Hoje acordei com a triste notícia da morte do jornalista Daniel Piza, vítima de um AVC quando estava com os familiares em Minas Gerais. Seu pai, médico, ainda tentou socorrê-lo, mas em vão.
Ele tinha 41 anos, era casado, pai de três filhos, um bom jornalista e colunista no 2º maior jornal do Brasil (“O Estadão de São Paulo”). Suas colunas dominicais traziam reflexões interessantes. Gostava de acompanhar. Inclusive, no dia anterior, havia postado na coluna “Contando os dias” (onde aproveito para repartir notícias da semana que saíram na mídia impressa e podem contribuir para nossas reflexões), parte de um texto dele, escrito naquela que seria sua última coluna.
Em seu blog no “estadão”, deixou seu último post: “parada de fim de ano. Volto no dia 11. Feliz 2012 para todos nós”. Ele não poderia esperar, gozando de boa saúde, no vigor de seus 41 anos, que teria, de repente, um AVC fulminante. Seu conhecimento vasto, seus recursos materiais, médicos na própria família, por perto, nada disso foi suficiente. Havia chegado sua hora.
Piza não imaginava que suas últimas linhas públicas, em seu blog (exercício da profissão), na expressão de seu desejo e o comunicado que fez, seria o que de fato aconteceria. A parada de fim de ano era para ele, na verdade, uma parada definitiva nesta vida. Disse que voltaria, não voltará. De minha parte, junto-me a uma enorme quantidade de pessoas que lamentam sua morte. Fará falta suas reflexões e a qualidade de seus textos.
Lembro-me, contudo, das palavras de Jesus: “Quem de vocês, por mais que se preocupe, pode acrescentar uma hora que seja à sua vida?” (Mt 6.27). Às vezes nem precisamos estar preocupados, estamos apenas distraídos, o fato é que ignoramos muito mais do que imaginamos de nossa própria vida.
Durante boa parte da vida passamos tentando nos proteger, contudo, não sabemos quando, como, podemos ser surpreendidos fatalmente.
Meu desejo é que em 2012 a sabedoria de quem amplia a consciência de sua própria ignorância, cresça. Que a fé no provocador Jesus se aprofunde, nos levando a novos e bons questionamentos, e ao mesmo tempo, ao descanso que a nova aliança propiciada por ele nos traz.
Entre tantas ignorâncias, que estejamos atentos para não ignorar o amor de Deus.
E aproveitemos para celebrar o presente que temos, com ternura, alegria e gratidão. Não sabemos até onde iremos, não sabemos quando deixaremos essa vida, mas temos esse instante que pode ser vivido de uma melhor maneira.