01ª semana de 2012
0“Nós, seres humanos, somos ruins em agir com vistas a metas futuras porque, ao contrário do que acreditamos, nossa experiência de ‘eu’ se decompõe em muitos eus que funcionam de forma diversa e têm interesses, às vezes, conflitantes.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 01/01/2012
“Emagrecer, retomar hábitos saudáveis, ter mais lazer, praticar exercícios físicos, ler mais livros, parar de fumar, tratar melhor o próximo, dedicar mais tempo à família, estudar mais, estressar-se menos, ser mais tolerante, menos preconceituoso e, a cada novo dia, mais feliz. […] Não basta prometer ou até mesmo tentar. É preciso fazer! […]Precisamos aprender a cumprir promessas. Tal atitude é importante, até mesmo para que a sociedade, mais organizada, possa cobrar com civismo antigos compromissos do poder público, como as reformas política, fiscal, tributária, trabalhista e previdenciária, essenciais para que nossa economia siga próspera. Compromisso interior, com o próximo, a família, o país e o planeta, é essencial para que celebremos com mais responsabilidade e atitude o Dia Mundial da Paz. Feliz ano novo!”
Josué Gomes da Silva – Folha de S.Paulo, 01/01/2012
“Época de projetar o futuro. Nas famílias há hoje desempregados e workaholics, uns só pensam em um novo trabalho, outros só pensam em parar de trabalhar nas férias. Queremos todos o que não temos. […] Tive a oportunidade de perguntar a dois dos mais renomados e experientes “scholars”: Helio Jaguaribe e Candido Mendes. Hoje as mudanças são mais rápidas que antes ou é ilusão de ótica de quem está no meio do processo? Eles foram muito claros em dizer que hoje tudo muda mais rápido. O que não significa um processo contínuo uniforme de mudanças, pelo contrário. Mais concretamente: o que será de mim? o que será de você? o que será de nós?”
Marcelo Neri – Folha de S.Paulo, 01/01/2012
“A energia escura é um dos grandes mistérios da ciência moderna. Confesso que, quando as primeiras observações foram apresentadas em 1998, duvidei que fosse possível. Como explicar que uma espécie de fluido (não líquido, claro) permeia o Universo e dita com que velocidade ele se expande?”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 01/01/2012
“Não espero nada da vida na forma de recompensa moral (aquilo que a teologia cristã chama ‘retribuição pelos méritos’). […] Não conto com a misericórdia de Deus porque não a mereço. Guerras sempre existirão, e a humanidade faz o que pode para sobreviver ao mundo e a si mesma. A possível falta de sentido da vida não me interessa. Durmo bem com ela. Sou daqueles que pensam que a metafísica é fruto de indisposição e mau humor.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 02/01/2012
“Persiste ainda, na sua alma rigorosamente descrente, essa fagulha de vaidade milenarista: a vaidade típica de quem se considera um sujeito único na história; e, por isso mesmo, merecedor de assistir ao maior espetáculo do mundo sentado na primeira fila. Fantasiar o fim do mundo é uma forma de nos fantasiarmos a nós como testemunhas desse fim do mundo. E, além disso, é também uma forma conveniente de sacudirmos um pouco o tédio existencial da nossa condição pós-moderna, da mesma forma que os nossos antepassados medievais procuravam libertar-se da miséria material que os rodeava pela violência utópica. Vaidade e tédio, eis a combinação dos nossos namoros apocalíticos. Que, às vezes, divertem.”
João Pereira Coutinho – Folha de S.Paulo, 03/01/2012
“Para ser justo é imprescindível ter ‘fé nas faculdades humanas mais elevadas’ como aquelas ligadas a valores, à cidadania, à moral, aos direitos humanos, à individualidade do cidadão, como diz o professor de Harvard. Para ser justo é preciso dosar a felicidade que as atitudes irão gerar com as dores que poderão provocar tanto na maioria como no único, além de outras questões filosóficas que variam a cada tomada de decisão. Em resumo, ser justo, às vezes, pode dar um trabaaaaalho danado. Porém, ter a preocupação e o cuidado de valorizar as decisões do dia a dia, sobretudo aquelas que envolvem diretamente os interesses do outro, ajuda a construir uma sociedade mais igualitária.”
Jairo Marques – Folha de S.Paulo, 03/01/2012
“É o espírito da época: queremos emagrecer comendo trufas de chocolate e tonificar nosso corpo sem esforço, graças a pílulas que agiriam no sono. Ora, em regra, o que queremos não sai de graça. Num momento de propósitos como o começo do ano, é bom lembrar o seguinte: há várias razões de não conseguirmos realizar nossos desejos; talvez a principal delas seja que, frequentemente, não estamos dispostos a pagar o preço que esses desejos exigem de nós.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 05/01/2012
“16 mil viciados em jogo já aderiram a programa para serem proibidos de entrar em cassinos na Bélgica. Os inscritos são barrados na entrada de todas as casas de jogo do país.”
