Contando os dias
17ª semana de 2013
0“Esse meu pilar de preservação de qualidade de vida, física, moral e emocional, fez com que eu chegasse aos 60 anos de idade com uma jovialidade acima da média. Tenho muito que dar ainda. […] Vivemos em um momento no mundo em que há uma obsolescência terrível das coisas, dos materiais. Quando você compra um telefone celular, já lançaram um melhor no momento em que você está comprando. Então, o círculo das coisas é grande. E não conseguimos separar isso do ser humano, da obsolescência das pessoas. Mas não existe esse círculo da obsolescência das pessoas. […] Tem de entender que as pessoas estão se formando ao longo da vida. Não é demagogia dizer que a pessoa só acaba a formação quando morre. Entender que é preciso trocar o equipamento com frequência, mas investir nas pessoas. Isso é a grande maestria de um CEO.”
Wilson Otero, “O Estado de S.Paulo” – 21/04/2013
“Se no último século, a preocupação era construir uma biblioteca em cada cidade, agora a palavra de ordem é construir uma biblioteca dentro da casa de cada pessoa.”
Jason Roy, diretor dos serviços digitais da biblioteca da Universidade de Minnesota, “O Estado de S.Paulo” – 22/04/2013
“As bombas nos EUA ainda não totalmente explicadas, a economia da Europa devagar, as ameaças da Coreia do Norte, as incertezas em relação ao Irã, as intempéries na Ásia e a fome na África. Não bastasse, temos agora na América do Sul dois polos que se contrapõem ferrenhamente. De um lado, a Venezuela chavista está vazia de Chávez e entupida de problemas. De outro, o Paraguai volta aos poucos à Unasul e ao Mercosul com um presidente eleito, Horacio Cartes, podre de rico num país muito pobre, além de suspeito de contrabando, lavagem de dinheiro e ‘otras cositas más’. Tempos difíceis virão.”
Eliane Cantanhêde, “Folha de S.Paulo” – 23/04/2013
“Somam-se, no pontificado de Francisco, os sinais de uma radical alteração do regime do pontificado, tanto no desbarato da Cúria quanto na emergência de uma visão global dos novos rumos a serem trilhados pela igreja. […]Encarnou, sem volta, a aspiração a uma igreja profética, ao condenar o “narcisismo teológico”, no luxo dos bem pensantes, voltado para uma “espiritualidade mundana”, e uma autossuficiência no conforto da fé, na rejeição do verdadeiro espírito missionário.”
Candido Mendes, “Folha de S.Paulo” – 23/04/2013
“O homem dispõe de um aparato indispensável à liberdade: a linguagem. Somos mais do que meros sobreviventes com recursos. Somos o homem político, como diziam os gregos: aquele que, se quiser, pensa, leva em conta o seu semelhante.”
Anna Veronica Mautner, “Folha de S.Paulo” – 23/04/2013
“Somos uma cultura ‘infantólatra’, ou seja, que idealiza e venera as crianças como crianças. Ou seja, amamos vê-las sem nenhum dos pesos que castigam a vida adulta. No sonho de irresponsabilidade que mencionei antes, esses dois traços de nossa cultura se combinam assim: 1) as crianças são todas querubins irresponsáveis e 2) a história da nossa infância nos torna irresponsáveis quando adultos. Que maravilha.”
Contardo Calligaris, “Folha de S.Paulo” – 25/04/2013
“Fazer 40 anos é aprender que é impossível não magoar pessoas queridas, momentaneamente ou para sempre, com ou sem razão.”
Michel Laub, “Folha de S.Paulo” – 26/04/2013
“ ‘Essas igrejas não obterão reconhecimento do Estado, principalmente as que são dissidências, e vão continuar impedidas de funcionar no país’, disse o porta-voz do MPLA, Rui Falcão. ‘Elas são apenas um negócio.’ Segundo Falcão, a força das igrejas evangélicas brasileiras em Angola desperta preocupação. ‘Elas ficam a enganar as pessoas, é um negócio, isto está mais do que óbvio, ficam a vender milagres’.”
