Contando os dias

39ª semana de 2013

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“Costumo dizer que a arte existe porque a vida não basta. Negar a arte é como dizer que a vida se basta, não precisa de arte. Uma pobreza!”

Ferreira Gullar, Folha de S.Paulo – 22/09/2013

 

“Hoje que os ritmos elétricos incentivam uma vida de excessos, há uma vaidade, um exibicionismo vulgar em se ter – e mostrar que tem – muito de tudo que é novo.”

Luli Radfahrer, Folha de S.Paulo – 23/09/2013

 

“A vida intelectual pública está morta no Brasil, vítima da mania de ver em toda parte ‘um processo histórico’ em curso.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo – 23/09/2013

 

“Escutar o filho, a mãe, o pai, o namorado, o marido, a mulher, o colega de trabalho, o chefe, o subordinado, o amigo, o vizinho, o paciente, o desconhecido. Ninguém escuta mais ninguém. Falamos sozinhos e deixamos o outro falando sozinho. Tem gente que ainda acha que pode escutar alguém fazendo outra coisa simultaneamente. Não pode. No fim, há uma algazarra de palavras jogadas fora, que batem na parede e voltam.”

Ruth de Aquino, Época – 23/09/2013

 

“Escuto, de homens e mulheres que tenho entrevistado para pesquisa, a queixa de que um investe muito mais do que o outro na relação, em termos de amor, dedicação, tempo, cuidado, atenção, escuta, carinho, trabalho e dinheiro.”

Mirian Goldenberg, Folha de S.Paulo – 24/09/2013

 

“Sabemos que punição faz sofrer, mas não ensina nada. Adestra, condiciona, controla. Por um tempo.”

Rosely Sayão, Folha de S.Paulo – 24/09/2013

 

“Papa Francisco foi eleito há apenas seis meses, mas a marca que suas palavras e ações estão imprimindo nas consciências de crentes e ateus é notabilíssima. Suscitam admiração e até surpresa todos os seus gestos e formas de comportamentos: onde mora, os sapatos que calça, seu estilo sóbrio e, sobretudo, as medidas que está tomando na tentativa de reformar a Igreja romana, mortificada por corrupção e escândalos, não somente morais. Parece que ele une em si a atitude simples e popular de João XXIII como carisma de João Paulo II. A mescla especialíssima dessas características prenuncia em pontificado inovador.”

Claudio Bernabucci, Carta Capital – 25/09/2013

 

“O que Francisco disse dos clérigos serve à perfeição para os políticos: “O povo de Deus necessita de pastores e não funcionários, clérigos de escritório”. O povo de qualquer Deus e também o povo sem Deus necessita de políticos que sejam guias de verdade e não se escondam, como fazem os políticos de hoje em dia, em seus gabinetes hiperprotegidos.”

Clóvis Rossi, Folha de S.Paulo – 26/09/2013

 

“Os adultos modernos carregam consigo um resto de adolescência mal resolvida, como se, para eles chegarem a ser adultos mesmo, ainda lhes faltasse um gesto de rebeldia que se esqueceram de fazer na juventude. Essa adolescência, desperdiçada por falta de coragem, volta como farsa na vida do adulto: ninguém tem coragem de nada, sequer de quebrar a rotina, mas todos procuram a aparência da rebeldia. Não fiz nada do que eu queria ou esperava, mas amanhã vou tatuar uma estrelinha.”

Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo – 26/09/2013

 

“A vida exige paisagens sonoro e visual programadas, estetizando o cotidiano com pequenas experiências aparentadas ao belo e ao gosto.”

Christian Dunker, Cult – setembro de 2013

 

“A pessoa criativa pode fazer criativamente qualquer coisa. A marca da criatividade é a sensação de que há algo novo e inesperado no ar.”

Sérgio Franco, Mente&Cérebro – setembro de 2013

 

“52% dos entrevistados definem como principal razão para ficar num emprego a possibilidade de progredir de forma rápida na carreira.”

Luiz Carlos Cabrera, Você S/A – setembro de 2013

 

“Temos um problema grande na área da educação. Sete em cada dez profissionais brasileiros dizem que há um desalinhamento entre o currículo dos estudantes e as necessidades das empresas – na média global, são quatro em cada dez.”

Gil Giardelli, Você S/A – setembro de 2013

 

37ª semana de 2013

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“O Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas lança amanhã, em São Paulo, um relatório sumário sobre os efeitos do aquecimento global no país. Resultado de seis anos de trabalho de 345 pesquisadores, que avaliaram tudo que já se publicou de estudos sobre o tema, suas conclusões não são nada boas. O semiárido nordestino já padece com a pior seca em muitas décadas. Imagine agora se a temperatura média na região se elevar de 3,5°C a 4,5°C, até o ano 2100, e as chuvas diminuírem de 40% a 50%. A transposição do rio São Francisco não vai dar nem para o cheiro, na hora de aplacar a penúria dos pequenos agricultores da caatinga. Para a Amazônia as previsões do PBMC são quantitativamente mais graves: o aumento de temperatura projetado ficará entre 5°C e 6°C; as chuvas terão queda de 40% a 45%.”

