.”
Mariana Pastore – Folha de S.Paulo, 14/09/2011

“Não é fácil para nenhum pai ensinar valores a seus filhos, quaisquer que sejam eles. Por mais que repitam o que julgam certo e melhor para seus filhos, se eles não se comportarem de acordo com o que estão dizendo, se isso não é o que realmente são, não vai adiantar. Não adianta um pai dizer que dinheiro não é importante se ele troca de carro todo ano e se preocupa com a aparência quando encontra os vizinhos. Acredito que os valores de alguém precisam estar em linha com o que ele é. Não com o que ele diz. Isso é crítico para pais preocupados em ensinar valores aos filhos.”
Peter Buffett – Revista Época, 12/09/2011

“Meu propósito é dominar corações e mentes. Incutir em cada um o medo do outro. Medo de lhe estender a mão, tocar em cumprimento a pele impregnada de bactérias nocivas. Medo de abrir a porta e receber um intruso ansioso por solidariedade e apoio. Com certeza ele quer arrancar-lhe algum dinheiro ou bem. Pior: quer o seu afeto. Evite o sofrimento, tenha medo de amar. […] Meu nome é medo. Acolha-me em sua vida! Sei que perderá a liberdade, a alegria de viver, o prazer de ser feliz. Mas darei a você o que mais anseia: segurança!”
Frei Betto – Revista Caros Amigos, setembro de 2011

“Uma das grandes preocupações de qualquer ser pensante por aqui é a educação. Fala-se muito, grita-se, escreve-se, haja teorias e reclamações. Ação? Muito pouca, que eu perceba. Os males foram-se acumulando de tal jeito que é difícil reorganizar o caos. […] Grande contingente de jovens chega às universidades sem saber redigir um texto simples, pois não sabem pensar, muito menos expressar-se por escrito. Parafraseando um especialista, estamos produzindo estudantes analfabetos.”
Lya Luft – Revista Veja, 14/09/2011

“Um em cada quatro brasileiros está disposto a abrir a carteira e abusar do cartão de crédito. Pesquisa do Boston Consulting Group, com 650 consumidores das grandes capitais do país, mostra que o grupo dos esbanjadores crescem de 7% para 26% nos últimos dois anos. Tomaram espaço dos muquiranas, cuja participação na amostra caiu de 59% para 25%. Não estão nem aí para a crise…”
Revista Época Negócios, setembro de 2011

36ª semana de 2011

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“Empreendedor é, em síntese, quem transforma o problema numa solução. O maior desperdício de uma nação é o desperdício de talentos – e essa pode ser uma medida para comemorar ou não a independência de uma nação.”
Gilberto Dimenstein – Folha de S.Paulo, 04/09/2011

“O presidente internacional da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), Unni Karunakara, pediu que as agências humanitárias parem de traçar um retrato da fome na Somália que induz ao erro e que reconheçam que é quase impossível ajudar as pessoas mais afetadas pelo problema. Segundo Karunakara, praticamente nenhuma agência está conseguindo trabalhar no interior da Somália, país em guerra, onde a situação é ‘profundamente aflitiva’. […] Tentar ter acesso às pessoas que estão no epicentro do desastre vem sendo um esforço lento e difícil. O uso de frases como ‘a fome no Chifre da África’ ou ‘a pior seca em 60 anos’, segundo o médico, ocultam os fatores ‘criados pelo homem’ que geraram a crise no país. […] ‘O povo somali vive há 20 anos em um país em guerra, sem governo, enfrentando longos períodos de carência, fome e seca’, explica Karunakara. ‘A falência desta [última] colheita foi apenas a gota d’água que o empurrou pelo abismo desta vez’. […] Iam Bray, porta-voz da ONG Oxfam, disse: ‘Uma seca é uma ocorrência natural; uma fome generalizada é causada pelo homem’.”
Tracy McVeigh – Folha de S.Paulo, 05/09/2011

“Este é, entre muitas coisas, o século da imagem. Elas circulam na velocidade do instantâneo e são parte cada vez mais dominante de nossa comunicação. Quem cria as imagens certas (com uma boa trilha sonora) encontra seu público. Mas sabedoria estética não é virtude exclusiva do bem.”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 06/09/2011

