Posts tagged sustentabilidade

03 de dezembro de 2010

0

“A química dos oceanos está mudando a uma velocidade nunca vista nos últimos 65 milhões de anos, por causa do rápido aumento de acidez das águas. É o que mostra estudo das Nações Unidas divulgado ontem na Cúpula do Clima em Cancún, no México. Segundo o documento, a acidez dos oceanos aumentou 30% desde a Revolução Industrial.

Esponja – 25% do dióxido de carbono lançado na atmosfera é absorvido pelos oceanos, diz a ONU.

O Estado de S.Paulo – 03/12/2010

 

“Como se fará, em Cancún e outros fóruns, para superar questões como as da China e da Índia, que querem urbanizar e aumentar o consumo de milhões de pessoas – e pretendem usar mais carvão para gerar energia? Ou para resolver o problema de 1 bilhão de pessoas que passam fome no mundo? Ou a passividade dos países mais ricos, mergulhados em crise econômica? Mas pelo outro lado, como lembra o ex-secretário da ONU Kofi Annan, mudanças climáticas e consumo insustentável de recursos ‘ameaçam a sobrevivência da espécie humana’. E o relatório da ONG Oxfam agora divulgado aponta 21 mil mortos por desastres climáticos em nove meses deste ano, atingidos e desabrigados e centenas de bilhões de dólares em prejuízos materiais.”

Washington Novaes, O Estado de S.Paulo – 03/12/2010

 

“A sensação de inseguranças é alta entre os brasileiros. A constatação é do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A pesquisa mostra que nove em cada dez entrevistados têm medo de ser vítimas de crimes como homicídio, assalto à mão armada ou roubo de residência.”

O Estado de S.Paulo – 03/12/2010

15 de novembro de 2010

0

“Nós, humanos, somos seres que habitam dois mundos. Um, “espiritual” ou “simbólico”, onde somos livres pra “evoluir” para mundos sem guerras, cheios de amor e pessoas que se respeitam todo o tempo. Enfim, livres pra pensar em nós mesmos de forma ideal. Outro, material, submetido à lei da gravidade e à miséria do tempo, onde sofremos a escravidão da realidade.”

Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 15/11/2010

 

“Poucos entenderam que não haverá solução para a crise financeira se não encontrarmos a saída para o modo de produzir e consumir que vigora desde o início da era industrial. Controlar e induzir o capital para a inovação, para a emergência de uma economia verde, inclusiva e responsável. Este é o caminho para a superação das ameaças.
Quanto tempo ainda para nos convencermos?”

Ricardo Young – Folha de S.Paulo, 15/11/2010

07 de novembro de 2010

0

“A luta por sobreviver, ganhar dinheiro todos os dias, faz com que os pais não possam se ocupar da educação, do lazer. Um tipo de problema comum nessas famílias é a dificuldade de se divertir junto. Quando as pessoas têm de se ocupar em sobreviver, pensam que não podem se dedicar ao lúdico. E muitos problemas vêm daí. Mas podem. Além disso, há falta de perspectiva de futuro. O resultado de tudo é que a família não sabe para que está junta.”

Alberto Eiguer, psicanalista francês, O Estado de S.Paulo, 07/11/2010

 

“As emissões de gases-estufa provenientes dos resíduos sólidos aumentaram 58% no Estado de São Paulo entre 1990 e 2008. No primeiro ano avaliado, o setor lançou para a atmosfera 5,8 milhões de toneladas desses gases, que provocam o aquecimento global. Após 18 anos o número passou para 9,2 milhões de toneladas. […]

O estudo faz o cálculo também das emissões decorrentes do lixo por habitante: passaram de 205 quilos de gases-estufa em 1990 para 234 quilos em 2008 – em crescimento de 14%.”