Marcelo Leite, Folha de S.Paulo – 08/09/2013

 

“Entre a maternidade e o túmulo, nossas mentes talvez passem mais tempo passeando por esses mundos do que pelo mundo real. (…) Crianças pequenas têm verdadeira compulsão por improvisar histórias. ‘Não precisamos subornar crianças para que inventem histórias como temos de fazer para que comam brócolis’, diz o norte-americano professor de literatura do Washington and Jefferson College, na Pensilvânia, Jonathan Gottschall. ‘Elas brincam de faz de conta quando não têm o que comer. Brincaram de faz de conta em Auschwitz’.”

Reinaldo José Lopes, Folha de S.Paulo – 08/09/2013

 

“No espanto, não há diferença entre o filósofo e o poeta, já que ambos são tomados, inesperadamente, da constatação de que não há explicação para o que acabam de perceber. A diferença, então, estaria depois da constatação, que é diferente no filósofo e no poeta. Salvo, melhor juízo, acho que o filósofo tem necessidade de explicar o fato que o espantou, e o poeta não; o poeta quer apenas dizer que se espantou, que aquilo não tem mesmo explicação; o que ele deseja, em suma, é registrar o inexplicável, afirmar o insondável mistério da existência.”

Ferreira Gullar, Folha de S.Paulo – 08/09/2013

 

“Nos últimos anos, a internet se consolidou como a principal fonte de notícias trágicas. Se má notícia corre rápido, não poderia ter escolhido melhor caminho.”

Luli Radfahrer, Folha de S.Paulo – 09/09/2013

 

“O mundo, às vezes, pode parecer um lugar assustador. Um lugar onde não conseguimos ver espaço para nossa vida. A alma, então, fica ofegante, sem ar, buscando um lugar onde o horror não seja a regra.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo – 09/09/2013

 

“As religiões são incoerentes, mas Dawkins também é incoerente por não ter uma prova definitiva da inexistência de Deus. (…) Os novos ateus acham que a ciência atual é suficiente para explicar o mundo, mas isso não é possível.”

Peter Steinberger, Época – 09/09/2013

 

“Cada vez mais, a vontade dos homens está submetida às suas produções – criamos as soluções que nos aprisionam; as coisas mandam nos desejos. Num primeiro momento, isso nos dá o pavor do descontrole racional sobre o mundo, ou melhor, da “ilusão de controle” que tínhamos: ‘Ah… que horror… o humano está se extinguindo, a grande narrativa, o sentido geral…’. Mas, pergunta-se: que ‘humano’ é esse que só no séc. 20 gerou duas guerras mundiais, Hitler, Mussolini, Hiroshima e Nagasaki, Vietnã, China, Pol Pot, África faminta. Que ‘humano’ é esse que os racionalistas teimosos cismam em idealizar? Está se formando uma nova vida social, sem finalidade, sem esperança ideológica, mas que poderá ser muito interessante em sua estranheza.”

Arnaldo Jabor, O Estado de S.Paulo – 10/09/2013

 

“E o Brasil precisa aumentar rápido sua população universitária. Nossa taxa bruta de escolarização no nível superior beira os 30%, contra 59% do Chile e 63% do Uruguai. Isso para não mencionar países desenvolvidos como EUA (89%) e Finlândia (92%).”

Hélio Schwartsman, Folha de S.Paulo – 10/09/2013

 

“Sentir ciúme é muito doloroso. Desejar o amor exclusivo de alguém e constatar que isso não é possível provoca uma intensa dor. Muitos adultos experimentam no presente esse sentimento e todos já o experimentaram algum dia, mesmo que não se lembrem mais das emoções que esse sentimento mobiliza. Mas, quando é a criança que manifesta ciúme, poucos adultos se sensibilizam e acolhem o sofrimento dela.”

Rosely Sayão, Folha de S.Paulo – 10/09/2013

 

“O que procuramos na rua?! Os meios de comunicação – jornais, revistas, rádios e televisão -, há mais de um mês, procuram uma resposta. Aqui, vou sugerir uma possível. Eu diria que nos esgueiramos para fora das quatro paredes, onde estamos enclausurados pelas tecnologias modernas, para reencontrar nas ruas, em carne e osso, o ‘outro’.”

Anna Veronica Mautner, Folha de S.Paulo – 10/09/2013

 

“Uma década após o fim da guerra, a qualidade da educação ainda é ruim e muitas das nossas escolas estão em condições precárias. Sabemos como corrigir a educação. Mas, após dez anos, o tempo de falar passou. Não podemos continuar a realizar conferências sobre o estado da educação. É hora de sujar as mãos.”

Leymah Gbowee, 41, ativista liberiana, Carta Capital – 11/09/2013

 

“Sempre se disse que a igreja não é uma democracia. Mas seria bom que houvesse um espírito mais democrático, no sentido de ouvir atentamente.”

Pietro Parolin, 58, arcebispo italiano, secretário de Estado do Vaticano, Folha de S.Paulo – 12/09/2013

 

“Ler mais não significa entender o que se está lendo, conforme provam os relinchos e dejetos nas caixas de comentários.”

