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25 de julho de 2014
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Três anos sem John Stott

Stott era visto como um grande líder no esforço pela unidade da Igreja evangélica no mundo e recebeu, na época, homenagens das tradições teológicas mais diversas da igreja cristã. O evangelista Billy Graham declarou: “O mundo evangélico perdeu um de seus maiores porta-vozes. Eu perdi um amigo. Estou ansioso para vê-lo novamente quando eu for para o céu”. O Rev. Canon Benjamin Twinamaani, de Uganda, África Oriental, disse: “Estou certo de que contarei à próxima geração... que um gigante andou na Terra em nossa época, e seu nome é John Robert Walmsley Stott”.
O nome de Stott é lembrado, entre outras coisas, por ele ter sido um dos responsáveis pelo sucesso do 1º Congresso de Evangelização Mundial, em Lausanne, Suíça, em 1974. Lá, nasceu o Movimento Lausanne e lá foi concluída a redação do famoso Pacto de Lausanne (do qual Stott foi o redator principal). Na época, a revista “Time” descreveu o evento como “um fórum formidável, possivelmente a reunião mais global jamais realizada pelos cristãos”. A mesma revista indicou Stott como uma das “cem personalidades mais influentes do mundo”.
Um dos seus livros mais conhecidos é Cristianismo Básico, traduzido para mais de 60 línguas. Ao todo, ele escreveu 53 livros.
Particularmente no Brasil, o teólogo britânico é lembrado como um apoiador dos movimentos evangélicos universitários. A ABUB (Aliança Bíblica Universitária do Brasil) via Stott como um dos seus principais mentores teológicos. No catálogo da editora da ABUB ainda é possível ver 13 livros do escritor (onze disponíveis para venda). Ele veio ao Brasil duas vezes: em 1980, para o Congresso Nacional da Aliança Bíblica Universitária, no Recife, e em 1989, para o Congresso Vinde para Pastores e Líderes.
O bispo - também anglicano e já falecido -, Robinson Cavalcanti, em artigo na revista Ultimato nº 270 em 2001, por ocasião do aniversário de 80 anos de Stott, descreveu um pouco da personalidade do escritor:

“Um cavalheiro de educação refinada, tímido, mente brilhante, celibatário, tendo como hobby a contemplação de pássaros. Sabe prender a atenção do seu auditório e sabe fazer e manter amizades. Ninguém, no século 20, fez mais para dar articulação, visibilidade, relevância e unidade ao evangelicalismo, tanto no conjunto do cristianismo, quanto no interior da Comunhão Anglicana. Um verdadeiro estadista do reino de Deus, cujas propostas de missão integral, evangelicalismo lúcido e anglicanismo com ênfase reformada constituem-se em alternativas das mais válidas diante do confuso e imaturo quadro religioso do nosso país”.
Robinson também lembrou o embate que Stott teve com outro líder inglês, Martim Lloyd-Jones:
“Na década de 70, travou uma polêmica com o líder congregacional Martim Lloyd-Jones, defendendo a permanência dos evangelicais nas igrejas históricas, em vez de deixá-las, optando por igrejas livres. Participou ativamente do Conselho Evangélico Inglês (interdenominacional) e da Associação dos Evangélicos na Igreja da Inglaterra. Fundou e dirigiu, por muitos anos, a Fraternidade dos Evangélicos na Comunhão Anglicana (EFAC)”.
Legado
Em 1969, Stott fundou a Langham Trust (hoje Langham Partnership), para apoiar a formação de lideranças em igrejas do até então chamado “Terceiro Mundo”. Bolsas de estudos, seminários sobre homilética e distribuição de literatura para pastores são as principais ações do instituto. Atualmente, setenta países são beneficiados; 20 na África, 10 na Ásia, 7 na América Latina, 10 na América Central, 12 na Europa, 3 na Euroásia, 4 no Pacífico e 5 no Caribe.
O Portal Ultimato mantém um blog com o objetivo de preservar o legado de John Stott em português. Lá você pode encontrar trechos de livros, informações sobre a vida do autor e depoimentos.
Para conhecer o catálogos dos livros de John Stott da ABU Editora e da Ultimato, clique aqui.
Leia também
Vida e obra de John Stott
O Discípulo Radical
Por que sou cristão
Biografia completa de John Stott (em inglês)
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