Patrícia Campos Mello, “Folha de S.Paulo” – 27/04/2013
16ª semana de 2013
0Os indicadores de qualidade do ensino básico continuam ruins se comparado com países desenvolvidos. Um país que não consegue ensinar matemática para seus alunos pode aspirar formar engenheiros com alta qualificação?”
Érica Fraga, “Folha de S.Paulo” – 14/04/2013
“Os direitos das pessoas devem ser respeitados. Somos um Estado laico, e um Estado laico é para defender os direitos dos que creem e dos que não creem. As pessoas tem o direito de ser bem tratadas em igualdade de condição perante a Constituição Federal, perante as leis. O que não se pode é fazer extrapolações. Os direitos civis das pessoas não podem cercear a liberdade religiosa. Os padres e pastores têm o direito de continuar fazendo suas preleções em relação aos princípios de seus livros sagrados.[…] Não acho que um pastor possa destratar ou satirizar ninguém por sua condição humana.”
Marina Silva, “Revista Época” – 15/04/2013
“Costumo ouvir que os pais da atualidade querem poupar seus filhos de sofrimento. Por isso, sentem uma enorme dificuldade para dizer “não” a eles, para permitir que enfrentem as suas frustrações e para deixar que atravessem as situações difíceis que a vida lhes apresenta. […] Entre tentativas de evitar um e outro tipo de sofrimento, que os pais vivem a ilusão de construir para seus filhos um mundo que só pode existir em outra dimensão: um mundo onde ninguém os rejeitará, onde não serão excluídos de nada e onde participarão de todos os grupos pelo simples fato de consumirem as mesmas coisas que a maioria.”
Rosely Sayão, “Folha de S.Paulo” – 16/04/2013
“Às vezes, sua motivação não é o amor, mas o medo. Reparou como na fé existe expectativa de retorno? Nem sempre tão explícita como certos bispos a colocam: ‘Doe seu dízimo, quanto mais você doar, mais receberá de volta!’ Mas, pelo menos, se livrar do inferno é esperado.”
Francisco Daudt, “Folha de S.Paulo” – 16/04/2013
“No estado atual das prisões brasileiras, é tão bárbaro prender quem tem 16 anos quanto quem tem 18 ou mais. Todos sabemos disso. O país não tem moral para exigir respeito à lei quando não tem moral para dizer: isto é uma prisão, você perderá a liberdade e aprenderá um ofício; trate de se recuperar. Quem pede leis mais rigorosas simplesmente usa um eufemismo: queria que todo criminoso fosse fuzilado. Quem é contra leis mais rigorosas sabe que, na verdade, as que existem são outro eufemismo. Falam em ‘instituição correcional’, em ‘presídio’, quando deveriam dizer ‘campo de concentração’, ‘pocilga’, ou ‘masmorra’.”
Marcelo Coelho, “Folha de S.Paulo” – 17/04/2013
“Uma cultura desprovida de fogo, de mordida, poderá nos fazer retroceder às cavernas.”
Vargas Llosa, “Folha de S.Paulo” – 19/04/2013
15ª semana de 2013
0“Na era do consumo, os jovens têm consumido de tudo e em exagero. O alcance da publicidade é maior do que o dos objetos anunciados. E os pais têm aceitado tal situação, mesmo quando consideram exagerado.”
Rosely Sayão, “Folha de S.Paulo” – 09/04/2013
“Todo fundamentalista cristão é ancorado na interpretação literal da Bíblia, que deriva da ignorância exegética e teológica.”
Frei Betto, “Folha de S.Paulo” – 12/04/2013
“Toda superação de preconceitos exige ampliação de conhecimentos.”
Alexandre Vidal Porto, “Folha de S.Paulo” – 13/04/2013
“Para entender o avanço das religiões evangélicas no Brasil, sobretudo das correntes pentecostais, é preciso compreender o papel da religião no mundo contemporâneo. A realidade torna-se mais complexa a cada dia. Os processos sociais e as grandes mudanças ocorrem de forma rápida e sem aviso. Ainda que tenha ocorrido aumento recente da renda, a situação de precariedade econômica e social persiste. O abismo entre os avanços científicos e a compreensão do homem comum aprofunda-se. Aí entra a religião. Ela é um poderoso sistema simbólico capaz de dar uma explicação ou pelo menos propiciar uma esperança de que algum dia haverá um esclarecimento sobre o caos, o sofrimento e a injustiça.”