Michel Laub, Folha de S.Paulo – 13/09/2013

 

“Assim como o Brasil, a Turquia viveu uma transformação muito grande nas últimas décadas. Somos, Brasil e Turquia, considerados “mercados emergentes”. Fico irritado com o rótulo. Prefiro falar em ‘humanidades emergentes’. Não é só o mercado que ’emerge’. Com a consolidação de uma classe média e o fortalecimento da economia de um país, suas artes e literatura também se desenvolvem. As manifestações recentes nas ruas do Brasil e da Turquia têm relação com esses novos humanismos.”

Orhan Pamuk, Folha de S.Paulo – 14/09/2013

 

“O mundo de hoje é comandado pelo masculino: visão de curto prazo, poder pelo poder, mania de resolver agora o problema sem olhar para a raiz.”

Marise Barroso, presidente da Amanco, Época Negócios – setembro de 2013

36ª semana de 2013

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“Segundo pesquisa da PWC, em 2040 cerca de 57% da população brasileira em idade ativa será composta por pessoas com mais de 45 anos. (…)Para os indivíduos, as crises de meia idade devem acontecer mais tarde, pois quem chega aos 40 anos tem em média mais quarenta pela frente. Tempo suficiente para rever e até mudar a carreira. Mas, em função das características do mercado atual, jovens de 28 anos já se consideram velhos, pois reina a crença de que velho, para as organizações, são profissionais em torno dos 40 anos. Para muitos jovens, a percepção de crescimento fica muito limitada. Isso causa muita frustração, já que se tem a ideia de que lhes resta pouco tempo para chegar às posições de liderança. (…) Quem é esse idoso hoje? Certamente não são os profissionais ativos na faixa dos 50 e 60 anos. Segundo a pesquisa, as empresas até reconhecem que esse grupo é melhor em realização de diagnósticos (87%), resolução de problemas (86%) e equilíbrio emocional (96%), além da fidelidade (89%), o que impacta fortemente os índices de rotatividade -um problema sério dos mais jovens.”

Adriana Gomes, Folha de S.Paulo – 01/09/2013

 

“A evolução da educação é um exemplo de como chegamos não ao final de um velho processo, mas ao começo de um novo. Mesmo com tantas deficiências, as estatísticas mostram que, de 1991 a 2010, tivemos avanços fundamentais nessa área, aponta a compilação de dados do Ipea. Em 20 anos, o número de crianças de 5 a 6 anos frequentando a escola pulou de 37,3% para 91,1% do total; o de jovens de 15 a 17 anos com fundamental completo passou de 20% para 57,2%. Mesmo insuficientes, são conquistas importantes. Se ainda não conseguimos garantir educação de qualidade a todos, ampliamos muito o acesso à educação. E educação puxa educação. É esse o caminho.”

Nizan Guanaes, Folha de S.Paulo – 03/09/2013

 

“Conviver com a dúvida tem sido cada vez mais difícil. Quanto mais se amplia o leque de escolhas em qualquer atividade da vida, menos dúvidas queremos ter. Queremos fazer a escolha certa, para a qual não restaria dúvida alguma. Não mais nos contentamos com a melhor escolha possível ou com uma escolha suficientemente boa. Difícil, senão impossível, viver dessa maneira, não é verdade?”

Rosely Sayão, Folha de S.Paulo – 03/09/2013

 

“Mergulhados na nossa irreprimível condição narcísica, usamos a tecnologia e as redes sociais para montar pequenos altares públicos aos nossos umbigos privados.”

João Pereira Coutinho, Folha de S.Paulo – 03/09/2013

 

“Para as convenções da estatística econômica, estão em idade ativa pouco menos de 70% da população brasileira, aqueles com idade entre 15 e 65 anos, entre a adolescência e a aposentadoria. Isso significa que o país está muito perto do auge da contribuição das transformações demográficas para o crescimento da produção e da renda. Com o número de crianças em queda e o de idosos ainda relativamente pequeno, há menos inativos a serem mantidos com as riquezas geradas pelo trabalho dos demais. O mundo desenvolvido já atravessou essa etapa do amadurecimento, quando há maior margem para poupança, chances de aprimorar a educação com o aumento dos gastos dos governos e das famílias por criança e até melhora da segurança pública. Economistas, propensos à intranquilidade, alertam cada vez mais frequentemente para o risco de o país não aproveitar ao máximo essa oportunidade. Afinal, depois da Copa de 2022, no Qatar, o envelhecimento dos brasileiros já estará tão avançado que a proporção de inativos reassumirá a tendência de alta.”

Gustavo Patu, Folha de S.Paulo – 03/09/2013

 

“A adolescência é crise brutal. A criança é tomada por hormônios, mudanças corporais que a deixam mais forte e mais erotizada. O intercâmbio amoroso-sexual se apresenta. Ambições de não ser mais tratada como criança. Embates de autoridade em casa. Tentativas de inserção social, questões de autoestima, dúvidas de imagem corporal, de direito aos desejos que descobre em si (ou vergonha deles). É um momento delicado.”