“Há tempos, as pesquisas em inteligência artificial procuram criar um computador que tenha a complexidade de um cérebro humano. Bem, certos setores do debate nacional de ideias conseguiram o inverso: criar cérebros que parecem mimetizar as restrições de um computador. Pois eles são como hardwares que suportam apenas um pensamento binário, onde tudo é organizado a partir de “zero” e ‘um’. […] Jean-Paul Sartre costumava dizer que o verdadeiro pensamento pensa contra si mesmo. Este é, por sinal, um bom ponto de partida para se orientar em discussões: nunca levar a sério alguém incapaz de pensar contra si mesmo, incapaz de problematizar suas próprias certezas devido à redução dos argumentos opostos a reles caricatura. Afinal, se estamos no reino do pensamento binário, então só posso estar absolutamente certo e o outro, ridiculamente errado. Daí porque a única coisa a fazer é apresentar o outro sob os traços do sarcasmo e da redução irônica. Mostrar que, por trás de seus pretensos argumentos, há apenas desvio moral e sede de poder. Isso quando a desqualificação não passa pela simples tentativa de infantilizá-lo. Alguns chamam isso de “debate”. Eu não chegaria a tanto. Infelizmente, tal pensamento binário tem cadeira cativa nas discussões políticas.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 06/09/2011

“O Brasil está ficando velho antes de ficar rico. Os gastos previdenciários superam os de nações desenvolvidas. Se o sistema não passar por reformas, nossos filhos e netos pagarão uma gravíssima conta.”
Maílson da Nóbrega – Revista Veja – 07/09/2011

“Se não querem entender, paciência. Eu não vou mudar. Até poderia mudar – mas daí teria de deixar de fazer filmes e passar a vida me ocupando só disso, de tentar ser outra pessoa. Vou citar Marilyn Monroe: se você não aguenta o meu pior, não merece o meu melhor.”
Lars von Trier – Revista Veja – 07/09/2011

“Nilton Bonder está, para o judaísmo, como o padre Marcelo Rossi para o mundo cristão. Aos 53, é o rabino mais popular do país. Ele diz que, tanto na ciência quanto na religião, há uma dimensão que o mundo cartesiano não tem capacidade para explicar. ‘O que a ciência chama de acaso nós, no judaísmo, denominamos oculto.’ Completa: ‘Equacionar os problemas dentro do que se consegue compreender não é suficiente. Eles têm que ser resolvidos através do oculto também, da intuição, daquilo que não tem simetria’.”
Roberto Kaz – Folha de S.Paulo, 08/09/2011

“Hábitos saudáveis poderiam evitar 2,8 milhões de casos de câncer por ano, segundo dados divulgados ontem pelo WCRF (World Cancer Research Fund, fundo mundial de pesquisa sobre câncer). O número global de tumores aumentou 20% na última década. Agora, são 12 milhões de novos casos por ano.”
Folha de S.Paulo, 08/09/2011

“Numa entrevista a Vanessa Correa durante o 1º Congresso Internacional de Habitação e Urbanismo, realizado em São Paulo, o arquiteto Alexandros Washburn, diretor de desenho urbano da Prefeitura de Nova York, falou da importância de ser, ora, veja, pedestre na metrópole por excelência. ‘Caminhar é a atividade mais importante na cidade’, ele disse. ‘Tanto pelo lado cultural, como pela sustentabilidade. (…) É por isso que Nova York é uma cidade vibrante. (…) O espaço público é importante para construir confiança entre as pessoas de todas as classes e etnias. (…) Quando toma a decisão de colocar o pedestre em primeiro lugar, você adota um ponto de vista. Você vê os problemas através dos olhos de um cidadão caminhando pela rua’.”
Ruy Castro – Folha de S.Paulo, 09/09/2011

35ª semana de 2011

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“Na nossa época, as “futilidades” são, no mínimo, tão relevantes e tão necessárias quanto era o pão em 1789. […] ‘Quem somos’ depende de como conduzimos nossa vida e (indissociavelmente) de como ela é avaliada pelos outros. Para obter o reconhecimento de nossos semelhantes (sem o qual não somos nada), os objetos que nos circundam ajudam mais do que a barriga cheia; eles têm uma função parecida com a dos paramentos das antigas castas: declaram e mostram nosso status -se somos antenados, pop, fashion, sem noção, ricos, pobres ou emergentes, cultos ou iletrados.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 01/09/2011