Marcos Alvito, “Folha de S.Paulo” – 13/04/2013
“Aprender a olhar para o que nos cerca sem nos fundirmos com o que vemos é uma ferramenta profissional poderosa. Isso nos ajuda a ouvir, analisar, compreender o processo, em vez de mergulhar de olhos e nariz tapados na correnteza.”
Cynthia de Almeida, “Revista Claudia” – abril de 2013
“Dias ganhamos e dias perdemos. Isso é importante. Percebo que a criançada hoje é diferente, está crescendo mais moderna. Eles sabem ganhar, mas não sabem perder. O que precisamos passar para eles é que a vida é um aprendizado. E minha maior felicidade e virtude foi ter aprendido com meus erros.”
Rubens Barrichello, “Revista Alfa” – abril de 2012
14ª semana de 2013
0“Entender de gente, aprender o que motiva as pessoas, o que as inspira, acho que isso é fundamental. Você aprende muito fazendo. Também se aprende falando com quem já fez, com nossos próprios erros, claro que isso ajuda. Mas o verdadeiro sábio consegue aprender com a opinião dos outros, com a experiência dos outros, para evitar os seus próprios erros. Se você tiver bastante experiência, claro que isso ajuda, pois você já passou por aquilo e vai evitar erros. Mas ninguém tem toda experiência, nunca se está 100% preparado para o novo. Por isso, eu acho que ajuda muito conhecer pessoas que já tenham vivido mais do que você, ou que tenham vivido experiências diferentes das suas, ou até já morreram. Assim, ler muito é importante. Então, você usa essa experiência para evitar ficar aprendendo só com seus próprios erros – que demora mais para aprender.”
Adriano Romano, “O Estado de S.Paulo” – 31/03/2013
“É preciso ter um objetivo claro – identificar o que está incomodando de fato na vida profissional para que o foco de suas ações seja bem definido. Faça uma relação do que você pode, de fato, fazer para mudar essa situação. Tente não depender de terceiros. As soluções podem variar de uma conversa sincera com pares e superiores, buscando melhorar a situação atual, uma análise junto à sua empresa sobre as perspectivas de mudança de setor ou mesmo uma revisão salarial.”
Adriana Gomes, “Folha de S.Paulo” – 31/03/2013
“Reportagens sobre gêneros costumam concluir que ‘eles’ estão confusos, perdidos e precisam de uma revolução, já que ‘elas’ fizeram a sua. Será que os homens concordam? Duvido. Tenho a impressão, nada científica, de que os homens gostariam apenas que as mulheres parassem de reclamar deles o tempo todo. Ou reclamam deles ou da falta deles.”
Ruth de Aquino, “Revista Época” – 01/04/2013
“Por que é bom a criança experimentar o medo desde cedo? Porque essa é uma emoção que pode surgir em qualquer momento da sua vida e é melhor ela aprender a reconhecê-la logo na infância para, assim, começar a desenvolver mecanismos pessoais de reação. A criança precisa reconhecer, por exemplo, o medo que protege, ou seja, aquele que a ajudará a se desviar de situações de risco. Paralelamente, precisa reconhecer o medo exagerado que a congela, aquele que impede o movimento da vida e que exige superação. É experimentando os mais variados medos que a criança vai perceber e aprender que alguns medos precisam ser respeitados pelo aviso de perigo que dão, enquanto outros medos exigem uma estratégia de enfrentamento que se consegue com coragem. A coragem, portanto, nasce do medo. E quem não quer que o seu filho desenvolva tal virtude? […] O que pode atrapalhar a criança não é o medo que ela sente, e sim o medo que os pais sentem de que ela sinta medo. Isso porque a criança pode entender que os pais a consideram desprovida de recursos para enfrentar os medos que a vida lhe apresenta.”