Francisco Daudt, Folha de S.Paulo – 04/09/2013

 

“Existem duas concepções sobre o que venha ser criança, tais concepções emergiram a partir do Renascimento e se distinguiram com mais clareza no século 18. A primeira, mais disciplinadora, diz que ela é um ser que precisa ser cuidado, educado e, de alguma forma, moldado para se tornar um adulto moralmente competente e com conhecimento para agir em sociedade. A segunda mais romântica, defende que ela seja pensada como um ser em desenvolvimento, que demanda proteção de qualquer efeito funesto da sociedade porque é naturalmente boa e inocente. A partir da década de 1980, a Sociologia da Infância propõe uma alternativa de definição e começa a pensar os pequenos em si próprios, como seres humanos densos e plenos, que não são estão em fase de integração e inclusão, defendendo que vivem plenamente integrados à sociedade. Eles são capazes de refletir e expressar as contradições sociais pelo seu modo de ver o mundo.”

Manuel Sarmento, diretor do Instituto de Educação da Universidade do Minho/Portugal, Nova Escola, setembro de 2013

35ª semana de 2013

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“Segundo Pesquisa Nacional de Saúde Escolar – IBGE 2013: 28,7% dos alunos brasileiros do 9º ano dizem já ter perdido a virgindade; 75,3% deles afirmam ter usado camisinha na última relação.”

Nova Escola – agosto de 2013

 

“Sempre que tentamos regular uma multiplicidade de casos complexos por meio de uma regra linear, produzimos paradoxos e injustiças.”

Hélio Schwartsman, Folha de S.Paulo – 25/08/2013

 

“Acho que todo mundo poderia considerar uma mudança nas suas escolhas alimentares e, se tiverem alguma sobra de dinheiro, considerar sua responsabilidade perante os pobres do globo. Não é uma questão de tudo ou nada, ou você se torna um vegetariano ou não faz nada. Várias pessoas nos Estados Unidos, por exemplo, estão dizendo: “Bem, eu como carne todos os dias…”. Existe uma prática chamada Segunda-Feira Sem Carne. Outros escolhem dois ou três dias por semana em que não comem carne. Penso que seja algo fácil de fazer, uma coisa saudável, e obviamente faz diferença, pelo menos do ponto de vista de reduzir a pecuária industrial e a emissão de gases do efeito estufa.”

Peter Singer, Folha de S.Paulo – 25/08/2013

 

“Ser criança é um fato biológico, mas o modo como ela vive essa etapa da vida, que vai até a adolescência, depende de múltiplos e complexos fatores, entre eles o modo social de pensar a criança. […] Temos deixado a criança cada vez mais tempo na escola. As três ou quatro horas iniciais se transformaram, progressivamente, em cinco, seis, oito, dez e até 12 horas de permanência no espaço escolar! Se considerarmos que ir para a escola é o trabalho da criança, elas têm trabalhado demais, à semelhança de seus pais, os adultos. […] Crianças têm se alimentado como adultos que se alimentam mal. E, como estes, têm enfrentado doenças por causa disso.”

Rosely Sayão, Folha de S.Paulo – 27/08/2013

 

“O médico não quer olhar na cara e muito menos explicar a doença, o político não quer parar de roubar nem trabalhar às sextas-feiras, o jornalista não colhe notícia boa. Está lançado o movimento ‘Alguém para se inspirar’.”

Jairo Marques, Folha de S.Paulo – 28/08/2013

 

“A Alemanha criou o gênero ‘indefinido’ para os pais que não querem ‘impor a identidade sexual’ aos seus filhos na certidão de nascimento.”

Veja – 28/08/2013

 

“Pesquisa do Ministério da Saúde feita em todas as capitais e em Brasília revela que 51% dos brasileiros têm sobrepeso. Em 2006, eram 43%. A obesidade aumentou de 11% para 17% no período. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, disse que hora de se adotar hábitos saudáveis.”

O Estado de S.Paulo – 28/08/2013

 

“Quando o ‘self’ é só uma imagem, inevitavelmente, ele é feito de bugiganga, quinquilharia, objetos de consumo.”

Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo – 29/08/2013

 

“O que faz com que esses jovens tenham perdido o desejo de investir em si mesmos? Sua pobreza de esperanças não nos deve restringir à falta de oportunidade material como causa única, ainda que esta seja muito relevante. Talvez nossa sociedade esteja sendo acometida de um adoecimento ainda mais grave, que se caracteriza pela ausência da capacidade de acreditar “em”, da capacidade de desejar. Claude Le Guen, em seu “Édipo Originário”, diz que é impossível amar a si mesmo sem antes ter amado ao outro. Talvez seja também impossível investir em si mesmo sem antes ter investido no outro. Isso pode ocorrer quando somos privados do investimento do outro, sejam eles cuidadores próximos, pais, avós, professores e amigos, mas também cuidadores distantes, associados às instituições civis ou religiosas. Sem a inscrição de seus ideais identificatórios em nós não há como elaborarmos uma promessa de existência significativa, digna de auto-investimento relevante.”

Marina Silva, Folha de S.Paulo – 30/08/2013

 

“A criatividade deriva da falta de opções ou o descontentamento com as existentes. A criatividade desorganiza o mundo, pois cria novos caminhos, o que provoca uma subversão da estabilidade anterior. Esse é o motivo pelo qual os criativos são às vezes incompreendidos, criticados e até perseguidos. Eles subvertem, portanto incomodam. Mas, se por uma lado a criatividade incomoda, por outro é ela que provoca mudanças.”