Afra Balazina, O Estado de S.Paulo, 07/11/2010

 

“Nossa causa é a construção de um país competitivo internacionalmente e capaz de manter um crescimento que se traduza em melhoria de qualidade de vida para a população, com o fim dos desníveis sociais. O tamanho de nossos sonhos e de nossas aspirações deve ser a medida de nosso engajamento e de nossa disposição de trilhar o caminho certo.”

Emílio Odebrecht, Folha de S.Paulo, 07/11/2010

 

“Refletir sobre a tolerância que temos com pequenos delitos, desde jogar o lixo nas ruas, passar pelo acostamento, até a compra de produtos pirata, ou a busca do “atalho” na obtenção da carteira de habilitação, que são encarados como se mal maior não causassem.
Recordo-me de um diálogo que mantive há anos sobre a sonegação praticada por alguém. Essa pessoa se dizia revoltada com relatos de desvios de recursos públicos e por causa disso decidira que o natural seria evitar pagar seus impostos.
Respondi dizendo que, de fato, desviar dinheiro dos cofres públicos era condenável, mas não pagar os impostos e assim deixar de colocar a sua parte no cofre público é também condenável e com o mesmo impacto econômico. Não é isso?
O que quero reforçar é que precisamos praticar a cidadania no dia a dia. Em outras palavras, precisamos cumprir com os nossos deveres, para nos qualificarmos, inclusive em termos morais, a fim de fazermos as cobranças que sonhamos. É só isso, mas é tudo isso!”

Fábio Colletti Barbosa, Folha de S.Paulo, 07/11/2010

31 de outubro de 2010

0

“A vida universitária deveria ser um momento de crescimento intelectual e emocional. Infelizmente, alguns jovens se sentem no direito de postergar sua maturidade às custas de outros.”

Allan Beane, professor e autor de “Proteja já seu Filho do Bullying”, O Estado de S.Paulo – 31/10/2010

 

“A vida, sem dúvida, é um grande e essencial assunto político. Por que, então, não se debateu a vida? Vida não é meramente a sobrevivência do ser que corre o risco de ser abortado, roubado no privilégio de viver. Vida é muito mais. Deveria ser.”

José de Souza Martins, O Estado de S.Paulo – 31/10/2010

 

“A décima Conferência das Partes (COP-10) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) terminou ontem (horário do Japão) da maneira mais inesperada [consenso entre 193 países em conferência sobre biodiversidade gera o Protocolo de Nagoya]. Com sucesso. E com um espírito renovado de esperança, não só sobre o futuro da biodiversidade do planeta, mas também sobre a capacidade do ser humano de tomar decisões coletivas para a sua própria sobrevivência. Ainda que a única saída para isso seja colocar um valor monetário na vida. […] Os textos aprovados não são perfeitos. Mas são realistas, do ponto de vista da sua viabilidade política e financeira. As metas deveriam ser mais ambiciosas, mas são suficientemente fortes para dar à COP-10 o rótulo de sucesso. O que isso representará para o futuro, só o tempo vai dizer. As decisões não têm força de lei. São acordos políticos. E assim como no caso das mudanças climáticas e do Protocolo de Kyoto, a obrigatoriedade de coloca-los em prática cabe a cada país.”

Herton Escobar, O Estado de S.Paulo – 31/10/2010

 

“Ao contrário de um Richard Dawkins, não quero converter ninguém à crença na descrença. Conheço muitas pessoas cuja religiosidade não tem nada a ver com fanatismo ou aversão à ciência. Por que eu ia querer convencê-las a mudar de opinião?”

Daniel Piza, O Estado de S.Paulo – 31/10/2010

 

“Você se torna um músico porque gosta de música… mas, com o tempo, quando você tem um emprego e começa a trabalhar semanalmente, a música se torna uma rotina. Minha preocupação é evitar a rotina. O desafio não é tanto modificar o som, mas conectar-se e criar algo especial. Um concerto é como um ritual, mas às vezes o ritual se torna cansativo. E é por isso que mesmo eu, às vezes, quando vou a um concerto, penso, ‘Oh, meu Deus, precisamos de alguma coisa mais!’ Os músicos precisam dar mais. Não precisam pular, nem gritar, mas precisam comunicar seus sentimentos.”