Rosely Sayão, “Folha de S.Paulo” – 02/04/2013
“Como se ensina a esperar? Se não aprendermos a esperar, de que forma viveremos esperançosos de um futuro melhor, mais promissor? Sonhar e ter esperança são ingredientes indispensáveis para um viver equilibrado no tempo presente. Quando olhamos adiante e não conseguimos discernir nada, como orientaremos as nossas escolhas?”
Anna Veronica Mautner, “Folha de S.Paulo” – 02/04/2013
“Repensar escolas para o século 21 deve ser a nossa prioridade. Precisamos nos concentrar mais em ensinar a habilidade e disposição de aprender e fazer a diferença e trazer os três ingredientes mais poderosos da motivação intrínseca para a sala de aula: jogo, paixão e propósito.”
Tony Wagner, “O Estado de S.Paulo” – 03/04/2013
“No passado, esperava-se que os profissionais fossem para empregos cujo nome se assemelhava ao do curso. Hoje, tal como nos países ricos, ocorre a ‘desprofissionalização’ dos diplomas. Exercem a profissão menos de 20% dos advogados, 10% dos economistas e 5% dos filósofos. Haveria que cortar 95% das matrículas em filosofia? Não, pois os quatro anos de graduação se converteram, para a maioria, em uma educação ‘genérica’, que prepara para exercer ocupações meio indefinidas. Nada errado.”
Claudio de Moura Castro, “Revista Veja” – 03/04/2013
“A urgência hoje vivida de compartilhar imediatamente todos os acontecimentos (ouvir uma música, comprar uma roupa, deliciar-se com um vinho, trocar um olhar) retira a vivência da realidade do âmbito individual, pois o essencial é antes dividir com alguém o sucedido para receber imediatamente o assentimento elogioso do que sentir isoladamente o prazer do fato, transformando-se, dessa maneira, o mundo numa grande academia do elogio mútuo. A satisfação, então, vem de fora, pois algo só vale se outrem vier a curtir. Instala-se um novo cartesianismo: eu compartilho, logo existo.”
Miguel Reale Júnior, “O Estado de S.Paulo” – 06/04/2013
“A agressão à mulher é mais frequente no fim do relacionamento, revela pesquisa do Ministério Público de São Paulo. Mais da metade das agressões (57%) acontece no período. Foram analisados 854 inquéritos, entre abril e novembro de 2012, e selecionadas 186 mulheres. A promotora Silvia Chakian de Toledo Santos diz que o resultado revela ‘a cultura machista do País, onde o homem se vê proprietário da mulher’.”
“O Estado de S.Paulo” – 06/04/2013
13ª semana de 2013
0“A sociedade de consumo tornou-se cada vez mais competitiva. Com o aumento de insegurança econômica, desenvolvemos uma cultura que valoriza os ganhos, algo que afeta homens e mulheres. Por isso, temos de ir além da ideia de que tudo está relacionado ao gênero a que você pertence. O feminismo do século XXI é sobre defender pessoas, não gêneros.”
Stephanie Coontz, “Revista Época” – 25/03/2013
“Vida de artista é exaustiva. A vantagem é que todos amamos fazer o que fazemos. Só a paixão dá felicidade ao artista. O glamour é só para quem está fora.”
Walcyr Carrasco, “Revista Época” – 25/03/2013
“Os tradicionais valores da cultura estão cada vez mais minoritários e quase, quase clandestinos. Este é um fenômeno que me parece muito perigoso para a sociedade do futuro, porque eu creio que a cultura não é entretenimento. É também, entretenimento, mas é algo muito mais importante que isso. É um tipo de conhecimento, de preocupação que responde a certas perguntas que não podem encontrar resposta em outros campos.”
Mario Vargas Llosa, “Revista Cult” – março de 2013
“A inexorável ação do tempo incide no corpo que envelhece sob a influência dos eventos biológicos e sua imagem se faz sentir no plano subjetivo. A constituição física, sabemos, obedece a fatores genéticos que se entrecruzam, mas essa herança, desde sempre, foi moldada por um momento cultural específico. Nunca houve um corpo natural. A maneira de nos conduzirmos, nossos gestos, nossa fala, as expressões faciais, os adornos, a comida, como caminhamos, tudo, no modo de nos expressarmos, denota nossas origens, pelas marcas cravadas em nosso corpo.”