Felipe Corazza – O Estado de S. Paulo, 05/01/2012
“Os cientistas vêm alertando que o aquecimento global provoca uma maior frequência de eventos climáticos extremos. Sabemos que a ausência de planejamento na ocupação de áreas urbanas expõe um grande contingente da população a riscos na maior parte das cidades brasileiras. Mas, apesar de termos instrumentos técnicos e recursos para avaliar os riscos e adotar medidas de prevenção, fatores políticos fazem com que nos atolemos na lama da imprudência e deixemos milhões de brasileiros sujeitos a se tornarem vítimas dessas catástrofes.”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 06/01/2012
“Atualmente, é consenso no mundo acadêmico que o mais eficiente instrumento de desenvolvimento científico, tecnológico e cultural é a escola de pós-graduação. Todavia, esse é um mecanismo recente, exceto nos EUA, onde começou a se instalar já na primeira metade do século 20. Na França, o “doctorat de troisième cycle”, que imitava o sistema de pós-graduação americano, só teve início em meados da década de 1950. O mesmo aconteceu com o Japão e com a maioria das nações europeias. Não é, portanto, de se estranhar que também no Brasil os cursos de pós-graduação tenham tomado tanto tempo para serem instalados. O primeiro mestrado brasileiro foi na área de eletrônica, no ITA, em 1964. A primeira escola de doutoramento só veio a ser iniciada em 1970, na Unicamp, em física. Por outro lado, a primeira bolsa para estudos no exterior foi concedida a Carlos Gomes por dom Pedro 2º. No final da década de 1950, o número de bolsas para pós-graduação no exterior concedidas pelo recém-criado CNPq era irrisória, talvez umas vinte por ano. Foi na administração Sarney que aconteceu o grande salto. Foram oferecidas mil bolsas. E, com isso, vieram muitas distorções. Algumas universidades inglesas e espanholas recém-criadas passaram a oferecer cursos de qualidade duvidosa, para onde afluíram estudantes medíocres de outros países, inclusive brasileiros. Aos poucos, formou-se uma doutrina.”
Rogério Cezar de Cerqueira Leite – Folha de S.Paulo, 06/01/2012
“A direção é mais importante que a velocidade. O fundamental é debater se estamos no caminho certo e ir definindo as barreiras que têm de removidas. Um futuro glorioso depende da nossa capacidade para enfrentar e superar complexos obstáculos -e de esconjurarmos o nosso ‘narcisismo às avessas’.”
Eduardo Fagnani – Folha de S.Paulo, 07/01/2012
A IGNORÂNCIA NOS ACOMPANHA
1 Hoje acordei com a triste notícia da morte do jornalista Daniel Piza, vítima de um AVC quando estava com os familiares em Minas Gerais. Seu pai, médico, ainda tentou socorrê-lo, mas em vão.
Ele tinha 41 anos, era casado, pai de três filhos, um bom jornalista e colunista no 2º maior jornal do Brasil (“O Estadão de São Paulo”). Suas colunas dominicais traziam reflexões interessantes. Gostava de acompanhar. Inclusive, no dia anterior, havia postado na coluna “Contando os dias” (onde aproveito para repartir notícias da semana que saíram na mídia impressa e podem contribuir para nossas reflexões), parte de um texto dele, escrito naquela que seria sua última coluna.
Em seu blog no “estadão”, deixou seu último post: “parada de fim de ano. Volto no dia 11. Feliz 2012 para todos nós”. Ele não poderia esperar, gozando de boa saúde, no vigor de seus 41 anos, que teria, de repente, um AVC fulminante. Seu conhecimento vasto, seus recursos materiais, médicos na própria família, por perto, nada disso foi suficiente. Havia chegado sua hora.
Piza não imaginava que suas últimas linhas públicas, em seu blog (exercício da profissão), na expressão de seu desejo e o comunicado que fez, seria o que de fato aconteceria. A parada de fim de ano era para ele, na verdade, uma parada definitiva nesta vida. Disse que voltaria, não voltará. De minha parte, junto-me a uma enorme quantidade de pessoas que lamentam sua morte. Fará falta suas reflexões e a qualidade de seus textos.
Lembro-me, contudo, das palavras de Jesus: “Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?” (Mt 6.27). Às vezes nem precisamos estar preocupados, estamos apenas distraídos, o fato é que ignoramos muito mais do que imaginamos de nossa própria vida.
Durante boa parte da vida passamos tentando nos proteger, contudo, não sabemos quando, como, podemos ser surpreendidos fatalmente.
