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- 11 de setembro de 2017
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História e identidade visual da Aliança Bíblica Universitária
Por Sonia Couto
No ano de 1997, a Aliança Bíblica Universitária do Brasil (ABUB) lançou um concurso nacional para a escolha do logo oficial do movimento. Eu, já abeuense, participava do grupo local de Belo Horizonte (MG) e cursava Design Gráfico na Universidade do Estado de Minas Gerais. Aquele ano se tornaria um dos anos emblemáticos da minha vida. Foi quando participei do Instituto de Preparação de Líderes (IPL), no Lar Luterano Belém, em Campinas (SP). Nesse mesmo lugar, durante o Conselho Diretor (CD), foi realizado o julgamento e a escolha do logo oficial do movimento, tendo como comissão julgadora a diretoria e os membros do próprio CD.
Na época a internet consolidava-se no Brasil. Embora a world wide web já não fosse privilégio de universidades e centros de pesquisa, o acesso ainda era restrito para a população em geral. O ritmo estava acelerado, mas redes sociais não faziam parte do cotidiano como hoje. Na universidade, usávamos prancheta, letraset e a composição dos layouts transitava entre colagens, montagens e os primeiros softwares da área do design gráfico.
A ideia do logo da ABUB e sua concepção teve relação direta com a minha formação e compreensão da minha vocação. A possibilidade do concurso significava uma participação diferente no movimento: uma junção da minha caminhada acadêmica com o campo de missão. Eu estava empolgada com isso!
Tentando colocar em prática o que era aprendido em sala de aula, me virei entre anotações de briefing a partir do que já conhecia do movimento e alguns primeiros rascunhos de ideias. Olhando para trás, tinha grande gratidão ao Senhor pelo movimento abeuense. Não só porque crescia meu envolvimento que havia começado na Aliança Bíblica de Secundaristas, mas também porque me sentia honrada em colaborar na mesma missão que foi espaço de crescimento e desenvolvimento da fé cristã para meus pais, tios e tias em tempos passados, e por meu irmão e primos naquele mesmo tempo.
Ainda enquanto buscava ideias, nos poucos acessos à internet, nas páginas que pareciam levar horas para aparecer (quem se lembra do modem dial-up?), pesquisei outros movimentos irmãos já estabelecidos na ‘grande rede’. Era importante saber quais eram os usos mais comuns no meio dos movimentos cristãos estudantis. Mal sabia eu que, no ano seguinte, como voluntária no Congresso de Cochabamba ’98, encontraria o logo da ABUA, Associação Bíblica Universitária Argentina, que é quase idêntica a que criei.
Lembro-me de procurar o Ziel Machado, já secretário regional da Comunidade Internacional de Estudantes Evangélicos, transtornada por não ter pesquisado suficientemente para descobrir tal semelhança e, pensativa em como o logo havia sido aprovado mesmo assim por membros da diretoria que caminhavam há mais tempo em terras latino-americanas. Ele riu e, com a atenção e carinho de sempre, respondeu que isso só vinha comprovar as bases sólidas que sustentavam nossa identidade como movimento na América Latina.
Enfim, com três bases que definem essa identidade, o logo apresenta: na base a Bíblia aberta, que é a nossa autoridade em matéria de fé e vida. A partir dela nos movemos e nos relacionamos. Sobre ela, somos também discipulados na caminhada cristã, de dois em dois. O diálogo e o contexto que vivemos são importantes facilitadores para a missão estudantil. No meio, a centralidade da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo e sua proclamação na universidade e escolas brasileiras.
A composição retangular forma, com a sigla da ABUB, uma estrutura estável que inspira complementaridade, por isso o uso do contraste (figura versus fundo) em preto e branco. As bases da missão estão nos elementos em equilíbrio: a Bíblia, a cruz de Cristo e o caráter pessoal da proclamação do evangelho através do discipulado e do crescimento integral do ser humano em Jesus, a Palavra encarnada.
O conjunto de informações formaram um dossiê de identidade visual: o logo e suas aplicações em pranchas rígidas, com versões reduzidas, prezando pela proporcionalidade e apresentando sua funcionalidade em peças gráficas como camisetas, canecas e papelaria. Dentro das limitações e contemplações de uma estudante no meio do curso, lembro-me que tive uma sensação muito clara naquele dia do resultado do concurso: estava feliz em servir, queria dizer como o salmo 100:
Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras.
Servi ao Senhor com alegria; e entrai diante dele com canto.
Sabei que o Senhor é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto.
Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome.
Porque o Senhor é bom, e eterna a sua misericórdia; e a sua verdade dura de geração em geração.
Vinte anos depois, o Senhor continua sendo bom e continuo a servi-lo com alegria. Sou dele assim como minhas irmãs e irmãos de caminhada. Sua misericórdia e sua verdade não tem fim!
Reflita: Leia o Salmo 100 e pense como você pode servir ao Senhor com alegria com seus talentos e sua profissão.
Nota: Publicado originalmente no site da ABUB.
• Sonia Couto é casada com Silvio Bueno, e tem dois filhos, Mateus e Tiago. Eles moram em Viçosa (MG) e são membros da Igreja Presbiteriana de Viçosa.
