Prateleira
- 01 de outubro de 2014
- Visualizações: 3343
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
Voto: o poder em suas mãos!
A propósito das eleições que ocorrerão neste domingo, dia 05, o Portal Ultimato decidiu disponibilizar a todos os leitores o artigo “Voto: o poder em suas mãos!”, do Pr. Christian Gillis, publicado na edição atual da revista Ultimato (set/out). Leia-o a seguir.
****
O povo brasileiro dá mostras de que anseia por qualidade dos políticos e do sistema político. Para aprimorar a organização política são necessárias mudanças nas leis – uma reforma política, que, porém, encontra resistências no Congresso. Mas, nas eleições, o cidadão tem o poder de escolher os representantes capazes de mudar as leis e a estrutura política.
É o voto que fará a diferença. Se, porém, cidadãos comprometidos com o bem derem de ombros às eleições, aquilo que é ruim pode ficar pior. Ainda que decepcionado com os políticos, o eleitor sábio aproveitará a ocasião democrática para escolher bons representantes para as funções de governo e legislativa.
As eleições possibilitam a escolha estratégica de deputados e senadores – já que são estes os que fazem as leis (= estruturas). Se algo está ruim, não é assim por natureza ou por acaso; alguém organizou as coisas para ser como são (os legisladores do passado). E, para mudar a legislação em vigor, alguém terá de eleger novos representantes, que criarão novas leis, para que a estrutura política funcione de um modo novo. Presidentes e governadores administram segundo suas prioridades, mas dentro dos limites da estrutura legal.
A Bíblia alerta para a importância da questão política, ainda que a forma de organização política dos tempos bíblicos fosse diferente da atual. Há no universo um sistema legítimo de autoridade (às vezes usurpado por tiranos). Jesus e seus apóstolos o reconhecem como válido (não como absoluto) e ensinam a orar pelas autoridades e, em caso de ambições totalitárias, a resistir-lhes apropriadamente.
Pedro é claramente contra a alienação do cristão e ensina uma participação crítica no sistema político e social (1Pe 2.11-17). Segundo o apóstolo, o cristão deve sujeitar-se às instituições humanas (2.13)! Sujeitar-se é “colocar-se sob”, para cooperar com a tarefa que alguém tem. Trata-se de submissão consciente e voluntária – “como livres que sois” (2.16) –, o que significa reconhecer e respeitar o ordenamento sociopolítico ao qual se está integrado.
As instituições consideradas são de natureza política – rei e autoridades governamentais (2.13) –, econômica – sistema de produção e trabalho do seu tempo (2.18) – e social – a família (3.1). Todas estas passaram por transformações profundas ao longo dos tempos; há, contudo, princípios éticos equivalentes para situações contemporâneas análogas.
O motivo da sujeição às instituições humanas é por amor ao Senhor (2.13). A postura pública respeitosa não é por causa das instituições em si, mas a partir da relação pessoal com o próprio Senhor Jesus, aquele que está acima de todo poder. Por causa da lealdade a ele deve haver atitude adequada frente ao Estado.
A cooperação com as autoridades, entretanto, não desconsidera a realidade. Há que se discernir se os atos dos que ocupam as posições de autoridade promovem o bem, pois autoridades foram constituídas para promover o bem e reprimir o mal (2.14). Assim, o poder humano é relativo, e os governantes, bem como o próprio sistema político e as leis propostas, podem ser reavaliados e aprimorados, por meios legais.
Há ordem explícita para abster-se de envolvimento com paixões carnais (2.11), mas a inserção social e política positiva é estimulada. Não existe restrição à vida em sociedade, ao voto, ao discernimento político, ao uso dos recursos democráticos nem ao dever de interferir no destino político e legal da sociedade.
O modo de participação na ordem política e social coerente com a fé e os valores cristãos é por meio de comportamento íntegro e da prática de boas obras. Os cristãos são designados para ser servos de Deus na sociedade, convocados a abençoar os demais cidadãos (até quem os hostiliza!), fazendo o bem na esfera pública (2.15).
Aproveite bem o seu voto. A inspiração que vem do céu é para buscar sempre o que é bom, por todos os meios disponíveis, inclusive pelo voto. A participação consciente é fundamental para reformar a política e construir uma sociedade justa, tendo em vista a coletividade, consolidando instituições humanas à luz dos valores do reino de Deus.
-- Christian Gillis é pastor da Igreja Batista da Redenção em Belo Horizonte, MG, e membro do Conselho Gestor da Aliança Cristã Evangélica Brasileira. Twitter: @prgillis
Leia também
Desafios para a cidadania cristã (Robinson Cavalcanti)
Todo mundo trabalhando para o desenvolvimento (Valdir Steuernagel)
A Falência dos Deuses (Vinoth Ramachandra)
****
O povo brasileiro dá mostras de que anseia por qualidade dos políticos e do sistema político. Para aprimorar a organização política são necessárias mudanças nas leis – uma reforma política, que, porém, encontra resistências no Congresso. Mas, nas eleições, o cidadão tem o poder de escolher os representantes capazes de mudar as leis e a estrutura política.
