Posts tagged arte

27ª semana de 2011

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“Não acredito que o suicídio seja necessariamente um ato de agressão contra alguém, contra muitos ou contra todos, segundo dizem os que acham que entendem tudo sobre a natureza humana. Eles apenas acham, já que nunca ninguém soube nem jamais saberá o que se passa na cabeça de alguém que decide se matar; e mesmo os que tomam essa decisão, deixando uma ou muitas cartas, talvez não saibam exatamente em que momento ela foi tomada, e por que a vida ficou tão impossível de continuar sendo vivida; só sabem que ficou.”
Danuza Leão – Folha de S.Paulo, 03/07/2011

“Os vi passarem da maconha à cocaína e endoidarem. Está certo ou errado? Foi escolha deles e cada um, como se sabe, tem o direito de dar à vida o rumo que quiser, no que, tenho certeza, os ministros do Supremo concordarão comigo. Só espero que os traficantes não se valham disso para cobrir a cidade com grandes outdoors, afirmando que “cheirar é um direito de todo cidadão”. Ou seja, se você acha que cheirar faz mal, não cheire, mas não queira impedir o outro de fazê-lo. Cada um é dono de seu nariz. Como tenho a mania de meter o nariz onde não devo, ponho em questão também essa tese. Sem dúvida, cada um faz o que quer com seu nariz, desde que, com isso, não crie problemas para o nariz alheio. Pois a verdade é que, se o garoto adere às drogas e não tem grana para comprá-las, mete a mão na bolsa da mamãe. Drogado, pode sair doidão com o carro do papai e atropelar alguém. Por essas e outras é que não participo da Marcha da Maconha, mas, se promoverem marchas pela melhora do atendimento psiquiátrico, contem comigo.”
Ferreira Gullar – Folha de S.Paulo, 03/07/2011

“Nós, brasileiros, participamos de uma longa série de pequenos subornos e atos que não achamos bonitos, mas consideramos um mal necessário, ou uma convenção cultural. Depois, apontamos os dedos para os eleitos pelo voto.”
Ricardo Semler – Folha de S.Paulo, 04/07/2011

“Metade do ano já passou, o que nos convida a fazer reflexões sobre o que já fizemos e o que estamos por fazer. Em uma breve enquete que fiz entre meus seguidores na rede social Twitter, 90% afirmam que estão longe de cumprir ao menos metade de suas promessas de Ano Novo. Tirei da conta os que se disseram tranquilos pelo fato de não terem feito nenhuma promessa. Perdemos o interesse por nossos sonhos? Ou será que nossa capacidade de criar está ruindo com a intensa erosão provocada por fatores externos, como a tributação excessiva, a inflação e as frequentes mudanças de regras?”
Ricardo Cerbasi – Folha de S.Paulo, 04/07/2011

“O cérebro de meia-idade pode ganhar habilidades surpreendentes conforme envelhecemos, mais isso não acontece com todos. Os cientistas perceberam que só os adultos que sempre tiveram hábitos saudáveis e vida intelectual ativa apresentaram a superativação.”
Marcela Buscato – Época, 04/07/2011

“Já se vive tanta mentira no cinema que evito coisas espetaculares como a câmera aos pulos.”
Manoel de Oliveira, 102, cineasta português – Época, 04/07/2011

“Há 60 anos morria o maior músico do século 20. Porém ele continua um desconhecido mesmo entre o público letrado das sociedades ocidentais. Seu nome não é estranho, mas suas músicas continuam simplesmente ignoradas. Pensar atualmente sobre ele é, por isso, uma boa maneira de nos perguntarmos sobre o destino, em nossas sociedades, da própria noção de ‘experiência estética’.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 05/07/2011

“O mundo muda e a gente muda também com o mundo, senão fica estagnado. Nós somos máquinas de mudança, sempre vendo coisas que fazem transformar. Você ficar igual o resto da vida é horrível. O barato é você mudar, se gostar. Tem coisas de que eu não gostava na década de 70 e hoje gosto. Tem coisas de que eu gostava e hoje detesto. É assim: a vida é uma eterna transformação. Esse é o barato da vida, de viver. E isso é fundamental, pra vida e pra arte. Quando o trabalho de um artista é verdadeiro, ele fica pra sempre. E isso vai se revelando através de sua alma, de seu caráter, do seu eito. O trabalho de um artista é um espelho da alma dele.”
Gal Costa, 65, cantora – Revista Rolling Stone Brasil – julho de 2011

“A Constituição fala que a saúde é universal, mas não dizem em nenhum lugar que ela é equitativa. A equidade não foi assumida como valor principal desse processo.”
Edmar Bacha, economista – Valor – 05/07/2011

“Jean Paul Sartre escreveu: ‘não importa o que a vida fez de você, o que importa é o que você faz com o que a vida fez de você’. Em outras palavras, para usar uma ideia meio fora de moda, temos livre arbítrio para construir a nossa vida, não somos apenas produto da sociedade, da família, dos hormônios etc.”
Mirian Goldenberg – Folha de S.Paulo, 05/07/2011