Eugenio Mussak, Vida Simples – agosto de 2013

 

34ª semana de 2013

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“Apesar da culpa que as mães costumam sentir por se afastar dos filhos para trabalhar fora, as crianças de hoje recebem muito mais atenção dos pais do que nas décadas de 60 e 70. É o que revela a American Time Use Survey, pesquisa do departamento de estatísticas do trabalho do governo americano. A explicação é que, naquela época, as donas de casa monitoravam menos as crianças para se dedicar aos afazeres domésticos e à vida social.”

VocêS/A – agosto 2013

 

“Segundo Pesquisa TIC KIDS Brasil 2012, ‘Quem aconselha os estudantes sobre segurança na internet?’: 59% parente; 55% professor; 33% televisão, rádio, jornais e revistas; 20% igrejas ou grupos de jovens; 16% bibliotecário ou monitor de lan house. Crianças e adolescentes rejeitam o controle dos adultos quanto ao uso da rede, mas querem orientação. ‘Ao mesmo tempo que não aceitam interferências, eles demandam intermediações sobre o uso seguro’, diz Regina de Assis, consultora em Educação e Mídia.”

Nova Escola – agosto de 2013

 

“Líderes que têm como principal característica o comando e controle, em geral, serão menos eficazes do que os catalizadores de colaboração e inovação. Conduzir a diversidade de opiniões será a chave para gerar mais inovação. De fato, o último estudo da IBM com CEOs em todo o mundo revelou que 71% dos executivos consideram o capital humano como a principal fonte interna de valor econômico sustentável das empresas. Serão os líderes com esse perfil que transformarão isto em realidade.”

Alessandro Bonorino, O Estado de S.Paulo – 18/08/2013

 

“É possível um mundo melhor? Sim e não. Sim, é possível um mundo melhor a começar por melhores remédios, casas, escolas, hospitais, aviões, democracia (ainda acredito nela, apesar de ficar de bode às vezes). Não, não é possível um mundo melhor porque algumas coisas não mudam, como o caráter humano, suas mentiras e vaidades, sua violência, mesmo que travestida de civilidade, nossas inseguranças, nossa miséria física e mental, nossa hipocrisia. Nossas ambivalências sem cura. […] O mundo melhor parece ser aquele no qual as pessoas podem errar, pedir perdão e ser perdoadas. Um mundo melhor não é um mundo sem violência ou ambivalência, mas um mundo onde existe o perdão.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo – 19/08/2013

 

“Continuo cheia. Cheia de tecnologia. Cheia de pessoas que acham que estão inventando a roda. Cheia de empreendedores cujo grande objetivo na vida é ficar rico. Cheia de espertalhões que criam problemas para vender soluções. Farta dos que espalham terror para vender segurança. Estou cada vez mais cheia de fazer cadastros, preencher formulários, alimentar estatísticas. Não suporto marketing invasivo. Não aceito como herança tanto lixo industrial. […] Hoje não quero ser amiga de todo o mundo. Não quero que todo o mundo goste de mim. Não quero ter razão. Não quero ser popular. Não quero ser forçada a gostar de nada nem de ninguém. Hoje não quero conhecer uma nova rede social. Não acho que tudo na vida tenha de se transformar em software ou sistema. Não acredito que tecnologia seja solução para todos os problemas.”

Marion Strecker, Folha de S.Paulo – 19/08/2013

 

“É maravilhoso fazer amigos pela internet. Encontrar antigos conhecidos, colegas de infância. Manter contato com quem não se pode ver sempre. Mas a maldade me assusta. Não tenho uma solução para o problema, mesmo porque sou contra qualquer tipo de restrição. O problema é que as pessoas gostam de maldades. Ler uma notícia fantasiosa sobre alguém famoso, ou mesmo sobre uma pessoa comum, dá uma falsa sensação de intimidade. E, na constelação da internet, o veneno está em expansão.”

Walcyr Carrasco, Época – 19/08/2013

 

“A religião muda as pessoas para o bem e para o mal. Sempre fui fascinado pelo poder que a religião tem de mudar o comportamento das pessoas e da sociedade. Um de meus objetivos em meus livros é analisar o processo da crença: o que leva alguém a acreditar numa religião. No caso da cientologia, não é uma conversão, uma iluminação, como ocorre na maioria das religiões. É uma espécie de lavagem cerebral, uma passagem em que pessoas instruídas, inteligentes e céticas se tornam crentes.”

Lawrence Wright, 66, escritor americano, Época – 19/08/2013

 

“Se a humanidade se comprometesse a consumir a cada ano só os recursos naturais que pudessem ser repostos pelo planeta no mesmo período, em 2013 teríamos de fechar a Terra para balanço hoje, 20 de agosto. Essa é a estimativa da Global Footprint Network, ONG de pesquisa que há dez anos calcula o ‘Dia da Sobrecarga’. Para sustentar o atual padrão médio de consumo da humanidade, a Terra precisaria ter 50% mais recursos. Segundo a ONG WWF-Brasil, que faz o cálculo da pegada ambiental do país, nossa margem de manobra está diminuindo (veja quadro à dir.), e exibe grandes desigualdades regionais. ‘Na cidade de São Paulo, usamos mais de duas vezes e meia a área correspondente a tudo o que consumimos’, diz Maria Cecília Wey de Brito, da WWF. O número é similar ao da China, um dos maiores ‘devedores’ ambientais.”

