“Em minhas viagens vejo o que acontece em países disfuncionais onde os ricos simplesmente não ligam para os que estão no porão. O resultado são países sem um tecido social ou um sentimento de unidade nacional. Concentrações imensas de riqueza corroem a alma de qualquer nação.”

Nicholas D. Kristof – The New York Times/O Estado de S.Paulo – 21/11/10

 

“Realizada pelo Portal Educacional, a sexta edição do projeto ‘Este jovem brasileiro’ contou com a participação de mais de 10,5 mil alunos, de 13 a 17 anos, de 75 escolas particulares de todo o Brasil. Os jovens que responderam anonimamente a um questionário online revelaram seus hábitos de uso da internet, incluindo questões como sexo, exposição, violência, entre outros.

O estudo mostra o quanto essa geração de conectados é dependente da rede: 99% têm computador em casa e metade o acessa no próprio quarto; 23% passam noites em claro por causa da internet; 24% já deixaram de fazer outras coisas, como tarefas, trabalhos ou sair com os amigos, para ficar navegando na net, e 21% avaliam que seu uso está acima do normal ou se consideram dependentes da rede. […]

Comentando alguns pontos levantados pela pesquisa, como o exibicionismo, o pedagogo Antonio Carlos Gomes da Costa, autor de vários livros sobre educação e um dos relatores do Estatuto da Criança e do Adolescente, afirma que a exposição pessoal não pode ser vista e entendia fora de um contexto mais amplo, ‘de natureza, antropológica-cultural, sociológica, psicológica e pedagógica’:

– A chamada cultura pós-moderna é fruto de uma série de macrotendências, cujas sementes começaram a germinar nas últimas décadas do século 20, como a revolução técnico-científica, representada no universo juvenil pelas TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação). A cultura pós-moderna, com seu relativismo ético, dá ênfase exacerbada ao hedonismo (culto do corpo e do prazer), hiperindividualismo (a satisfação pessoal como medida de todas as coisas), o relativismo ético e religiosos (tudo é válido) e a negação pura e simples da relação entre a política e a busca do bem comum. Mais do que o neoliberalismo capitalista ou o que restou do ideário socialista, grande parte dos jovens está se deixando contaminar em massa pelo ‘neocinismo’, presente de forma marcante em todas as correntes e tendências ideológicas do nosso tempo. […] O problema é muito mais de educação para valores do que de inclusão digital. Precisamos, mais do que operar e utilizar o aparato tecnológico posto à nossa disposição, responder a questões básicas: que tipo de jovem queremos formar?’”

Vera Fiori, O Estado de S.Paulo – 21/11/10

 

“Eu escrevo sobre o cristianismo porque fui criado nele. Sou ateu, mas sou um ateu cristão e um ateu protestante, um ateu da Igreja da Inglaterra. Nasci cristão e cresci dentro dessa fé. Adoro as histórias, os hinos e a arte que vieram do cristianismo. Não poderia, portanto, escrever sobre outras religiões, pois não me sentiria em casa se o fizesse. Eu detesto com todas as minhas forças qualquer religião que se considere acimas das críticas.”

Philip Pullman, escritor inglês, O Estado de S.Paulo – 21/11/10