“Queremos (ou achamos que é preciso) saber de tudo, revelar tudo, abrir a roupa, tirar a roupa, escancarar a casa, o quarto, filmar a cama, relatar o dia a dia minuto a minuto, para um ou milhares de desconhecidos ou amigos virtuais. […] Discrição não está com nada, recato é coisa fora de moda, os tímidos precisam ser fortes e resistentes na sua timidez abençoada. Estamos ávidos de exposição, nossa e alheia.”
Lya Luft – Revista Veja, 06/07/2011

“Todos nós, em média, dedicamos mais energia à tentativa de silenciar nossos sonhos do que à tentativa de realizá-los.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 07/07/2011

25ª semana de 2011

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“Nunca se pensa no poder do tempo, do quanto ele comanda nossa vida; também nunca se pensa no quanto ele é precioso, mas um dia você vai lembrar que ele passou e não volta mais. […] Para ter uma maturidade com poucos arrependimentos, é preciso não perder tempo.”
Danuza Leão, Folha de S.Paulo, 19/06/2011

“A música tem a missão de salvar o mundo. Estamos experimentando a degradação da sensibilidade – e só a música pode restituir a dignidade à beleza. E não exatamente beleza material. Pode parecer romantismo, mas restabelecê-la é uma tarefa real.”
Gustavo Dudamel, 30, venezuelano, dirige as orquestras Simón Bolívar, Sinfônica de Gotemburgo, da Suécia, e Filarmônica de Los Angeles – Revista Época, 20 de junho de 2011

“É burro torturar alunos com decoreba de clássicos, mas é tarefa urgente dos adultos transmitir de forma viva o que aprendemos como ‘raça humana’.”
Ricardo Semler, Folha de S.Paulo, 20/06/2011

“Nesse mundo em que a vida é vivida com velocidade máxima e em que o outro quase sempre é um estorvo ou uma ameaça, os adultos estão dispostos a brigar por qualquer coisa a todo o momento. […] Ter de compartilhar brinquedos, conviver com a diferença e tolerar defeitos não são atos comuns entre as crianças. Poucas delas aprendem essas lições, seja na escola que frequentam seja em casa, com pais e parentes.
O curioso é que, ao observarmos a vida dos mais novos, logo percebemos que: eles brigam em demasia; exageram nas reações quando se defrontam com situações que lhes trazem dificuldades, decepções ou frustrações; não sabem administrar tampouco resolver os conflitos que a convivência provoca. Entretanto, não temos a mesma facilidade para constatar que estamos fazendo o mesmo em nossas vidas e que, portanto, os mais novos têm aprendido conosco a agir como agem. Se conseguirmos retirar a venda de nossos olhos e enxergar tudo o que temos ensinado a eles, talvez fique menos árdua a tarefa educativa, em família ou na escola.”
Rosely Sayão, Folha de S.Paulo, 21/06/2011

“O Suas (Sistema Único de Assistência Social) acaba de ser aprovado no Senado, novamente na total ignorância dos brasileiros, que desconhecem os marcos legais de intervenção de que dispõem para forjar uma sociedade mais justa e igualitária, liberta da miséria. Mobilizar os Centros de Atendimento da Assistência Social na busca ativa, ampliar e fortalecer o Programa Saúde da Família, operando na inclusão, criar oportunidades por meio da descoberta de formações. […] Não é tarefa fácil, toma tempo, energia e não vai custar tão barato como se apregoa. Oferecer oportunidades é muito mais caro e trabalhoso do que apenas prover um auxílio monetário que garante consumir um pouco mais do mesmo.”
Lena Lavinas, doutora em economia, Folha de S.Paulo, 21/06/2011

“Cada vez mais me espanto, e cada vez menos acredito. Não funciona, comigo, aquela conhecida frase dos mais velhos ‘ a mim, nada mais me espanta’. Pois a mim tudo ainda me choca, ou intriga, faz rir ou chorar ou me indignar como sempre, pois, vivendo mais, conheço mais as dores humanas, nossa responsabilidade, nossa miséria, nosso dever de solidariedade e trabalho, a necessidade de competência e honradez, de exemplo e seriedade.”
Lya Luft, escritora, Revista Veja, 22 de junho de 2011

“Em geral, quem se vicia não é tanto quem acha sua vida dolorosa ou injusta, mas quem a acha chata, ou seja, quem não consegue se interessar por sua própria vida. […] Quem se droga porque acha a vida chata tende a trocar a vida pela droga. […] Discordo de quem afirma que qualquer uso de maconha seria inócuo. Nos adolescentes, por exemplo, um consumo diário e intenso (solitário, já de manhã) é frequentemente o sinal de uma depressão que é MUITO difícil vencer, uma vez que ela se instala.
Entendo que alguém, mofando num tédio mortal (e inexplicado), chegue à conclusão de que a vida sem maconha é uma droga. Mas, infelizmente, em regra, a droga aprofunda o vazio que ela é chamada a compensar ou corrigir. Ou seja, talvez a vida sem maconha seja uma droga, mas a maconha sem vida também é.”
Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo, 23/06/2011

