Opinião
- 06 de dezembro de 2013
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Um tributo singelo a Nelson Mandela
Nelson Mandela foi o presidente considerado herói nacional na África do Sul, que conquistou um respeito mundial pela sua luta contra o regime racista do “apartheid”. Ele é chamado carinhosamente de Madiba (o nome de seu clã Xhosa). É respeitado principalmente por ser uma luta perseverante, baseada em princípios de justiça e não na violência.
Começou desde jovem sua resistência ao regime do “apartheid”, foi preso muitas vezes por seu envolvimento em manifestações pacíficas contra o governo. Em 1961 viajou como motorista pelo país mobilizando as comunidades negras para uma greve geral no dia 29 de maio e envolveu-se secretamente na organização de “Umkhuntu we Siswe” que realizou ataques contra o governo. Assim em 1962 foi preso e condenado à prisão perpétua, e ficou na prisão por 27 anos, até 1982 em Robben Island, depois em outras prisões. Assistia cultos cristãos na prisão. Começou a fazer curso de direito à distância e apesar de ser impedido várias vezes de continuar (por castigo, quando percebiam que estava escrevendo sua autobiografia) conseguiu se formar. Foi liberto após muita pressão internacional, em 1990. Junto com F.W. de Klerk organizou as primeiras eleições multirraciais e foi eleito presidente em 1994 até 1999, um governo de Unidade Nacional.
Apesar de sua luta constante contra o “apartheid”, Mandela não alimentou o ódio, mas procurava negociar com os líderes dos partidos dos brancos. Em 1993 recebeu o Premio Nobel da Paz. Procurou encorajar a comunidade branca a confiar nele, falando com o bispo anglicano Desmond Tutu da “Rainbow Nation” – a nação de todas as cores. Ele deu força ao time de rúgbi “Springbok”, encorajou-os no campeonato mundial em 1995 e pessoalmente entregou o troféu de vencedor ao capitão africâner François Pienaar, o que lhe fez conquistar o apoio de muitos brancos.
Organizou a Comissão de Verdade e Reconciliação para trazer à luz os crimes cometidos pelo governo e pela ANC (Congresso Nacional Africano, sigla em inglês) durante o período do “apartheid”.
Como presidente, realizou medidas para uma reforma agrária, combate à pobreza e expansão do cuidado à saúde oferecido a todas as mulheres e crianças. Durante seu governo, dois milhões de pessoas tiveram acesso à eletricidade. Foram construídas casas populares para três milhões de pessoas e esse número teve então acesso à água potável. Um e meio milhão de crianças tiveram acesso à educação. Criou a Nelson Mandela Foundation, para combate à pobreza e HIV/AIDS. Gastava 1/3 de sua renda anual para socorrer as crianças pobres. Não resolveu todos os problemas do país, que continua sendo um país com alto índice criminal e onde HIV/AIDS cresceu muito.
É um milagre a transferência do poderoso e muito bem armado governo do “apartheid” para um regime democrático com liberdade para todos os moradores da África do Sul, em maioria negros oprimidos. Esperava-se uma luta violenta, com muito derramamento de sangue, o que não aconteceu. As igrejas se mobilizaram para orar, orar e orar. E houve cristãos muito corajosos que organizaram debates entre líderes de diferentes partidos, em lugares isolados, com a presença de uma equipe cristã bem preparada, levando os assuntos com muita oração e busca de respeito e justiça. Mas isso funcionou porque Mandela e outros estavam sensíveis e dispostos a cooperar.
O que podemos aprender de Nelson Mandela?
1. Não se deixar dominar por ressentimentos ou pela autopiedade, por mais que tenha motivos.
2. Não perder de vista o objetivo de lutar pela dignidade e pelos direitos humanos para a população negra da África do Sul.
3. Não perder a esperança.
4. Quando surgiu a possibilidade de uma cooperação com respeito mútuo, Mandela desenvolveu bons relacionamentos com líderes brancos.
5. Ele tinha amigos ricos e importantes em vários países, mas sempre procurava conversar com os empregados dos mesmos, mostrando-lhes respeito.
Há dois filmes muito bons que retratam a vida e luta de Nelson Mandela “Luta pela Liberdade” e “Invictus”. Vale a pena ver.
Sua autobiografia está em “Longo Caminho para a Liberdade”, um livro excelente e muito bem escrito. Outro é “Nelson Mandela, uma Lição de Vida”, de JackLang. E há o diário de Mandela, compilado por Richard Stengel, chamado “Os caminhos de Mandela, lições de vida, amor e coragem”, e outro de Antonio Mateus “Mandela, a Construção de um Homem”. Vale a pena conhecer as lutas e a vida de um dos heróis da nossa época.
• Antonia Leonora van der Meer, a Tonica, é missionária e professor experiente de missiologia. Trabalhou durante 10 anos em Angola. É autor de Eu, um missionário?, Missionários Feridos e O Estudo Bíblico Indutivo.
