05 de novembro de 2010

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“O Brasil é um dos dez países mais ricos do mundo, mas está em 73° lugar no IDH, entre 169 países. E o calcanhar de aquiles é justamente a educação”.

Eliane Cantanhêde, Folha de S.Paulo, 05/11/2010

 

“O Brasil foi o país que mais avançou no ranking do índice de Desenvolvimento Humano (IDH) preparado pelo Programa das Nações Unidas. Foram quatro posições a mais em comparação ao ano passado. Com isso, o Brasil passa a ocupar a 73ª colocação, de um total de 169 países – desempenho suficiente para que ele integre o grupo de nações consideradas de desenvolvimento humano elevado. […] Ao longo da década, o Brasil teve um crescimento médio anual de 0,73% n IDH. Um ritmo considerado muito bom. Mas entre grupo de países de alto desenvolvimento humano há exemplos de velocidade maior. Casaquistão, por exemplo, cresceu 1,51% e Azerbaijão, 1,77%. A Romênia, em 2005, dividia com Brasil a mesma colocação. Agora ela está 22 à frente.”

Lígia Formenti, Estado de S.Paulo, 05/11/2010

 

“Apesar dos avanços mostrados pelo IDH, a educação brasileira ainda apresenta problemas estruturais graves, que, segundo especialistas, não devem ser resolvidos a curto prazo. Embora o País tenha praticamente universalizado a oferta de ensino fundamental, itens com a educação infantil, a evasão do ensino médio e a qualidade da aprendizagem persistem como alguns dos maiores gargalos do sistema. […] ‘A educação é um fator limitante do desenvolvimento’, afirma Daniel Cara, coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. ‘É claro que o País melhorou, mas esses avanços ainda não são suficientes para as nossas necessidades’. Para Mozart Neves Ramos, do movimento Todos Pela Educação, a obrigatoriedade do ensino dos 4 aos 17 anos, recém-aprovada pelo governo federal, vai ajudar o País a avançar mais’.”

Mariana Mandelli, Estado de S.Paulo, 05/11/2010

 

“A escolha de mulheres para exercer um cargo político ainda é exceção no Brasil. Apesar da vitória de Dilma Rousseff nas eleições presidenciais, o País exibe um baixo porcentual de políticas com mandato. Das vagas existentes, apenas 9,4% são ocupadas pelo grupo feminino. Um índice bem inferior ao apresentado pela vizinha Argentina, com 39,8%, mostra o Relatório de Desenvolvimento Humano preparado pelas Nações Unidas. […] Taxa de mortalidade materna e fertilidade na adolescência são os que mais pesam para a queda de classificação no Brasil. Os índices mostram que 110 mulheres a cada 100 mil nascidos vivos morrem em decorrência de complicações do parto. Um índice 18 vezes maior do que o primeiro colocado no índice de Desigualdade de Gênero, Países Baixos: 6 mortes. A diferença se repete nas taxas de fertilidade entre adolescentes. A cada 100m mil mulheres com idade entre 15 e 19 anos, 75,6 engravidam no Brasil. Número 19,8 vezes maior do que o registrado nos Países Baixos: 3,8.”

Thiago Décimo, Estado de S.Paulo, 05/11/2010

 

“Já participei de várias celebrações com pastores. Não queremos agradar para conquistar, mas expor nossos pontos de vista. É trabalho de entendimento, mas não com todos os protestantes. Esses donos de TV e rádio atacam a igreja. Não vou atacar porque fui atacado. A questão não é o número de fiéis, mas viver em Deus.”

Dom Eugenio Sales, 90, cardeal, Folha de S.Paulo, 05/11/2010

04 de novembro de 2010

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“Metade dos adolescentes que se recuperam de depressão tem uma recaída até cincos anos depois, não importando qual tenha sido o tratamento recebido. O dado é de um estudo publicado na revista ‘Archives of General Psychiatry’. A pesquisa mostra também que as meninas têm mais risco do que os meninos de sofrer um segundo caso de depressão. Isso surpreendeu os pesquisadores porque, na idade adulta, as mulheres não têm uma taxa de recaída maior do que a dos homens.
A nova pesquisa foi feita com 200 adolescentes de 12 a 17 anos que receberam antidepressivo (fluoxetina), terapia cognitivo-comportamental, ambos ou uma pílula placebo, por 12 semanas.