“O fenômeno das drogas é complexo, assim como a solução; portanto, as etapas para entender o fenômeno, atualizar-se sobre suas implicações e preparar a sociedade para mudar seus pensamentos e comportamentos ainda estão muito longe de acontecer.
Todas as drogas psicotrópicas alteram a capacidade de decidir; assim, os jovens, que já não possuem essa função mental plena, decidirão ainda menos preparados.
Já existem drogas lícitas que favorecem o uso das demais, não é preciso disponibilizar nenhuma outra. As complicações do uso são agudas e crônicas, com interfaces como a violência, a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez indesejada. As doenças mentais e de comportamento, as doenças cardiovasculares, pulmonares, os cânceres, além das malformações congênitas, são frequentes.
Sem prevenção, sem tratamento adequado e disponível, diante da diversidade cultural do país, a política deveria ser desenhada para cada droga, para cada região. […] É preciso lembrar que a economia das drogas é uma das três maiores economias do planeta.”
Ronaldo Ramos Laranjeira, psiquiatra; Ana Cecilia Marques, pesquisadora do Inpad/CNPq) – Folha de S.Paulo, 23/06/2011

“Na missa de sétimo dia de seu filho, Gabriel, 2, e de outras três vítimas do acidente de helicóptero na sexta, no litoral da Bahia, o vocalista do grupo Biquini Cavadão, Bruno Gouveia, emocionado, cantou uma das músicas que o menino gostava de ouvir. […] No site da banda, Bruno publicou um carta aos fãs, amigos e parentes, intitulada ‘O pior dia de minha vida’. Veja os principais trechos: A palavra para o sentimento desde então é DOR. (…) É uma dor que te assalta, te maltrata e te exaspera.
(…) Só dizia: ‘O que está acontecendo comigo? Dediquei minha vida a alegrar as pessoas, por que motivo agora tiram de mim a maior alegria de minha vida?’.”
Folha de S.Paulo, 25/06/2011

“Num artigo impactante, que vira do avesso alguns dos pressupostos da filosofia e da psicologia evolucionista, os pesquisadores franceses Hugo Mercier (Universidade da Pensilvânia) e Dan Sperber (Instituto Jean Nicod) sustentam que a razão humana evoluiu, não para aumentar nosso conhecimento, mas para nos fazer triunfar em debates. […] Temos dificuldade para processar informações que contrariam nossas convicções. Em suas versões extremas, ele produz pseudociências, fé em religiões e sistemas políticos e também teorias da conspiração. […] A razão só funciona bem como fenômeno social. Se pensarmos sozinhos, vamos muito provavelmente chafurdar cada vez mais fundo em nossas próprias intuições. Mas, se a utilizarmos no contexto de discussões, aumentam bastante as chances de, como grupo, nos dar bem. Ainda que nem sempre, por vezes as pessoas se deixam convencer por evidências. Trabalhos mostram que, quando submetidas a situações nas quais é preciso chegar a uma resposta correta (testes matemáticos ou conceituais), pessoas atuando sozinhas se saem mal, acertando em torno de 10% das respostas (Evans, 1989). Quando têm de solucionar os mesmos problemas em grupo, o índice de acerto vai para 80%. É o chamado efeito do bônus de assembleia.”
Hélio Schwartsman, Folha de S.Paulo, 25/06/2011

22ª semana de 2011

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“Um diretor de empresa deve ser criativo e sensível para o mundo. E as artes ensinam a buscar novas perspectivas, visões e possibilidades”.
Vera Lúcia Iamburus, 49, professora de artes, O Estado de São Paulo, 30/05/2011

“Vivemos um tempo de incertezas, de sinais confusos, de ausência de vínculos duradouros. Mas, ao mesmo tempo, o comportamento fluido e relativismo acaba, frequentemente, em arrebatos de dogmatismo ideológico. O relativismo, facilmente, transforma-se em autoritarismo. […] Aqui reside o ponto central, cuja discussão é incômoda para uma sociedade que não deseja utilizar o conceito ‘verdade’. Este seria apropriado apenas para uma agenda conservadora; os contemporâneos não deveriam utilizá-los mais. Mas será que a ‘verdade’ é tão incômoda? Porque ainda estamos imersos no sofisma moderno que confunde ‘ter um conhecimento certo sobre algo’ com ‘ser dono da verdade’. O engano está em equiparar ‘conhecimento limitado’ – que é onde sempre estaremos – com ‘todo conhecimento é inválido’.”
Carlos Alberto di Franco, O Estado de São Paulo, 30/05/2011

