Posts tagged juventude

26 de novembro de 2010

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“A década de 1960 foi marcada por grandes conflitos e mobilizações sociais, nas quais a questão da liberdade era fundamental. Além do combate contra a opressão econômica e política, colocou-se em debate a questão sexual, o racismo, a emancipação da mulher, os direitos humanos, a liberdade de expressão, entre outras questões. A perspectiva de uma revolução social colocava-se para além da transformação do sistema econômica e político. O confronto de gerações tomou dimensões jamais imaginadas. A juventude questionava o modo de vida, propondo uma nova estética, novas roupas, novo comportamento, novas atitudes.”

Robespierre de Oliveira – professor de filosofia – Revista Cult, novembro de 2010

 

“Nossa situação atual é exatamente o oposto daquela no início do século XX, quando a esquerda sabia o que devia fazer, mas tinha de esperar pacientemente o momento propício para passar a ação. Hoje, não sabemos o que devemos fazer, mas precisamos agir imediatamente, pois nossa inércia poderia produzir, muito em breve, consequências desastrosas. Mais do que em nenhum outro momento na história, somos incitados a viver ‘como se estivéssemos livres’.”

Slavoj Zizek, filósofo, Le Monde Diplomatique Brasil – novembro de 2010

21 de novembro de 2010

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“Em minhas viagens vejo o que acontece em países disfuncionais onde os ricos simplesmente não ligam para os que estão no porão. O resultado são países sem um tecido social ou um sentimento de unidade nacional. Concentrações imensas de riqueza corroem a alma de qualquer nação.”

Nicholas D. Kristof – The New York Times/O Estado de S.Paulo – 21/11/10

 

“Realizada pelo Portal Educacional, a sexta edição do projeto ‘Este jovem brasileiro’ contou com a participação de mais de 10,5 mil alunos, de 13 a 17 anos, de 75 escolas particulares de todo o Brasil. Os jovens que responderam anonimamente a um questionário online revelaram seus hábitos de uso da internet, incluindo questões como sexo, exposição, violência, entre outros.

O estudo mostra o quanto essa geração de conectados é dependente da rede: 99% têm computador em casa e metade o acessa no próprio quarto; 23% passam noites em claro por causa da internet; 24% já deixaram de fazer outras coisas, como tarefas, trabalhos ou sair com os amigos, para ficar navegando na net, e 21% avaliam que seu uso está acima do normal ou se consideram dependentes da rede. […]

Comentando alguns pontos levantados pela pesquisa, como o exibicionismo, o pedagogo Antonio Carlos Gomes da Costa, autor de vários livros sobre educação e um dos relatores do Estatuto da Criança e do Adolescente, afirma que a exposição pessoal não pode ser vista e entendia fora de um contexto mais amplo, ‘de natureza, antropológica-cultural, sociológica, psicológica e pedagógica’:

– A chamada cultura pós-moderna é fruto de uma série de macrotendências, cujas sementes começaram a germinar nas últimas décadas do século 20, como a revolução técnico-científica, representada no universo juvenil pelas TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação). A cultura pós-moderna, com seu relativismo ético, dá ênfase exacerbada ao hedonismo (culto do corpo e do prazer), hiperindividualismo (a satisfação pessoal como medida de todas as coisas), o relativismo ético e religiosos (tudo é válido) e a negação pura e simples da relação entre a política e a busca do bem comum. Mais do que o neoliberalismo capitalista ou o que restou do ideário socialista, grande parte dos jovens está se deixando contaminar em massa pelo ‘neocinismo’, presente de forma marcante em todas as correntes e tendências ideológicas do nosso tempo. […] O problema é muito mais de educação para valores do que de inclusão digital. Precisamos, mais do que operar e utilizar o aparato tecnológico posto à nossa disposição, responder a questões básicas: que tipo de jovem queremos formar?’”

Vera Fiori, O Estado de S.Paulo – 21/11/10

 

“Eu escrevo sobre o cristianismo porque fui criado nele. Sou ateu, mas sou um ateu cristão e um ateu protestante, um ateu da Igreja da Inglaterra. Nasci cristão e cresci dentro dessa fé. Adoro as histórias, os hinos e a arte que vieram do cristianismo. Não poderia, portanto, escrever sobre outras religiões, pois não me sentiria em casa se o fizesse. Eu detesto com todas as minhas forças qualquer religião que se considere acimas das críticas.”

