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11ª semana de 2012
1“Em tempos de ansiedade, é natural que a culpa comece a ser jogada nos outros. […] Partes de um lado e outro se empenham para amplificar as acusações, num esforço que em nada contribui para a solução do problema. Simplesmente divide as pessoas, ofuscando o fato de que estamos todos no mesmo barco.”
Nitin Nohria – Harvard Business Review, março de 2012
“Um dos argumentos mais populares entre os defensores da permanência da cruz é o de que a maioria da população é cristã. Bem, a maior parte dos brasileiros também é flamenguista ou corintiana. A ninguém, contudo, ocorreria ornar os tribunais com bandeiras e flâmulas desses clubes. Maiorias não bastam para definir a decoração de paredes públicas. De resto, nem todos os cristãos são entusiastas do crucifixo. Algumas denominações protestantes o consideram um caso acabado de idolatria, pecado cuja prática meus ancestrais judeus costumavam punir com o apedrejamento até a morte.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 11/03/2012
“Não é exatamente o ato do consumo que nos faz felizes. Felicidade é um estado de espírito e não uma reação momentânea a um acontecimento. O que realmente contribui para nosso bem-estar é a maneira com que aproveitamos os acontecimentos em nossa vida. […] Se você quer ser mais feliz, planeje e poupe antes de consumir. Ambicione, conquiste e aprenda a degustar por um bom tempo suas conquistas, no lugar de cultivar o pobre vício em consumo.”
Gustavo Cerbasi – Folha de S.Paulo, 12/03/2012
“Se há um tipo de estabelecimento que cresce nas cidades é o depósito. Há depósitos para aquilo que não queremos mais por perto, que não usamos mais. Poderiam ser chamados de depósitos de lixo, mas nem sempre é lixo o que eles guardam. O mundo do consumo fez crescer vertiginosamente o descarte: descartamos o aparelho de telefone celular quase novo porque saiu um outro com novíssimas funções. Descartamos o computador recente e em pleno funcionamento porque saiu um modelo menor e mais leve; descartamos o sofá da sala que já tem o nosso cheiro e se adaptou ao formato de nosso corpo porque a linha em uso agora é de outro estilo; e o aparelho de TV porque já está ultrapassado etc. Queremos descartar para poder consumir mais. E isso transformou-se em um problema, já que o que não usamos mais atrapalha nossa vida, dá uma aparência a ela que rejeitamos, recusamos. Há um outro tipo de estabelecimento que também cresce nas cidades, não tanto em quantidade, e sim na ampliação dos serviços que oferece: a escola. Até poucos anos atrás, a escola era o lugar para onde os mais novos eram encaminhados com o objetivo de estudar e/ou aprender a conviver com outros. Hoje, a escola transformou-se em um local que serve para muitas outras coisas. Ela serve, por exemplo, para abrigar crianças (falo de crianças integrantes de famílias de classe média para cima) cujos pais trabalham tanto que não podem ir buscar seus filhos no horário que as aulas terminam. Dessa maneira, a escola permanece aberta até altas horas, até que os pais sejam liberados de seus afazeres e possam ir buscar seus rebentos.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 13/03/2012
“A bicicleta é política, um instrumento para questionar a forma como São Paulo vem sendo concebida e propor alternativas que possibilitem o convívio, o uso democrático do espaço público e a circulação de pessoas. Uma arriscada tarefa, quando a incivilidade é a regra.”
Gabriel Di Pierro Siqueira – Folha de S.Paulo, 14/03/2012
“Há 25 milhões de fumantes no Brasil e um crescente número de adolescentes que experimentam cigarros diariamente, candidatando-se à dependência e às consequências do tabagismo. Prevenção à iniciação é a palavra de ordem no cenário atual.”
Paula Johns e Clarissa Nomsi – Folha de S.Paulo, 17/03/2012
“O superendividamento é um assunto que vem tirando o sono de muitas famílias. Os 40 milhões de brasileiros que ascenderam à classe média e os outros tantos que se sentem mais seguros com a estabilidade econômica do país não estão apenas contando com uma renda mais elevada, mas também buscando um maior padrão de consumo. É a necessidade de extravasar um desejo reprimido durante décadas.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 17/03/2012
“O cinema é uma arte tão umbilicalmente ligada ao tempo que poderíamos dizer que todo filme, qualquer filme, por humilde que seja, não deixa de fazer uma referência a ele. Ou a ele estar subordinado. É de sua natureza. O cinema torna presente o que já desapareceu. Traz de volta “à vida” monumentos que não mais existem, modas que já passaram, pessoas que morreram. Em certo sentido, a fotografia, técnica mais antiga, e da qual o cinema deriva, também faz isso. Com uma diferença e vantagem para o cinema – ele traz de volta à vida não apenas as formas mortas, mas seu movimento e sua duração.”
Luiz Zanin Oricchio – O Estado de S. Paulo, 17/03/2012
“Uma qualidade importante dos grandes inventores é estar permanentemente apaixonados pelo que fazem. ‘As pessoas mais criativas quando fazem algo que amam’, afirma Teresa Amabile, professora da Hrvard Business School.”
Amanda Kamancheck – Revista Você S/A, março de 2012
05ª semana de 2012
2“Não é por acaso que todas as grandes lideranças religiosas, sociais e humanas sempre lutaram pela justiça social. Do ponto de vista ético, moral, social e econômico, não há nada mais insustentável, danoso, antiético, vergonhoso e degradante em uma sociedade do que a desigualdade. Ela está na origem de todos os problemas que afetam a qualidade de vida da população.”
Oded Grajew – Folha de S.Paulo, 29/01/2012
“Não vou discutir se o que escrevo, como poeta, é bom ou ruim. Uma coisa, porém, é verdade: parto sempre de algo, para mim inesperado, a que chamo de espanto. E é isso que me dá prazer, me faz criar o poema.”
Ferreira Gullar – Folha de S.Paulo, 29/01/2012
“Vivemos a transição para uma sociedade cujos eixos centrais são a diversidade, a justiça social, a democracia e a sustentabilidade. O mundo tem discutido novas formas para uma economia mais verde com energia limpa, com inovação para produtos e com serviços ligados à agricultura, à cultura criativa, à indústria e à gestão de recursos naturais. […] É fundamental um novo currículo, adequado a esse novo tempo. É também fundamental que a profissão do professor seja socialmente valorizada, com salários adequados e melhores condições de trabalho. É necessário também que as formações inicial e continuada ocupem um espaço central no exercício docente. Essa formação deve estar atrelada aos novos conhecimentos exigidos na sociedade contemporânea, para que a sala de aula possa refletir a articulação de conteúdos variados. Além disso, a capacitação do professor e os currículos dos alunos devem ser coerentes com as diversidades regionais e culturais do país.”
Maria Alice Setubal – Folha de S.Paulo, 30/01/2012
“O profissional moderno trabalha hoje pela carreira, pelo mercado, mas esquece que os maiores interessados em seu sucesso não são seu empregador nem esse “mercado”, mas sim sua família. As pessoas que mais querem o bem do trabalhador abrem mão de sua companhia, de seu papel de pai ou mãe, marido ou esposa, para que se possa ganhar o pão de cada dia. A ilusão está no fato de o trabalhador ser induzido a acreditar que a empresa é mais importante que ele mesmo. Seria uma atitude muito egoística reconhecer que trabalhamos e ganhamos apenas pelo fato de estarmos enriquecendo os donos das empresas?”