“Ócio criativo não é preguiça ou não fazer nada. É fazer três coisas simultaneamente: estudo, trabalho e jogo. […] Sou contra a multitarefa! Você faz muitas coisas que não se somam, se subtraem. O ócio criativo é uma síntese.”
Domenico de Masi, 70, sociólogo italiano, O Estado de São Paulo, 31/05/2011

“A mutação cultural dos últimos anos foi tão forte, a turbulência no mundo pós-industrial dissolveu tantas certezas, que caímos num vácuo de rotas.”
Arnaldo Jabor, O Estado de São Paulo, 31/05/2011

“A sociedade, de tão assustada diante do seu próprio horror, tenta inventar respostas que justifiquem o injustificável.”
Jorge Forbes, psicanalista, Revista Psique & Vida, maio de 2011

“Uma situação alarmante: 57,7 milhões de cidadãos com mais de 18 anos sem Ensino Fundamental completo e cerca de 14 milhões de analfabetos.”
Alexandre Barros, Revista Nova Escola – maio de 2011

“Nos tempos que correm somos praticamente todos leitores, mas cada vez menos leitores de livros.”
Hugo Miguel Costa, Revista Vida Simples – junho de 2011

“Na visão do capitalismo consciente, a empresa por natureza, deveria ser sempre social e, na visão do capitalismo competitivo, a empresa, por natureza, nunca é social. Precisamos que todos os setores estejam engajados nessa nova atitude. Tudo isso não é fácil em um mundo acostumado com o desenvolvimento tecnológico e o progresso sem limites – e, certamente, criar uma concepção de progresso inspirador é uma grande ambição”.
Marcus Lopes, Diretor de Desenvolvimento Sustentável do Instituto Rio Carioca – Revista Liderança – maio de 2011

11ª semana de 2011

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“A diversificação de ‘produtos’ de pós-graduação é uma consequência esperada do movimento que está transformando a educação numa mercadoria mais ou menos como outra qualquer. O problema é que essa transformação ainda não está completa, e nossos cérebros ficam divididos entre dois registros por vezes antagônicos: o pedagógico e o mercadológico. Pelo primeiro, a educação é um valor em si mesma. Nós estudamos para aprender -e não por razões instrumentais. Aqui, as avaliações deveriam ser feitas exclusivamente com base nos conhecimentos do examinando. Já pelo paradigma mercadístico, a educação é um meio para obter os melhores cargos e mais renda. […] Às vezes, a divisão de nossos cérebros em módulos produz paradoxos, como rejeitar coisas em princípio equivalentes devido a diferenças na forma como são apresentadas.”

Hélio Schwartsman, Folha de S.Paulo, 13/03/2011

 

“O que sabemos da natureza depende do que podemos medir. Portanto, a busca por teorias unificadas deve ser constantemente revisada à medida em que descobrimos mais. Todos os esforços passados falharam porque não podemos prever o que mediremos no futuro. Uma teoria de supercordas do século 21 pode coletar (unificar) o que sabemos até hoje, mas não pode ser definitiva. Nosso conhecimento do mundo é necessariamente incompleto.”

Marcelo Gleiser, Folha de S.Paulo, 13/03/2011

 

“As catástrofes climáticas vão consumindo bilhões mundo afora. Compulsoriamente este dinheiro terá que aparecer. Agora, quando fundos são criados para garantir a possibilidade de um outro futuro, bom… Parece que fica sempre para depois.”

Ricardo Young, Folha de S.Paulo, 14/03/2011

 

“Temos uma enorme e urgente batalha a travar, quase vergonhosa: precisamos alfabetizar 100% de nossas crianças até a 2ª série. Essa precisa ser uma obsessão, pois sem essas fundações sólidas não há como erguer o edifício do conhecimento. […] Um estudo com alunos de 10 anos de idade que acaba de ser divulgado na Austrália mostra que aqueles que tiveram aleitamento materno por seis ou mais meses apresentavam desempenho acadêmico superior.”

Gustavo Ioschpe, Revista Veja, 16/03/2011

 

“A influência da arte nos negócios é maior do que se pode imaginar. Uma pesquisa da Fundação Dom Cabral (FDC) mostra que artes plásticas podem ser uma ferramenta importante para romper modelos mentais e instigar novos pontos de vista. ‘A arte inova, choca, convida o outro à reflexão’, afirma a pesquisadora Isa Mara Cardoso, que realizou o estudo com Ricardo Carvalho, professor da FDC. Ações criativas, como desenhar e misturar tintas, também colaboram para o desenvolvimento de habilidades executivas, como persistência, autocrítica e observação”.

