Opinião
- 20 de novembro de 2017
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7 dicas para lidar com as críticas
Por John Piper
“Alô, Pastor John! Eu queria saber como o senhor lida com as críticas que outras pessoas lhe fazem. Como o senhor avalia essas críticas, aprende com elas e determina quais são pertinentes e quais não são?”
Tal pergunta, certamente, é muito relevante nesses tempos de redes sociais. Não estamos falando apenas de algumas dezenas de pessoas da sua família e da sua igreja, vizinhança ou colegas de trabalho que possam te criticar, e com as quais você poderia discutir pessoalmente. Estamos nos referindo a milhões de pessoas que podem vir a conhecer sua opinião no Twitter, Facebook, em um blog, ou onde quer que você esteja postando.
Eles podem tomar conhecimento da sua opinião e dizer os maiores impropérios do mundo a seu respeito. De um lado, esse mundo das redes sociais é irreal, porque é simplesmente impossível lidar seriamente com milhares de opiniões sobre nós mesmos. Por outro lado, esse ambiente nos dá um vislumbre da realidade, porque revela claramente o quão dividido o mundo está e quão profundamente seríamos odiados se mais pessoas soubessem em que consiste nossa fé em Jesus.
Eu chamo de “um vislumbre da realidade” porque o próprio Jesus afirmou em Mateus 24:9 que ele seria odiado por todas as nações. Se você só interage com cinco ou dez pessoas, não tem consciência disso. Mas se você estiver na internet, você percebe. Você tem o gostinho do que é ser odiado por todas as nações.
Aqui está a minha estratégia para lidar com as críticas:
1. Busque crescimento
Primeiro, entenda que, de acordo com as Escrituras, é sábio buscar crescer através da repreensão ao invés de se apressar para se defender:
Ouça conselhos e aceite instruções, e acabará sendo sábio. (Provérbios 19:20)
A repreensão faz marca mais profunda no homem de entendimento do que cem açoites no tolo. (Provérbios 17:10)
Repreenda o sábio, e ele o amará. (Provérbios 9:8)
Repreenda o homem de discernimento, e ele obterá conhecimento. (Provérbios 19:25)
Fira-me o justo com amor leal e me repreenda, mas não perfume a minha cabeça o óleo do ímpio, pois a minha oração é contra as práticas dos malfeitores. (Salmos 141:5)
Portanto, é sábio desejar receber correção, repreensão e críticas.
2. Esteja disposto a mudar
Em segundo lugar, eu tento buscar ser humilde e aberto diante das críticas no lugar de me deixar ser controlado pela ira. Estou dizendo que tento.
Tiago afirma "Mas a sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura; depois, pacífica, amável, compreensiva" (Tiago 3:17). Amo essa pequena frase, porque a palavra grega para “compreensivo” é “que se deixa persuadir.” Em outras palavras, se você acabou de dizer alguma coisa e alguém discorda daquilo e começa a argumentar, você considera ser persuadido. Você ouve. E está disposto a mudar caso esteja errado.
Tiago declara ainda “Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, pois a ira do homem não produz a justiça de Deus (Tiago 1:19,20). Assim, quando ouvimos com humildade, a ira rapidamente se retira. Vamos nos esforçar para sermos humildes e não precipitados em ira, na defensiva.
3. Apegue-se à Escrituras
Terceiro, quando sinto que estou perdendo o equilíbrio por causa das críticas, o que realmente pode vir a acontecer – algumas vezes as críticas podem ser muito intensas e nos ferir profundamente -, oro a Deus para que permaneça comigo e me oriente, e procuro confiar em suas promessas.
O salmista escreveu: "Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar, mesmo ali a tua mão direita me guiará e me susterá (Salmo 139:9,10). Realmente preciso sentir que Deus está me sustentando quando estou sendo agredido por alguém ou por centenas de pessoas, e parece que estou perdendo o equilíbrio em minha vida.
O salmo 25:15 diz: “Os meus olhos estão sempre voltados para o Senhor, pois só ele tira os meus pés da armadilha”. Se eu me sentir totalmente aprisionado, sem saída e confuso, volto-me para a promessa de Deus. Ele vai livrar os seus pés da armadilha. O salmo 25:8 diz: “Bom e justo é o Senhor; por isso mostra o caminho aos pecadores”. Ele me instruirá. Ele me ajudará a saber quais críticas devo aceitar e quais devo desconsiderar. “Conduz os humildes na justiça e lhes ensina o seu caminho” (Salmo 25:9).