Gustavo Cerbasi – Folha de S.Paulo, 30/01/2012
“Inovação não vem do vazio. Há, pelo menos, duas condições prévias: o conhecimento e a experiência. Só é capaz de alterar a realidade quem já lidou com ela o suficiente para entender o que pode ser modificado e o que deve ser mantido. Inovar é necessário. Fazer bem o básico é fundamental.”
Eugênio Mussak, Revista Você S/A – janeiro de 2012
“Um fator que alimenta as relações virtuais é a economia de tempo (cada vez mais escasso na vida urbana). Tem gente que passa muito mais tempo na rede do que no mundo real, um sintoma revelador de certa dificuldade de se relacionar com o outro. À distância, pela internet, as pessoas parecem mais desinibidas para expressar emoções e desejos que demorariam mais para aparecer em outras circunstâncias. Num mundo em que a evasão da privacidade virou quase uma regra, exibir sentimentos e imagens pode parecer uma conduta apropriada.”
Jairo Bouer, Revista Época – 30/01/2012
“O deus/besta assombra a imaginação americana. Considerem o caso do presidente Barack Obama. Até seus detratores foram silenciados pela beleza simbólica de sua eleição à Casa Branca três anos atrás. Ele alcançara um status de divindade. Poucos meses após sua posse, contudo, já era atacado como comunista, traidor, simpatizante de terroristas e, não menos importante, alguém que gostava de uma boa comida francesa. Para a angustiada mente americana, o ser divino, redentor havia se tornado um animal enfurecido determinado a dilacerar a democracia americana. […] A democracia é o sistema político mais frágil da Terra. […] Não se pode acalentar o sonho da democracia sem ficar constantemente vigilante sobre a possibilidade do pesadelo de sua dissolução.”
Lee Siegel – O Estado de S. Paulo, 30/01/2012
“Nunca nossos vícios ficaram tão explícitos! […] Que ostentações de pureza, candor, para encobrir a impudicícia, o despudor, a mão grande nas cumbucas, os esgotos da alma. […]Parece que existem dois Brasis: um Brasil roído por ratos políticos e um outro Brasil povoado de anjos e “puros”. E o fascinante é que são os mesmos homens. O povo está diante de um milenar problema fisiológico (ups!) – isto é, filosófico: o que é a verdade?[…] Já sabemos que a corrupção não é um “desvio” da norma, não é um pecado ou crime – é a norma mesmo, entranhada nos códigos, nas línguas, nas almas.”
Arnaldo Jabor – O Estado de S. Paulo, 31/01/2012
“Ser um mestre já foi garantia de posição privilegiada no mundo. Mas, em um mundo em que se propõe educação a distância, em que a informação vem ininterruptamente de muitas fontes, o professor é uma fonte a mais. […] A interatividade professor/ aluno distingue essa relação de todas as outras. Entre professor e aluno, trocam-se não apenas informações objetivas ou subjetivas mas também afetos. Na sala de aula, mergulhamos em emoções advindas de aceitação, rejeição, simpatia, sujeição, autonomia.”
Anna Veronica Mautner – Folha de S.Paulo, 31/01/2012
“O jovem de 20 a 30 anos da classe AB quer viajar e fazer MBA, segundo estudo da B2 Agência, empresa de promoção e eventos especializada na faixa etária. A renda média desse público reúne, segundo entrevistados, recursos próprios e oferecidos pelos pais. Mais de 60% ainda moram com a família. Entre os desejos de consumo estão tablets e apartamentos.”
Maria Cristina Frias – Folha de S.Paulo, 31/01/2012
“Pesquisas demonstram como a idealização da força é uma fantasia fundamental que parece guiar populações marcadas por uma cultura contínua do medo. É preferível acreditar que há uma força capaz de ‘colocar tudo em ordem’, mesmo que por meio da violência cega, do que admitir que a vida social não comporta paraísos de condomínio fechado.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 31/01/2012
“Aristóteles garantiu que a afirmação de uma coisa não significa a negação de outra. Cara e coroa são faces da mesma moeda.”
Carlos Heitor Cony – Folha de S.Paulo, 31/01/2012
“A história mostra que as grandes mudanças muitas vezes ocorrem quando há a ascensão de uma nova geração, otimista e ambiciosa. Isso não está ocorrendo agora na Europa. A sociedade europeia está envelhecendo. As pessoas vivem mais e a parcela da população economicamente ativa diminui, o que explica em parte o fato de o sistema de bem-estar social ser cada vez menos viável. Os jovens europeus não têm ambição e não estão preocupados em criar riqueza. Eles também sofrem da mesma abulia coletiva. Querem curtir a vida e esperam que o estado os sustente. Eis o dilema dos países europeus: eles precisam que seus jovens trabalhem em dobro para pagar o custo das aposentadorias, mas a rapaziada também só quer viver dos benefícios sociais. A conta não fecha.”
Walter Laqueur, 90, historiador alemão – Revista Veja – 01/02/2012
“O Brasil é o quarto país no mundo com maior presença nas redes sociais, segundo estudo da comScore. São 97% dos internautas em sites como Twitter e Facebook.
Empatados na primeira posição, EUA, Espanha e Reino Unido têm 98% de seus internautas em mídias sociais. Entre os 43 países pesquisados, a média de penetração é de 85%. Com dados defasados, a pesquisa ainda inclui o Brasil entre os cinco países em que o Facebook não é hegemônico. Atingindo 36 milhões de usuários, a rede de Mark Zuckerberg tomou a dianteira no Brasil em dezembro. Outro estudo da comScore apontou que, entre dezembro de 2007 e o de 2011, o Facebook ampliou a audiência de 12% para 55%. Na América Latina, a penetração chega a 84,1%.”
Folha de S.Paulo, 02/02/2012
“É uma situação paradoxal: o sistema público de educação, que deveria assegurar uma base de oportunidades igual para todos, é ele mesmo uma máquina geradora de profundas desigualdades sociais.”
Fernando Luís Schüler – Folha de S.Paulo, 02/02/2012
“A maior parte dos entrevistados (todos com pelo menos 21 anos), ou 40%, afirma que tem dúvida se vai casar. Os demais dizem que não pretendem oficializar a relação, de acordo com pesquisa realizada pelo site de relacionamento ‘Match.com’.”
Folha de S.Paulo, 03/02/2012
“Para o ressentido, o esquecimento não existe e o prazer é ficar no poço da insatisfação. Às vezes, até quem provocou a ofensa já está em outra, mas a vida para o ressentido continua nublada e sem graça e empacada.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 04/02/2012
48ª semana de 2011
0“Deve-se admitir que a audácia por si só não é valor artístico. Nada me alegra mais do que me deparar com uma criação artística inovadora, mas, para isso, não basta fugir das normas, das soluções conhecidas e situar-se no polo oposto: é imprescindível que a obra inusitada efetivamente transcenda a banalidade e a sacação apenas cerebral ou extravagante. O que todos nós queremos é a maravilha, venha de onde vier, surja de onde surgir. […] Não é função da arte retratar a realidade, mas reinventá-la.”