Os pesquisadores já sabiam que os adolescentes que tomassem antidepressivo e fizessem terapia ao mesmo tempo se recuperariam mais rápido de sua primeira depressão. Por isso, esperava-se que eles teriam menos risco de sofrer uma recaída.
Não foi o que aconteceu. […]

David Brent, professor de psiquiatria na Universidade de Pittsburgh, afirma que o estudo mostra a necessidade de um cuidado após o tratamento, para prevenir a volta do problema.”

Pam Belluck, do “The New York Times”, Folha de S.Paulo, 04/11/2010

 

“O Brasil é um Estado laico, sim, mas é (ou pretende ser) acima de tudo um Estado democrático, que abriga e protege todos os cultos e formas de pensamento.”

Carlos Heitor Cony, Folha de S.Paulo, 04/11/2010

03 de novembro de 2010

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“A mão de obra tornou-se transitória como nunca num sistema de produção marcado pela extrema tecnologia. A velha “ética” do trabalhador, tanto na relação com seus colegas quanto com o resultado de seus esforços, pulverizou-se no que, com certa visão moralizante, gosta-se de denominar o “hiperindividualismo” contemporâneo.
O “hiperindividualismo” existe, antes de tudo, porque o próprio trabalho deixou de ser algo coletivo e perdeu o pouco sentido que antes possuía. Como exigir “motivação” de quem não passa de um apertador de botões e passador de cartões de crédito? […]

Por trás de tudo, está o fato de que o trabalho se autoinventa; criam-se funções e projetos para justificar o que nunca teve tão pouco sentido; o desemprego, ou na melhor das hipóteses, o trabalho temporário, é o pesadelo do qual todos, gerentes ou não gerentes, gostariam de acordar.”

Marcelo Coelho, Folha de S.Paulo, 03/11/2010

 

“Quando se olha no espelho, o brasileiro só vê bondade: honesto, ele valoriza a família e as amizades; tem esperança e paciência; é alegre e justo. Quando olha para o lado, enxerga um país tomado por corrupção, pobreza, violência, burocracia e outros males. Entre um extremos e outro, o brasileiro espera o dia em que esta nação imperfeita seja tomada pela paz e pela justiça social, onde haja respeito às pessoas e boas condições de vida para todos. Esse é o quadro que emerge da pesquisa Valores Brasil 2010, feita pela Marcondes Consultoria, aplicada pelo Datafolha e publicada com exclusividade por ÉPOCA.”

Celso Masson, Rodrigo Turrer e Humberto Maia Juior, Revista Época, 01 de novembro de 2010

02 de novembro de 2010

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“Pesquisa da Nielsen aqui nos Estados Unidos no primeiro semestre deste ano revelou que o adolescente norte-americano (13 a 17 anos) enviava e recebia, em média, 3.339 mensagens de texto, todo mês, de seus celulares -são mais de cem torpedos por dia, ou seis por hora que passava acordado. O fenômeno é global. […]Esses adolescentes podem estar abandonando em massa os grandes textos literários, mas estão produzindo em massa microtextos que podem muito bem ser o caminho da literatura vindoura. Será que o próximo Shakespeare, ou Machado de Assis ou Tolstói virá em “bullet phrases”?”

Nizan Guanaes, Folha de S.Paulo, 02/11/2010

 

“Você deve ser exigente em suas escolhas. Decidir exige esforço. Tente fazê-las pensando no que é realmente importante para você. E quando escolher use sua “intuição informada”, que nada mais é do que usar seu instinto, o impulso que o leva àquela decisão, misturado à apuração e à informação sobre o assunto. Não tema usar papel e caneta para anotar prós e contras ou dividir em pontos positivos e negativos. Estudos sugerem que quem escolhe um lugar para morar ou companheiros de casa dessa maneira costuma ser bem-sucedido. Esse é o método que altos executivos usam para contratar ou demitir. Se você aprender a usar esse método simples irá sofrer menos e escolher melhor.”