Meu desejo é que em 2012 a sabedoria de quem amplia a consciência de sua própria ignorância, cresça. Que a fé no provocador Jesus se aprofunde, nos levando a novos e bons questionamentos, e ao mesmo tempo, ao descanso que a nova aliança propiciada por ele nos traz.
Entre tantas ignorâncias, que estejamos atentos para não ignorar o amor de Deus.
E aproveitemos para celebrar o presente que temos, com ternura, alegria e gratidão. Não sabemos até onde iremos, não sabemos quando deixaremos essa vida, mas temos esse instante que pode ser vivido de uma melhor maneira.
52ª semana de 2011
0“Nesta época é comum ver, além das retrospectivas, os apelos piegas ao tal espírito natalino, abusos de expressões como “renovar esperanças”, previsões furadas de astrólogos, tarólogos e outros loucos, textos que lamentam onde estão os natais d’antanho, mensagens de boas festas com listas de virtudes. Meu impulso é perguntar por que as pessoas não procuram ser assim o ano todo, e não apenas no solstício que foi apropriado pela religião e pelo folclore para se tornar uma data paradoxal em que se discursa sobre bons sentimentos enquanto se consome em ritmo febril. E então me ponho a pensar em como generosidade e respeito, para ficar só nesses dois itens, andam em falta nos tempos atuais, especialmente nas grandes cidades, e em como a tecnologia que deveria nos aproximar nos tem dispersado. Mas lembro os Natais de infância, comparo com o dos meus filhos e as diferenças se tornam irrelevantes, porque os prazeres e as questões são muito parecidos. E os dias deliciosamente desocupados, desacelerados, convidam ao balanço do ano, ainda que tenha tido tantas tristezas em meu caso, e sem balanço não há avanço.
Somos carne e pensamento, um não se dissocia do outro, e do mesmo modo o Natal é ficar feliz em dar e receber presentes, é ver as crianças alegres com o que ganham e pronto, sem místicas nem melancolias.”
Daniel Piza, O Estado de S. Paulo, 25/12/2011
“Natal é festa polissêmica. De certo modo, desconfortável. Para os cristãos, comemoração do nascimento de Jesus. Para o comércio, ocasião de promissoras vendas. Para uns tantos, miniférias de fim de ano. Para o Peru, dia de finados. O desconforto resulta da obrigatoriedade de dar presentes a quem não amamos, mal conhecemos ou fingimos amizade. Transferido o presépio de Belém para o balcão das lojas, a festa perde progressivamente caráter religioso. O Menino da manjedoura, que evoca o sentido da existência, cede lugar ao velho barbudo e barrigudo, que simboliza o fetiche da mercadoria. Proliferam-se novas modalidades de aspirar ao Transcendente, da aeróbica litúrgica às meditações orientais. Nunca houve, na expressão de Rimbaud, tanta ‘gula de Deus’. I Ching, astrologia, búzios, tarô etc., são vias pelas quais se tenta encontrar-se segurança diante do futuro imprevisível. […] Isso é Natal. Uma festa rara no mais profundo de si mesmo, na qual as pessoas se fazem presentes umas às outras e entre as quais o amor refulge como uma estrela. Essa festa não tem data e é celebrada cada vez que há encontro em clima de afeto e sabor de comunhão.”
Frei Betto – Revista Caros Amigos, dezembro de 2011
“Muita gente vive sem crise sem acreditar em coisa nenhuma ‘do outro mundo’. Isso não significa que ela seja sempre feliz (tampouco os religiosos o são), a (in)felicidade depende de inúmeros fatores.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 26/12/2011
“Queria ficar sozinho para pensar que o mundo está cheio de mortos que ainda não sabem que morreram.”
Carlos Heitor Cony – Folha de S.Paulo, 27/12/2011
“O parlamentar (Jean Wyllys) reconhece que não se pode proibir religiosos de pregar de seus púlpitos contra o homossexualismo e que seria ridículo até mesmo tentar vetar impropérios como “veado” numa partida de futebol. […]Por alguma razão, porém, militantes preferem alocar suas energias na criação de novas leis, em vez de empenhar-se em exigir o cumprimento das normas já existentes. Eles parecem esquecer-se da sábia lição do marquês de Beccaria, que já no século 18 ensinava que multiplicar leis penais significa apenas multiplicar violações à lei, não evitar crimes.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 27/12/2011
“Uma pesquisa feita com mil pessoas entre setembro e outubro pela consultoria OThink, de gestão de negócios, apontou que 18% dos entrevistados acreditam que os filhos, netos e bisnetos terão a mesma religião que eles em 2050. Para 27%, os descendentes terão uma religião diferente. E 55% responderam não saber se seus herdeiros seguirão a mesma fé. As mulheres são mais confiantes que os homens de que seus filhos e netos seguirão a religião que elas adotaram: 22%, contra 16% dos homens. A chamada ‘classe A’ é a que menos acredita que a religião de seus descendentes continuará a mesma da deles: 16%, contra 21% da faixa de população definida como ‘classe C’.”