Ferreira Gullar – Folha de S.Paulo, 27/11/2011
“Não conheço nenhuma palavra mais bonita do que ‘serendipity’. […] Inventada por um inglês, em 1754, que se inspirou numa lenda persa, ‘serendipity’ é uma palavra impossível de ser traduzida para outros idiomas num único termo. Superficialmente, ela significa o prazer das descobertas ao acaso. Um velho amigo encontrado numa inóspita cidade estrangeira, os acordes de um violino tocado em um parque numa tarde de outono, uma súbita paisagem de uma praia que aparece quando caminhamos numa mata fechada. Um encontro amoroso no final da madrugada, quando já estávamos conformados de ficar sozinhos ou um prato feito com ingrediente exótico num improvável restaurante de beira de estrada. Mas o significado profundo de ‘serendipity’ vai além do imprevisto. É o encanto da transformação dos acasos em aprendizagem. O bacteriologista Alexander Fleming viajou de férias e se esqueceu de guardar os pratos em que fazia experiências para curar infecções. Um fungo caiu do teto em um desses pratos. Descobriu-se o antibiótico. Se o tal fungo não tivesse caído na frente de um bacteriologista atento, seria apenas um bolor inútil. Por trás da palavra, existe a ideia de que o melhor da vida é a aventura do aprender pela experiência – o que compensaria os riscos e a dor provocada pelos sucessivos erros. […] Aí está a dor e a delícia do ‘serendipity’: para viver experiências, sempre estamos nos despedindo de alguma coisa de que gostamos.”
Gilberto Dimenstein – Folha de S.Paulo, 27/11/2011
“Se prevalecer a ideia de que a mulher é um bibelô a ser preservado, prevalecerá também a interpretação mais obscurantista do Islã, segundo a qual a mulher é propriedade do homem, e não ator com vontade própria.
Essa desgraçada cultura impregna ainda o mundo todo, a ponto de exigir um Dia Internacional contra a Violência de Gênero. No mundo árabe, essa (in)cultura é mais forte, exatamente pelo ranço da interpretação radical do Corão.”
Clóvis Rossi – Folha de S.Paulo, 27/11/2011
“A crise que afeta a zona do euro não alterará esse rumo político nem os compromissos assumidos quanto ao financiamento de ações climáticas urgentes em cooperação com os países menos desenvolvidos. […] É essencial que, em 2020, o aumento global de emissões seja contido e que, em 2050, decresça em 50% relativamente aos níveis de 1990. Trata-se de desafio global cuja resposta só pode ser encontrada com a cooperação de todos.”
Ana Paula Zacarias – Folha de S.Paulo, 27/11/2011
“Os homens estão comprando itens de luxo exatamente como as mulheres. Estão até se apaixonando por sapatos. É o que sugere estudo da Bain & Company, que usa a expressão ‘feminilização da sociedade’ para descrever o atual padrão de consumo. […] ‘Todas as marcas de luxo estão agora se concentrando em desenvolver suas linhas masculinas. Os homens têm se tornado mais e mais ‘fashion’ e ido às compras assim como as mulheres’, diz a italiana Claudia D’Arpizio, parceira da consultoria.”
Verena Fornetti – Folha de S.Paulo, 27/11/2011
“Acidentes acontecem e é muito mais difícil, senão impossível, preveni-los sem rigorosa fiscalização e com métodos de exploração obsoletos e análises sísmicas incompetentes. Não temos um plano nacional de emergência para vazamentos e só pensamos em discutir a questão dos royalties, ‘com a excitação com que algumas famílias debatem o testamento de um tio bilionário’, como bem observou Fernando Gabeira.”
Sérgio Augusto – O Estado de S.Paulo – 27/11/2011
“Quando houve o surgimento da moda dos blogs, muitos articulistas, principalmente os mais jovens, saudaram a chegada de uma linguagem e tecnologia que iria combater a mídia ‘mainstream’, com estilo mais autoral, atitude mais independente, interação mais democrática. Rodo por alguns blogs, sobretudo de moda, e vejo exatamente o contrário: escrita primária, comprometimento publicitário, busca da audiência pela audiência. Já os twitters, já chamados imprecisamente de microblogs, parecem confirmar cada vez mais a impressão de José Saramago: são grunhidos virtuais. Alguns de música postam um vídeo e só acrescentam a expressão ‘uau’ ou ‘uhu’ ou ‘ooôôôoo’. Isso que é argumento. Abro então o Facebook, que pouco mais é do que uma caderneta de contatos com álbuns de família e mensagens breves, e volto a pensar no livro de Alain de Botton: a era do exibicionismo veio para ficar, e não há ritual comunitário que possa reverter a tendência.”
Daniel Piza – O Estado de S.Paulo – 27/11/2011
“Se o teatro não for o lugar para discutir os temas da humanidade, da política, da economia, para pensarmos como vivemos e quem somos, eu não sei para que ele serve. Para que seria? Para a beleza? Existem muitas outras coisas bonitas. A poesia é muito mais bonita. O teatro é onde as pessoas podem, juntas, se engajar em alguma coisa. […] Hoje, falamos ao telefone enquanto estamos em uma reunião. Assistimos à televisão enquanto estamos na internet. Onde mais você pode fazer unicamente uma coisa? Apenas no teatro. E as pessoas vão valorizar isso cada vez mais e mais. […] Há sempre política, economia e questões sociais no que escrevo. Porque não fazer isso seria se dedicar a uma arte para privilegiados. As únicas pessoas que não se preocupam com economia, política e a sociedade são as que têm dinheiro suficiente para não ter que pensar nisso.”
Mike Barlett, 30, dramaturgo e diretor – O Estado de S.Paulo – 27/11/2011
“A maior parte dos tumores tem mais de um fator de risco, mas, entre todos eles, o mais comum é o envelhecimento. Ele faz com que as células fiquem ais tempo expostas a fatores que podem transformá-las em cancerosas. Mas se abrem oportunidades. O câncer não é doença que se forma do dia para a noite. É um processo muito longo, de uma a duas décadas, com exceção dos tumores associados a síndromes familiares. Então temos a oportunidade de atuar na juventude, reduzindo os riscos. Você nunca vai conseguir eliminar todo o risco, mas pode reduzi-lo. O jovem sempre pensa que é invulnerável e tende a ser um pouco mais solto em relação a hábitos. Mas o que ele faz agora vai cobrar a conta daqui a algumas décadas. Queremos conscientizá-lo de que hábitos saudáveis agora podem evitar que ele enfrente esse problema daqui a 20 anos.”