No salmo 25:14, lemos que "O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança”. Por isso quero me aproximar de Deus em temor reverente e acreditar que Ele vai me dar estabilidade. Ele vai me livrar daquela situação. Ele vai me sustentar. Ele vai me instruir e me conduzir em meio à desordem emocional causada pelas críticas.
4. Examine tudo
Quarto, eu examino tudo através da palavra de Deus, não simplesmente conforme minhas preferências ou tradições. Isso inclui analisar não apenas ideias, mas também atitudes e comportamentos. “Ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom.
(1 Tessalonicenses 5:21). Ou salmo 119:24: "Sim, os teus testemunhos são o meu prazer; eles são os meus conselheiros".
E se você for criticado por não agir com amor? 1 João 5:2 pode dar uma grande ajuda para que você retome sua estabilidade. Está escrito “Assim sabemos que amamos os filhos de Deus: amando a Deus e obedecendo aos seus mandamentos".
Em outras palavras, o meu sentimento inconstante não serve como medida nesse momento em que acabei de ser criticado por agir ou não com amor. A questão é: eu estva obedecendo os seus mandamentos, sua Palavra? Eu estava seguindo sua Palavra quando disse o que disse ou fiz o que fiz? Portanto, avalie as críticas à luz da Palavra de Deus.
5. Dê tempo ao tempo
Quinto (isso tem um grande valor em termos de praticidade - para mim, de qualquer forma), dê um tempo a você mesmo para avaliar as críticas antes de respondê-las. A carne, a minha carne, é rápida para rebater defensivamente. Antes de tudo, penso no contexto do casamento. A pessoa que mais me corrige neste mundo é a minha esposa.
Acredito que a maioria dos cônjuges diria o mesmo. Por exemplo, quando vocês estão juntos no carro, e ela acha que você não deveria ter feito aquela conversão, ou algo do tipo. Bem, Eclesiastes 7:8,9 nos diz: “O fim das coisas é melhor do que o seu início, e o paciente é melhor que o orgulhoso. Não permita que a ira domine depressa o seu espírito, pois a ira se aloja no íntimo dos tolos".
Ah, quantas vezes eu fui tão rápido em rebater os comentários de Noël, minha esposa – numa atitude de auto-defesa –, e tive que engolir minhas palavras no espaço de dez minutos, porque ela estava com a razão. Com certeza, uma língua precipitada não merece confiança. Dê um tempo a você mesmo. Não reaja de forma impetuosa e auto-defensiva. Tente refrear esses impulsos. A carne não gosta de ser criticada e rebate com rapidez. Mas o Espítiro Santo é gentil. Dê tempo ao Espírito Santo. Ele vai revelar o seu pecado ou o pecado da outra pessoa, e as coisas vão se resolver da maneira de Deus.
6. Busque aconselhamento
Sexto, cerque-se de pessoas que possam oferecer uma avaliação equilibrada a respeito da crítica que você recebeu. Provérbios 11:14 diz: “Sem diretrizes a nação cai; o que a salva é ter muitos conselheiros”.
Eu diria que existe segurança não apenas dos perigos externos, mas uma segurança contra sua própria aflição, causada pelas várias críticas que você recebeu. Se as pessoas que te conhecem (umas oito pessoas, por exemplo) dizem, “Não, não, não. Você não fez o que eles estão dizendo que você fez”, isso tem um grande poder de nos estabilizar. Principalmente quando estamos lidando com críticas muito duras. Nós precisamos buscar sábios conselheiros e perguntar se eles veem em nós as coisas pelas quais estamos sendo criticados.
7. Julgamento final
Uma última consideração: façamos aquilo que Jesus fez quando foi atacado. Independentemente de estarmos certos ou errados, das críticas terem algum fundamento ou não. Jesus “entregava-se àquele que julga com justiça" (1 Pedro 2:23). Para nós, pecadores, isso significa que o julgamento final sobre nós mesmos não está em nossas mãos. Nem nas mãos de outras pessoas. Deus tem a palavra final em Cristo. Nossa única esperança é que Ele seja gracioso para conosco por causa de Cristo.
Nenhum de nós está livre do pecado. Portanto, deve haver um pouco de verdade em toda crítica. Mas o evangelho nos livra de mergulharmos na desesperança.
> Publicado originalmente em desiringGod.com
> Com tradução e colaboração de Enedina Sacramento
John Piper é fundador e professor do ministério desiringGod.org. É chanceler do Bethlehem College & Seminary, em Mineápolis, Minessota. Serviu por 33 anos como pastor da igreja Bethlehem Baptist Church e é autor de mais de 50 livros, entre eles O racismo, a cruz e o cristão e Alegrem-se os povos.