Mônica Bergamo – Folha de S.Paulo, 27/12/2011
“A capacidade de comunicar é a base de nossa existência coletiva. Quando ela evolui, tudo evolui. Pela primeira vez na história da humanidade todos temos a capacidade de nos comunicar com todos o tempo todo, de qualquer lugar. O poder dessa comunicação total é total. Vai mudar tudo, está mudando. Olhe para si e veja como sua vida mudou de uns anos para cá. Então sonhe, prepare-se, isso é só o começo. […] O Brasil nunca nos deu tantas oportunidades. O mundo nunca nos deu tantas oportunidades. A tecnologia nunca nos deu tantas oportunidades. A revolução continua.”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 27/12/2011
“A crise das relações modernas está, como o título indica, nas “expectativas extravagantes” que os americanos -e, desconfio, os ocidentais em geral- transportam para o matrimônio. Na conjugalidade, o casal não conhece limites em seus desejos contraditórios. Reclama doses homéricas de paixão e de razão; de aventura permanente mas também de segurança permanente; de estabilidade emocional e de excitação emocional; de beleza física e de intelecto apurado. Haverá relação que aguente o peso dessas expectativas? […]Hoje, os ocidentais desejam que as relações íntimas possam suprir todas as exigências que anteriormente estavam repartidas por várias esferas da sociedade. O casamento não comporta essas exigências múltiplas e contraditórias. A pessoa com quem casamos não consegue reunir as qualidades perfeitas de amante, amigo, confessor, professor, guia turístico, estátua grega e terapeuta. No Ocidente pós-moderno, a taxa de divórcio não para de subir. Brasil incluso. Um cínico diria que o fenômeno tem explicação simples: as pessoas divorciam-se porque podem. Mas é possível oferecer uma explicação alternativa: as pessoas divorciam-se porque casam. E não há casamento que resista quando se exige dele tudo e o seu contrário.”
João Pereira Coutinho – Folha de S.Paulo, 27/12/2011
“Acreditar faz parte da aventura humana na qual nenhum de nós entra por querer.”
Roberto Damatta, O Estado de S. Paulo, 28/12/2011
“ ‘Para o inglês, tudo é permitido, exceto o proibido. Para o alemão, tudo é proibido, exceto o permitido. E, para o italiano, tudo o que é proibido é permitido.’ Ao comentário do matemático John von Neumann (1903-57), poderíamos acrescentar que, para os franceses, o bom talvez seja o proibido e que, para os gregos, permitido e proibido são só palavras que dependem de muitas coisas.”
Fernando Canzian – Folha de S.Paulo, 28/12/2011
“Apesar dos avanços registrados na década passada, mais de 1 milhão de crianças de 10 a 14 anos, ou 6% do total, ainda trabalhavam no Brasil em 2010. Tabulações feitas pela Folha no Censo do IBGE mostram que o problema é mais grave no Norte, onde praticamente uma em cada dez crianças exerce atividade econômica remunerada ou não.
Especialistas afirmam que, para cumprir a meta assumida internacionalmente de erradicar o trabalho infantil do país até 2020, será necessário um esforço adicional. […] A pesquisa revela também que as ocupações mais comuns de crianças estão na agricultura e na pecuária.”
Antônio Gois, Luiza Abndeira e Matheus Magenta – Folha de S.Paulo, 28/12/2011
“Segundo o economista André Gamerman, da Opus Investimentos, é o crescimento menor da renda do que das dívidas. Neste ano, a dívida das famílias cresceu 17%. A renda, 6%. O economista Wermeson França, da LCA Consultores, observa que o crédito também ficou mais caro.”
Folha de S.Paulo, 28/12/2011
51ª semana de 2011
0“Nossa política para a primeira infância continua um pouco desarticulada, apesar de ser setorialmente muito rica. Você tem alguns indicadores de que a gente não está dando a atenção que a primeira infância precisaria. A pobreza em famílias que têm crianças pequenas é o dobro da média brasileira.”