Gustavo Dudamel, 29, maestro venezuelano, O Estado de S.Paulo – 31/10/2010

 

“Há tantas ideias novas em desenvolvimento, inspiradas por velhas estruturas. O negócio é que não dá para passear pelo jardim da música e da dança sem ouvir tudo que a oportunidade permite. Estou aqui para a viagem toda, para a aventura inteira, até o fim”.

Robert Plant, cantor, Rolling Stone – outubro de 2010

25 de outubro de 2010

0

“Não queremos o Haiti de antes do terremoto. Não queremos as pessoas vivendo em morros, como era antes. Queremos refundar o país. O que você vê aqui no Haiti não é resultado do terremoto. É resultado do problema social que existia antes.Essa é a oportunidade de tentar sanar esse problema histórico. Temos de fazer este país ser autosustentável. Acho que não há muitos países-membros da ONU que queiram ficar subsidiando o Haiti para sempre.”

Edmond Mulet, 59, chefe da Minustah (missão da ONU no Haiti), Folha de S.Paulo, 25 de outubro de 2010

 

“Desde o século 17, a natureza tem sido considerada um obstáculo ao progresso do ser humano, considerado o ‘centro’ da civilização. Esta concepção levou à destruição em massa de várias formas de vida na Terra, pondo em risco, agora, a própria sobrevivência da humanidade. A nova civilização que precisa ser erguida tem de ser a civilização do ‘cuidado’ – com o ambiente, com as pessoas e com a vida, no sentido mais amplo. Os valores norteadores desta empreitada estão contidos na Carta da Terra, uma declaração de princípios éticos fundamentais para a construção, no século 21, de uma sociedade global justa, sustentável e pacífica (www.cartadaterra.com.org). Neste momento em que é urgente mudar a maneira de viver, a Carta da Terra nos desafia a rever nossos valores e a buscar um caminho melhor para a nossa existência. O desafio é também seu.”

Ricardo Young, Folha de S.Paulo, 25 de outubro de 2010

 

“Segundo levantamento (Instituto de Política de Harvard), que ouviu 2.004 eleitores de 18 a 29 anos pelo país entre 24 de setembro e 4 de outubro, só 27% dos jovens dizem que vão votar nas legislativas de 2 de novembro. […] ‘Em 2008, a geração do milênio assumiu o controle do seu destino, entrou no processo político e mudou a direção do país’, disse John Della Volpe, diretor de pesquisa do instituto. […] Após participarem ativamente da campanha de Obama, hoje só 18% dos jovens se dizem ‘engajados’, contra 24% em novembro, quando os EUA já estavam mergulhados na crise, diz a pergunta. Nascidos após 1982, a geração do milênio é vista como mais engajada do que a geração X, que vai do meio dos anos 60 ao começo dos 80. Em termos demográficos, superam a geração anterior na proporção de 2 para 1 e os baby-boomers em 1 milhão.”

Luciana Coelho, Folha de S.Paulo, 25 de outubro de 2010

08 de outubro de 2010

0

“O principal destino dos gastos dos adolescentes brasileiros são os produtos e serviços ligados à aparência, como roupas e acessórios. As meninas desembolsam em média R$ 69 por mês e os meninos um pouco menos, R$ 65 mensais. Nas classes A e B, no entanto, o gasto pode chegar a R$ 87 mensais.”

Paula Pacheco, Estado de S.Paulo – 08/10/2010

 

“O único problema verdadeiro do Prêmio Nobel de Literatura de Vasgas Llosa é sua embaraçosa demora: mestre consagrado do romance latino-americano, e uma de suas figuras mais controversas, Vargas Llosa é um monumento vivo da literatura mundial com influência direta em ótimos romancistas como Ian McEwan e Haruki Murakami que, ironicamente, estavam cotados para ganhar o prêmio que cada vez se tornou mais alusivo a Vargas Llosa. Até este ano.”