No ano de 1997, a Aliança Bíblica Universitária do Brasil (ABUB) lançou um concurso nacional para a escolha do logo oficial do movimento. Eu, já abeuense, participava do grupo local de Belo Horizonte (MG) e cursava Design Gráfico na Universidade do Estado de Minas Gerais. Aquele ano se tornaria um dos anos emblemáticos da minha vida. Foi quando participei do Instituto de Preparação de Líderes (IPL), no Lar Luterano Belém, em Campinas (SP). Nesse mesmo lugar, durante o Conselho Diretor (CD), foi realizado o julgamento e a escolha do logo oficial do movimento, tendo como comissão julgadora a diretoria e os membros do próprio CD.
Na época a internet consolidava-se no Brasil. Embora a world wide web já não fosse privilégio de universidades e centros de pesquisa, o acesso ainda era restrito para a população em geral. O ritmo estava acelerado, mas redes sociais não faziam parte do cotidiano como hoje. Na universidade, usávamos prancheta, letraset e a composição dos layouts transitava entre colagens, montagens e os primeiros softwares da área do design gráfico.
A ideia do logo da ABUB e sua concepção teve relação direta com a minha formação e compreensão da minha vocação. A possibilidade do concurso significava uma participação diferente no movimento: uma junção da minha caminhada acadêmica com o campo de missão. Eu estava empolgada com isso!
Tentando colocar em prática o que era aprendido em sala de aula, me virei entre anotações de briefing a partir do que já conhecia do movimento e alguns primeiros rascunhos de ideias. Olhando para trás, tinha grande gratidão ao Senhor pelo movimento abeuense. Não só porque crescia meu envolvimento que havia começado na Aliança Bíblica de Secundaristas, mas também porque me sentia honrada em colaborar na mesma missão que foi espaço de crescimento e desenvolvimento da fé cristã para meus pais, tios e tias em tempos passados, e por meu irmão e primos naquele mesmo tempo.
Ainda enquanto buscava ideias, nos poucos acessos à internet, nas páginas que pareciam levar horas para aparecer (quem se lembra do modem dial-up?), pesquisei outros movimentos irmãos já estabelecidos na ‘grande rede’. Era importante saber quais eram os usos mais comuns no meio dos movimentos cristãos estudantis. Mal sabia eu que, no ano seguinte, como voluntária no Congresso de Cochabamba ’98, encontraria o logo da ABUA, Associação Bíblica Universitária Argentina, que é quase idêntica a que criei.
Lembro-me de procurar o Ziel Machado, já secretário regional da Comunidade Internacional de Estudantes Evangélicos, transtornada por não ter pesquisado suficientemente para descobrir tal semelhança e, pensativa em como o logo havia sido aprovado mesmo assim por membros da diretoria que caminhavam há mais tempo em terras latino-americanas. Ele riu e, com a atenção e carinho de sempre, respondeu que isso só vinha comprovar as bases sólidas que sustentavam nossa identidade como movimento na América Latina.
Enfim, com três bases que definem essa identidade, o logo apresenta: na base a Bíblia aberta, que é a nossa autoridade em matéria de fé e vida. A partir dela nos movemos e nos relacionamos. Sobre ela, somos também discipulados na caminhada cristã, de dois em dois. O diálogo e o contexto que vivemos são importantes facilitadores para a missão estudantil. No meio, a centralidade da cruz de nosso Senhor Jesus Cristo e sua proclamação na universidade e escolas brasileiras.
A composição retangular forma, com a sigla da ABUB, uma estrutura estável que inspira complementaridade, por isso o uso do contraste (figura versus fundo) em preto e branco. As bases da missão estão nos elementos em equilíbrio: a Bíblia, a cruz de Cristo e o caráter pessoal da proclamação do evangelho através do discipulado e do crescimento integral do ser humano em Jesus, a Palavra encarnada.
O conjunto de informações formaram um dossiê de identidade visual: o logo e suas aplicações em pranchas rígidas, com versões reduzidas, prezando pela proporcionalidade e apresentando sua funcionalidade em peças gráficas como camisetas, canecas e papelaria. Dentro das limitações e contemplações de uma estudante no meio do curso, lembro-me que tive uma sensação muito clara naquele dia do resultado do concurso: estava feliz em servir, queria dizer como o salmo 100:
Celebrai com júbilo ao SENHOR, todas as terras.
Servi ao Senhor com alegria; e entrai diante dele com canto.
Sabei que o Senhor é Deus; foi ele que nos fez, e não nós a nós mesmos; somos povo seu e ovelhas do seu pasto.
Entrai pelas portas dele com gratidão, e em seus átrios com louvor; louvai-o, e bendizei o seu nome.
Porque o Senhor é bom, e eterna a sua misericórdia; e a sua verdade dura de geração em geração.
Vinte anos depois, o Senhor continua sendo bom e continuo a servi-lo com alegria. Sou dele assim como minhas irmãs e irmãos de caminhada. Sua misericórdia e sua verdade não tem fim!
Reflita: Leia o Salmo 100 e pense como você pode servir ao Senhor com alegria com seus talentos e sua profissão.
Nota: Publicado originalmente no site da ABUB.
• Sonia Couto é casada com Silvio Bueno, e tem dois filhos, Mateus e Tiago. Eles moram em Viçosa (MG) e são membros da Igreja Presbiteriana de Viçosa.
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