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- 26 de setembro de 2014
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Supremo Concílio Da Comunidade Evangélica na Síria e no Líbano
1. Nós, os líderes de igrejas e organizações evangélicas e protestantes afiliadas ao Supremo Concílio da Comunidade Evangélica na Síria e no Líbano1, reunimo-nos nesta conjuntura crítica de nossa história a fim de refletir sobre a situação corrente e sobre os eventos trágicos que nosso povo no Iraque, na Síria e no Líbano está experimentando. Nossas maiores preocupações são os grandes sofrimentos humanos e dificuldades políticas que nosso povo está enfrentando nesses países. Refletimos profundamente sobre esta situação que se deteriora e estamos muito perturbados e chocados com os incidentes horrorosos de violência a que civis inocentes e comunidades inteiras, especialmente cristãs, têm sido sujeitados.
2. Também lhes escrevemos em solidariedade com os vários apelos e declarações que têm sido emitidos pelos líderes de nossas igrejas irmãs do Oriente, bem como por alguns grupos islâmicos, a respeito do desenvolvimento recente de eventos no Iraque; e em especial, a desocupação forçada e as matanças brutais de indivíduos e grupos por obra do chamado Estado Islâmico (ISIS), matança que beira um verdadeiro genocídio2.
3. Também nos preocupam as consequências catastróficas do conflito sangrento que vem atormentando a Síria há três anos. Ficamos horrorizados com a quantidade de mortes, destruições e desalojamentos que têm devastado amplos setores da sociedade e população síria, inclusive cristãos, em todas as partes do país.
4. Também não nos esquecemos das recentes erupções violentas e graves quebras de segurança que têm ocorrido no Líbano; incidentes que têm deixado grande número de vítimas. O mais sério deles é o conflito contínuo na cidade de Ersal (nordeste do país). Isso, sem contar as graves consequências do grande fluxo de refugiados sírios e iraquianos, bem como a ameaça de ataques a igrejas em certas regiões.
5. Em vista de tudo isso, estamos lançando este apelo urgente para informá-los que os fatores acima mencionados, entre outros, têm feito com que a existência futura de minorias do Oriente Médio, bem como de maiorias muçulmanas moderadas na região fique realmente ameaçada.
6. Para nós, este é um momento repleto de terror e medo! Assim, nos movemos para anunciar um “estado de emergência” para preservar o que resta da presença cristã — e não cristã moderada — no Oriente, e para evitar seu completo desaparecimento.
7. A questão da presença cristã no Oriente Médio passou do estágio de reclamar igualdade de direitos e proteção contra perseguições. Tornou-se um grito de alerta antes que novos eventos causem a aniquilação da presença cristã no
Oriente Médio.
8. Por conseguinte, e tendo em vista nossa consciência dos perigos da presente crise, e por compaixão pelos sofrimentos e tragédias que nossos povos estão enfrentando, instamos nossos parceiros no ministério, sendo estes toda a comunidade de igrejas evangélicas e protestantes em todo o mundo, bem como suas organizações sociais e humanitárias, a agir o mais rápido possível para que
Primeiro: Roguem rapidamente aos governos e aos tomadores de decisão em seus países que:
a) Aumentem em todos a consciência dos perigos imanentes na situação.
b) Ajam imediatamente para interromper o esvaziamento, bem como a expulsão forçada e obrigatória de indivíduos e comunidades de sua terra natal sob ameaça de armas.
c) Trabalhem por uma estratégia de longo prazo que tenha por objetivo interromper o fenômeno da violência cruel e à matança indiscriminada, bem como a ejeção de indivíduos e povos do Oriente Médio. O cenário histórico de vida comunal entre os vários componentes sociais do Oriente Médio, que vinha de longa data, está se erodindo com rapidez. É desesperadamente necessário que isso seja contido.
