Palavra do leitor
- 04 de março de 2013
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Bíblia "free style": uma reflexão
Você já ouviu falar da Bíblia Freestyle (BFS)? Bem, eu já. Não apenas ouvi como também li os textos até agora publicados pelos autores. Naturalmente, creio que alguns cristãos ou líderes "conservadores" torcerão o nariz diante deste projeto idealizado pelos pastores Ariovaldo Jr. (*) e Guilherme Burjack (**) sem, ao menos, refletir. Posso conjecturar que o motivo inicial, naturalmente, poderá ser a dificuldade intrínseca de avaliar a BFS a partir de seu próprio pressuposto, quer dizer, de seus autores. Reconheçamos: ser diferente, pensar diferente, escrever diferente, agir diferente, enfim, muito de tudo que é diferente pode ser mal compreendido e criticado sem fundamentos e/ou reservas. Todavia, procurarei me manter atento ao sentido das idéias deste projeto, essencialmente, subversivas.
Comecemos pelo princípio: o que é a BFS? A resposta para esta pergunta facilitará em muito - senão totalmente - a compreensão do projeto. Os pastores-autores (fotos ao lado) esclarecem no site oficial que a BFS "não é uma tradução, não possui fins acadêmicos e nem sequer a pretensão de substituir uma leitura bíblica integral". Ora, se não se propõe a ser uma tradução da Bíblia "Oficial" - e não é mesmo! - não pode ser criticada neste prisma, isto é, dentro do campo lógico das idéias - pelo menos não deveria, não é? O próprio logotipo é suficientemente claro quanto ao projeto de uma paráfrase da Bíblia:
É certo, entretanto, que muitos não agradarão de uma "versão" das Escrituras Sagradas "com um pouco de humor", uma linguagem que muitos falam. Sim, o projeto se propõe a isto: ser uma "leitura bem humorada das Escrituras Sagradas, interagindo com a cultura pop da geração Y (***)", de modo que "muitos que nunca tiveram contato algum com o texto bíblico sejam animados a estudar e aprender um pouco mais". O tempo demonstrará os resultados.
A grande maioria dos cristãos conservadores (como eu) geralmente não está preparada para se relacionar com pessoas intensamente "diferentes". Quando entra alguém diferente na igreja todo mundo arregala "os óios"! Por isso, vejo com naturalidade o surgimento de ministérios eclesiásticos voltados para as classes consideradas "menos-favorecidas" nas igrejas "comuns". Sem considerar as distinções teológicas, movimentos como a Caverna de Adulão, Bola de Neve, dentre outros, alcançam sucesso onde as igrejas "conservadoras" falham. Reconheçamos: adoradores com longos cabelos e tatuagens, bem como um púlpito formado com uma prancha de surfe não lograrão êxito nas avaliações mais conservadoras. Deveríamos ser capazes, deveríamos, mas este é outro ponto.
Como é desenvolvido o projeto da BFS? Segundo as informações oficiais encontradas no site, "inicialmente o planejamento envolvia escrever o Novo Testamento, um capítulo por dia... Todo o Novo Testamento será publicado até Julho de 2013. E o Antigo Testamento até meados de 2014. O Novo Testamento será lançado em versão impressa ainda no segundo semestre de 2013", se Deus assim o permitir, afirmam os autores. Pelas leituras que fiz dos textos já parafraseados confesso que a BFS dará ainda "muito pano pra manga". Certamente muitos não esperam encontrar nas histórias bíblicas, inda que parafraseadas, personagens e instituições como Steve Jobs, Dercy Gonçalves, UFC, etc. Porém, em muitas ministrações da Palavra, incluindo igrejas conservadoras, paráfrases podem ser encontradas com certa frequência com o objetivo de esclarecer a mensagem das Escrituras Sagradas ao ouvinte. Assim, ao que se propõe o projeto, não me escandalizo e também não "condeno" a BFS.
O que pode se esperar da BFS? Compreendendo a natureza e o desenvolvimento desse projeto subversivo creio que os autores almejam apenas estabelecer uma comunicação mais eficaz sobre a Bíblia-Padrão para um grupo específico de pessoas fora do padrão ordinário da sociedade, isto é, aqueles aos quais se refere o logotipo na expressão "na linguagem que você fala". Por isso, não há com que se ofender ou mesmo o que entronizar. Vejo como uma estratégia inicial - e até criativa - para levar as pessoas às traduções mais próximas dos textos originais das Sagradas Escrituras.
