Opinião
- 18 de fevereiro de 2015
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O “Estado Islâmico” e os cristãos egípcios
“E outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos ao fio da espada; andaram vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados” (Hebreus 11.36-37)
Estão sendo muito tristes nestes dias aqui no Egito. Estamos com luto oficial de sete dias, desde que vinte e um jovens cristãos foram brutalmente assassinados pelo ISIS (Estado Islâmico de Iraque e Levante) na Líbia, no último domingo (dia 15/02).
As terríveis gravações, profissionalmente produzidas, mostrando as execuções chocaram o país e têm unido cristãos e muçulmanos como nunca havíamos experimentado antes. Assim que os vídeos foram divulgados, nosso presidente decretou luto oficial em um discurso e, em seguida, a força aérea egípcia começou a bombardear alvos da ISIS pela Líbia.
Assim que eu cheguei no escritório da Sociedade Bíblica Egípcia pela manhã, triste e arrasado, uma jovem colega de trabalho me encontrou e testemunhou estar “muito animada”. Eu não conseguia imaginar o que, neste planeta, poderia deixar alguém assim, diante dessa situação!
“Eu estou empolgada”, disse ela, “porque agora eu posso ver que o que nos foi ensinado no passado sobre egípcios martirizados por sua fé não é apenas uma distante história de livros. E não são apenas histórias de livros porque hoje nós temos cristãos corajosos o suficiente entre nós para morrer por sua fé, ao invés de negar o Senhor. Quando vi aqueles jovens orando enquanto aguardavam suas execuções, clamando em alta voz ‘Oh, Senhor Jesus’ e tendo suas gargantas abertas eu percebi que o Evangelho ainda pode, sim, nos manter firmes nas promessas de Deus, mesmo diante da morte”.
Temos visto este mesmo sentimento, de formas diferentes, em outras pessoas que assistiram a este bárbaro vídeo.
Eu creio que jamais lerei o capítulo 11 de Hebreus novamente sem que minha mente seja tomada por aquela imagem de homens vestidos com macacões laranja com seus executores mascarados, de roupa preta, atrás deles, conduzindo-os.
Muitos trabalhadores egípcios eram homens simples, que migraram para a Líbia em busca de oportunidades de trabalho. Eles foram capturados pelo ISIS, como as legendas do vídeo mostraram, por serem do “Povo da Cruz”. Nosso povo está chocado aqui no Egito e não se comenta outra coisa no país atualmente.
O vídeo tinha o propósito de fomentar conflitos sectários entre cristãos e muçulmanos em nossa nação. Estes muçulmanos extremistas claramente desejavam provocar os 10 milhões de cristãos de nosso país para que houvesse um levante violento contra os seus vizinhos muçulmanos.
Mas a resposta de amor e cuidado de muitos muçulmanos em toda a nação suavizou o duro golpe que todos nós sofremos. Até este momento, os cristãos egípcios estão respondendo a tudo de forma comedida e com um sofrimento silencioso, clamando a Deus.
Nosso presidente e dezenas de lideranças políticas visitaram pessoalmente o Patriarca da Igreja Copta daqui a fim de dar suas condolências. Nosso Primeiro Ministro viajou até uma pequena vila, de onde a maior parte destes homens vieram e assentou-se no chão com seus moradores, partilhando seus lamentos. Isso tudo comunica claramente a toda à sociedade que nós, cristãos egípcios, somos, sim, uma parte legítima do tecido social do país.
Pedidos de oração
1. Ore por conforto para a família das vítimas que estão em um terrível estado emocional;
2. Ore por uma distribuição em massa das Escrituras, efetivamente, que acabamos de produzir, para que a Palavra de Deus produza conforto e desafie a todos aqueles que a receberem;
3. Enquanto escrevo, temos mais notícias de egípcios sequestrados na Líbia. Que Deus tenha misericórdia.
Por favor, ore pelo Egito, enquanto passamos por este período de dores.
• Ramez Atallah é diretor geral da Sociedade Bíblica do Egito.
-- Tradução: Daniela Xavier.
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Modificado em 19/02/2015, às 7h12.
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As terríveis gravações, profissionalmente produzidas, mostrando as execuções chocaram o país e têm unido cristãos e muçulmanos como nunca havíamos experimentado antes. Assim que os vídeos foram divulgados, nosso presidente decretou luto oficial em um discurso e, em seguida, a força aérea egípcia começou a bombardear alvos da ISIS pela Líbia.
Assim que eu cheguei no escritório da Sociedade Bíblica Egípcia pela manhã, triste e arrasado, uma jovem colega de trabalho me encontrou e testemunhou estar “muito animada”. Eu não conseguia imaginar o que, neste planeta, poderia deixar alguém assim, diante dessa situação!
“Eu estou empolgada”, disse ela, “porque agora eu posso ver que o que nos foi ensinado no passado sobre egípcios martirizados por sua fé não é apenas uma distante história de livros. E não são apenas histórias de livros porque hoje nós temos cristãos corajosos o suficiente entre nós para morrer por sua fé, ao invés de negar o Senhor. Quando vi aqueles jovens orando enquanto aguardavam suas execuções, clamando em alta voz ‘Oh, Senhor Jesus’ e tendo suas gargantas abertas eu percebi que o Evangelho ainda pode, sim, nos manter firmes nas promessas de Deus, mesmo diante da morte”.
Temos visto este mesmo sentimento, de formas diferentes, em outras pessoas que assistiram a este bárbaro vídeo.
Eu creio que jamais lerei o capítulo 11 de Hebreus novamente sem que minha mente seja tomada por aquela imagem de homens vestidos com macacões laranja com seus executores mascarados, de roupa preta, atrás deles, conduzindo-os.
Muitos trabalhadores egípcios eram homens simples, que migraram para a Líbia em busca de oportunidades de trabalho. Eles foram capturados pelo ISIS, como as legendas do vídeo mostraram, por serem do “Povo da Cruz”. Nosso povo está chocado aqui no Egito e não se comenta outra coisa no país atualmente.
O vídeo tinha o propósito de fomentar conflitos sectários entre cristãos e muçulmanos em nossa nação. Estes muçulmanos extremistas claramente desejavam provocar os 10 milhões de cristãos de nosso país para que houvesse um levante violento contra os seus vizinhos muçulmanos.
Mas a resposta de amor e cuidado de muitos muçulmanos em toda a nação suavizou o duro golpe que todos nós sofremos. Até este momento, os cristãos egípcios estão respondendo a tudo de forma comedida e com um sofrimento silencioso, clamando a Deus.
Nosso presidente e dezenas de lideranças políticas visitaram pessoalmente o Patriarca da Igreja Copta daqui a fim de dar suas condolências. Nosso Primeiro Ministro viajou até uma pequena vila, de onde a maior parte destes homens vieram e assentou-se no chão com seus moradores, partilhando seus lamentos. Isso tudo comunica claramente a toda à sociedade que nós, cristãos egípcios, somos, sim, uma parte legítima do tecido social do país.
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1. Ore por conforto para a família das vítimas que estão em um terrível estado emocional;
2. Ore por uma distribuição em massa das Escrituras, efetivamente, que acabamos de produzir, para que a Palavra de Deus produza conforto e desafie a todos aqueles que a receberem;
3. Enquanto escrevo, temos mais notícias de egípcios sequestrados na Líbia. Que Deus tenha misericórdia.
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-- Tradução: Daniela Xavier.
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Modificado em 19/02/2015, às 7h12.
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