“O número de adolescentes infratores com idade entre 12 e 14 anos internados na Fundação Casa (antiga Febem) cresceu 18% de agosto do ano passado para cá, segundos dados oficiais. Em um ano, a população de menores dessa faixa etária que cumprem medida socioeducativa em unidades de internação da Fundação Casa saltou de 484 para 572. Nesse período, o total de jovens infratores internados no Estado subiu de 7.058 para 8.220, um salto de 16%. Ainda de acordo com os dados, a maior parte dos adolescentes de 12 a 14 anos internados se envolveu em atos infracionais sob a suspeita de tráfico de drogas, roubo qualificado e furto. Para o presidente da Comissão Infantojuvenil da OAB-SP (Ordem dos Advogados do Brasil), Ricardo de Moraes Cavezon, o aspecto familiar é um dos principais fatores que contribuem para o envolvimento de adolescentes com o crime. ‘Muitos desses jovens estão em situação de abandono pelo pai e pela mãe’.”
Léo Arcoverde – Folha de S.Paulo, 02/09/2011

“Steve Jobs disse que melhor do que ter novas ideias é matar as antigas. É impossível administrar um grande fluxo de ideias. É preciso descartar aquelas que não servem ou não serão aproveitadas. De que adianta guardar os projetos se não for usá-los? Fuja deles. Só tomam tempo, atenção e desaceleram sua produtividade.”
Bill Fischer, professor de inovação (da escola suíça de negócios IMD) – Revista Época Negócios, agosto de 2011

“O segredo é dar raízes e asas. Asas para que o outro seja livre para dar suas voltas e raízes para que ele tenha estrutura, estabilidade e saiba bem o seu lugar no mundo. Essa é a melhor coisa que você pode dar para o seu filho, para o seu parceiro e para você mesma. Se não formos capazes, numa relação, de motivarmos um ao outro a chama apaga.”
Bruna Lombardi, 58, atriz – Revista Marie Claire, agosto de 2011

“A dificuldade de pôr limites que muitos pais sentem vem da culpa pela falta de tempo de se dedicar aos filhos. Eles acabam sendo permissíveis, na tentativa de compensar o incompensável. E, em alguns casos, acabam distorcendo a relação em que o ter afeto é substituto por ter presentes. O atendimento ilimitado aos desejos do filho e a incapacidade de manter firme a proibição cria distorção no relacionamento pais e filho, principalmente no aspecto do dar e receber.”
Rosa Lang – Revista Psique, agosto de 2011

“Todo aquele que faz apologia à sustentabilidade sem mencionar os interesses econômicos que mobilizam esse tema é ingênuo e alienado em seu próprio discurso. Ou hipócritas que se utilizam da comoção de tragédias ecológicas e sociais para vender uma imagem responsável, mais preocupados em ditar novos hábitos de consumo do que evitá-los para o bem do ecossistema.”
Arthur Meucci – Revista Filosofia, agosto de 2011

“O maior patrimônio a ser preservado hoje no mundo é o jovem. Precisamos oferecer educação de qualidade, envolvê-lo com esportes, afastá-lo das drogas.”
Nizan Guanaes – Harvard Business Review, agosto de 2011

“Basta olhar em volta para perceber a deterioração ética da sociedade: o presidente galardeado com o Nobel da Paz promove guerras; crianças praticam bullying nas escolas; estudantes agridem e até assassinam professores; políticos se apropriam descaradamente de recursos públicos; produções de entretenimento para cinema e TV banalizam o sexo e a violência. […] O fundamento da ética é o amor.”
Frei Betto, Revista Caros Amigos – agosto de 2011

“Às vezes, esquecemos que as prioridades decididas no bolso exprimem os valores, os sonhos que temos e as dificuldades que encontramos para atingir nossos objetivos. […] Mas nem sempre temos consciência daquilo que estamos valorizando e das escolhas que temos feito.”
Ainá Vieira – Revista Vida Simples, agosto de 2011

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