Ricardo Paes de Barros, Revista Época – 19/12/2011
“O ano de 2012 promete, no mínimo, ser agitado. No âmbito internacional, alista de eventos importantes é enorme. O euro passará por seu grande teste, haverá eleições presidenciais completamente indefinidas nos Estados Unidos, a Primavera Árabe poderá ao mesmo tempo se expandir em alguns lugares e retroagir noutros, e mesmo os Brics não podem garantir que terão o crescimento econômico dos últimos anos. No plano interno, a temperatura será menor. Os acontecimentos mais marcantes serão as eleições municipais, a definição do marco regulatório do pré-sal e, sobretudo, a forma como o governo Dilma reagirá às dificuldades econômicas e políticas externas. Cientistas sociais (incluindo os economistas) e analistas políticos em geral não são bons em profecia. O máximo que conseguimos, como certa vez dissera o historiador Fernand Braudel, é ser ‘profetas do passado’. Mas se pode usar o aprendizado adquirido ao longo dos anos para enfrentar melhor o futuro. É impossível saber, tim-tim por tim-tim, o que acontecerá em 2012, não obstante seja possível reduzir danos e erros, e até mesmo propor algumas trilhas – não muitas – mais propícias ao sucesso.”
Fernando Abrucio, Revista Época – 19/12/2011
“A história dos megatemplos está ligada a um movimento chamado emerging church (igreja emergente), liderado pelo pastor Bill Hybels. Em 1974, ele percebeu a existência de um enorme número de pessoas que não frequentavam igrejas porque as achavam ‘chatas’ e rejeitavam símbolos religiosos como Jesus crucificado ou vitrais com cenas bíblicas. Com os dados dessa pesquisa, criou a Igreja Comunitária Willow Creek, uma das três mais populares dos Estados Unidos. Ela reúne no culto principal, em sua sede em South Barrington, Illinois, cerca de 7 mil fiéis. O templo tem espaço para crianças e restaurantes. Os megatemplos de hoje, católicos ou evangélicos, seguem o mesmo padrão.”
Revista Época – 19/12/2011
“Um desejo profundo dos ‘poderosos da Terra’, sejam eles traficantes, mafiosos, generais, políticos ou líderes religiosos corruptos: o desejo de dar cabo daqueles que investigam seus negócios mal explicados.”
Eugênio Bucci, Revista Época – 19/12/2011
“O mundo é um lugar inóspito. Todo indivíduo tem um ou mais pontos fracos e se sujeita diariamente a dezenas de tentações que podem atirá-lo em seu inferno particular.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 23/12/2011
“Sonhos não realizados comparecem na esperançosa bandeja dos compromissos futuros: mais tempo para viver a vida, em lugar de ser vivido por ela. Mudar antes de ser mudado. Renunciar mais às certezas que ensoberbecem a alma, antes de ser estagnado por elas. O que se fez e o que não se fez, muitas vezes, vira fardo nessa época tão intensa. […] Na espécie de tsunami emocional que costuma acometer as pessoas nas festas de fim de ano, há algo que, lá, meio soterrado por preocupações e ansiedades e pelo consumismo desenfreado no qual se transformou o Natal, pode dar sentido às coisas. […] Como diz Hannah Arendt, “esta fé e esta esperança no mundo talvez nunca tenha sido expressa de modo tão sucinto e glorioso como nas breves palavras com as quais os Evangelhos anunciam a ‘boa-nova’: ‘Nasceu uma criança entre nós'”. É a alegria da fé em nossa eterna capacidade de começar. Que o espaço entre pensar e agir, findar e começar, brincar e trabalhar, e outras coisas que só se realizam entre nós e os mundos que nos habitam, possa ser sempre ocupado pela criança que nasce e renasce em cada um de nós.”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 23/12/2011
“O Natal é uma festa encharcada de emoção. Das festividades da civilização ocidental cristã, é a que tem maior apelo afetivo. É compreensível, pois, ao lado dos significados religiosos, o Natal nos mostra o momento em que uma família se constitui, o que se dá pelo nascimento do filho de um casal. Por essa via, o Natal aponta diretamente para a realidade familiar, que nos é muito próxima, fazendo-nos evocar nossas famílias – seja a família original onde ocupávamos o lugar de filho, ou a família que constituímos ocupando o lugar de pai. Daí o Natal suscitar sentimentos tão fortes nas pessoas.
Tirando proveito desse derramamento afetivo, o consumo e publicidade se apropriaram do Natal, transformando-o na maior oportunidade de vendas do ano. Embora a maioria se alegre com o simbolismo explícito do nascimento de uma criança, com tudo que isso representa de esperança, continuidade e oposição à morte (ideias reforçadas com as festividades do ano-novo, que também apontam para a renovação e o recomeço), não podemos esquecer que há pessoas que não compartilham deste sentimento. Pelo contrário, sentem-se tristes, ficam deprimidas e lamentam não compartilhar uma alegria que supõem ser universal nesta ocasião.
Como o Natal nos remete à família, é de se esperar que as experiências ali ocorridas sejam singulares, apresentem, portanto, uma grande variedade. Ao contrário da visão apressada que mostra as relações familiares como perfeitas e amorosas, a verdade é que elas podem ser bastante difíceis.