Vinicius Jatobá, crítico literário, Estado de S.Paulo – 08/10/2010

 

“O galardão que agora ele recebe é sabidamente um prêmio que vai além do reconhecimento literário. Premia toda uma atuação intelectual e, se alguém dentro do cenário intelectual de hoje se perfila como um homem do seu tempo, é Vargas Llosa.”

Laura Janina Hosiasson, professora de literatura hispano-americana na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, Folha de S.Paulo – 08/10/2010

 

“No mundo, a geração de lixo anda pela casa dos 4 milhões de toneladas diárias nas cidades, mais de um quilo por pessoa. Um enorme desperdício de materiais, num mundo carente deles. Estudo recente mostrou (New Scientist, 14/8) que nos EUA se desperdiça de um quarto a um terço dos alimentos produzidos e que estes, ao longo de todo o processo, consomem uns 15% da energia total no país (que, com 5% da população mundial, consome 20% da energia global). Cada família desperdiça US$ 600 anuais em alimentos não consumidos. É por esses caminhos que tudo vai se tornando inviável. Mas quem reverterá?”

Washington Novaes, Estado de S.Paulo – 08/10/2010

07 de outubro de 2010

0

“O louco de palestra é o sujeito que, durante uma conferência, levanta a mão para perguntar algo absolutamente aleatório. Ou para fazer uma observação longa e sem sentido sobre qualquer coisa que lhe venha à mente. É a alegria dos assistentes enfastiados e o pesadelo dos oradores, que passam o evento inteiro aguardando sua inevitável manifestação.

Há inúmeros categorias de loucos de palestra, que olhos e ouvidos atentos podem identificar em qualquer manifestação de cunho argumentativo-reflexivo, com a palavra franqueada ao público.

Há o louco clássico: aquele que levanta, faz uma longa explanação sobre qualquer tema, que raramente tangencia o assunto em debate, e termina sem perguntar nada de específico. Seu único objetivo é impressionar intelectualmente a plebe, inclusive o palestrante oficial.

Há o louco militante, que invariavelmente aproveita para culpar a exploração de classe dominante, mesmo que o tópico do debate seja arraiolo & bordado.

Há o louco desorientado, que não entendeu nada da palestra – e não vem entendendo desde a 2ª série, quando a professora lhe comunicou que o Sol é maior que a Terra – e, depois de circunlóquios labirínticos, faz uma pergunta óbvia.

Há o que faz questão de encaixar no discurso a palavra ‘sub-repticiamente’: é o louco vernaculista.

Uma criteriosa tipificação do objeto de estudo não pode deixar de registrar o louco adulador, que gasta os trinta segundos que lhe foram franqueados para dizer em dez minutos como o palestrante é divino. E o louco pobre coitado, que pode desculpas por não saber se expressar, o que não o impede de não se expressar durante minutos intermináveis.”

Vanessa Barbara, Revista Piauí, outubro de 2010

 

“Durante os últimos anos foram feitos diálogos profundos com a sociedade, cientistas, políticos, empresários, e desse conjunto de informações saíram vários programas de sustentabilidade, várias diretrizes. Agora não é preciso mais dialogar tanto, está na hora de fazer, e fazer bem feito, para que as ações realmente deem resultado. Já se falou muito em novas maneiras de ser, em novas maneiras de entender. Agora está na hora de arregaçar as mangas, aplicar uma nova maneira de trabalhar em conjunto, proposta nesses diálogos, e partir para a ação. Está na hora de implementar concretamente as mudanças.”

Simone Ramounoulou, consultora em váriso projetos internacionais, é diretora-executiva no Brasil da World Business Academy, Revista Vida Simples, outubro de 2010

Go to Top