Rafael Garcia, Folha de S.Paulo – 20/08/2013

 

“A capacidade dos uruguaios em assumir riscos e procurar inventar novas respostas para velhos problemas é louvável. […] Eles optaram por colocar à frente do processo político uma espécie de antilíder [José Mujica], cujo carisma vem exatamente de seu desconforto aberto em relação aos ritos do poder. Alguém que parece a todo momento dizer não se enxergar como um presidente e que se recusa a abandonar sua vida espartana, seu sítio modesto e seus hábitos e roupas comuns. Alguém que tem a liberalidade de deixar o lugar do poder vazio e, por isso, encontra uma força inaudita por meio exatamente da expressão de seu franco desprendimento. Trata-se de uma lição política merecedora de nossa admiração, a saber, a compreensão de que o melhor líder é aquele que sistematicamente recusa-se a se ver como tal.”

Vladimir Safatle, Carta Capital – 21/08/2013

 

“A inveja é uma mistura de idealização, amor e ódio. sonha-se ser o que os outros sonham. […] Nesse mundo, em que a inveja é um regulador social, as aparências são decisivas porque elas comandam a inveja dos outros. Por exemplo, o que conta não é “ser feliz”, mas parecer invejavelmente feliz. Nesse mundo, o ter é mais importante do que o ser apenas porque, à diferença do ser, o ter pode ser mostrado facilmente. É simples mostrar o brilho de roupas e bugiganga aos olhos dos invejosos. Complicado seria lhes mostrar vestígios de vida interior e pedir que nos invejem por isso. O Facebook é o instrumento perfeito para um mundo em que a inveja é um regulador social. Nele, quase todos mentem, mas circula uma verdade de nossa cultura: o valor social de cada um se confunde com a inveja que ele consegue suscitar.”

Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo – 22/08/2013

 

“Se entre dez mandamentos, apenas dez, cobiçar a mulher alheia estava entre eles, com a mesma relevância de “não matarás” e “não furtarás”, porque é um princípio que deve ser seguido à risca. Talvez, um dos pilares da civilização. Deus não queria baderna. Foi sucinto, porque Deus não tinha tempo a perder. E soube como ninguém usar aquilo que criou em primeiro, o verbo.”

Marcelo Rubens Piva, O Estado de S.Paulo – 24/08/2013

 

“O apelo do papa Francisco aos jovens na Jornada carioca – ‘manifestem-se’ – não pode ter resposta universal. Em regimes políticos fechados, manifestar-se não é exatamente uma opção. Além disso, a expectativa das sociedades em torno dos jovens difere muito. Quem conversar com jovens chineses de classe média urbana, por exemplo, vai se dar conta de que o seu espectro de liberdade pessoal é limitado. Eles são alegres, mas frequentemente usam a palavra ‘yali’ (pressão) para qualificar a vida. A sociedade espera que, entre 22 e 28 anos, as pessoas assegurem um emprego estável, casem-se, tenham seu filho único e o deixem sob a responsabilidade dos avós. Esse até pode ser o curso normal da vida em outros lugares. Na China, contudo, a cobrança para segui-lo é determinada. Enquanto a economia crescia a dois dígitos, encontrar trabalho não era problema. Com o crescimento mais baixo, o cenário fica difícil. Em 2011, 17.5 % dos que se formaram ficaram desempregados. O número em 2013 deve ser bem maior. Nesta semana, o premiê Li Keqiang encontrou-se com um grupo de graduandos e lhes sugeriu: criem oportunidades para si mesmos, inovem, abram negócios, tomem riscos. Em outras palavras, sua mensagem foi a seguinte: faremos o possível, mas vocês têm de se mexer.”

Marcos Caramuru de Paiva, Folha de S.Paulo – 24/08/2013

 

“Não vi nada melhorar. Cada vez parece que vai piorando. Muita gente perde a vida. O Brasil não é um país tão atrasado assim, até intelectualmente era para melhorar esse negócio da violência. Saber que a vida do ser humano tem valor.”

Wagner dos Santos, 41, sobrevivente da chacina da Candelária, Folha de S.Paulo – 24/08/2013

33ª semana de 2013

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“No cristianismo, amor não é mero afeto, mas a ação que nos faz existir. Sem ele, a vida esvazia. […] Nossa natureza ‘caída’ não suporta o ‘peso’ do amor. […] Longe do amor, somos todos doentes, umas criaturas da noite que vagam numa escuridão sem fim. No escuro, não é só o outro que desaparece, mas nós também. […] Quando nos distanciamos do amor, nos dissipamos num desejo que nos leva ao nada. […] Quando nos sentimos longe do amor (de Deus), vemos nosso nada, isso deixa nossa alma inquieta, sedenta. […] O drama maior não é não ser amado, mas ser incapaz de amar.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo – 12/08/2013

 