Não é então surpreendente que enquanto muitos curtam e aproveitem sem maiores conflitos a festa do Natal, alguns a experimentem com uma carga mais complexa de sentimentos. Mais do que nosso conhecimento intelectual, é essa mistura de amores e ódios, fracassos e vitórias, carinhos e violências, alegria e tristeza, agressões e cuidados para com aqueles que nos são próximos o que dá a nossa verdadeira dimensão enquanto seres humanos. Em nossos afetos está armazenado o inestimável fogo da vida.”
Sérgio Telles, O Estado de S. Paulo, 24/12/2011
50ª semana de 2011
0“O ser humano é um animal acreditador. Talvez esse seja um bom modo de definir nossa espécie. ‘Humanos são primatas com autoconsciência e a habilidade de acreditar.’ Já que ” acreditar” sempre pede um ‘em quê?’, refiro-me aqui a acreditar em poderes que transcendem a percepção do real, algo além da dimensão da vida ordinária, além do que podemos perceber apenas com nossos sentidos. […] Parece que somos incapazes de viver nossas vidas sem acreditar na existência de algo maior do que nós, algo além do ‘meramente’ humano. Bem, nem todos nós, mas a maioria. Isso desde muito tempo.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 11/12/2011
“‘Ensinar é uma experiência humana’, disse ao Times Paul Thomas, professor associado de educação na Universidade Furman, na Carolina do Sul. ‘A tecnologia é uma distração quando precisamos de alfabetização, raciocínio matemático e pensamento crítico’.”
Kevin Delaney – Folha de S.Paulo, 12/12/2011
“A melhor forma de manter a dignidade na era do Facebook (se você não resistir a ter um) é não contar para ninguém que você tem um Facebook. Quase tudo é bobagem nas redes sociais porque o ser humano é banal e vive uma vida quase sempre monótona e previsível. E a monotonia é o traje cotidiano do vazio. E a rotina é o modo civilizado de enfrentar o caos, outra face do vazio. […] Sempre se soube que não basta à mulher de Cesar ser honesta, ela tem que parecer honesta, portanto, a imagem de honesta é mais importante do que a honestidade em si. Mas aqui, o foco é diferente: aqui a questão é a hipocrisia como substância da moral pública. Todo mundo sabe que a mentira é a mola essencial do convívio civilizado. […] Resistir ao desejo talvez seja uma das formas mais discretas de amar a vida.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 12/12/2011
“Se a ideia, como defendeu o ministro da Saúde, é utilizar o instrumento apenas em situações nas quais há risco de vida imediato para o dependente, a figura jurídica da internação involuntária, prevista na lei n° 10.216/01, é desnecessária. Basta encaminhar o paciente em emergência relacionada a drogas -que, em geral, está inconsciente- para o hospital e, dois ou três dias depois, quando estiver estabilizado e já não houver perigo iminente, oferecer-lhe a oportunidade de tratamento psiquiátrico. Se ele quiser, submete-se a uma internação voluntária e, se não quiser, volta para casa ou para as ruas, como é mais comum. É claro que essa não é uma solução perfeita, pois uma das características da compulsão por drogas é não querer afastar-se delas. É até verossímil que exista um grupo de dependentes que, do ponto de vista sanitário, poderia beneficiar-se de tratamento a contragosto. O problema é que há mais coisas envolvidas aqui do que a saúde deste ou daquele paciente. Em termos institucionais, incentivar o uso de internações involuntárias é perigoso. Trata-se, afinal, do equivalente jurídico de um artefato nuclear, uma ferramenta que permite a um médico qualquer decidir que alguém precisa de tratamento e assim privá-lo de sua liberdade indefinidamente e sem direito a contraditório. Os controles externos são poucos e fracos e, se o sujeito não tem família, não haverá quem represente seus interesses contra o médico.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 13/12/2011
“Um estudo demográfico, elaborado pelo Conselho Federal de Medicina e a regional de São Paulo, acaba de ser publicado e expõe a desigualdade na oferta de médicos pelo País. Não existem surpresas, mas há muito para se refletir. O levantamento coordenado pelo pesquisador Mario Scheffer aponta a existência de 371.788 médicos na ativa no Brasil, número que quintuplicou nos últimos 40 anos, enquanto a população brasileira apenas dobrou. A relação médico/habitante dobrou, chegando este ano a 1,95 médico para cada 100 mil habitantes. Nas escolas médicas, as mulheres são maioria. Ainda ssim, por mais 20 anos a profissão continuará sendo exercida por uma maioria de homens, que hoje ocupam 60% do mercado. Os médicos são jovens, em sua maioria, 50% deles têm menos de 40 anos. A média de idade é de 46 anos. Entre os jovens, predominam as mulheres. A idade média é de 42 anos, e quase 70% delas estão na faixa entre 30 e 55 anos. Esses números mostram que o Brasil continua carente de médicos. Além disso, a distribuição desses médicos provoca diferenças alarmantes. Em todo o País, as capitais detêm a maioria deles. Nos estados mais pobres essa diferença é ainda maior. […] Os estados do Norte têm poucos cursos médicos e são os que têm a maior demanda. O problema lá também é a oferta de postos na área de saúde, que está entre as piores da federação. O governo tem a meta de fazer o Brasil ter a mesma proporção de médicos que os países europeus e os Estados Unidos, perto de 2,5 médicos por 100 mil habitantes. O Sudeste já possui 2,6; o Norte tem apenas 0,96. Nas cidades do interior, a carência é ainda maior.”