Marcelo Gehm Hoff, 43, médico, diretor do hospital Sírio-Libanês e do Instituto Câncer do Estado de São Paulo (Icesp) – O Estado de S.Paulo – 27/11/2011
“O consumo sustentável abrange tudo. É preciso pensar nisso desde a hora em que se acorda, economizando água, luz, telefone. Comprando menos detergentes e levando a sacola para o supermercado. Não comprar o que pode não usar para não ter desperdício. Tem que começar em casa e fazer sempre. Não se muda da noite para o dia, é preciso ir incorporando, ampliando as ações e dando exemplos para outros grupos, como trabalho, vizinhança.”
Lisa Gunn, coordenadora-executiva do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec) – O Globo – 27/11/2011
“Muitas pessoas diriam que ‘crescer numericamente’ é o ideal de todos, posto que sempre podemos COMPRAR mais, ser DONOS de mais coisas! Mas será este o único ideal de vida, de ambição e de felicidade para todo mundo, mesmo? Ou é parte do pacote de infelicidade eterno do que não somos ou não temos, em comparação com os ideais de beleza, sucesso e riqueza vendidos nas revistas, na televisão, no cinema comercial etc.”
Mônica Salmaso, cantora, Revista O Globo – 27/11/2011
“No dia em que todo ser humano for dotado de bom-senso, não precisaremos legislar sobre a quantidade de álcool tolerada ao volante ou sobre o que é razoável na fundamental tarefa de impor limites aos pequenos.”
Antônio Góis – Folha de S.Paulo, 28/11/2011
“As escolas, sobretudo as públicas, operam sucateadas, sem estrutura condizente, e conduzidas por professores justamente desmotivados, em virtude da tibieza dos seus salários. No Brasil há solução para quase tudo, menos para encontrar uma resposta condigna para essa questão que vem desde meados do século passado. É certo que o perfil do aluno está mudando. […] Como pretender alunos críticos, reflexivos e investigadores se lhes falta o essencial, que é o adequado domínio da língua portuguesa?”
Arnaldo Niskier, 75, doutor em educação – Folha de S.Paulo, 28/11/2011
“O medo é um sentimento expresso com frequência hoje em dia pelos cristãos árabes, uma triste ladainha para uma comunidade antiga, que durante muito tempo foi uma força política e cultural no mundo árabe. Milhões de cristãos -distribuídos principalmente por Egito, Líbano, Síria, Jordânia, Iraque e territórios palestinos- viraram pouco mais do que meros espectadores de fatos que estão remodelando um lugar que essa comunidade ajudou a criar, e às vezes são vítimas da violência desencadeada por tais fatos. Em meio a tantas narrativas que as revoltas árabes representam -de dignidade, democracia, direitos e justiça social-, muitos cristãos se limitam a uma versão mais sombria: a de que seu tempo pode estar se esgotando. ‘Não sou um cristão fanático’, me disse um amigo. ‘Não vou à igreja. Respeito todas as religiões. Mas, pelo que vejo agora, em 30 anos não restarão mais cristãos aqui.’ Os temores quanto ao destino dos cristãos do Oriente Médio costumam entrar de forma desconfortável no conflito entre o Ocidente e o mundo islâmico. Mas focar nesse conflito e nos fanatismos que o cercam é ignorar as nuances daquilo que os cristãos representam para esta região, e as lições que a sua história em outras épocas de tumulto podem oferecer. ‘Há uma parte do islã em cada árabe cristão’, me disse certa vez em Beirute o jornalista, diplomata e intelectual Ghassan Tueni. […] Os cristãos, me disse um amigo, foram marginalizados no mundo árabe por não terem líderes capazes de articular uma identidade que fosse além da religião e criasse uma comunidade mais ampla. […]As sociedades podem simplesmente ter mudado demais para que se imagine uma reconciliação entre fé e secularismo. Há muito poucas vozes dentro das minorias oferecendo tal visão, e muito poucos líderes para articulá-la.
Mas, há tantos anos, Al Bustani teve uma ideia que era tão simples quanto elegante: cidadania.”
Anthony Shadid – New York Times/Folha de S.Paulo, 28/11/2011
“A palavra ‘sustentável’ hoje em dia é como ‘ética’, ‘Cabala’, não quer dizer nada. É como escrever na porta de uma padaria ‘sob nova direção’ só para atrair clientes. Propaganda provinciana.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 28/11/2011
“Dizem os psicanalistas que, quando pequenos, temos prazer em cada centímetro do corpo. Com o passar do tempo, contudo, também a pele vai sendo adestrada, e a libido acaba restrita às “red light zones” de nossas íntimas moradas. Eis a nossa sina, buscar em vão o Éden perdido: na mulher amada, nas religiões, nas drogas.”
Antonio Prata – Folha de S.Paulo, 30/11/2011
“Viver está muito além das mesquinharias da realidade política, em que se ganha ou se perde, e da realidade individual também, em que só se pode ganhar ou perder na vida! Isso importa pouco em relação a esse outro mundo que te aguarda, esse outro mundo possível, que está na barriga deste. Vivemos num mundo infame, eu diria. Não nos incentiva muito, é um mundo malnascido. Mas existe outro mundo na barriga deste, esperando, que é mundo diferente e de parto complicado. Não é fácil o nascimento, mas com certeza pulsa no mundo que estamos.”
Eduardo Galeano, Revista Trip – novembro de 2011
“É banal que o amor nos leve a querer transformar parceiros e parceiras de forma que eles correspondam a nossas expectativas. O projeto de moldar o outro transforma qualquer convívio numa violência.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 01/12/2011
“O fim da exigência, no ano passado, de um prazo mínimo de separação antes da formalização do divórcio resultou num aumento recorde de 37% dessa prática em relação a 2009, e numa queda de 32% no número de separações.
Os casamentos que terminaram em divórcio duraram, em média, 16 anos, sendo que 41% deles não passaram dos dez anos, proporção que era de 33% em 2000, segundo as Estatísticas do Registro Civil, divulgadas ontem pelo IBGE. […] As únicas faixas etárias em que houve diminuição na proporção de casamentos foi entre homens e mulheres com menos de 24 anos, o que indica que brasileiros têm adiado a formalização do casamento.”
Antônio Góis – Folha de S.Paulo, 01/12/2011
46ª semana de 2011
0“Artistas, músicos e celebridades: nós os amamos, adoramos, somos obcecados por vocês e os compramos. Mas nossos sentimentos mudaram. Vocês estão distantes demais e queremos sair deste relacionamento. Queremos sentir que fazemos parte de uma coisa mais significativa. Não, não é sua culpa. É nossa.”
Anita Patil – Folha de S.Paulo, 14/11/2011
“A vida pode ser miserável e pequena. Triste constatação. Mas miserável pode ser apenas a constatação de que anatomia é destino, como dizia Freud. O corpo, essa massa mortal que perde a forma com o tempo, é nosso lar, uma casa em que habitamos e que nos abandona, deixando-nos a herança do pó.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 14/11/2011
“A literatura acadêmica mostra que investir na educação infantil pode gerar vários benefícios. Pesquisas em neurociência mostram que o aprendizado acontece com mais facilidade na primeira infância do que em estágios posteriores da vida da criança.