“Alô, Pastor John! Eu queria saber como o senhor lida com as críticas que outras pessoas lhe fazem. Como o senhor avalia essas críticas, aprende com elas e determina quais são pertinentes e quais não são?”
Tal pergunta, certamente, é muito relevante nesses tempos de redes sociais. Não estamos falando apenas de algumas dezenas de pessoas da sua família e da sua igreja, vizinhança ou colegas de trabalho que possam te criticar, e com as quais você poderia discutir pessoalmente. Estamos nos referindo a milhões de pessoas que podem vir a conhecer sua opinião no Twitter, Facebook, em um blog, ou onde quer que você esteja postando.
Eles podem tomar conhecimento da sua opinião e dizer os maiores impropérios do mundo a seu respeito. De um lado, esse mundo das redes sociais é irreal, porque é simplesmente impossível lidar seriamente com milhares de opiniões sobre nós mesmos. Por outro lado, esse ambiente nos dá um vislumbre da realidade, porque revela claramente o quão dividido o mundo está e quão profundamente seríamos odiados se mais pessoas soubessem em que consiste nossa fé em Jesus.
Eu chamo de “um vislumbre da realidade” porque o próprio Jesus afirmou em Mateus 24:9 que ele seria odiado por todas as nações. Se você só interage com cinco ou dez pessoas, não tem consciência disso. Mas se você estiver na internet, você percebe. Você tem o gostinho do que é ser odiado por todas as nações.
Aqui está a minha estratégia para lidar com as críticas:
1. Busque crescimento
Primeiro, entenda que, de acordo com as Escrituras, é sábio buscar crescer através da repreensão ao invés de se apressar para se defender:
Ouça conselhos e aceite instruções, e acabará sendo sábio. (Provérbios 19:20)
A repreensão faz marca mais profunda no homem de entendimento do que cem açoites no tolo. (Provérbios 17:10)
Repreenda o sábio, e ele o amará. (Provérbios 9:8)
Repreenda o homem de discernimento, e ele obterá conhecimento. (Provérbios 19:25)
Fira-me o justo com amor leal e me repreenda, mas não perfume a minha cabeça o óleo do ímpio, pois a minha oração é contra as práticas dos malfeitores. (Salmos 141:5)
Portanto, é sábio desejar receber correção, repreensão e críticas.
2. Esteja disposto a mudar
Em segundo lugar, eu tento buscar ser humilde e aberto diante das críticas no lugar de me deixar ser controlado pela ira. Estou dizendo que tento.
Tiago afirma "Mas a sabedoria que vem do alto é antes de tudo pura; depois, pacífica, amável, compreensiva" (Tiago 3:17). Amo essa pequena frase, porque a palavra grega para “compreensivo” é “que se deixa persuadir.” Em outras palavras, se você acabou de dizer alguma coisa e alguém discorda daquilo e começa a argumentar, você considera ser persuadido. Você ouve. E está disposto a mudar caso esteja errado.
Tiago declara ainda “Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, pois a ira do homem não produz a justiça de Deus (Tiago 1:19,20). Assim, quando ouvimos com humildade, a ira rapidamente se retira. Vamos nos esforçar para sermos humildes e não precipitados em ira, na defensiva.
3. Apegue-se à Escrituras
Terceiro, quando sinto que estou perdendo o equilíbrio por causa das críticas, o que realmente pode vir a acontecer – algumas vezes as críticas podem ser muito intensas e nos ferir profundamente -, oro a Deus para que permaneça comigo e me oriente, e procuro confiar em suas promessas.
O salmista escreveu: "Se eu subir com as asas da alvorada e morar na extremidade do mar, mesmo ali a tua mão direita me guiará e me susterá (Salmo 139:9,10). Realmente preciso sentir que Deus está me sustentando quando estou sendo agredido por alguém ou por centenas de pessoas, e parece que estou perdendo o equilíbrio em minha vida.
O salmo 25:15 diz: “Os meus olhos estão sempre voltados para o Senhor, pois só ele tira os meus pés da armadilha”. Se eu me sentir totalmente aprisionado, sem saída e confuso, volto-me para a promessa de Deus. Ele vai livrar os seus pés da armadilha. O salmo 25:8 diz: “Bom e justo é o Senhor; por isso mostra o caminho aos pecadores”. Ele me instruirá. Ele me ajudará a saber quais críticas devo aceitar e quais devo desconsiderar. “Conduz os humildes na justiça e lhes ensina o seu caminho” (Salmo 25:9).
