Opinião
- 07 de fevereiro de 2017
- Visualizações: 3014
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
Pensar, ter ou ser?
Por Jony de Almeida
Neste artigo, coloco-me, primeiramente, como um observador da existência humana. Porém, sem pretensão de ser científico ou inédito no que vou dizer. Sei que minha visão é passível de crítica e pode ser considerada limitada. Entretanto, te convido a prosseguir comigo até o final deste texto.
Em certo momento de nossa história, chamada era moderna ou do iluminismo, passamos a considerar a razão superior ao ser. O pensamento, pequena parcela da vida, tornou-se prioritário sobre o ser humano como um todo. Esta ênfase, embora tenha trazido algum benefício, foi extremamente prejudicial em pelo menos dois aspectos. Primeiramente, dividiu o homem em duas partes, sendo a razão considerada a mais nobre, e o restante (sentimento, corpo etc), secundário. Fomos separados na nossa integralidade. Em segundo lugar, ela dividiu o nosso convívio social entre os “iluminados” e os menos favorecidos no que diz respeito ao pensamento lógico. A consequência disso foi que passamos a desprezar a história de vida de cada um e os relacionamentos interpessoais. Tornamo-nos pessoas menores, ao reduzirmos o homem ao ser pensante e produtor de teses científicas. Felizmente este momento de nossa caminhada foi criticado e ultrapassado, em grande medida.
Contudo, percebo ainda uma predominância do ter sobre o ser, principalmente em se tratando de tecnologia. Não abordo este assunto como um homem de meia idade, saudosista e conservador, que se sente ameçado pelo que é novo. Não! Tenho observado que em nossas ações cotidianas (compras, pesquisas, escolhas e relacionamentos) buscamos sempre a última novidade tecnológica, aquela que promete nos ajudar na comunicação mais eficiente e na divulgação mais limpa e retocada da nossa imagem, na publicidade mais eficiente do nosso produto, do que o contato e o convívio com o outro.
Atualmente, valorizamos e somos valorizados pela parafernália de última geração que possuímos. Algumas inquietações surgem. Em uma sociedade assim, qual é o lugar do Ser? E onde fica o ser? Além disso, o que faremos com quem não tem recursos suficientes para adquirir algo do gênero? Ou com quem adquire, mas não tem conhecimento suficiente para lidar com o lançamento que tem em suas mãos? Serão tratados sem atenção ou respeito, como um produto de segunda mão? Parece-me que constante e facilmente temos esquecido o valor do nosso ser e também o do Ser que nos criou, causando nosso próprio mal e grande prejuízo para os que nos cercam.
Diante disso, lembro-me da síntese que Jesus de Nazaré fez das Escrituras Sagradas: “Ame a Deus com toda paixão, toda a fé, toda a inteligência e todas as forças. E seguindo o anterior em importância: Ame o próximo como a você mesmo” (Mc 12.30-31). Jesus inicia o seu resumo com a seguinte convocação: “Ouça, meu povo” (Mc 12.29).
Agora não mais como o observador do início deste texto, mas com a plena convicção bíblica, afirmo que a essência de nossa vida pessoal e social é tratar sempre, e com toda a nossa capacidade, o Ser Maiúsculo e o ser minúsculo como os primeiros, acima de qualquer outra coisa. Nesta ordem e sem exclusão de nenhum dos dois.
• Jony de Almeida é pastor na Igreja Presbiteriana de Viçosa.
Leia mais
Ser é o Bastante [Carlos Queiroz]
Culpa e Graça [Paul Tournier]
Cuide da grama [Billy Lanne]
O ser humano é admirável, mas Deus é incomparável
Sobre a incrível arte de ser fútil
Foto: Olu Eletu/Unsplash.com.
Neste artigo, coloco-me, primeiramente, como um observador da existência humana. Porém, sem pretensão de ser científico ou inédito no que vou dizer. Sei que minha visão é passível de crítica e pode ser considerada limitada. Entretanto, te convido a prosseguir comigo até o final deste texto.
Em certo momento de nossa história, chamada era moderna ou do iluminismo, passamos a considerar a razão superior ao ser. O pensamento, pequena parcela da vida, tornou-se prioritário sobre o ser humano como um todo. Esta ênfase, embora tenha trazido algum benefício, foi extremamente prejudicial em pelo menos dois aspectos. Primeiramente, dividiu o homem em duas partes, sendo a razão considerada a mais nobre, e o restante (sentimento, corpo etc), secundário. Fomos separados na nossa integralidade. Em segundo lugar, ela dividiu o nosso convívio social entre os “iluminados” e os menos favorecidos no que diz respeito ao pensamento lógico. A consequência disso foi que passamos a desprezar a história de vida de cada um e os relacionamentos interpessoais. Tornamo-nos pessoas menores, ao reduzirmos o homem ao ser pensante e produtor de teses científicas. Felizmente este momento de nossa caminhada foi criticado e ultrapassado, em grande medida.