Revista Época Negócios, março de 2011

 

“A questão da ruptura é central, queremos romper com a lógica do capitalismo. E queremos fazê-lo de milhares de formas diferentes. Vamos criar espaços onde não vamos reproduzir a lógica do capital, onde vamos fazer outras coisa, ter outros tipos de relações, desenvolver atividades que tenham sentido para nós. […] Tratar o amor como uma tentativa de criar uma relação em que não se aceita a lógica gananciosa e mercantil do capital. A única forma de pensar na revolução é em termos da criação, multiplicação e expansão dessas fendas, porque elas se movem, são dinâmicas.”

John Holloway, Revista Caros Amigos, março de 2011

 

“Gostaria de chegar mais cedo nos compromissos, e não em cima da hora. Em algumas situações, não fui tão pontual como gostaria. Mas agora tenho mais consciência das consequências disso. O objetivo final é fazer o relógio trabalhar a meu favor: não ser escrava dele, mas saber usá-lo, sem ansiedades. […] Saber trocar de ritmo, ou seja, ser pontual e seguir o relógio quando queremos produtividade, mas também saber relaxar quando é a hora. Para fazer isso, é preciso abrir as engrenagens de nosso relógio interno, descobrir como ele funciona e o que pode ser melhorado. Perguntar: quero realmente, ou preciso, fazer isso? Não é fácil responder, nem mudar. Mas, ao final, é uma questão de descobrir: o que é realmente importante na minha vida? E então sermos gentis com nós mesmos, nos darmos um presente: o controle do nosso próprio tempo.”

Jeanne Callegari, Revista Vida Simples, março de 2011

10ª semana de 2011

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“Não resta dúvida de que o mundo de hoje pôs nas mãos das pessoas novos recursos tecnológicos, meios outros de comunicação e criação de formas, tanto no espaço como no tempo, e tudo isso gera novas possibilidades de inventar mensagens e imagens inusitadas. É natural, portanto, que os artistas se sintam tentados a abandonar as técnicas de expressão tradicionais e busquem criar, com os novos meios, um inesperado universo de relacionamentos semânticos. […] O problema talvez esteja no fato de que, não tendo uma linguagem própria, o artista se encontra a braços com uma experiência sem limites, que o leva, com frequência, a perder-se na gratuidade do que concebe.
A tendência, por isso, é entregar-se ao exótico ou à extravagância, ao invés de buscar o rigor e os limites necessários à realização estética, qualquer que seja o meio que utilize. A obra tem que, por sua qualidade, afirmar-se necessária a quem a aprecia. Aí reside o xis da questão. Porque toda obra de arte é uma invenção, o artista, ao começá-la, nunca sabe como ela será quando concluída. É que, em sua elaboração, os fatores casuais têm papel decisivo: realizá-la é tornar necessário o que surgiu por acaso.”

Ferreira Gullar, Folha de S.Paulo, 06/03/2011

 

“A preocupação central não é obter uma nota, mas desenvolver a capacidade de se entregar à aventura do conhecimento.”

Gilberto Dimenstein, Folha de S.Paulo, 06/03/2011

 

“Um bom teste para saber se o que você está aprendendo vale a pena é ver se o conteúdo em questão visa te deixar feliz. Se for o caso e você tiver uns 40 anos de idade, você corre o risco de sair do ‘curso’ engatinhando como um bebê fora do prazo de validade. A mania da felicidade nos deixa retardados. Querer ser feliz é uma praga. Quando queremos ser felizes sempre ficamos com cara de bobo. Preste atenção da próxima vez que vir alguém querendo ser feliz. Mas hoje em dia todo mundo quer deixar todo mundo feliz porque agradar é, agora, um conceito ‘científico’. Quem não agrada, não vende, assim como maçãs caem da árvore devido à lei de Newton.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo, 07/03/2011

 

“Hoje há muitos que acreditam que o dinheiro, além de comprar uma vida mais “rica”, também garante a qualidade da morte: por meio dele, os abastados despedem-se deste mundo no ambiente glamuroso de “hospitais-boutique”, sob os cuidados dos “médicos da moda”. Mas será que as coisas são tão simples? Por um lado, ainda que a pobreza torne a vida difícil, é ingênuo pensar que a riqueza, por si só, seja capaz de resolver os enigmas que a existência nos impõe, magnatas ou não. E o remorso não raro corrói a paga que os “eleitos” recebem por sua ganância.”

Cláudio Guimarães dos Santos, Folha de S.Paulo, 09/03/2011

 

“Um relatório divulgado pela Unesco (braço das Nações Unidas para a educação), na terça-feira 1º, revela que o Brasil investe 1.598 dólares (2.659 reais) por ano com cada estudante das séries iniciais do ensino fundamental. O valor corresponde a menos de um terço dos 5.557 dólares (9.246 reais) aplicados pelos países desenvolvidos. Apesar da diferença acentuada na comparação com as nações ricas, o investimento brasileiro é o dobro do que era feito em 2000. O estudo ainda revela que o País se mantém no 88º lugar no ranking de desempenho educacional, atrás de países como Bolívia e Equador, nossos vizinhos mais pobres.”