9. Agarramos esta oportunidade de instar as igrejas evangélicas e protestantes de todo o mundo, bem como suas organizações sociais e humanitárias a exercer a máxima pressão, seja moral, seja de outra espécie, para empregar todos os recursos disponíveis para garantir que os valores morais e os princípios humanos de suas sociedades e países prevaleçam sobre interesses políticos e temporais. Cremos que vocês, nossos parceiros, têm condições de se envolverem nisso e que devem fazê-lo. Isso é especialmente importante no que diz respeito à contenção do fluxo de finanças e armas para os “takfiri” e grupos radicais. Nós os instamos a influenciarem esses governos para que pressionem os poderes internacionais e regionais que apoiam esses radicais.
10. Segundo: É preciso empregar uma estratégia bem elaborada para sustentar a presença cristã no Oriente, bem como a presença de outros componentes moderados na região. Isso é necessário para que essas comunidades possam continuar sendo agentes disseminadores da cultura de amor, paz e direitos humanos, bem como do pluralismo intelectual, educacional e religioso. Isso tem ocorrido e deve continuar ocorrendo pelo fortalecimento de instituições educacionais e sociais que contribuíram e continuam contribuindo vigorosamente para a rejeição do radicalismo e da violência, bem como para o reforço dos valores da justiça, paz e aceitação respeitosa do próximo que é diferente.
11. Terceiro: A ajuda humanitária a vítimas da violência presente é urgentemente necessária. Instamos nossos parceiros a oferecerem suprimentos de alimento e água, bem como assistência médica e outras, às vítimas da guerra, e a apoiar aqueles que são desalojados à força em sua própria terra ou tornam-se refugiados em países vizinhos, para que possam retornar em segurança a suas cidades, vilas e igrejas3.
12. O amor divino, encarnado na cruz, nos causa profunda tristeza e nos faz orar. É este mesmo amor que nos urge a enviar este apelo e a trabalhar em favor daqueles que são torturados, sequestrados e desalojados, bem como pelas famílias daqueles que morreram ou foram assassinados nas guerras absurdas no Iraque, na Síria e no Líbano e em outros países de nossa região. Precisamos trabalhar juntos para curar as feridas e preservar o que resta da comunidade cristã dessas terras. Precisamos trabalhar também pelo fortalecimento de nossa vida comunal sustentável junto com nossos irmãos e irmãs4 muçulmanos, apesar dos conflitos confessionais que se alargam e do círculo de violência insensata que não para de crescer.
13. Nossa esperança é que vocês ajam rapidamente, antes que seja tarde demais.
Vocês são nossos parceiros de verdade na fé e, no cristianismo, a parceria é baseada na solidariedade e no companheirismo, e na fidelidade e sinceridade no apoio mútuo em prol de um testemunho cristão conjunto e em obediência aos mandamentos de nosso Senhor Jesus Cristo.
Beirute, Líbano
29 de agosto de 2014
Rev. Charles Costa,
Exec. Comm. Member
Pastor, Baptist Evangelical Church of Ras Beirut
Rev. Imad Zoorob,
Exec. Comm. member
Pastor, All Saints Episcopal Church, Beirut
Rev. Sami Dagher,
Exec. Comm. Member
Vice president, Evangelical Christian Alliance Church in Syria and Lebanon
Rev. Salim Sabounji, Pastor
Exec. Comm. Member
Syriac Evangelical Church of Lebanon
Rev. Andrew Salameh, District Superintendent Nazarean Evangelical Church of Lebanon
Rev. Edward Awabdeh
Evangelical Christian Alliance Church In Syria and Lebanon
Brother Fuad Al Masri, President
National Evangelical Church of Bludan, Syria
Mr. Tony Manasseh, Stated Clerk Friends (Quakers) Community, Lebanon
Mr. Jean Dagher
Exec. Comm. member, Finance Secretary Supreme Council of the Evang. Community In Syria and
Lebanon
Notas
1 O Supremo Concílio é o órgão máximo de representação de todas as denominações evangélicas e protestantes na Síria e no Líbano.