Sylvia Salles Godoy de Souza Soares, “Revista Psique&Vida” – março de 2013
“Deixar de contar pelo menos três mentiras por semana ajuda a evitar sintomas físicos e psíquicos relacionados ao estresse, sugere um estudo da Universidade de Notre Dame, em Indiana. Segundo a psicóloga Anita Kelly, cada vez que mentimos, há aumento do nível de estresse: a glândula suprarrenal secreta hormônios, o coração acelera e a pressão sanguínea sobe. A frequência desse estímulo de ‘alerta’ pode sobrecarregar o organismo e desencadear sinais de estresse.”
“Revista Mente/Cérebro” – março de 2013
“Meditação é um estado diferente de consciência, pois não é o padrão da vigília normal, nem de sonho, nem de sono. Mas não tem nada a ver com um estado de transe em que a pessoa perde a consciência. Muito pelo contrário. No processo de meditação, o objetivo é ampliar a consciência e o estado de atenção. […] Meditação não é para qualquer um. É para quem está disposto a sair de uma zona de conforto e mudar os hábitos. Sem disposição para isso ninguém muda de hábitos.”
Elisa Kozasa, bióloga e pesquisadora do Instituto do Cérebro do Hospital Israelita Albert Eisntein, “Revista Lola” – março de 2013
12ª semana de 2013
0“A Teologia da Libertação, mesmo combalida, convive bem com a imagem de uma Igreja moderna, aberta às demandas de um mundo em agonia e em transformação crescente. É difícil dizer que a Teologia da Libertação tenha acabado definitivamente, porque ela está impregnada de uma das faces mais essenciais do cristianismo: a ideia de um Deus ético, crítico dos abusos do poder e sensível à infelicidade dos aflitos do mundo.”
Luiz Felipe Pondé, “Revista Época” – 18/03/2013
“Vaidade, ansiedade e indisciplina se manifestam em muitos jovens. É preciso ficar atento, porque isso pode prejudicar o início de uma carreira.”
Wolf Maya, “Revista Época” – 18/03/2013
“Um novo modelo de combate à desigualdade só pode passar pela construção de algo próximo àquilo que um dia se chamou de Estado do Bem-Estar Social, ou seja, um Estado capaz de garantir serviços de educação e saúde gratuitos, universais e de alta qualidade. Nada disso está na pauta das discussões atuais. Qual partido apresentou, por exemplo, um programa crível à sociedade no qual explica como em, digamos, dez anos não precisaremos mais pagar pela educação privada para nossos filhos? Na verdade, ninguém apresentou porque a ideia exigiria uma proposta de refinanciamento do Estado pelo aumento na tributação daqueles que ganham nababescamente e contribuem pouco. Algo que no Brasil equivale a uma verdadeira revolução armada.”
Vladimir Safatle, “Revista Carta Capital” – 20/03/2013
“O modelo socrático-platônico – no qual um professor emocionalmente envolvido com seus alunos é capaz de transmitir seus conhecimentos de maneira organizada e estimulante, exigindo ao mesmo tempo esforço contínuo de seus alunos – parece ter descoberto intuitivamente o que a ciência de dois milênios depois referendaria sobre o funcionamento de nosso cérebro.”
Gustavo Ioschpe, Revista Veja – 20/03/2013
“Os pais nunca nos dão tudo (nem quando são loucos a ponto de querer nos fartar). Mesmo assim, durante um tempo absurdamente longo, o que temos e esperamos vem só deles. Na adolescência, começamos a desejar coisas que eles não conseguiriam nos dar nem se quisessem nos ver eternamente satisfeitos. No entanto, como eles sempre foram responsáveis por nossas satisfações, agora eles nos parecem ser responsáveis por nossas frustrações.”
Contardo Calligaris, “Folha de S.Paulo” – 21/03/2013
“Nossas vidas são atravessadas e marcadas pro músicas, por canções que nos devolvem momentos felizes ou não. Recuperei algumas, mas a cada dia acumulo outras.”
