Opinião
- 14 de dezembro de 2015
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Ressuscitar o Natal
“Vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho” (Gl 4.4).
Este final de ano tem tudo para ser marcado pela desesperança. Muitos estão chamando este Natal de o Natal da depressão. Olhando em volta o que se vê é um país em crise em todas as instâncias. Falta de credibilidade do governo, clima de cinismo, hipocrisia e grave crise ética no Congresso, pessimismo no mercado, achatamento salarial, aperto fiscal, inflação e desemprego. Ufa, o que não faltam são ingredientes para arrastar mesmo humor para os níveis mais baixos possíveis. Por isso mesmo não faltam vozes afirmando que este Natal tem tudo para ser o pior dos últimos anos. Pode ser com o quadro descrito acima, só que não!
Precisamos identificar de que Natal estamos falando. O Natal da cultura ocidental, consumista, secularista, mercadológico, com uma mensagem insossa de saúde, paz e harmonia. O Natal dos comes e bebes, das roupas brancas, do Papai Noel... bem, este Natal tem tudo para estar em crise e é bom que esteja mesmo. Na verdade, torço para que este Natal desapareça o quanto antes. Que se perca completamente neste mar de melancolia e depressão e que nunca mais o queiramos celebrar. Mas, o verdadeiro Natal não está e nunca esteve em crise, desesperança e depressão.
O Natal que queremos e devemos celebrar é sempre portador de santa alegria, pois fez com que os anjos descessem dos céus e cantassem diante dos pastores encantados nas pradarias de Belém. É o Natal que põe tudo em movimento, faz com que os corpos celestes sirvam de ‘estrela guia’ para os magos peregrinos que enfrentam e vencem todo e qualquer obstáculo para testemunharem a vinda d’Aquele que traria paz invencível aos corações de todos. A esperança do Natal evita o medo e o desânimo que a tudo e a todos paralisa.
O Natal que desejamos que ressuscite nos corações de homens e mulheres, que ressurja nas famílias, que reapareça na sociedade e que seja celebrado pela comunidade cristã é o que faz memória adorante, oração fervorosa e gratidão em profusão pelo imenso dom de amor do Pai feito na doação de Jesus o Filho amado para ser nosso irmão, Senhor e Salvador.
Ressuscitar o Natal significa contar a história de Cristo, história cujas raízes se encontram já no Antigo Testamento na aurora da humanidade, lá em Gênesis 3.15 no anúncio do Messias vencedor do mal. Narrativa que cresce em intensidade ao longo dos livros históricos e é cantada nos salmos, meditada nos livros poéticos, ganha cores fortes e contornos inequívocos nos profetas e na plenitude dos tempos se cumpre no nascimento de Jesus.
Ressuscitar o Natal é anunciar aos homens e mulheres de nosso tempo, cansados, hesitantes, apavorados, preocupados com a incerteza do futuro e com sentimento de desamparo, que o príncipe da paz da veio. Que o doador da paz, o autor da salvação já nasceu e está presente entre nós como dom e que retornará dos céus para nos levar consigo. Por isso, meu conselho é que você não compre cartões que desejam “Boas Festas” (isto não significa coisa alguma). Compre aqueles que trazem mensagens cristãs explícitas. Não se preocupe em dar presentes em papel colorido, mas em ser presente e presentear os que você ama e quer bem com o testemunho do Evangelho, com um gesto de amor altruísta e desinteressado.
Comprometa-se em fazer o bem, em distribuir amizade, carinho, amor e sustento para os pobres, não porque é Natal, mas porque você compreendeu a razão do ‘primeiro Natal’ e agora entendeu que a primeira lição é que não podemos viver para nós mesmos. Nossa vida foi-nos doada para que a fizéssemos dela um dom para os outros.
O Natal que não tem depressão, que não é melancólico e que não se deixa contaminar pela desesperança, é a celebração de gratidão e louvor ao Pai que amou o mundo de tal maneira que enviou-nos o seu Filho amado (Jo 3.16). Os que se preparam para celebrar este Natal de Jesus também podem, neste exato momento, sofrer todas as consequências da conjuntura econômica e política que tantos dissabores têm causado. Todavia, como não colocam as suas esperanças definitivas nestas coisas, sabem que a mensagem central do Natal recorda-nos que os que recebem o Filho e nele esperam já são mais que vencedores, e a infelicidade e o mal não podem triunfar.