Contudo, percebo ainda uma predominância do ter sobre o ser, principalmente em se tratando de tecnologia. Não abordo este assunto como um homem de meia idade, saudosista e conservador, que se sente ameçado pelo que é novo. Não! Tenho observado que em nossas ações cotidianas (compras, pesquisas, escolhas e relacionamentos) buscamos sempre a última novidade tecnológica, aquela que promete nos ajudar na comunicação mais eficiente e na divulgação mais limpa e retocada da nossa imagem, na publicidade mais eficiente do nosso produto, do que o contato e o convívio com o outro.
Atualmente, valorizamos e somos valorizados pela parafernália de última geração que possuímos. Algumas inquietações surgem. Em uma sociedade assim, qual é o lugar do Ser? E onde fica o ser? Além disso, o que faremos com quem não tem recursos suficientes para adquirir algo do gênero? Ou com quem adquire, mas não tem conhecimento suficiente para lidar com o lançamento que tem em suas mãos? Serão tratados sem atenção ou respeito, como um produto de segunda mão? Parece-me que constante e facilmente temos esquecido o valor do nosso ser e também o do Ser que nos criou, causando nosso próprio mal e grande prejuízo para os que nos cercam.
Diante disso, lembro-me da síntese que Jesus de Nazaré fez das Escrituras Sagradas: “Ame a Deus com toda paixão, toda a fé, toda a inteligência e todas as forças. E seguindo o anterior em importância: Ame o próximo como a você mesmo” (Mc 12.30-31). Jesus inicia o seu resumo com a seguinte convocação: “Ouça, meu povo” (Mc 12.29).
Agora não mais como o observador do início deste texto, mas com a plena convicção bíblica, afirmo que a essência de nossa vida pessoal e social é tratar sempre, e com toda a nossa capacidade, o Ser Maiúsculo e o ser minúsculo como os primeiros, acima de qualquer outra coisa. Nesta ordem e sem exclusão de nenhum dos dois.
• Jony de Almeida é pastor na Igreja Presbiteriana de Viçosa.
Leia mais
Ser é o Bastante [Carlos Queiroz]
Culpa e Graça [Paul Tournier]
Cuide da grama [Billy Lanne]
O ser humano é admirável, mas Deus é incomparável
Sobre a incrível arte de ser fútil
Foto: Olu Eletu/Unsplash.com.
- 07 de fevereiro de 2017
- Visualizações: 3014
- comente!
- +A
- -A
- compartilhar
QUE BOM QUE VOCÊ CHEGOU ATÉ AQUI.
Ultimato quer falar com você.
A cada dia, mais de dez mil usuários navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, além do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bíblicos, devocionais diárias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, além de artigos, notícias e serviços que são atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.
PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.
Leia mais em Opinião
Opinião do leitor
Para comentar é necessário estar logado no site. Clique aqui para fazer o login ou o seu cadastro.
Ainda não há comentários sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta
Para escrever uma resposta é necessário estar cadastrado no site. Clique aqui para fazer o login ou seu cadastro.
Ainda não há artigos publicados na seção "Palavra do leitor" em resposta a este texto.
Assuntos em Últimas
- 500AnosReforma
- Aconteceu Comigo
- Aconteceu há...
- Agenda50anos
- Arte e Cultura
- Biografia e História
- Casamento e Família
- Ciência
- Devocionário
- Espiritualidade
- Estudo Bíblico
- Evangelização e Missões
- Ética e Comportamento
- Igreja e Liderança
- Igreja em ação
- Institucional
- Juventude
- Legado e Louvor
- Meio Ambiente
- Política e Sociedade
- Reportagem
- Resenha
- Série Ciência e Fé Cristã
- Teologia e Doutrina
- Testemunho
- Vida Cristã
Revista Ultimato
+ lidos
- Em janeiro: CIMA 2025 - Cumpra seu destino
- Corpos doentes [fracos, limitados, mutilados] também adoram
- Cheiro de graça no ar
- Vem aí o Congresso ALEF 2024 – “Além dos muros – Quando a igreja abraça a cidade”
- Todos querem Ser milionários
- A visão bíblica sobre a velhice
- Vem aí o Congresso AME: Celebremos e avancemos no Círculo Asiático
- A colheita da fé – A semente caiu em boa terra, e deu fruto
- IV Encontro do MC 60+ reúne idosos de todo o país – Um espaço preferencial
- A era inconclusa