Ignácio de Loyola Brandão, “O Estado de S.Paulo” – 22/03/2013
“Ficar preso em uma cultura única, abster-se de ver o outro, de tentar entender o diferente, negando o valor do semelhante que não é tão semelhante assim, empobrece, emburrece, diminui.”
Eugenio Mussak, “Revista Vida Simples” – março de 2013
“Não só as jovens, mas todos se sentem frustrados, porque apenas uma minoria corresponde ao padrão de beleza divulgado pela mídia. […] As pessoas se sentem frustradas, incompletas, inseguras e acham que a cirurgia plástica é a solução para seus problemas.”
Viviane Namur Campagna, “Revista Psique&Vida” – março de 2013
11ª semana de 2013
0“As questões femininas contemporâneas devem ser consideradas nessa perspectiva global, apesar das singularidades de determinados países. A experiência mais impactante que tive trabalhando na questão da violência contra a mulher foi numa viagem ao Congo oriental, em 2008, após a assinatura do acordo de paz. Lá encontrei muitos movimentos, conversei com mulheres que passaram por abusos horríveis, em lugares onde o estupro é usado como estratégia de guerra. Primeiro, pensei: elas não vão querer falar sobre algo tão terrível. Mas, para minha surpresa, elas queriam falar, sim. Queriam contar suas histórias e compartilhar como estavam tentando reconstruir suas vidas. Outra singularidade encontramos no sul e no leste da África, onde há países com altos índices de aids entre mulheres, especialmente entre mulheres jovens. Ali há uma forte relação entre o HIV e a violência íntima, em relações abusivas por namorados e maridos. Esses países enfrentam uma epidemia dupla: o HIV e a violência contra a mulher.”
Francoise Girard, “O Estado de S.Paulo” – 10/03/2013
“O que aconteceu com as mulheres nestas décadas foi saírem do jugo do pai, irmãos, sentir e agir como pessoas. Podem estudar, morar sozinhas, casar com quem quiserem ou não casar, ter filho ou não, dirigir empresas ou ônibus, pilotar aviões, fazer doutorados, brilhar nas ciências ou finanças, enfim: somos gente. Há muito que fazer, um longo caminho a percorrer. Altas executivas ainda são olhadas com desconfiança e às vezes lidam com condições desfavoráveis, culpas atávicas, falta de estruturada da sociedade para aliar profissão a vida pessoal, sobretudo a maternidade. Ainda há quem ganhe menos que homem na mesma função. Ainda há quem tenha de ‘caprichar dobrado’. Mas as coisas vão se resolvendo na medida em que nos fazemos respeitar.”
Lya Luft, “Revista Veja” – 13/03/2013
“A renúncia, como foi colocada pelo papa, é de uma transparência indiscutível. Sobretudo sabendo que ele nunca teve medo de dizer o que pensa, mesmo em frente a públicos que lhe eram hostis. Seu mérito maior não está em sua inteligência, mas em sua coragem de sustentar a fé católica numa cultura do ‘politicamente correto’, ou seja, do ‘carneirismo cultural’. Se sua inteligência teve importância, foi unicamente em função disso.”
Leonardo Boff, “Revista Cult” – março de 2013
“Quando finalmente viveremos num mundo em que as diferenças poderão desfilar livremente a exuberância de suas potencialidades e as fragilidades de suas deficiências?”
Evaldo Mocarzel, “Revista Bravo” março de 2013
“A ‘obrigação’ contemporânea de ser livre e feliz, que leva os que não se sentem assim a carregarem o peso de estarem ‘errados’. Se compramos a ideia tola de que o gozo está disponível a todos a todo o momento, ele passa a ser imperativo. E é isso que nos vendem a todo momento as propagandas veiculadas pelos meios de comunicação. A experiência de estar triste assemelha, segundo essa lógica, a uma falha moral que deveria ser corrigida. É fácil percebermos o quanto uma pessoa deprimida, para além daquilo que a deprime, sente-se culpada por seu estado. Além de triste, ela se vê como fraca e fracassada, incapaz de obter a felicidade como bem de consumo alegadamente acessível a todos.”
Pedro Ribeiro De Santi, “Revista Mente/Cérebro” – março de 2013
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