“Criados livres de um aprendizado restrito, compartimentalizado e unidisciplinar, jovens que cresceram com a internet tiveram, pela primeira vez na história, tutores incansáveis, de capacidades infinitas, oscilando entre canais quando necessário. […] Sua forma de pensar é chamada de “mente da Renascença”, em referência a um período em que, depois de séculos isoladas, as pessoas voltaram a compartilhar conhecimento. A visão multimídia não é exclusiva da Renascença. Pitágoras, na Grécia antiga, cresceu na ilha de Samos entre tutores e navios, e sua curiosidade e formação vasta o ajudaram a influenciar áreas tão diversas quanto filosofia, ética, política, matemática, religião e música. No século 18, Goethe teve aulas de diversas línguas ainda na infância. Bom desenhista e leitor ávido, virou poeta, novelista, dramaturgo, cientista, filósofo e diplomata. […] O símbolo do raciocínio da Renascença é, naturalmente, Leonardo da Vinci. Pintor, escultor, arquiteto, músico, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, geólogo, cartógrafo, botânico e escritor, ele imaginou helicópteros, tanques, calculadoras e baterias solares em seus cadernos, sem se preocupar em publicá-los, ou mesmo se os protótipos poderiam ser executados.”

Luli Radfahrer, Folha de S.Paulo – 12/08/2013

 

“Foi só quando pude sentir as dores de meu pai é que aprendi a ser um filho.”

Walcyr Carrasco, Época – 12/08/2013

 

“A função do escritor é enfrentar os poderes constituídos. Isso em todo o mundo. Os grandes autores são aqueles que desafiam os regimes totalitários e desumanos. Todo dia escritores são presos por se expressar criticamente contra os governos em países da África, do Oriente Médio e da Ásia. Tenho o privilégio de trabalhar num país democrático, em que a liberdade de expressão é um ponto inegociável. Mas não deixa de ser também um país em que o poder e os poderes se organizam e se mascaram rapidamente.”

Don DeLillo,76, escritor americano, Época – 12/08/2013

 

“Há um ano, a Igreja Mundial do Reino de Deus usava 320 retransmissoras de TV para propagar as palavras do apóstolo Valdemiro Santiago. Desde então, encerrou contratos com metade delas. Saiu do ar em capitais como Belém e Fortaleza.”

Época – 12/08/2013

 

“A presença feminina no conselho de empresas brasileiras ainda é pequena. Apenas 13% dessas cadeiras são ocupadas por mulheres. As que chegaram lá costumam figurar nos seguintes postos: 32% diretora de Recursos Humanos; 27% diretora de Finanças (CFO); 27% diretora de Vendas (segundo International Business Report 2013).”

VocêS/A – agosto 2013

 

“A certeza, essa deusa em cujo altar depositamos flores (e grana), é tão difícil quanto a Verdade.”

Roberto DaMatta, O Estado de S.Paulo – 14/08/2013

 

“Teremos, todos, de mudar nossos hábitos e visões. E trabalhar com otimismo em novas direções urbanas.”

Washington Novaes, O Estado de S.Paulo – 17/08/2013

 

“A religião tornou-se a única forma ideológica em Israel. Não há mais a ideologia do sionismo, do kibutz. Os religiosos é que vivem como judeus, gostemos ou não, Quem é judeu hoje? Quem reza três vezes por dia. Assim era há 2 mil anos. Assim é hoje.”

Aharon Appelfeld, 82, escritor, O Estado de S.Paulo – 17/08/2013

 

“A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) alerta que existem 28,5 milhões de crianças fora das salas de aula em áreas de conflito. Elas sofrem não só com escolas fechadas ou falta de professores, mas também com ataques às instituições, estupro e outras formas de violência sexual (44% África Subsaariana; 14% Países Árabes; 19% Sul e oeste da Ásia/ 23% Outra regiões).

Nova Escola – agosto de 2013

 

“Acredito que esse é o grande segredo para chegar aos 40 anos melhor do que aos 20: ter a consciência de que fizemos o possível para vencer os percalços da vida com honestidade, sem passar por cima de ninguém e sem tentar levar vantagem. Todas as vezes em que agi sem pensar, por pressa ou ansiedade, a vida cobrou um preço muito caro depois. […] Eu me preocupei em construir um caminho em que o dinheiro não fosse o mais importante (há anos não faço comerciais. Não quero contribuir para o excesso de consumo). Não queria um padrão de vida luxuoso. Queria, sim, usar minha criatividade ao máximo. Para mim, a realização plena é dar conta do essencial, das coisas simples da vida.”

Letícia Sabetella, 42, atriz, Claudia – agosto de 2013

32ª semana de 2013

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“Apesar de lamentar terrivelmente não ter qualquer esperança no além, acredito que o ateísmo – quando amparado por boa poesia, pelo menos – é uma concepção mais elegante, mais profunda e que encerra mais respeito à vida do que a fé em Deus. Que eu exista, que você exista, que haja árvores que dão frutos e frutos que dão sementes, que esses frutos sejam doces justamente para que eu e você os comamos e espalhemos as sementes… Não é infinitamente mais belo se nada disso fizer parte de roteiro algum? Veja o universo, que coisa fantástica. Pra que serve? Pra nada: eis o grande milagre.”