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Foto: Uli Bartels/Freeimages.com
Este final de ano tem tudo para ser marcado pela desesperança. Muitos estão chamando este Natal de o Natal da depressão. Olhando em volta o que se vê é um país em crise em todas as instâncias. Falta de credibilidade do governo, clima de cinismo, hipocrisia e grave crise ética no Congresso, pessimismo no mercado, achatamento salarial, aperto fiscal, inflação e desemprego. Ufa, o que não faltam são ingredientes para arrastar mesmo humor para os níveis mais baixos possíveis. Por isso mesmo não faltam vozes afirmando que este Natal tem tudo para ser o pior dos últimos anos. Pode ser com o quadro descrito acima, só que não!
Precisamos identificar de que Natal estamos falando. O Natal da cultura ocidental, consumista, secularista, mercadológico, com uma mensagem insossa de saúde, paz e harmonia. O Natal dos comes e bebes, das roupas brancas, do Papai Noel... bem, este Natal tem tudo para estar em crise e é bom que esteja mesmo. Na verdade, torço para que este Natal desapareça o quanto antes. Que se perca completamente neste mar de melancolia e depressão e que nunca mais o queiramos celebrar. Mas, o verdadeiro Natal não está e nunca esteve em crise, desesperança e depressão.
O Natal que queremos e devemos celebrar é sempre portador de santa alegria, pois fez com que os anjos descessem dos céus e cantassem diante dos pastores encantados nas pradarias de Belém. É o Natal que põe tudo em movimento, faz com que os corpos celestes sirvam de ‘estrela guia’ para os magos peregrinos que enfrentam e vencem todo e qualquer obstáculo para testemunharem a vinda d’Aquele que traria paz invencível aos corações de todos. A esperança do Natal evita o medo e o desânimo que a tudo e a todos paralisa.
O Natal que desejamos que ressuscite nos corações de homens e mulheres, que ressurja nas famílias, que reapareça na sociedade e que seja celebrado pela comunidade cristã é o que faz memória adorante, oração fervorosa e gratidão em profusão pelo imenso dom de amor do Pai feito na doação de Jesus o Filho amado para ser nosso irmão, Senhor e Salvador.
Ressuscitar o Natal significa contar a história de Cristo, história cujas raízes se encontram já no Antigo Testamento na aurora da humanidade, lá em Gênesis 3.15 no anúncio do Messias vencedor do mal. Narrativa que cresce em intensidade ao longo dos livros históricos e é cantada nos salmos, meditada nos livros poéticos, ganha cores fortes e contornos inequívocos nos profetas e na plenitude dos tempos se cumpre no nascimento de Jesus.
Ressuscitar o Natal é anunciar aos homens e mulheres de nosso tempo, cansados, hesitantes, apavorados, preocupados com a incerteza do futuro e com sentimento de desamparo, que o príncipe da paz da veio. Que o doador da paz, o autor da salvação já nasceu e está presente entre nós como dom e que retornará dos céus para nos levar consigo. Por isso, meu conselho é que você não compre cartões que desejam “Boas Festas” (isto não significa coisa alguma). Compre aqueles que trazem mensagens cristãs explícitas. Não se preocupe em dar presentes em papel colorido, mas em ser presente e presentear os que você ama e quer bem com o testemunho do Evangelho, com um gesto de amor altruísta e desinteressado.
Comprometa-se em fazer o bem, em distribuir amizade, carinho, amor e sustento para os pobres, não porque é Natal, mas porque você compreendeu a razão do ‘primeiro Natal’ e agora entendeu que a primeira lição é que não podemos viver para nós mesmos. Nossa vida foi-nos doada para que a fizéssemos dela um dom para os outros.
O Natal que não tem depressão, que não é melancólico e que não se deixa contaminar pela desesperança, é a celebração de gratidão e louvor ao Pai que amou o mundo de tal maneira que enviou-nos o seu Filho amado (Jo 3.16). Os que se preparam para celebrar este Natal de Jesus também podem, neste exato momento, sofrer todas as consequências da conjuntura econômica e política que tantos dissabores têm causado. Todavia, como não colocam as suas esperanças definitivas nestas coisas, sabem que a mensagem central do Natal recorda-nos que os que recebem o Filho e nele esperam já são mais que vencedores, e a infelicidade e o mal não podem triunfar.
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Foto: Uli Bartels/Freeimages.com
Luiz Fernando dos Santos (1970-2022), foi ministro presbiteriano e era casado com Regina, pai da Talita e professor de teologia no Seminário Presbiteriano do Sul e no Seminário Teológico Servo de Cristo.
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