Opinião
- 28 de janeiro de 2015
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Convicção e visão
Há dois anos, encontrei-me com o Dr. James Houston – fundador e, por vários anos, diretor do Regent College, em Vancouver, Canadá –, na época com 90 anos recém-completados. Um dos motivos da minha visita era conversar um pouco sobre meu futuro, alguns planos que contemplava, mas para os quais me faltava clareza e um pouco de coragem para ir adiante.
Ele me ouviu pacientemente, como sempre faz. Contou-me parte de sua história quando deixou a cadeira de professor de geografia em Oxford e mudou-se com toda a família para a costa oeste do Canadá, em Vancouver, no início dos anos 70, para começar uma escola de teologia com o objetivo de oferecer aos profissionais cristãos uma formação bíblica e teológica. Lembrou-me que a escola começou com sete alunos matriculados e, no primeiro dia de aula, quatro deles faleceram num acidente de carro quando iam para a aula inaugural. O primeiro dia de aula foi um culto fúnebre. O Regent College é hoje uma das mais respeitadas escolas de teologia.
Lembrou-me de outros fatos, compartilhou algumas de suas lutas e frustrações, incompreensões e solidão, mas, sobretudo, lembrou-me da segurança em Cristo e, por fim, disse-me: “Qualquer que seja o seu futuro, ele irá requerer de você convicção e visão”. Depois de tomarmos o chá habitual, oramos e nos despedimos no final daquela manhã de inverno.
Voltei para a casa onde estava hospedado com minha esposa e me lembrei do Rev. Elben, da Djanira e da história da Ultimato. Lembrei-me da celebração dos 40 anos da Ultimato [em 2008] e das histórias que ouvi, histórias de fé, coragem, mas, sobretudo, de convicção e visão. O Rev. Elben é um homem de convicção e visão. Ultimato é o testemunho disso. Participei de algumas de suas lutas, momentos de dificuldades, mas não consigo sequer imaginar o volume e a complexidade de tudo o que Ultimato já passou. Apesar de tudo, permanece de pé, “como árvore plantada junto a correntes de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem-sucedido”.
Ultimato é para mim um testemunho vivo daquilo que se pode construir quando se tem convicções sólidas e uma visão clara que nasce dessas convicções. Ultimato é um testemunho daqueles que creram e por isso foram, lutaram e fizeram. As coisas boas deste mundo, aquelas que permanecem e dão frutos, nascem de gente de convicção e visão.
Gosto de pensar nas coisas que não vemos e imaginá-las. A revista está aí há 47 anos. Posso ir até minha coleção e rever artigos que me marcaram. A revista é aquilo que podemos ver, pegar, folhear. O que não vemos são as orações, os jejuns, a confiança firme na providência divina, o sacrifício, as perdas que se encontram nos bastidores destes 47 anos. O apóstolo Paulo, diante das lutas que enfrentava, consolava-se dizendo: “Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas”. As coisas que não vemos são eternas. Convicção e visão são coisas que permanecem como testemunho vivo.
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Desde 1968
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Cartas a Ultimato (1968-2008)
Ele me ouviu pacientemente, como sempre faz. Contou-me parte de sua história quando deixou a cadeira de professor de geografia em Oxford e mudou-se com toda a família para a costa oeste do Canadá, em Vancouver, no início dos anos 70, para começar uma escola de teologia com o objetivo de oferecer aos profissionais cristãos uma formação bíblica e teológica. Lembrou-me que a escola começou com sete alunos matriculados e, no primeiro dia de aula, quatro deles faleceram num acidente de carro quando iam para a aula inaugural. O primeiro dia de aula foi um culto fúnebre. O Regent College é hoje uma das mais respeitadas escolas de teologia.
Lembrou-me de outros fatos, compartilhou algumas de suas lutas e frustrações, incompreensões e solidão, mas, sobretudo, lembrou-me da segurança em Cristo e, por fim, disse-me: “Qualquer que seja o seu futuro, ele irá requerer de você convicção e visão”. Depois de tomarmos o chá habitual, oramos e nos despedimos no final daquela manhã de inverno.
Voltei para a casa onde estava hospedado com minha esposa e me lembrei do Rev. Elben, da Djanira e da história da Ultimato. Lembrei-me da celebração dos 40 anos da Ultimato [em 2008] e das histórias que ouvi, histórias de fé, coragem, mas, sobretudo, de convicção e visão. O Rev. Elben é um homem de convicção e visão. Ultimato é o testemunho disso. Participei de algumas de suas lutas, momentos de dificuldades, mas não consigo sequer imaginar o volume e a complexidade de tudo o que Ultimato já passou. Apesar de tudo, permanece de pé, “como árvore plantada junto a correntes de águas, que, no devido tempo, dá o seu fruto, e cuja folhagem não murcha; e tudo quanto ele faz será bem-sucedido”.
Ultimato é para mim um testemunho vivo daquilo que se pode construir quando se tem convicções sólidas e uma visão clara que nasce dessas convicções. Ultimato é um testemunho daqueles que creram e por isso foram, lutaram e fizeram. As coisas boas deste mundo, aquelas que permanecem e dão frutos, nascem de gente de convicção e visão.
Gosto de pensar nas coisas que não vemos e imaginá-las. A revista está aí há 47 anos. Posso ir até minha coleção e rever artigos que me marcaram. A revista é aquilo que podemos ver, pegar, folhear. O que não vemos são as orações, os jejuns, a confiança firme na providência divina, o sacrifício, as perdas que se encontram nos bastidores destes 47 anos. O apóstolo Paulo, diante das lutas que enfrentava, consolava-se dizendo: “Por isso, não desanimamos; pelo contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem interior se renova de dia em dia. Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação, não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas”. As coisas que não vemos são eternas. Convicção e visão são coisas que permanecem como testemunho vivo.
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Cartas a Ultimato (1968-2008)
Pastor da Igreja Presbiteriana do Planalto e coordenador do Centro Cristão de Estudos, em Brasília (DF). É colunista da revista Ultimato e autor de A Espiritualidade, o Evangelho e a Igreja, Pensamentos Transformados, Emoções Redimidas e O Caminho do Coração.
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