Nota:
Nelson Mandela faleceu ontem, dia 05, aos 95 anos, em sua residência, em Johannesburgo, África do Sul. Ele foi levado para lá no dia 1º de setembro após passar quase três meses internado para tratamento de uma infecção pulmonar. O funeral deve durar entre dez e 12 dias, de acordo com agências internacionais.
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Começou desde jovem sua resistência ao regime do “apartheid”, foi preso muitas vezes por seu envolvimento em manifestações pacíficas contra o governo. Em 1961 viajou como motorista pelo país mobilizando as comunidades negras para uma greve geral no dia 29 de maio e envolveu-se secretamente na organização de “Umkhuntu we Siswe” que realizou ataques contra o governo. Assim em 1962 foi preso e condenado à prisão perpétua, e ficou na prisão por 27 anos, até 1982 em Robben Island, depois em outras prisões. Assistia cultos cristãos na prisão. Começou a fazer curso de direito à distância e apesar de ser impedido várias vezes de continuar (por castigo, quando percebiam que estava escrevendo sua autobiografia) conseguiu se formar. Foi liberto após muita pressão internacional, em 1990. Junto com F.W. de Klerk organizou as primeiras eleições multirraciais e foi eleito presidente em 1994 até 1999, um governo de Unidade Nacional.
Apesar de sua luta constante contra o “apartheid”, Mandela não alimentou o ódio, mas procurava negociar com os líderes dos partidos dos brancos. Em 1993 recebeu o Premio Nobel da Paz. Procurou encorajar a comunidade branca a confiar nele, falando com o bispo anglicano Desmond Tutu da “Rainbow Nation” – a nação de todas as cores. Ele deu força ao time de rúgbi “Springbok”, encorajou-os no campeonato mundial em 1995 e pessoalmente entregou o troféu de vencedor ao capitão africâner François Pienaar, o que lhe fez conquistar o apoio de muitos brancos.
Organizou a Comissão de Verdade e Reconciliação para trazer à luz os crimes cometidos pelo governo e pela ANC (Congresso Nacional Africano, sigla em inglês) durante o período do “apartheid”.
Como presidente, realizou medidas para uma reforma agrária, combate à pobreza e expansão do cuidado à saúde oferecido a todas as mulheres e crianças. Durante seu governo, dois milhões de pessoas tiveram acesso à eletricidade. Foram construídas casas populares para três milhões de pessoas e esse número teve então acesso à água potável. Um e meio milhão de crianças tiveram acesso à educação. Criou a Nelson Mandela Foundation, para combate à pobreza e HIV/AIDS. Gastava 1/3 de sua renda anual para socorrer as crianças pobres. Não resolveu todos os problemas do país, que continua sendo um país com alto índice criminal e onde HIV/AIDS cresceu muito.
É um milagre a transferência do poderoso e muito bem armado governo do “apartheid” para um regime democrático com liberdade para todos os moradores da África do Sul, em maioria negros oprimidos. Esperava-se uma luta violenta, com muito derramamento de sangue, o que não aconteceu. As igrejas se mobilizaram para orar, orar e orar. E houve cristãos muito corajosos que organizaram debates entre líderes de diferentes partidos, em lugares isolados, com a presença de uma equipe cristã bem preparada, levando os assuntos com muita oração e busca de respeito e justiça. Mas isso funcionou porque Mandela e outros estavam sensíveis e dispostos a cooperar.
O que podemos aprender de Nelson Mandela?
1. Não se deixar dominar por ressentimentos ou pela autopiedade, por mais que tenha motivos.
2. Não perder de vista o objetivo de lutar pela dignidade e pelos direitos humanos para a população negra da África do Sul.
3. Não perder a esperança.
4. Quando surgiu a possibilidade de uma cooperação com respeito mútuo, Mandela desenvolveu bons relacionamentos com líderes brancos.
5. Ele tinha amigos ricos e importantes em vários países, mas sempre procurava conversar com os empregados dos mesmos, mostrando-lhes respeito.
Há dois filmes muito bons que retratam a vida e luta de Nelson Mandela “Luta pela Liberdade” e “Invictus”. Vale a pena ver.
Sua autobiografia está em “Longo Caminho para a Liberdade”, um livro excelente e muito bem escrito. Outro é “Nelson Mandela, uma Lição de Vida”, de JackLang. E há o diário de Mandela, compilado por Richard Stengel, chamado “Os caminhos de Mandela, lições de vida, amor e coragem”, e outro de Antonio Mateus “Mandela, a Construção de um Homem”. Vale a pena conhecer as lutas e a vida de um dos heróis da nossa época.
• Antonia Leonora van der Meer, a Tonica, é missionária e professor experiente de missiologia. Trabalhou durante 10 anos em Angola. É autor de Eu, um missionário?, Missionários Feridos e O Estudo Bíblico Indutivo.
Nota:
Nelson Mandela faleceu ontem, dia 05, aos 95 anos, em sua residência, em Johannesburgo, África do Sul. Ele foi levado para lá no dia 1º de setembro após passar quase três meses internado para tratamento de uma infecção pulmonar. O funeral deve durar entre dez e 12 dias, de acordo com agências internacionais.
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