Além disso, como a aprendizagem em cada nível de ensino depende do conhecimento acumulado em estágios anteriores, a atenção dada à primeira infância aumenta a efetividade das escolas. A educação dada a crianças de 0 a 5 anos também pode contribuir para o estímulo de determinadas características de comportamento e traços de personalidade, como sociabilidade, autoestima, persistência e motivação. Vários estudos mostram que, além de melhorar o desempenho escolar, essas características comportamentais reduzem a probabilidade, no futuro, de envolvimento dessas crianças com drogas e de participação em atividades criminosas.”
Fernando Veloso – Folha de S.Paulo, 14/11/2011
“O corrupto não se admite como tal. Esperto, age movido pela ambição de dinheiro. Não é propriamente um ladrão. Antes, trata-se de um requintado chantagista, desses de conversa frouxa, sorriso amável, salamaleques gentis. Anzol sem isca, peixe não belisca. […] O corrupto não sorri, agrada; não cumprimenta, estende a mão; não elogia, incensa; não possui valores, apenas saldo bancário. De tal modo se corrompe que nem mais percebe que é um corrupto. Julga-se um negocista bem-sucedido.
Melífluo, o corrupto é cheio de dedos, encosta-se nos honestos para se lhe aproveitar a sombra, trata os subalternos com uma dureza que o faz parecer o mais íntegro dos seres humanos. Enquanto os corruptos brasileiros não vão para a cadeia, ao menos nós, eleitores, ano que vem podemos impedi-los de serem eleitos para funções públicas.”
Frei Betto – Folha de S.Paulo, 15/11/2011
“Sofremos com um sentimento de iniquidade, uma vontade de mudança, uma tensão do espírito crítico.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 17/11/2011
“Os diagnósticos da ONU já nos mostram consumindo mais de 30% além da capacidade de reposição da biosfera terrestre; se tivermos de aumentar a produção de alimentos em 70% nas próximas décadas para atender à população crescente e à redução da pobreza, agravaremos a situação, pois a ‘pegada ecológica’ (área necessária para atender às necessidades de um ser humano) também já está mais de 30% além da disponibilidade – e seu crescimento significará mais degradação do solo, mais desertificação, mais crise da água, mais perda da biodiversidade, etc., etc. Sem falar em agravamento das mudanças climáticas. Mas como se fará se 1,44 bilhão de pessoas no mundo ainda não dispõem de energia elétrica e em sua maior parte terão de ser abastecidas com mais queima de carvão e petróleo, principalmente na China e na Índia, como adverte a Agência Internacional de Energia? E como tirar do âmbito da fome crônica quase 1 bilhão de pessoas? Outros padrões de consumo terão de ser observados. Nossos modos de viver terão de ser repensados.”
Washington Novaes – O Estado de S. Paulo, 18/11/2011
“A dissonância cognitiva, segundo o qual a mente procura sempre harmonizar suas cognições, isto é, pensamentos, sensações e memórias. Quando elas estão em conflito e percebemos isso, diz-se que estão em dissonância. E o problema é que essas tais dissonâncias cognitivas são uma verdadeira tortura neuronal. Para evitar a dor da contradição, o cérebro simplesmente trapaceia. A fim de reconciliar as cognições, ele se utiliza do que estiver à mão. Valem truques bobos, como simplesmente fingir que não viu. Não é um acaso que um dos mais arraigados hábitos de políticos seja responder só o que lhes interessa, ignorando as perguntas difíceis. Quando isso não é suficiente, linhas de defesa mais complexas são acionadas. Memórias podem ser suprimidas e alteradas. Cognições harmonizadoras podem ser criadas. O detalhe é que a pessoa quer tanto acreditar na versão que lhe é mais favorável que, muitas vezes, não distingue suas próprias fabulações da mais dura realidade. Perde até mesmo a noção de quão esfarrapadas parecem suas desculpas a observadores que não estão em dissonância.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 18/11/2011
“A liberdade de expressão incomoda, e sempre houve tentativas de cercear sua atividade. […] Todas as vezes em que a sociedade optou pela repressão, escreveu páginas trágicas. […] A questão da liberdade do humor é séria. Não se pode levar a sério o que é mero humor, produzido num contexto de humor, com a intenção apenas de fazer rir.”
Eduardo Muylaert – Folha de S.Paulo, 18/11/2011
“A dificuldade que temos é a mesma de sempre: grupos religiosos que fazem da homofobia sua plataforma eleitoral, pessoas que confundem o combate aos atos de violência contra homossexuais com o apoio à união estável ou ao casamento e senadores nada interessados em se expor por um assunto cada vez mais radicalizado e mal compreendido por uma parte do eleitorado. A consequência desse apequenamento e conservadorismo dos parlamentares tem sido o aumento de crimes homofóbicos no Brasil e a judicialização de uma responsabilidade que é do Congresso.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 19/11/2011
“Construir esse equilíbrio indispensável para o futuro da vida em todos os níveis é a grande tarefa que se apresenta à inteligência humana. Nossa ação hoje é o plantio que nossos netos e bisnetos colherão. Novas formas de organização social, empresarial e política precisam ser analisadas e criadas, numa corrida contra o tempo para reduzir as emissões de gases do efeito estufa. O desafio é mudar e reconfigurar os modelos de produção e consumo.”
Roberto Rodrigues – Folha de S.Paulo, 19/11/2011
“Nós temos o dever de impedir o crime continuado que a indústria do fumo pratica impunemente contra as crianças brasileiras. Fumar não pode ser encarado como um simples hábito adquirido na puberdade. Hábito é escovar os dentes antes de dormir ou colocar a carteira no mesmo bolso. O cigarro deve ser tratado como o que de fato é: um dispositivo para administrar nicotina, a droga que provoca a mais torturante das dependências químicas conhecidas pelo homem.”
Drauzio Varella – Folha de S.Paulo, 19/11/2011
32ª semana de 2011
0“Se quiser medir a taxa de civilidade de uma cidade, veja o tamanho de sua calçada. E, se quiser medir a cidadania de um país, pode usar como indicador o número de pedestres mortos.”
Gilberto Dimenstein – Folha de S.Paulo, 07/08/2011
“O efeito placebo é um dos mais extraordinários aspectos da mente humana e mais mal compreendidos. Ele é extraordinário porque mostra que o cérebro é capaz de produzir reações cuja capacidade de cura é comparável ao de drogas poderosas.
E é mal compreendido porque costuma ser descrito pejorativamente como algo que ‘está apenas na sua cabeça’. A existência do efeito foi demonstrada em diversas condições. Um trabalho de 2008 mostrou que 79% dos pacientes submetidos ao placebo responderam bem à ‘terapia’, contra 93% dos que tomaram drogas reais.”
Hélio Schwartsman- Folha de S.Paulo, 07/08/2011
“Considere, por exemplo, o livro do físico Mikio Kaku ‘A Física do Futuro’, ele entrevistou 300 cientistas para criar uma visão utópica de um mundo definido pela ciência. Em 2100, diz, computadores inteligentes trabalharão com humanos, o acesso à internet será por lentes de contato e moveremos objetos com o pensamento; nanorrobôs destruirão células de câncer, a propulsão a laser redefinirá as viagens espaciais e colonizaremos Marte. Não haverá barreiras comerciais, e a mesma cultura e os mesmos alimentos serão divididos por todos. Essa homogeneização da sociedade acabará com as guerras.