Sheena Iyengar, 41, canadense, psicóloga e economista, professora na Universidade de Columbia/EUA, Folha de S.Paulo, 02/11/2010

01 de novembro de 2010

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“É mais fácil para os mais jovens conseguir esmolas. Quanto mais garotos e garotas num mesmo grupo, mais dinheiro arrecadado. Tudo isso, sem o “aborrecimento” de adultos por perto. Mais: em muitos casos, pais e mães não se importam com a saída dos filhos. Pelo contrário. Ganham uma preocupação a menos. Não há estatísticas, não há projeções. Mas há a realidade. O fenômeno é perceptível por toda Porto Príncipe, e preocupa o governo do Haiti.

‘Começamos a perceber há quatro meses… Tendas, nos acampamentos, em que só vivem jovens. Toda manhã, eles se juntam e saem às ruas, pois sabem que podem conseguir comida e dinheiro mais facilmente’, conta à Folha Witchner Orméus, diretor de Juventude e Integração do Ministério da Juventude, Esportes e Ação Civil.
“No cenário dos acampamentos, as vozes dos pais não funcionam mais”, diz.
O ministério já imagina o próximo problema. ‘Esperamos um ‘baby boom’ para daqui a alguns meses. E isso será decisivo para a vida desses jovens, porque uma menina que tem um bebê dificilmente voltará para o banco da escola. O governo não pode fazer muita coisa’, afirma Orméus. O alto número de órfãos é outra preocupação.”

Fábio Seixas, Folha de S.Paulo, 01/11/2010

 

“A mídia (TV, cinema, rádio, jornais, publicidade) deve ser absolutamente livre. Deve ter seus próprios mecanismos de autorregulação e jamais ser objeto de “fiscalização externa” (que será sempre ideológica, mesmo que contem historinhas de fadas para dizer que não é).

As melhores intenções neste caso serão sempre criminosas a serviço do “mal”. Mídia boa é mídia incômoda. Para além de qualquer crítica que se possa fazer à mídia, ela é a principal arma contra sistemas totalitários que amam a burrice pública da unanimidade.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo, 01/11/2010

31 de outubro de 2010

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“A vida universitária deveria ser um momento de crescimento intelectual e emocional. Infelizmente, alguns jovens se sentem no direito de postergar sua maturidade às custas de outros.”

Allan Beane, professor e autor de “Proteja já seu Filho do Bullying”, O Estado de S.Paulo – 31/10/2010

 

“A vida, sem dúvida, é um grande e essencial assunto político. Por que, então, não se debateu a vida? Vida não é meramente a sobrevivência do ser que corre o risco de ser abortado, roubado no privilégio de viver. Vida é muito mais. Deveria ser.”

José de Souza Martins, O Estado de S.Paulo – 31/10/2010

 

“A décima Conferência das Partes (COP-10) da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB) terminou ontem (horário do Japão) da maneira mais inesperada [consenso entre 193 países em conferência sobre biodiversidade gera o Protocolo de Nagoya]. Com sucesso. E com um espírito renovado de esperança, não só sobre o futuro da biodiversidade do planeta, mas também sobre a capacidade do ser humano de tomar decisões coletivas para a sua própria sobrevivência. Ainda que a única saída para isso seja colocar um valor monetário na vida. […] Os textos aprovados não são perfeitos. Mas são realistas, do ponto de vista da sua viabilidade política e financeira. As metas deveriam ser mais ambiciosas, mas são suficientemente fortes para dar à COP-10 o rótulo de sucesso. O que isso representará para o futuro, só o tempo vai dizer. As decisões não têm força de lei. São acordos políticos. E assim como no caso das mudanças climáticas e do Protocolo de Kyoto, a obrigatoriedade de coloca-los em prática cabe a cada país.”