2 Veja, por exemplo, as declarações do Patriarca Caldeu de Bagdá (7 ago. 2014) e a da reunião dos Patriarcas Orientais em Diman, no Líbano (7 ago. 2014); bem como as do Grupo Árabe pelo diálogoCristão Muçulmano (23 jul. 2014) e o Congresso Internacional de Acadêmicos Islâmicos (23 jul. 2014).
3 Quanto a informações sobre formas de ajuda, por favor entrem em contato com o Supremo Concílio no endereço abaixo.
4 Também podemos usar a palavra "companheiros".
2. Também lhes escrevemos em solidariedade com os vários apelos e declarações que têm sido emitidos pelos líderes de nossas igrejas irmãs do Oriente, bem como por alguns grupos islâmicos, a respeito do desenvolvimento recente de eventos no Iraque; e em especial, a desocupação forçada e as matanças brutais de indivíduos e grupos por obra do chamado Estado Islâmico (ISIS), matança que beira um verdadeiro genocídio2.
3. Também nos preocupam as consequências catastróficas do conflito sangrento que vem atormentando a Síria há três anos. Ficamos horrorizados com a quantidade de mortes, destruições e desalojamentos que têm devastado amplos setores da sociedade e população síria, inclusive cristãos, em todas as partes do país.
4. Também não nos esquecemos das recentes erupções violentas e graves quebras de segurança que têm ocorrido no Líbano; incidentes que têm deixado grande número de vítimas. O mais sério deles é o conflito contínuo na cidade de Ersal (nordeste do país). Isso, sem contar as graves consequências do grande fluxo de refugiados sírios e iraquianos, bem como a ameaça de ataques a igrejas em certas regiões.
5. Em vista de tudo isso, estamos lançando este apelo urgente para informá-los que os fatores acima mencionados, entre outros, têm feito com que a existência futura de minorias do Oriente Médio, bem como de maiorias muçulmanas moderadas na região fique realmente ameaçada.
6. Para nós, este é um momento repleto de terror e medo! Assim, nos movemos para anunciar um “estado de emergência” para preservar o que resta da presença cristã — e não cristã moderada — no Oriente, e para evitar seu completo desaparecimento.
7. A questão da presença cristã no Oriente Médio passou do estágio de reclamar igualdade de direitos e proteção contra perseguições. Tornou-se um grito de alerta antes que novos eventos causem a aniquilação da presença cristã no
Oriente Médio.
8. Por conseguinte, e tendo em vista nossa consciência dos perigos da presente crise, e por compaixão pelos sofrimentos e tragédias que nossos povos estão enfrentando, instamos nossos parceiros no ministério, sendo estes toda a comunidade de igrejas evangélicas e protestantes em todo o mundo, bem como suas organizações sociais e humanitárias, a agir o mais rápido possível para que
Primeiro: Roguem rapidamente aos governos e aos tomadores de decisão em seus países que:
a) Aumentem em todos a consciência dos perigos imanentes na situação.
b) Ajam imediatamente para interromper o esvaziamento, bem como a expulsão forçada e obrigatória de indivíduos e comunidades de sua terra natal sob ameaça de armas.
c) Trabalhem por uma estratégia de longo prazo que tenha por objetivo interromper o fenômeno da violência cruel e à matança indiscriminada, bem como a ejeção de indivíduos e povos do Oriente Médio. O cenário histórico de vida comunal entre os vários componentes sociais do Oriente Médio, que vinha de longa data, está se erodindo com rapidez. É desesperadamente necessário que isso seja contido.
9. Agarramos esta oportunidade de instar as igrejas evangélicas e protestantes de todo o mundo, bem como suas organizações sociais e humanitárias a exercer a máxima pressão, seja moral, seja de outra espécie, para empregar todos os recursos disponíveis para garantir que os valores morais e os princípios humanos de suas sociedades e países prevaleçam sobre interesses políticos e temporais. Cremos que vocês, nossos parceiros, têm condições de se envolverem nisso e que devem fazê-lo. Isso é especialmente importante no que diz respeito à contenção do fluxo de finanças e armas para os “takfiri” e grupos radicais. Nós os instamos a influenciarem esses governos para que pressionem os poderes internacionais e regionais que apoiam esses radicais.