No salmo 25:14, lemos que "O Senhor confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer a sua aliança”. Por isso quero me aproximar de Deus em temor reverente e acreditar que Ele vai me dar estabilidade. Ele vai me livrar daquela situação. Ele vai me sustentar. Ele vai me instruir e me conduzir em meio à desordem emocional causada pelas críticas.
4. Examine tudo
Quarto, eu examino tudo através da palavra de Deus, não simplesmente conforme minhas preferências ou tradições. Isso inclui analisar não apenas ideias, mas também atitudes e comportamentos. “Ponham à prova todas as coisas e fiquem com o que é bom.
(1 Tessalonicenses 5:21). Ou salmo 119:24: "Sim, os teus testemunhos são o meu prazer; eles são os meus conselheiros".
E se você for criticado por não agir com amor? 1 João 5:2 pode dar uma grande ajuda para que você retome sua estabilidade. Está escrito “Assim sabemos que amamos os filhos de Deus: amando a Deus e obedecendo aos seus mandamentos".
Em outras palavras, o meu sentimento inconstante não serve como medida nesse momento em que acabei de ser criticado por agir ou não com amor. A questão é: eu estva obedecendo os seus mandamentos, sua Palavra? Eu estava seguindo sua Palavra quando disse o que disse ou fiz o que fiz? Portanto, avalie as críticas à luz da Palavra de Deus.
5. Dê tempo ao tempo
Quinto (isso tem um grande valor em termos de praticidade - para mim, de qualquer forma), dê um tempo a você mesmo para avaliar as críticas antes de respondê-las. A carne, a minha carne, é rápida para rebater defensivamente. Antes de tudo, penso no contexto do casamento. A pessoa que mais me corrige neste mundo é a minha esposa.
Acredito que a maioria dos cônjuges diria o mesmo. Por exemplo, quando vocês estão juntos no carro, e ela acha que você não deveria ter feito aquela conversão, ou algo do tipo. Bem, Eclesiastes 7:8,9 nos diz: “O fim das coisas é melhor do que o seu início, e o paciente é melhor que o orgulhoso. Não permita que a ira domine depressa o seu espírito, pois a ira se aloja no íntimo dos tolos".
Ah, quantas vezes eu fui tão rápido em rebater os comentários de Noël, minha esposa – numa atitude de auto-defesa –, e tive que engolir minhas palavras no espaço de dez minutos, porque ela estava com a razão. Com certeza, uma língua precipitada não merece confiança. Dê um tempo a você mesmo. Não reaja de forma impetuosa e auto-defensiva. Tente refrear esses impulsos. A carne não gosta de ser criticada e rebate com rapidez. Mas o Espítiro Santo é gentil. Dê tempo ao Espírito Santo. Ele vai revelar o seu pecado ou o pecado da outra pessoa, e as coisas vão se resolver da maneira de Deus.
6. Busque aconselhamento
Sexto, cerque-se de pessoas que possam oferecer uma avaliação equilibrada a respeito da crítica que você recebeu. Provérbios 11:14 diz: “Sem diretrizes a nação cai; o que a salva é ter muitos conselheiros”.
Eu diria que existe segurança não apenas dos perigos externos, mas uma segurança contra sua própria aflição, causada pelas várias críticas que você recebeu. Se as pessoas que te conhecem (umas oito pessoas, por exemplo) dizem, “Não, não, não. Você não fez o que eles estão dizendo que você fez”, isso tem um grande poder de nos estabilizar. Principalmente quando estamos lidando com críticas muito duras. Nós precisamos buscar sábios conselheiros e perguntar se eles veem em nós as coisas pelas quais estamos sendo criticados.
7. Julgamento final
Uma última consideração: façamos aquilo que Jesus fez quando foi atacado. Independentemente de estarmos certos ou errados, das críticas terem algum fundamento ou não. Jesus “entregava-se àquele que julga com justiça" (1 Pedro 2:23). Para nós, pecadores, isso significa que o julgamento final sobre nós mesmos não está em nossas mãos. Nem nas mãos de outras pessoas. Deus tem a palavra final em Cristo. Nossa única esperança é que Ele seja gracioso para conosco por causa de Cristo.
Nenhum de nós está livre do pecado. Portanto, deve haver um pouco de verdade em toda crítica. Mas o evangelho nos livra de mergulharmos na desesperança.
> Publicado originalmente em desiringGod.com
> Com tradução e colaboração de Enedina Sacramento
John Piper é fundador e professor do ministério desiringGod.org. É chanceler do Bethlehem College & Seminary, em Mineápolis, Minessota. Serviu por 33 anos como pastor da igreja Bethlehem Baptist Church e é autor de mais de 50 livros, entre eles O racismo, a cruz e o cristão e Alegrem-se os povos.
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