Rogério Tuma, Revista Carta Capital, 14/12/2011
“Conheço pessoas que souberam lidar bem com as dificuldades naturais de suas existências e conheço outras que se transformaram em vítimas tristes nas mesmas condições. É claro que há situações de extrema dificuldade, e negar a tristeza que vem junto é negar a própria condição humana. […] Encontrei pessoas de bem com a vida nas grandes cidades, trabalhando em imensas corporações. Encontrei-as também em pequenas vilas do interior ou do litoral. Em lugares pobres e em ligares ricos. Em tempos de tranquilidade e em temos de crise. Ou seja, em todos os lugares. E também encontrei pessoas de mal com a vida. Onde? Exatamente nos mesmos lugares. Esse talvez seja um dos grandes mistérios da psicologia humana. O que faz a diferença entre esses dois tipos de indivíduos? Será sua genética ou terá sido sua educação?”
Eugenio Mussak, Revista Vida Simples – dezembro de 2011
49ª semana de 2011
0“A literatura brasileira demonstra que 70% da performance escolar é determinada pelo “background” familiar, pelo tipo de educação do pai e especialmente da mãe, pela renda da família etc.”
Marcelo Neri – Folha de S.Paulo, 04/12/2011
“Com a globalização, nossos maiores problemas passaram a operar em escala global. A mudança climática, o terrorismo, os desequilíbrios comerciais, nada disso afeta apenas um país. O problema é que estamos enfrentando a nova realidade com instituições anacrônicas, de 200 anos atrás.”
Ian Morris, 51, historiador e arqueólogo, Revista Veja – 07/12/2011
“O medo da lei é insuficiente para que ela seja respeitada. É preciso que ela seja acatada por conter no seu bojo o que é eticamente adequado como reflexo do querer social.”
Antônio Cláudio de Oliveira – O Estado de S.Paulo, 07/12/2011
“Os meninos que cresceram em torno do tráfico nas favelas cariocas interpretam papéis parecidos. Seja como usuários, ‘formiguinhas’ (passadores de pequenas quantidades) ou trabalhando na segurança das gangues, só conheceram a realidade da droga. Com a vitoriosa implantação das UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora), seu modo de vida foi subitamente desarticulado. Eles podem ter abandonado o uso ou a venda de drogas, mas é importante que as UPPs Sociais, encarregadas de reencaminhar esses jovens, não custem a lhes oferecer oportunidades reais de aprendizado e trabalho -em departamentos que não tenham nada a ver com seu antigo universo. Não basta tirar a droga do sistema deles. Há que substituí-la por algo diferente e melhor.”
Ruy Castro – Folha de S.Paulo, 07/12/2011
“A expansão do ensino superior no Brasil saltou de 1,945 milhão de matrículas em 1998 para 6.379.299 em 2010. Desse volume de matrículas, 4.736.001, perto de 75%, pertencem às instituições privadas. A pós-graduação cresceu mais de 150% em menos de dez anos. São 173 mil matrículas, sendo 144.911 (95%) em instituições públicas. Titula 50 mil mestres e doutores por ano, com um padrão de qualidade internacional. Mas se o aumento dos pesquisadores no Brasil é comemorado como um bem nacional, o do número de graduados nem tanto. […] No Brasil, a universalidade do acesso ao ensino superior é, de fato, um problema. Temos menos de 16% da população de 18 a 24 anos matriculada em cursos superiores. Perdemos do Paraguai (18%) e da Argentina (48%), passamos longe de Portugal (50%) e não conseguimos divisar a Coreia (78%). […] A dimensão do sistema de ensino superior brasileiro não pode, na direção e na velocidade econômica que o país necessita, representar, apenas, milhões de matriculas.”