Carta Capital – 09/03/2011

 

“O dramatismo é a praga da época e afeta empresas de todos os portes e setores. Seus líderes assumem comportamentos de celebridades, valorizando a imagem mais do que os fatos. Seus colaboradores colocam suas carreiras acima de tudo, sempre preocupados em passar uma boa impressão. Rituais, eventos e comemorações sucedem-se, transformando o ambiente em teatro ininterrupto.”

Thomas Wood Jr., Carta Capital – 09/03/2011

 

“A concepção do bem público como algo valoroso nunca é espontânea, mas sim, fruto de um forte empenho por parte do estado e das famílias”.

Roberto Romano, filósofo, Veja – 09/03/2011

 

“1) Nada torna a vida interessante tanto quanto a descoberta de nossa própria complexidade; 2) Talvez a função mor da cultura seja a de nos dar acesso a partes de nosso âmago que normalmente escondemos de nós mesmos; 3) Conclusão: se conseguimos viver plenamente, é graças a autores, atores, intérpretes etc. que nos revelam nosso próprio lado B (e C e D). “

Contardo Caligaris, Folha de S.Paulo, 10/03/2011

 

“[Posso deixar o PSB] pela incompatibilidade, pela incoerência que isso representaria. [O partido] cresce [com a fusão], mas cresce inchando. O inchaço é doença e mata.”

Luiza Erundina, deputada federal e ex-prefeita de SP – Folha de S.Paulo, 10/03/2011

 

“Informe da ONU alerta para a redução do número de colônias de abelhas – responsáveis pela polinização e essenciais para garantir alimentação das pessoas – em várias partes do mundo. Entre as causas está o uso excessivo de inseticidas. De cem espécies que contribuem com 90% dos alimentos, 70% são polinizadas pro abelhas.”

Afra Balazina e Fátima Lessa, O Estado de S.Paulo, 11/03/2011

8ª semana de 2011

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“Muitos jovens estão buscando outros rumos, abraçando a montanha-russa do empreendedorismo. Um número significativo de profissionais experientes persegue a mesma aventura. A motivação dos dois grupos é diferente: enquanto os mais jovens procuram a vertigem e o sucesso, os mais maduros frequentemente buscam apenas escapar do tédio e da frustração. Os riscos são consideráveis: as taxas de falência de novos negócios, próximas de 50%, atestam a distância entre o sonho e o feijão. […] Em lugar de se tornarem donos de seu tempo, veem-no esvair ainda mais rapidamente do que antes, a tentarem fazer frente a dezenas de tarefas, todas aparentemente urgentes. […] O momento os favorece e a vida nas pradarias do empreendedorismo tem seu charme: os horizontes são amplos e muitos caminhos continuam inexplorados. Porém, as chances de encontrar estrelas guias são escassas.”

Thomaz Wood Jr, Carta Capital – 23/02/2011

 

“Na última década, houve uma gigantesca evolução tecnológica dentro de uma mesma geração. Por isso, torna-se inconcebível pensar na ação formativa de crianças e jovens sem envolver as TICs (tecnologias de informação e comunicação).
Os educadores, que não experimentaram inicialmente essa vivência tecnológica, também se deparam com o desafio de entender o seu papel nesse contexto.
Computadores com acesso à internet já são realidade em boa parte das escolas. O sistema 1:1 -um computador para cada aluno ou jovem- começa a ser implementado, e os obstáculos de infraestrutura são lentamente superados. No entanto, o que para muitos era um jargão -“não basta ter acesso, é preciso saber o que fazer com a tecnologia”- hoje é a questão mais urgente a ser respondida. A tecnologia permite colocar pessoas em contato com pessoas e todas em contato com a informação, em qualquer tempo e de qualquer lugar. Este é o grande potencial das TIC’s na educação. No entanto, disponibilizar isso ao aluno, sem relacionar à sua formação, não tem valia.”

Adriana Martinelli Carvalho, Folha de S.Paulo – 21/02/2011

 

“Hoje, o carnaval se anuncia como um prenúncio de calamidade pública, uma ‘selva de epiléticos’, com massas se esmagando para provar nossa felicidade. A alegria natural do brasileiro foi transformada em produto. […] A infelicidade de hoje é dissimulada pela alegria obrigatória.”

Arnaldo Jabor, O Estado de S.Paulo – 22/02/2011

 

“Herdeiros de uma sensibilidade romântica abastardada, acreditamos que a arte deve ser “autêntica”, e que a “autenticidade” consiste em abrir as comportas da alma, despejar os nossos “sentimentos” e “emoções” na via pública e, por via dessa catarse, nos libertarmos das nossas neuroses pessoais. Segundo essa doutrina, a arte não é arte, é terapia. Um romance não é um romance, é uma sessão de psicanálise por escrito. E o artista não é um artista, é como um doente mental que vive no asilo psiquiátrico e que pinta, ou escreve, por motivos estritamente terapêuticos, antes da medicação noturna. Visitar grande parte dos nossos museus, dos nossos palcos ou das nossas estantes é tropeçar continuamente nessas alegres pornopopeias. Tragicamente, Aronofsky e companhia ignoram que a arte não é questão de expressão ou repressão, mas de disciplina e sublimação.”