10. Segundo: É preciso empregar uma estratégia bem elaborada para sustentar a presença cristã no Oriente, bem como a presença de outros componentes moderados na região. Isso é necessário para que essas comunidades possam continuar sendo agentes disseminadores da cultura de amor, paz e direitos humanos, bem como do pluralismo intelectual, educacional e religioso. Isso tem ocorrido e deve continuar ocorrendo pelo fortalecimento de instituições educacionais e sociais que contribuíram e continuam contribuindo vigorosamente para a rejeição do radicalismo e da violência, bem como para o reforço dos valores da justiça, paz e aceitação respeitosa do próximo que é diferente.
11. Terceiro: A ajuda humanitária a vítimas da violência presente é urgentemente necessária. Instamos nossos parceiros a oferecerem suprimentos de alimento e água, bem como assistência médica e outras, às vítimas da guerra, e a apoiar aqueles que são desalojados à força em sua própria terra ou tornam-se refugiados em países vizinhos, para que possam retornar em segurança a suas cidades, vilas e igrejas3.
12. O amor divino, encarnado na cruz, nos causa profunda tristeza e nos faz orar. É este mesmo amor que nos urge a enviar este apelo e a trabalhar em favor daqueles que são torturados, sequestrados e desalojados, bem como pelas famílias daqueles que morreram ou foram assassinados nas guerras absurdas no Iraque, na Síria e no Líbano e em outros países de nossa região. Precisamos trabalhar juntos para curar as feridas e preservar o que resta da comunidade cristã dessas terras. Precisamos trabalhar também pelo fortalecimento de nossa vida comunal sustentável junto com nossos irmãos e irmãs4 muçulmanos, apesar dos conflitos confessionais que se alargam e do círculo de violência insensata que não para de crescer.
13. Nossa esperança é que vocês ajam rapidamente, antes que seja tarde demais.
Vocês são nossos parceiros de verdade na fé e, no cristianismo, a parceria é baseada na solidariedade e no companheirismo, e na fidelidade e sinceridade no apoio mútuo em prol de um testemunho cristão conjunto e em obediência aos mandamentos de nosso Senhor Jesus Cristo.
Beirute, Líbano
29 de agosto de 2014
Rev. Charles Costa,
Exec. Comm. Member
Pastor, Baptist Evangelical Church of Ras Beirut
Rev. Imad Zoorob,
Exec. Comm. member
Pastor, All Saints Episcopal Church, Beirut
Rev. Sami Dagher,
Exec. Comm. Member
Vice president, Evangelical Christian Alliance Church in Syria and Lebanon
Rev. Salim Sabounji, Pastor
Exec. Comm. Member
Syriac Evangelical Church of Lebanon
Rev. Andrew Salameh, District Superintendent Nazarean Evangelical Church of Lebanon
Rev. Edward Awabdeh
Evangelical Christian Alliance Church In Syria and Lebanon
Brother Fuad Al Masri, President
National Evangelical Church of Bludan, Syria
Mr. Tony Manasseh, Stated Clerk Friends (Quakers) Community, Lebanon
Mr. Jean Dagher
Exec. Comm. member, Finance Secretary Supreme Council of the Evang. Community In Syria and
Lebanon
Notas
1 O Supremo Concílio é o órgão máximo de representação de todas as denominações evangélicas e protestantes na Síria e no Líbano.
2 Veja, por exemplo, as declarações do Patriarca Caldeu de Bagdá (7 ago. 2014) e a da reunião dos Patriarcas Orientais em Diman, no Líbano (7 ago. 2014); bem como as do Grupo Árabe pelo diálogoCristão Muçulmano (23 jul. 2014) e o Congresso Internacional de Acadêmicos Islâmicos (23 jul. 2014).
3 Quanto a informações sobre formas de ajuda, por favor entrem em contato com o Supremo Concílio no endereço abaixo.
4 Também podemos usar a palavra "companheiros".
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