É o voto que fará a diferença. Se, porém, cidadãos comprometidos com o bem derem de ombros às eleições, aquilo que é ruim pode ficar pior. Ainda que decepcionado com os políticos, o eleitor sábio aproveitará a ocasião democrática para escolher bons representantes para as funções de governo e legislativa.
As eleições possibilitam a escolha estratégica de deputados e senadores – já que são estes os que fazem as leis (= estruturas). Se algo está ruim, não é assim por natureza ou por acaso; alguém organizou as coisas para ser como são (os legisladores do passado). E, para mudar a legislação em vigor, alguém terá de eleger novos representantes, que criarão novas leis, para que a estrutura política funcione de um modo novo. Presidentes e governadores administram segundo suas prioridades, mas dentro dos limites da estrutura legal.
A Bíblia alerta para a importância da questão política, ainda que a forma de organização política dos tempos bíblicos fosse diferente da atual. Há no universo um sistema legítimo de autoridade (às vezes usurpado por tiranos). Jesus e seus apóstolos o reconhecem como válido (não como absoluto) e ensinam a orar pelas autoridades e, em caso de ambições totalitárias, a resistir-lhes apropriadamente.
Pedro é claramente contra a alienação do cristão e ensina uma participação crítica no sistema político e social (1Pe 2.11-17). Segundo o apóstolo, o cristão deve sujeitar-se às instituições humanas (2.13)! Sujeitar-se é “colocar-se sob”, para cooperar com a tarefa que alguém tem. Trata-se de submissão consciente e voluntária – “como livres que sois” (2.16) –, o que significa reconhecer e respeitar o ordenamento sociopolítico ao qual se está integrado.
As instituições consideradas são de natureza política – rei e autoridades governamentais (2.13) –, econômica – sistema de produção e trabalho do seu tempo (2.18) – e social – a família (3.1). Todas estas passaram por transformações profundas ao longo dos tempos; há, contudo, princípios éticos equivalentes para situações contemporâneas análogas.
O motivo da sujeição às instituições humanas é por amor ao Senhor (2.13). A postura pública respeitosa não é por causa das instituições em si, mas a partir da relação pessoal com o próprio Senhor Jesus, aquele que está acima de todo poder. Por causa da lealdade a ele deve haver atitude adequada frente ao Estado.
A cooperação com as autoridades, entretanto, não desconsidera a realidade. Há que se discernir se os atos dos que ocupam as posições de autoridade promovem o bem, pois autoridades foram constituídas para promover o bem e reprimir o mal (2.14). Assim, o poder humano é relativo, e os governantes, bem como o próprio sistema político e as leis propostas, podem ser reavaliados e aprimorados, por meios legais.
Há ordem explícita para abster-se de envolvimento com paixões carnais (2.11), mas a inserção social e política positiva é estimulada. Não existe restrição à vida em sociedade, ao voto, ao discernimento político, ao uso dos recursos democráticos nem ao dever de interferir no destino político e legal da sociedade.
O modo de participação na ordem política e social coerente com a fé e os valores cristãos é por meio de comportamento íntegro e da prática de boas obras. Os cristãos são designados para ser servos de Deus na sociedade, convocados a abençoar os demais cidadãos (até quem os hostiliza!), fazendo o bem na esfera pública (2.15).
Aproveite bem o seu voto. A inspiração que vem do céu é para buscar sempre o que é bom, por todos os meios disponíveis, inclusive pelo voto. A participação consciente é fundamental para reformar a política e construir uma sociedade justa, tendo em vista a coletividade, consolidando instituições humanas à luz dos valores do reino de Deus.
-- Christian Gillis é pastor da Igreja Batista da Redenção em Belo Horizonte, MG, e membro do Conselho Gestor da Aliança Cristã Evangélica Brasileira. Twitter: @prgillis
Leia também
Desafios para a cidadania cristã (Robinson Cavalcanti)
Todo mundo trabalhando para o desenvolvimento (Valdir Steuernagel)
A Falência dos Deuses (Vinoth Ramachandra)
- 01 de outubro de 2014
- Visualizações: 3343
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Leia mais em Prateleira
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Assuntos em Últimas
- 500AnosReforma
- Aconteceu Comigo
- Aconteceu há...
- Agenda50anos
- Arte e Cultura
- Biografia e História
- Casamento e Família
- Ciência
- Devocionário
- Espiritualidade
- Estudo Bíblico
- Evangelização e Missões
- Ética e Comportamento
- Igreja e Liderança
- Igreja em ação
- Institucional
- Juventude
- Legado e Louvor
- Meio Ambiente
- Política e Sociedade
- Reportagem
- Resenha
- Série Ciência e Fé Cristã
- Teologia e Doutrina
- Testemunho
- Vida Cristã
Revista Ultimato
+ lidos
- Descobrindo o potencial da diáspora: um chamado à igreja brasileira
- Trabalho sob a perspectiva do reino de Deus
- Jesus [não] tem mais graça
- Onde estão as crianças?
- Não confunda o Natal com Papai Noel — Para celebrar o verdadeiro Natal
- Uma cidade sitiada - Uma abordagem literária do Salmo 31
- C. S. Lewis, 126 anos
- Ultimato recebe prêmio Areté 2024
- Exalte o Altíssimo!
- Paciência e determinação: virtudes essenciais para enfrentar a realidade da vida