João Pereira Coutinho, Folha de S.Paulo – 21/02/2011

 

“À medida que blogs, YouTube, Orkut, Facebook e Twitter passaram a dar a qualquer indivíduo um grau de exposição antes reservado às celebridades, as portas e janelas de todos foram abertas para multidões de voyeurs declarados. Quem está conectado em casa passou a estar, ao mesmo tempo, na rua. E vice-versa. Onde quer que se esteja, os amigos sempre estão por perto. Muitas vezes, perto demais. E nem são tão amigos assim.”

Luli Radfahrer, Folha de S.Paulo – 23/02/2011

 

“A música saiu da mão dos criadores e passou para a mão dos produtores. As grandes gravadoras que ainda existem, não apostam mais em diretores artísticos. Gostam mesmo é dos diretores de marketing. E o pior é que isso não acontece apenas no Brasil. É um fenômeno mundial. […] O problema é que os meios de comunicação desaprenderam a lidar com a música. […] O cara tem em casa meia dúzia de maquininhas eletrônicas maravilhosas, e ele mesmo produz seu disco, faz capa e mixa. Uma possível música do futuro, de qualidade, vai ser feita cada vez mais por esforços individuais. Tem de vir de baixo para cima, pois de cima para baixo não vem nada.”

Júlio Medaglia, 71, maestro, Revista Brasileiros – fevereiro de 2011

 

“Violência, uma anomalia social ou fruto da sociedade? As bases de definição de violência não são únicas como o senso comum prevê. Violência é um termo difícil de ser definido, pois, além de possuir muitas significações, é um termo subjetivo e que é entendido de várias maneiras dependendo do contexto social em que o sujeito vive. […] A sociedade está proliferada em todas as camadas da sociedade e nas mais diversas esferas. Crimes hediondos, falta de solidariedade e perversão da cidadania são alguns tipos de violência que acabam mostrando que o homem pós-moderno parece menosprezar-se. De maneira geral, são as crianças e jovens em pleno processo de formação de identidade e absorção de valores que acabam levando todo esse contexto de violência para si.”

Cecília Bernardes Francisco e Débora Lopes César, Revista Sociologia, fevereiro de 2011

 

“Sou um individualista-egoísta. Mão teria coragem de abdicar do meu conforto por um bem comum.”

Gilberto Braga, 65, novelista – Revista Marie Claire – fevereiro de 2011

 

“Depois de agir, examine o que fez e qual foi o resultado. É aqui que o aprendizado realmente ocorre. Refletir é algo fundamental – e funciona melhor se for uma prática regular. Reserve um tempo ao fim de cada dia, por exemplo (talvez no caminho de volta para casa). Que ações deram certo? O que poderia ser feito de forma diferente? Pense nas conversas que teve.”

Linda Hill e Kent Lineback, Harvard Business Review – fevereiro de 2011

7ª semana de 2011

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“Em política, a pior maldição é querer aprisionar o sucesso. Quem tenta fazer isso se torna prisioneiro dele e não consegue mais fazer as coisas com abertura criativa e espírito de novidade. A ação política é sempre um processo vivo, único. Se tentar aprisionar o sucesso, que já é passado, aí sim, vai viver a maldição. […] Não se alcança convergência em tudo, mas é possível encontros a partir de princípios éticos e valores duradouros.”

Marina Silva, O Estado de S.Paulo – 13/02/2011

 

“Um país que não sabe o que é ciência está condenado a retornar ao obscurantismo medieval. […] A ciência cria conhecimento por meio de um processo de tentativa e erro, baseado na verificação constante por grupos distintos que realizam experimentos para comprovar ou não as várias hipóteses propostas. […] O problema não é não saber. O problema é não querer saber. É aí que ignorância vira tragédia.”

Marcelo Gleiser, Folha de S.Paulo – 13/02/2011

 

“É isto que nós somos, sem que tenhamos coragem para dizê-lo: um adeus. É por isso que precisamos dos poetas. Pois eles são aqueles que tecem as suas palavras em volta do frágil fio que nos amarra sobre o abismo. Eles sabem que em nossos corpos mora um adeus. De repente, sem nenhum anúncio.”