Essas maravilhas tecnológicas são extrapolações do que já temos. Se alguém tivesse previsto que em 2010 teríamos laptops capazes de baixar remotamente gigabytes de informação ninguém acreditaria. O difícil é prever o inesperado.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 07/08/2011
“ ‘Se a adolescente não tem projetos de vida, a gravidez vira o projeto de vida’, resume Marco Aurélio Galletta, médico responsável pelo setor de gravidez na adolescência do HC (Hospital das Clínicas). […] ‘Grávida ganha status. Na escola, vira a mais experiente. Em casa, se deita no sofá e diz ter sede, aparece um copo d´água. É preciso mostrar para as meninas como um filho pode atrapalhar outros sonhos’, diz Galletta.”
Ricardo Miotto – Folha de S.Paulo, 08/08/2011
“Em sociedade, os direitos individuais esbarram nos direitos dos outros. Se, por ter bebido, eu posso colocar outras pessoas em risco, eu tenho que abrir mão do meu direito de conduzir. Parece óbvio, mas não é assim que acontece!”
Jairo Bouer – Folha de S.Paulo, 08/08/2011
“viver em completo estado de degradação não é uma escolha consciente. Ninguém que esteja gozando minimamente de sua vontade própria pode considerar como opção a realidade dessas pessoas que seguem, todos os dias, a única alternativa que a droga lhes proporcionou como uma dura sentença de morte. Todos sabemos quão forte e destrutivo é o vício e quão difícil é sair dele. Nos últimos dias, a internação compulsória tem sido citada como uma possibilidade real de tratamento para quem chegou ao último estágio da dependência. […] Quando um dependente ainda tem a atenção de sua família, e esta tem condições para tanto, a internação compulsória é um ato de amor. No nível mais alto do flagelo causado pela droga, ele já abandonou a família ou foi abandonado por ela. Não pode também ser abandonado pelo poder público. A meu ver, isso é omissão de socorro.”
Andrea Matarazzo – Folha de S.Paulo, 09/08/2011
“Vale a lição de Maria Antonieta: aqueles que não percebem o fim de um mundo são destruídos com ele. Há momentos na história em que tudo parece acontecer de maneira muito acelerada. Já temos sinais demais de que nosso presente caminha nessa direção. Nada pior do que continuar a agir como se nada de decisivo e novo estivesse acontecendo.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 09/08/2011
“O número de obesos que se submetem a operações para emagrecer subiu de cerca de 35 mil em 2009 para 60 mil em 2010. Desde 2003, o crescimento foi de 270%, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. […] O país só perde para os Estados Unidos em número de cirurgias. Segundo a sociedade, lá são feitos 300 mil procedimentos do tipo por ano.”
Débora Mismetti – Folha de S.Paulo, 10/08/2011
“Perto do Orkut, o Facebook é um aeroporto superlotado, onde avisos inúteis se repetem pelos alto-falantes e onde me sinto invariavelmente perdido. Nem a mais demente produção de spams na minha caixa de e-mail equivale à atividade que me chega pelo Facebook. Fico até aflito de ver pessoas postando de 15 em 15 minutos, durante toda a extensão do dia. A falta de fazer nunca deu tanto trabalho. Peço desculpas aos amigos (tanto os que conheço quanto os que não conheço). Mas estou bloqueando muita gente. […] No fim, mesmo os posts mais banais são boas notícias. As pessoas estão bem, estão vivas e parecem, numa média impressionante, bastante felizes. Como tantos outros meios de comunicação, e o celular é o maior exemplo, o Facebook não funciona apenas, nem funciona a maior parte do tempo, para “comunicar” algum conteúdo. Sua função é dar sinais -sinais de existência. Aquilo que os especialistas chamam de “função fática” (“Você está aí?”, “Você está me ouvindo?”, “Oi! E aí?”) preenche muito do que se transmite no Facebook.”
Marcelo Coelho – Folha de S.Paulo, 10/08/2011
“Além dos conflitos religiosos, políticos e territoriais que marcaram a humanidade e as nações com tragédias, a realidade de hoje parece se concentrar em fatos miúdos, universais – que, em linhas gerais, podem ser resumidos na corrupção generalizada que atinge a todos os escalões da vida pública quase de modo silencioso, roendo a estrutura ética do Estado e dos indivíduos. […] Um bichinho insignificante [cupim], que mal percebemos no início de seu trabalho destruidor, vai corroendo os alicerces éticos da sociedade como um todo. E as construções mais sólidas se diluem no pó.”
Carlos Heitor Cony – Folha de S.Paulo, 11/08/2011
“O romance e o teatro podem, talvez mais do que a ciência, vasculhar a mente, embarafustar-se pelos seus descaminhos, e voltar de lá com as contradições e incoerências inerentes à espécie.”
Ruy Castro – Folha de S.Paulo, 12/08/2011
“Quando a maior democracia do mundo quase coloca o país numa situação de insolvência por disputas políticas irracionais, com repercussões graves para o resto mundo… alguma coisa está fora da ordem. E não é só na economia. Hoje, o mundo parece estar padecendo não do problema da falta de recursos para resolver a crise financeira que usurpa e sabota o futuro das economias. Como alguém já disse, nosso maior padecimento é o mal do excesso de ambição, de consumo, de poder e de pressão pelo sucesso. […] Se algo está realmente fora da ordem, é a falta de valores.
A crise na economia é apenas uma das consequências.”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 12/08/2011
30ª semana de 2011
0“Os homófobos foram incapazes de diferenciar uma expressão de carinho paterno de uma prática erótica entre dois homens. Como hipótese, especularia que os agressores pouco receberam afeto de homens, seja de seus pais ou de outros homens de suas redes afetivas. Uma hipótese alternativa é a de que se houve afeto paterno, esse foi mediado pelo temor homofóbico . Essa ausência levou os agressores a desconfiar do corpo de outros homens.”
Debora Diniz, antropóloga, professora da Universidade de Brasília – O Estado de S.Paulo, 22/07/2011
“Estamos nos tornando uma nação de psicóticos? A questão que tem inflamado debates nos EUA, por conta do aumento no uso de drogas antipsicóticas, chegou ao Brasil. Essa classe terapêutica já é uma das mais comuns entre as de venda controlada por aqui. Dados de um recente boletim divulgado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) mostram que a maior parte (44%) dos 143 tipos de medicamento controlado à venda no país servem para tratar transtornos mentais e comportamentais. Os antipsicóticos, indicados principalmente para esquizofrenias e transtornos bipolar e maníaco-depressivo, respondem por 16,1% do total. Os antidepressivos vêm em seguida, com 15,4%. […] O mercado de antipsicóticos movimentou R$ 306,8 milhões nos últimos 12 meses, segundo a IMS Health, consultoria especializada na indústria farmacêutica. […] Segundo estudo da Universidade Columbia (EUA), as receitas de antipsicóticos para crianças de dois a sete anos, para tratar doenças como transtorno bipolar, dobraram de 2000 a 2007. Estima-se que 500 mil crianças nos EUA usem essas drogas. […]A pediatra Ana Maria Escobar, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, conta que é cada vez mais frequente a indicação de remédios para crianças, mesmo quando não há um distúrbio psiquiátrico. “Atendi um menino que já estava tomando remédio para deficit de atenção, mas o que ele tinha era um problema auditivo. Não aprendia porque não ouvia’.”