Luiz Roberto Liza Curi, sociólogo – Folha de S.Paulo, 09/12/2011
“Dogmas vão contra tudo o que sabemos sobre o mundo. Virgens não costumam dar à luz e pessoas não saem por aí ressuscitando. Em contextos normais, um homem que veste saias e proclama transformar vinho em sangue seria internado. Quando se trata de religião, porém, aceitamos violações à física e à lógica. Por quê? Ou Deus existe e espera de nós atitudes exóticas -e inconsistentes de uma fé para outra-, ou o problema está em nós, mais especificamente em nossos cérebros, que fazem coisas esquisitas no modo religioso. Ateus privilegiam a ciência e a lógica, ao passo que crentes dão mais ênfase a suas intuições, que estão sempre a buscar padrões e a criar agentes. Posta nesses termos, fé e ceticismo se tornam um amálgama de influências genéticas e culturais difícil de destrinchar – e de modificar. Como bom ateu liberal, aplaudo avanços no secularismo, já que contrabalançam o lado exclusivista das religiões, que não raro degenera em violência e obscurantismo. Mas, ao contrário de colegas mais veementes, acho que a religião, a exemplo do que se dá com filatelia, literatura e sexo, pode, se bem usada, ser fonte legítima de bem-estar e prazer.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 10/12/2011
“Uma posição totalmente racionalista é irracional. Há um lado da experiência humana que é misterioso. Sou cartesiano com pitada de candomblé.”
Fernando Henrique Cardoso – Folha de S.Paulo, 10/12/2011
“Sua fragmentação gera imprevisibilidade. Uma Europa unida é um ator único com quem é fácil dialogar, onde radicalismos locais são atenuados pela média dos demais membros. Fragmentada, são 27 países com agendas em conflito e onde o protecionismo e nacionalismo de um único país pode forçar os demais a decisões extremas.”
Gustavo Romano – Folha de S.Paulo, 10/12/2011
“O que você deixa de fazer pode feri-lo. Oportunidades perdidas levam a arrependimento mais tarde. […] Não fazer nada é fácil. É, muitas vezes, um erro invisível – um pecado de omissão. Para agir, é preciso coragem. Para inovar, ainda mais coragem. E, hoje, coragem parece um recurso escasso. À espera de que estão nossos líderes? Sem ação ousada e inovação, de que maneira economias em apuros escaparão do declínio? A coragem torna a mudança possível. É preciso coragem intelectual para questionar velhas verdades e imaginar novas possibilidades. […] Faço um apelo para a coragem na liderança: não deixar problema sem solução. Não deixar oportunidade inexplorada. Não deixar ideia definhando.”
Rosabeth Moss Kanter, professora de administração da Harvard Business School, nos EUA – Harvard Business Review – dezembro de 2011
Tempo
1Mais um ano está terminando e a sensação de que o tempo está passando mais rápido só cresce. Por que será? Parece que uma pista é observarmos quanta informação recebemos, quantas coisas fazemos ao mesmo tempo, quantos compromissos acumulamos, e como lidamos com a sensação e a realidade de não sermos suficientes.
Uma consideração simples, mas, pertinente, é que o jornalista Marcelo Coelho faz: “Cada celular é um roedor de tempo, e o cidadão, para estar acessível e ser acessado em todos os lugares, paga o preço de viver espremido”. E muitos chegam ao fim de ano bem espremidos e angustiados com a falta de tempo e as pendências na vida.
Uma psicanalista, chamada Luciana Chauí Berlinck, me ajudou quando disse que “a consciência do tempo está articulada aos ritmos da percepção, de interrupção e conexão com o mundo exterior”. Então, isso indica que podemos estar mais conscientes do tempo conforme a escolhas que fazemos, o estilo de vida que nutrimos e as vivências que priorizamos.
Se não estivermos atentos, por exemplo, podemos desperdiçar um tempo especial, não reconhecê-lo, e, portanto, não aproveitá-lo em toda sua dimensão.
Mesmo os mais desatentos tem ouvido e visto as alterações climáticas que temos vivido. Efeitos que já tem feito estrago e que exigem mudanças radicais de nossa parte. Contudo, parece que nosso estilo de vida também tem bagunçado, catastroficamente, as estações da vida. Não só porque a adolescência se estende facilmente até aos 35 anos, ou muitos de 60 querem viver como se tivessem 30, negando realidades e não compreendendo seu tempo, mas também aquelas estações existenciais das quais falam o livro de Eclesiastes… “tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar, tempo de espalhar pedras e tempo de juntá-las, tempo de abraçar e tempo de desistir, tempo de guardar e tempo de jogar fora, tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de calar, tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz” (Ec 3.2-8).
É importante discernir as épocas que se vive e aproveitar e respeitar os tempos oportunos. Inclusive, quem não consegue reconhecer e respeitar seu próprio tempo, dificilmente o fará com o seu próximo. Parar, descobrir e assumir é sabedoria. Isso tudo contribui para a saúde.
Cuidem-se no tempo e o espaço ficará melhor.
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