Rubem Alves, Revista Psique, Ciência & Vida – fevereiro de 2011

 

“Metade, ou mais, dos nossos jovens estudantes não consegue extrair informações relevantes de textos um pouco menos explícitos, muito menos manipulá-las para fazer comparações com outros dados ou para outros fins. […]

Essa desigualdade educacional atual contribuirá para a formação de uma população adulta muito desigual no futuro – assim como a desigualdade educacional passada foi a grande responsável pela atual desigualdade social e econômica. Assim, nosso sistema educacional contribui para fechar um círculo vicioso terrível: projetar, no futuro, as atuais situações de concentração de renda e desigualdade social.

É essencial, pois, que as crianças de classes sociais menos favorecidas sejam especialmente incentivadas, condição necessária para uma educação democrática e republicana e, também, para que no futuro tenhamos condições objetivas e sólidas de combater nossa perversa concentração de renda.”

Otaviano Helene – presidente da Associação dos Docentes da USP; Lighia Horodynski-Matsushigue – professora aposentada do Instituto de Física da USP, Le Monde Diplomatique – fevereiro de 2011

 

“A esfera pública tem a responsabilidade de afirmar direitos, de construir cidadania social contra a lógica do consumidor e da ascensão social pela disputa de todos entre si no plano do mercado. Elevar a qualidade da educação pública, melhorar substancialmente o atendimento da saúde pública, disseminar espaços de cultura no plano público – são formas concretas de construir cidadania, de fortalecer o espírito público dos servidores e de construir concretamente alternativas ao neoliberalismo.”

Emir Sader, Revista Caros Amigos – fevereiro de 2011

 

“O ato de questionar a vida pode trazer sentimentos ingratos e que põem na mesa dúvidas pertinentes que nos fazem parar e prestar atenção em por que razão existimos. Penso, logo existo? Que nada! Penso, logo entro em crise. Afinal, quem nunca ficou angustiado com as dúvidas e mistérios da natureza humana? […]

Refletir, procurar o diálogo e compreender que cada escolha tem o lado positivo pode ser uma forma de relativizar as coisas e enxergar a crise sem as lentes do exagero. […]

A todo momento somos bombardeados por informações e possibilidades de sucesso sem fim, que nem sempre conseguimos abraçar. Em algum momento, é natural cair na armadilha de se sentir incapaz. Essa constatação, na verdade, pode ser muito positiva. Ela leva o sujeito a repensar as coisas, amadurecer e buscar novas alternativas para a felicidade. Mas isso quando ele está disposto a enfrentar as mudanças que podem decorrer desses questionamentos, claro. […]

Para o psicanalista Cláudio Cesar Montoto, são dois pontos importantes para superar uma crise. Um: saber reconhecê-la. Dois: enfrenta-la. Todo mundo passa por uma ou várias crises durante a existência. E, se não passou, ainda há de passar. Mas a única forma de fazer com ela deixe de dominar nossos pensamentos é descobrir e compreender o que está por trás dela. É preciso reconhecer que nossas escolhas sempre acarretam perdas, dúvidas e senões.”

Revista Vida Simples, fevereiro de 2011

 

“Adoro garimpar para entender as coisas. Como James Bond tinha ‘licença para matar’, eu me dei licença para perguntar. E assim a vida nunca fica chata, porque sempre há algo para aprender. Acredito que a curiosidade seja um ativo estratégico poderoso. Se você observa os melhores líderes que estudamos, eles estão sempre cavando, perguntando ‘por quê’. Eles não dizem simplesmente ‘isso funciona’, mas querem saber por que funciona. Então, buscam uma compreensão mais profunda do mundo. […]

Lidere perguntando, não respondendo. Use perguntas para entender, não para manipular. […] Essa curiosidade é o que ajuda você a enxergar as coisas que deveria realmente temer.”

Jim Collins, pesquisador norte-americano, HSM Management – jan/fev. 2011

 

“O mais importante que aprendi com Peter Drucker foi que é necessário parar para pensar. Um dos problemas do management moderno é que tudo é feito com pressa, sob pressão. Bem poucas vezes as pessoas têm tempo para pensar. O segundo problema é a sobrecarga de informação. Recebemos centenas de e-mails, incorporamos os dados, mas não pensamos. Drucker me ensinou a dedicar tempo à reflexão, a me retirar para pensar nas coisas; isso é o que me ajuda a não cometer grandes erros.”

Hermann Simon, um dos pensadores mais influentes do management, HSM Management – jan/fev. 2011

 

“Palavras de Federico García Lorca ao inaugurar a biblioteca de Fuente de Vaqueros (Granada), em setembro de 1931: ‘Quando alguém vai ao teatro, a um concerto ou a uma festa, se lhe agrada, lamenta que as pessoas de quem gosta não estejam ali. ‘Como minha irmã, meu pai iriam apreciar’, pensa, e desfruta, tomado por leve melancolia. Esta é a melancolia que sinto, não pela minha família, e sim por todas as criaturas que, por falta de meios e por desgraça, não gozam do supremo bem da beleza, que é a vida com bondade, serenidade e paixão’.”

Frei Betto, Revista Caros Amigos – fevereiro de 2011

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