Finalmente, devo afirmar que esta não é "minha praia". Apesar das dificuldades, procuro minimizar a distância dos considerados padrões sócio-culturais diferentes dos "comuns e/ou normais". Se a Bíblia Freestyle se propõe a ser uma maneira criativa de evangelização na pós-modernidade, jamais substituindo a a leitura devocional da Palavra de Deus conforme os melhores manuscritos e como ela é, ou seja, como a única Regra de Fé e prática, que seus autores logrem êxito na jornada que almejam andar. Saibam, porém: será osso!
_______________________
* Pastor da Igreja Manifesto Missões Urbanas;
** Pastor da Igreja Batista;
*** Conceito desenvolvido para a geração da internet.
Leia o texto completo aqui.
Comecemos pelo princípio: o que é a BFS? A resposta para esta pergunta facilitará em muito - senão totalmente - a compreensão do projeto. Os pastores-autores (fotos ao lado) esclarecem no site oficial que a BFS "não é uma tradução, não possui fins acadêmicos e nem sequer a pretensão de substituir uma leitura bíblica integral". Ora, se não se propõe a ser uma tradução da Bíblia "Oficial" - e não é mesmo! - não pode ser criticada neste prisma, isto é, dentro do campo lógico das idéias - pelo menos não deveria, não é? O próprio logotipo é suficientemente claro quanto ao projeto de uma paráfrase da Bíblia:
É certo, entretanto, que muitos não agradarão de uma "versão" das Escrituras Sagradas "com um pouco de humor", uma linguagem que muitos falam. Sim, o projeto se propõe a isto: ser uma "leitura bem humorada das Escrituras Sagradas, interagindo com a cultura pop da geração Y (***)", de modo que "muitos que nunca tiveram contato algum com o texto bíblico sejam animados a estudar e aprender um pouco mais". O tempo demonstrará os resultados.
A grande maioria dos cristãos conservadores (como eu) geralmente não está preparada para se relacionar com pessoas intensamente "diferentes". Quando entra alguém diferente na igreja todo mundo arregala "os óios"! Por isso, vejo com naturalidade o surgimento de ministérios eclesiásticos voltados para as classes consideradas "menos-favorecidas" nas igrejas "comuns". Sem considerar as distinções teológicas, movimentos como a Caverna de Adulão, Bola de Neve, dentre outros, alcançam sucesso onde as igrejas "conservadoras" falham. Reconheçamos: adoradores com longos cabelos e tatuagens, bem como um púlpito formado com uma prancha de surfe não lograrão êxito nas avaliações mais conservadoras. Deveríamos ser capazes, deveríamos, mas este é outro ponto.
Como é desenvolvido o projeto da BFS? Segundo as informações oficiais encontradas no site, "inicialmente o planejamento envolvia escrever o Novo Testamento, um capítulo por dia... Todo o Novo Testamento será publicado até Julho de 2013. E o Antigo Testamento até meados de 2014. O Novo Testamento será lançado em versão impressa ainda no segundo semestre de 2013", se Deus assim o permitir, afirmam os autores. Pelas leituras que fiz dos textos já parafraseados confesso que a BFS dará ainda "muito pano pra manga". Certamente muitos não esperam encontrar nas histórias bíblicas, inda que parafraseadas, personagens e instituições como Steve Jobs, Dercy Gonçalves, UFC, etc. Porém, em muitas ministrações da Palavra, incluindo igrejas conservadoras, paráfrases podem ser encontradas com certa frequência com o objetivo de esclarecer a mensagem das Escrituras Sagradas ao ouvinte. Assim, ao que se propõe o projeto, não me escandalizo e também não "condeno" a BFS.
O que pode se esperar da BFS? Compreendendo a natureza e o desenvolvimento desse projeto subversivo creio que os autores almejam apenas estabelecer uma comunicação mais eficaz sobre a Bíblia-Padrão para um grupo específico de pessoas fora do padrão ordinário da sociedade, isto é, aqueles aos quais se refere o logotipo na expressão "na linguagem que você fala". Por isso, não há com que se ofender ou mesmo o que entronizar. Vejo como uma estratégia inicial - e até criativa - para levar as pessoas às traduções mais próximas dos textos originais das Sagradas Escrituras.
Finalmente, devo afirmar que esta não é "minha praia". Apesar das dificuldades, procuro minimizar a distância dos considerados padrões sócio-culturais diferentes dos "comuns e/ou normais". Se a Bíblia Freestyle se propõe a ser uma maneira criativa de evangelização na pós-modernidade, jamais substituindo a a leitura devocional da Palavra de Deus conforme os melhores manuscritos e como ela é, ou seja, como a única Regra de Fé e prática, que seus autores logrem êxito na jornada que almejam andar. Saibam, porém: será osso!
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* Pastor da Igreja Manifesto Missões Urbanas;
** Pastor da Igreja Batista;
*** Conceito desenvolvido para a geração da internet.
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dos seus autores e não representam a opinião da Editora ULTIMATO.
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