Cláudia Collucci – Folha de S.Paulo, 25/07/2011
“Crentes e ateus matam, mentem e roubam da mesma forma.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 25/07/2011
“De nada adianta lembrar que estudos recentes da OCDE mostram que os imigrantes contribuem mais para a seguridade social do que usam tais serviços, ou seja, geram mais riquezas do que consomem. De nada adianta lembrar isso, porque não estamos no domínio do argumento, mas no dos afetos patológicos cada vez mais naturalizados como discurso no jogo político.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 26/07/2011
“No ano passado, fiquei conhecendo um hóspede numa pousada, que me perguntou: ‘Você é feliz?’. Achei que a pergunta carregava um juízo de valor e era relativa e reducionista, exigindo que eu destilasse a minha dinâmica emocional complexa em uma palavra. Para mim, a felicidade é uma emoção em meu fluxo constante de estados de ânimo, que mudam conforme as circunstâncias. Não é um estado de espírito perpétuo.”
Michael Kepp – Folha de S.Paulo, 26/07/2011
“Nos negócios, preguiça mata. As novidades exigem maneiras novas de pensar, de produzir, de distribuir, de comunicar, de vender. […] Não basta adaptar. É preciso repensar, recriar, inovar.”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 26/07/2011
“O mercado de notebooks vive uma era de ouro no Brasil. Entre 2006 e 2010, as vendas de computadores portáteis cresceram mais de dez vezes. Desde o ano passado, já se vendem mais notebooks do que máquinas de mesa no país -7,15 milhões de unidades, ante 6,85 milhões de desktops em 2010, segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica). Para 2011, os analistas esperam um crescimento superior a 30% sobre o volume do ano passado. Se confirmadas as previsões, o Brasil será em breve o terceiro maior mercado de notebooks do mundo –atrás apenas de China e Estados Unidos.”
João Paulo Nucci – Folha de S.Paulo, 27/07/2011
“Já que é impossível (e bem pouco prático) viver fora do grid de informação digital, é preciso administrar a imagem pública. […] Com a popularidade de acesso aos meios de publicação, o indivíduo urbano, globalizado e massificado usa as redes como válvula de escape para manifestar sua identidade e, nesse processo, se expõe de forma inimaginável.”
Luli Radfahrer – Folha de S.Paulo, 27/07/2011
“Vanderlei Matos da Silva morreu aos 29 anos vítima de problemas no fígado após passar três anos e meio misturando defensivos químicos para cultivo de abacaxi.
A história dele e de outros agricultores está no documentário ‘O Veneno Está na Mesa’, lançado pelo cineasta Silvio Tendler. […] Desde 2008, o país é o principal mercado no mundo para esses produtos. Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o consumo anual chega a 5,2 litros por habitante. Muitas vezes, os produtos são usados de forma abusiva, segundo testes feitos pela agência. O último deles, realizado em 2010, apontou problemas em 29% das amostras de alimentos examinadas. No caso do pimentão, esse percentual chegou a 80%. ‘É um problema que incide na vida de todo mundo, mas parece que as pessoas optaram pela política de avestruz’, diz Tendler, que já dirigiu documentários sobre o cineasta Glauber Rocha e o ex-presidente João Goulart.”
Denise Menchen – Folha de S.Paulo, 27/07/2011
“Para tudo na vida é necessário que estejamos disponíveis para aprender. Sempre, por mais que achemos que saibamos muito, é tempo de melhorar nossas capacidades. E não adianta nada tentar esconder as limitações que porventura tenhamos, pois se não as temos claro nunca poderemos minimizá-las.”
Sócrates, ex-jogador de futebol – Revista Carta Capital, 27/07/2011
“A ONU advertiu, na quarta-feira 20, para um surto de fome na região da Somália, Etiópia e Quênia. O problema foi agravado pela seca no chamado Chifre da África, a maior dos últimos 20 anos. ‘Esta não vai ser uma crise curta. A ONU e seus membros esperam combater esta situação pelo menos durante os próximos seis meses’, declarou Valerie Amos, subcoordenadora de Assuntos Humanitários da ONU. O governo brasileiro anunciou a doação de 20 mil toneladas de feijão e milho para a Somália, considerado o país mais afetado. […] O Brasil ocupa atualmente a oitava posição entre os países que mais doam alimentos a nações mais pobres.”
Revista Carta Capital, 27/07/2011
“Os comitês organizadores dizem que não houve nenhum legado urbanístico do Pan. A preparação para o Pan foi uma desorganização total, houve fortes indícios de superfaturamento e, no final, o evento custou dez vez mais. O (parque aquático) Maria Lenk não é adequado para os Jogos Olímpicos e será reformado. O estádio do Engenhão foi orçado em 120 milhões de reais, mas custou 430 milhões. Desorganização e falta de transparência totais.”
Christopher Gaffney, geógrafo, prof. da UFF – Revista Carta Capital, 27/07/2011
“Só 29% dos brasileiros (33% de homens e 24% de mulheres) investem pensando na aposentadoria, apesar de a maioria se preocupar em como vai pagar as contas depois de parar de trabalhar. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa inédita da seguradora MetLife entre 500 funcionários de empresas do país. Os brasileiros poupam pouco… (% da poupança doméstica em relação ao PIB): China 55%, Índia 31%, México 22%, Brasil 15%. Ainda assim, a maioria teme não ter dinheiro para arcar com despesas básicas depois de parar de trabalhar. As preocupações centrais: 70% temem não conseguir pagar a assistência médica; 69% acreditam que os recursos poupados vão acabar antes do previsto; 63% acham que não vão poder sustentar os pais e sogros.”
Revista Exame – 27/07/2011
“Você pode subir num púlpito e falar de questões utópicas, ideais humanos de honestidade e justiça, mesmo não sendo capaz de fazer 100% aquilo que prega. Toda vez que faço uma prédica, que estou falando uma coisa absolutamente verdadeira sobre o que é certo e justo, eu sei que não faço 100% do que falo. Luto com esse indivíduo em mim que quer fingir às vezes que é capaz de escolher 100% o que é bom.”
Nilton Bonder, 53, rabino, autor de 21 livros – Valor, 29/07/2011
“Para mim, a arte permite conhecer algo mais elevado e profundo da condição humana -e agradeço a Deus por essas mensagens. Até o medo faz parte dessa plenitude.