Antonio Prata, Folha de S.Paulo – 04/08/2013

 

“Na propalada sociedade do conhecimento, o conhecimento se renova rapidamente. Assim, a capacidade de aprender permanentemente passou a ser condição para o exercício da cidadania e das profissões. É crucial, portanto, que o sistema educacional de um país desenvolva em todos essa capacidade.”

Marisa Eboli, O Estado de S.Paulo – 04/08/2013

 

“Mais da metade dos brasileiros de 18 a 24 anos não tem o ensino médio. Vale repetir: estamos no ano 2013, e quase 60% de nossos 22,5 milhões de jovens adultos, no auge de sua capacidade, só terminaram o ensino fundamental. Isso significa que 13,2 milhões de jovens (um número bem superior à população inteira da Bélgica) têm apenas noções básicas de português, matemática, história, geografia e ciência, além de uma imensa dificuldade para entender o mundo e se integrar ao mercado de trabalho.”

Ruth de Aquino, Época – 05/08/2013

 

“Nos Estados Unidos, o crescimento dos livros digitais começa a desacelerar. O faturamento dos e-books cresceu 41% em 2012. Nos anos anteriores, o número fora superior a 100%. Analistas preveem que a participação dos livros digitais se estabilize em 30% do mercado. Uma pesquisa revela que 97% dos compradores de e-books continuam a ler livros de papel. O apocalipse digital, antes visto como uma questão de tempo, deverá ficar apenas na imaginação a coexistir.”

Época – 05/08/2013

 

“Se o mundo é uma elegante explicação matemática ou, como acreditam oito em cada dez americanos, efeito da vontade divina, são questões que inevitavelmente rimam com outra: por que existo?”

Jim Holt, Veja – 07/08/2013

 

“Aos que se julgam com o monopólio da representação e que só deixam os gabinetes para reproduzi-la com propaganda enganosa de tempos em tempos vale o recado de Francisco para a igreja: ‘Saiam à rua a armar confusão. Abandonem a mundanidade, a comodidade e o clericalismo. Deixemos de estar encerrados em nós mesmos!’.”

Chico Alencar, Folha de S.Paulo – 09/08/2013

 

“Contra um mal que pervaga todos os estratos da sociedade precisamos de remédios potentes, ou melhor, de vacinas. Quando não há vacinas, como contra o mal da corrupção, que tem impacto direto no desenvolvimento socioeconômico dos países, o caminho da prevenção reside em simplicidade, transparência, esclarecimento e punição, além de instituições fortes em ambiente democrático, poderemos quebrar as engrenagens de funcionamento da corrupção e criar a sociedade que almejamos. O combate à corrupção deve ser um dos sustentáculos na construção dos valores que podem conduzir o Brasil ao lugar de merecido destaque no panorama mundial.”

Roberto Abdenur, O Estado de S.Paulo – 09/08/2013

 

“No egoísmo e no individualismo, que permeiam e regulam, com frequência, as relações sociais, cada um, cada grupo ou país é levado a reivindicar e afirmar seus próprios direitos, sem ter em conta a sua contribuição para o bem comum. Na atitude solidária há sempre a preocupação com o bem comum. A solidariedade é um dos princípios éticos basilares da concepção cristã de organização social, política e econômica. Não se trata de vaga compaixão, distante e descomprometida, diante dos males de outras pessoas próximas ou distantes; ao contrário, é o empenho firme e perseverante pelo bem de todos e de cada um; uma vez que todos dependem uns dos outros, todos também são responsáveis uns pelos outros. […] Negar o princípio da solidariedade levaria também a negar uma das principais forças propulsoras da civilização, para adotar novamente a lei da selva, onde os mais fortes sobrevivem e os mais fracos são abandonados à própria sorte. Os mecanismos perversos que destroem o convívio social só podem ser vencidos mediante a prática da verdadeira solidariedade.”

Dom Odilo Scherer, O Estado de S.Paulo – 10/08/2013

 

“O silêncio é o meu hábitat mental natural. Não me sinto um excêntrico. No mundo cada vez mais barulhento, cacofônico e compulsivamente loquaz em que vivemos, a preferência pelo resguardo acústico não caracteriza uma anomalia, justo o contrário, é anseio de muita gente. Nunca se falou tanto no mundo. Somos a civilização dos falastrões, da tagarelice dos celulares, da conversa fiada online, do Twitter, do Facebook. Só nos Estados Unidos registrou-se um aumento de quase 7 trilhões de palavras faladas depois da invenção da internet. ‘Nunca se falou tanto, nunca se pensou tão pouco’, observa Adauto Novaes.”

Sérgio Augusto, O Estado de S.Paulo – 10/08/2013

 

“O número de jovens levados ao pronto-socorro após usarem estimulantes como a Ritalina, droga usada no tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade, tem crescido, segundo pesquisa feita nos EUA. As visitas emergenciais a hospitais ligadas ao uso desses remédios entre jovens de 18 a 34 anos cresceu de 5.600 em 2005 para 23 mil em 2011, segundo os dados do Departamento de Saúde do governo americano. O aumento foi mais notável na faixa dos 18 aos 25 anos. Metade das pessoas que fizeram mau uso dos remédios havia obtido as drogas por meio de um amigo ou parente em vez de por indicação de um médico.”

New York Times/Folha de S.Paulo – 10/08/2013

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