Herton Escobar, O Estado de S.Paulo – 31/10/2010

 

“Ao contrário de um Richard Dawkins, não quero converter ninguém à crença na descrença. Conheço muitas pessoas cuja religiosidade não tem nada a ver com fanatismo ou aversão à ciência. Por que eu ia querer convencê-las a mudar de opinião?”

Daniel Piza, O Estado de S.Paulo – 31/10/2010

 

“Você se torna um músico porque gosta de música… mas, com o tempo, quando você tem um emprego e começa a trabalhar semanalmente, a música se torna uma rotina. Minha preocupação é evitar a rotina. O desafio não é tanto modificar o som, mas conectar-se e criar algo especial. Um concerto é como um ritual, mas às vezes o ritual se torna cansativo. E é por isso que mesmo eu, às vezes, quando vou a um concerto, penso, ‘Oh, meu Deus, precisamos de alguma coisa mais!’ Os músicos precisam dar mais. Não precisam pular, nem gritar, mas precisam comunicar seus sentimentos.”

Gustavo Dudamel, 29, maestro venezuelano, O Estado de S.Paulo – 31/10/2010

 

“Há tantas ideias novas em desenvolvimento, inspiradas por velhas estruturas. O negócio é que não dá para passear pelo jardim da música e da dança sem ouvir tudo que a oportunidade permite. Estou aqui para a viagem toda, para a aventura inteira, até o fim”.

Robert Plant, cantor, Rolling Stone – outubro de 2010

30 de outubro de 2010

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“Segundo pesquisa da TNS Research com 601 pessoas – encomendada pela Nokia -, 56% dos entrevistados são totalmente a favor de baixar arquivos de música e vídeo pela internet. Ao mesmo tempo 50% dos pesquisados não consideram criminosa a troca online de arquivos, enquanto 73% afirmam questões financeiras para a prática. […] ‘As gerações que cresceram com as novas tecnologias foram pautadas pela crítica ao alto custo dos bens culturais, discutem acesso à cultura, mas nunca se esclareceu à custa de quem’, diz Ivana Crivelli, presidente da Associação Paulista da Propriedade Intelectual.”

Camila Fusco, Folha de S.Paulo – 30/10/2010

 

“Uma noite maldormida é suficiente para alterar todo o sistema de defesa do organismo. Isso é o que mostra uma pesquisa inédita, realizada na Universidade Federal de São Paulo.”

Gabriela Cupani, Folha de S.Paulo – 30/10/2010

 

“Minha literatura é metapolítica. Os personagens discutem política, mas o livro não carrega uma mensagem específica. Se quero escrever sobre isso, escrevo um artigo e mando ao governo. Escrevo o mesmo artigo há 50 anos, mandando o governo para o inferno, mas eles não me obedecem. Não foram para o inferno. Se quero escrever uma história, escrevo um livro. […] Eu apago mais do que escrevo. Faço mais de 15 versões de um livro. Vou apagando até a versão final. Escrevo tudo à mão e, no final, digito com dois dedos. Não uso o computador para nada.”

Amós Oz, escritor israelense, Folha de S.Paulo – 30/10/2010

 

“Éramos maduros o bastante para saber manter nosso próprio espaço. Mas podíamos dividir muito porque éramos ambos leitores vorazes, militantes cívicos e políticos, tínhamos um mesmo estilo de vida. […] Quem não teve acesso a Saramago diz que ele era uma pessoa difícil. Quem conviveu com ele sabe que era um homem afável e generoso. Tampouco era pessimista, era um intelectual que observava o mundo e via que nós estamos sendo conduzidos ao abismo.”

Pilar Del Río, jornalista espanhola, viúva do escritor José Saramago, Folha de S.Paulo – 30/10/2010

 

“A nossa política é sempre de duas faces: uma face externa, civilizada, respeitadora dos direitos, e uma face interna, cruel, sem eira nem beira.”

 Fábio Konder Comparato, Revista Caros Amigos – outubro de 2010

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