O pavor que grita no quadro de Munch é o de um tempo em que não agredíamos tanto a natureza e, embora nos sentíssemos vulneráveis, talvez não o fôssemos tanto quanto hoje. O pavor que sentimos em relação à natureza talvez seja o que ela sente em relação a nós. Sou grata pelo aprendizado. Magnífica a arte, de incessantes profecias, até quando ignoraremos o que seu olhar antecipa?”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 29/07/2011
“Segundo a psicanálise, um dos motivos que levam a esses abusos do poder é a hipertrofia do narcisismo: o indivíduo tem de sua capacidade e do seu poder uma ideia tão exagerada que se julga acima de tudo e de todos. As regras não valem para ele: acredita que sua grandiosidade lhe permite fazer o que é vedado aos demais, apenas porque assim o deseja.”
Renato Mezan, psicanalista, Revista Poder – julho de 2011
29ª semana de 2011
0“Vocês já repararam que tudo o que é considerado ruim é absorvido pelas pessoas -por nós- bem mais facilmente do que tudo o que faz bem, seja à saúde, seja à alma? E não é só: é muito mais fácil -e prazeroso- fazer o que é proibido do que o que pregam os governos, as religiões, a família, a medicina. Tudo o que é considerado bom para a saúde e para o espírito costuma ter péssimo paladar, dá trabalho e leva tempo para dar resultado: já as coisas condenadas são fáceis, deliciosas, e você se habitua a elas em poucos dias. […] Para desviciar, meses de sacrifício: para reviciar, basta uma noite -é possível? É justo?”
Danuza Leão – Folha de S.Paulo, 17/07/2011
“A música perdeu seus elementos espirituais. O poder da música deixou de ser o espírito para ser o entretenimento. A música conduz a outros planos, e os músicos de hoje não percebem esse poder. Isso tem a ver com o coração das pessoas. Estão cada dia mais duras, ligadas ao dinheiro. A tecnologia também atrapalha. A maneira como ouvimos música hoje, no MP3, no iPod, nos torna impacientes, incapazes de apreciar. Não compramos um álbum e, com reverência, nos dedicamos a escutá-lo. A música hoje serve apenas como trilha sonoro da fundo. E nada mais.”
Bobby McFerrin, 61, cantor e compositor jazzista que ganhou dez prêmios Grammy, Revista Época – 18/07/2011
“Muitos pais foram convencidos pela sociedade de que é melhor a criança aprender o mais cedo possível a ler, escrever e trabalhar com números. Não é.
Já temos inúmeros estudos e pesquisas apontando que crianças precocemente introduzidas no ensino formal não se mostram, no futuro, mais avançadas nos estudos. […] Brincar é uma coisa que, até os seis anos, a criança deveria fazer o tempo todo. […] O que significa muito no futuro desenvolvimento do chamado processo de letramento é a criança aprender, desde bebê, o prazer da leitura. Contar histórias para ela, dar livros bonitos para ela brincar e “ler”, conversar bastante com ela para que amplie seu vocabulário, ouvir com atenção as histórias que ela gosta de contar e brincar com os sons das palavras são alguns exemplos de como os pais podem ajudar no desenvolvimento de seus filhos.”
Rosely Sayão, psicóloga – Folha de S.Paulo, 19/07/2011
“Cristãos representam 10% da população síria, cerca de 2 milhões de cidadãos que sempre viveram em harmonia com a maioria muçulmana sunita, ocuparam posições estratégicas na política e no Exército e gozaram de liberdade religiosa.
Mas a histórica convivência pacífica entre as diferentes comunidades está ameaçada pelas convulsões que o país atravessa.”
Folha de S.Paulo, 19/07/2011
“Triunfantes em sua batalha na mente do jovem, os entorpecentes têm dragado vidas ainda incipientes ao abismo da dependência sem volta. […] Há uma dupla vitimização: do viciado, impelido pelo incontrolável desejo de consumo, que acaba por se tornar um delinquente, e dos inocentes, que por uma infelicidade cruzam seu caminho durante a ação criminosa. […] A internação involuntária do dependente que perdeu sua capacidade de autodeterminação está autorizada pelo art. 6º, inciso II, da lei nº 10.216/2001 como meio de afastá-lo do ambiente nocivo e deletério em que convive.
Tal internação é importante instrumento para sua reabilitação. Na rua, jamais se libertará da escravidão do vício. As alterações nos elementos cognitivo e volitivo retiram o livre-arbítrio. O dependente necessita de socorro, não de uma consulta à sua opinião.”
Fernando Capez, doutor pela PUC-SP, procurador de Justiça licenciado – Folha de S.Paulo, 19/07/2011
“O verdadeiro cidadão é aquele que nutre um amor pelo bem comum, e não apenas pelo bem próprio.”
João Pereira Coutinho – Folha de S.Paulo, 19/07/2011
“Por que os brasileiros não reagem à corrupção? Por que ela não se transforma em revolta, não mobiliza as pessoas, não toma as ruas? Por que tudo, no Brasil, termina em Carnaval ou em resmungo? Não existe resposta simples aqui. Em primeiro lugar, a vida de milhões de brasileiros melhorou nos últimos anos, mesmo sob intensa corrupção, e apesar dela.”
Fernando de Barros e Silva – Folha de S.Paulo, 19/07/2011
“É um problema deixar de se indignar com uma corrupção que mata, como na saúde e nos transportes, e aniquila sonhos, como na educação. Mas também é um problema indignar-se e voltar para casa de mãos vazias.”
Fernando Gabeira – O Estado de S.Paulo, 22/07/2011
“O fim da escrita cursiva me deixa horrorizado. A máquina de calcular não eliminou a necessidade de se aprender, ao menos, a tabuada; não aceito que o teclado termine com a letra de mão. A questão vai além do seu aspecto meramente prático. A letra de uma pessoa é como o seu rosto.”
Marcelo Coelho – Folha de S.Paulo, 22/07/2011
“O dramaturgo Noël Coward (1899-1973), se orgulhava: ‘Tenho uma memória de elefante. Aliás, os elefantes às vezes me consultam’. Assim como havia pessoas que se gabavam de saber de cor o número de telefone dos amigos. Pois esse tipo de conhecimento parece condenado à inutilidade. Toda a memória do mundo cabe agora numa engenhoca portátil, de plástico, que se leva no bolso. Ótimo. Vai sobrar espaço para a cabeça ficar pensando besteiras.”
Ruy Castro – Folha de S.Paulo, 22/07/2011
“O mundo está mais complexo hoje, e no mundo empresarial não é diferente. As estruturas e os modelos de negócio passam por mudanças disruptivas em muitas indústrias. Num futuro próximo, as empresas que obterão sucesso nesse novo ambiente serão aquelas com ‘estrutura de liderança’ forte e robusta.”
Betania Tanure, consultora e professora da PUC Minas – Valor, 22/07/2011
“Cuide do seu corpo, da alimentação e, principalmente, das suas emoções. Seu cérebro agradece. Ele terá mais energia armazenada para usá-la no que realmente importa. Mas, para Richard Restak (neurocientista, professor do Centro de Medicina da Universidade George Washington/EUA), o estresse que os dias de hoje nos causa é o que mais desgasta nosso cérebro. O estresse leva a um ciclo destrutivo no cérebro: a depressão e a ansiedade traduzem a perda de células cerebrais, o que resulta em distúrbios no pensamento, concentração, memória, sono e bem-estar em geral.”
Revista Psique – julho de 2011
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