Opinião
29 de setembro de 2014
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Eleições 2014: Carta Pastoral

A Aliança Cristã Evangélica Brasileira, marcada pelo sentimento de irmandade com todo o povo de Deus espalhado e enraizado neste país, expressa uma vez mais o seu propósito de seguir a Jesus Cristo e afirma o seu compromisso com a Palavra de Deus, que é orientação vital para toda a nossa vida, seja pessoal ou coletiva.
Estamos às portas de mais um processo eleitoral e louvamos a Deus pela oportunidade que cada cidadão brasileiro tem de expressar livremente seu voto. As eleições são o ponto máximo da democracia e expressamos nossa oração e o desejo de que ela se aprofunde e consolide cada vez mais.
Como Aliança que congrega denominações e organizações cristãs evangélicas no Brasil, nos dirigimos aos candidatos e candidatas aos diversos cargos em disputa nessas eleições. Compreendemos a política como uma das formas mais altas da caridade, porque busca o bem comum. Nas eleições de 2014 estão em jogo disputa os cargos de Presidente da República, um Senador por Estado, Deputados Federais, Governador do Estado e Deputados Estaduais.
Nós, como lideranças de várias igrejas e ministérios, temos consciência de que a política é um instrumento necessário para a organização da vida social e afirmamos a soberania do eleitor, que tem o direito de conhecer quem receberá o seu voto, sabendo o partido, o passado e as propostas de cada candidato. Afirmamos a liberdade do eleitor, cristão evangélico ou não, de votar livremente de acordo com os seus princípios éticos e a sua consciência, sem subordinação a votos de cabresto.
Infelizmente as propagandas eleitorais, muitas vezes, mais confundem que informam aos eleitores, devido a muitas inverdades veiculadas entre os candidatos. Como cristãos, reafirmamos nosso compromisso irredutível com a verdade e, como pastores e pastoras, queremos nos posicionar, juntamente com nossas comunidades, sempre ao lado da verdade e da justiça, cientes de que o Estado foi instituído para defesa de todos, especialmente dos mais fracos e dos necessitados. O pastor batista Martin Luther King Jr. escreveu que “a injustiça em algum lugar é uma ameaça à justiça em todos os lugares”. Compreendemos que o governo deve ser para todos, por meio de todos, em benefício de todos, mediante a cooperação de todos, em todos os níveis. Não ansiamos, portanto, nem governantes nem legisladores que beneficiem apenas a comunidade cristã evangélica, e sim toda a sociedade.
É preciso que os políticos tenham credibilidade para representar o povo, governar, legislar e administrar os recursos e o dinheiro público. Devem ser comprometidos com o bem comum e não com interesses privados ou de grupos restritos. Entendemos o exercício do poder político como um serviço ao povo e ao País. Os seus programas e ações devem expressar a promoção da justiça, o respeito pela vida humana em todas as suas faces, incluindo a família, que deve viver com toda a dignidade, segundo os planos de Deus.
Os cristãos que se sentem vocacionados podem e até devem atuar na política partidária, que é um dos espaços legítimos de participação social. Devem exercer essa responsabilidade, no entanto, baseados na cidadania, na dignidade de todos os seres humanos e inspirados pela ética e princípios da fé cristã. A Aliança se posiciona contrária ao uso dos templos e dos púlpitos das igrejas para a propaganda eleitoral partidária, tanto pelo constrangimento que causa aos eleitores, e que é crime, como pela incitação ao partidarismo e quebra da unidade dentro das igrejas.
Como Aliança Cristã Evangélica, reconhecemos os avanços que o Brasil experimentou nos últimos anos como esforço de vários governos, mas também de toda a sociedade. Celebramos a inclusão de milhões de brasileiros que viviam abaixo da linha de pobreza, que resultou na retirada do Brasil do mapa da fome, conforme anunciado pela ONU recentemente, embora saibamos que, infelizmente, ainda somos um dos países mais desiguais do mundo. Também somos sabedores dos números alarmantes de violência contra os jovens das periferias das cidades e de que a educação não deu o salto de qualidade necessário. Preocupa-nos, sobretudo, a epidemia de corrupção que vivemos, que deteriora o tecido social dando um mau exemplo de civilidade a toda a população, em especial às crianças e aos jovens. Em face deste quadro, buscamos governantes e legisladores comprometidos com a ética e a transparência no trato com a coisa pública.
O modo de participação na ordem política e social coerente com a fé e os valores cristãos é a partir de comportamento íntegro e da prática de boas obras. Os cristãos são chamados para serem servos de Deus na sociedade, convocados a abençoar os demais cidadãos e a fazer o bem na esfera pública. A participação consciente é fundamental para reformar a política e construir uma sociedade justa, tendo em vista a coletividade e consolidando instituições humanas à luz dos valores do Reino de Deus.
Por uma nação justa e democrática!
Brasil, Setembro de 2014
Aliança Cristã Evangélica Brasileira
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