Philip Pullman, escritor inglês, O Estado de S.Paulo – 21/11/10

16 de novembro de 2010

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“Uma das ideias mais atuais de Hegel diz respeito ao conceito de liberdade.
Ela consiste em lembrar que toda discussão sobre liberdade é inócua se não começar por responder quais condições sociais são necessárias para que uma vida livre possa ganhar realidade. […]Não é possível ser livre sendo miserável. Livres escolhas são radicalmente limitadas na pobreza e, por consequência, na subserviência social. Posso ter a ilusão de que, mesmo com restrições, continuo a pensar livremente, a deliberar a partir de meu livre-arbítrio individual. No entanto, uma liberdade que se reduziu à condição de puro pensamento é simplesmente inefetiva. Ela determina em muito pouco as motivações para o nosso agir.”

Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 16/11/2010

 

“Quase todos já fizemos porcaria quando jovens. É a fase da explosão hormonal e da vitalidade física, dos exageros e da insensatez, dos impulsos para desafiar o perigo, das transgressões e dos ritos de afirmação diante dos (e com os) colegas.
Mas a juventude também é o período em que fixamos os valores que vão nos servir de norte na vida adulta. O que pretendem ser quando crescer os meninos bem nascidos que se divertiam distribuindo pauladas em inocentes em plena Paulista no feriadão escolar?”

Fernando de Barros e Silva – Folha de S.Paulo, 16/11/2010

 

“Com quem nossos jovens contam – além dos especialistas aos quais são encaminhados – para falar de suas angústias, seus medos, suas insatisfações e até mesmo do tédio que experimentam em suas vidas? Qual é nosso papel e nossa responsabilidade para com eles?”

Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 16/11/2010

10 de novembro de 2010

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10 de novembro

“Um adolescente urbano consome volumes de informação simultânea que parecem assombrosos para os membros de gerações anteriores: ele pode, sem esforço, assistir a três canais de TV enquanto ouve música, fala ao celular, acessa alguns sites, joga algum jogo, conversa com os colegas via comunicadores instantâneos, escreve em blogs e no Twitter… Quando alguém o interrompe nesse ambiente hiperconectado e pergunta o que ele está fazendo, sua resposta natural é: “nada”. Não se pode negar-lhe uma certa razão.
Sempre que nos deparamos com um ambiente novo, em que poucas certezas estão consolidadas, a impressão é que tudo está acontecendo ao mesmo tempo. O excesso de informações sem prioridades confunde e angustia. Na verdade, é o senso de hierarquia e priorização que ainda não foi estabelecido.

Multitarefa é um mito. O indivíduo que faz várias coisas ao mesmo tempo raramente faz alguma delas com precisão. Na maioria das vezes o máximo que faz é perceber, de forma genérica, como deve se comportar, sem ao menos se questionar se esse comportamento faz sentido.

O mundo conectado, com seu acúmulo de informações, se torna cada vez mais contextual e menos específico. Como um jovem índio adaptado à floresta, o nativo digital se movimenta à vontade em seu ambiente. Mas ao contrário do índio na floresta, ele não ganha consciência de seu ecossistema.”

Luli Radfahrer, Folha de S.Paulo, 10/11/2010

04 de novembro de 2010

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“Metade dos adolescentes que se recuperam de depressão tem uma recaída até cincos anos depois, não importando qual tenha sido o tratamento recebido. O dado é de um estudo publicado na revista ‘Archives of General Psychiatry’. A pesquisa mostra também que as meninas têm mais risco do que os meninos de sofrer um segundo caso de depressão. Isso surpreendeu os pesquisadores porque, na idade adulta, as mulheres não têm uma taxa de recaída maior do que a dos homens.
A nova pesquisa foi feita com 200 adolescentes de 12 a 17 anos que receberam antidepressivo (fluoxetina), terapia cognitivo-comportamental, ambos ou uma pílula placebo, por 12 semanas.

Os pesquisadores já sabiam que os adolescentes que tomassem antidepressivo e fizessem terapia ao mesmo tempo se recuperariam mais rápido de sua primeira depressão. Por isso, esperava-se que eles teriam menos risco de sofrer uma recaída.
Não foi o que aconteceu. […]

David Brent, professor de psiquiatria na Universidade de Pittsburgh, afirma que o estudo mostra a necessidade de um cuidado após o tratamento, para prevenir a volta do problema.”

Pam Belluck, do “The New York Times”, Folha de S.Paulo, 04/11/2010

 

“O Brasil é um Estado laico, sim, mas é (ou pretende ser) acima de tudo um Estado democrático, que abriga e protege todos os cultos e formas de pensamento.”

Carlos Heitor Cony, Folha de S.Paulo, 04/11/2010

02 de novembro de 2010

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“Pesquisa da Nielsen aqui nos Estados Unidos no primeiro semestre deste ano revelou que o adolescente norte-americano (13 a 17 anos) enviava e recebia, em média, 3.339 mensagens de texto, todo mês, de seus celulares -são mais de cem torpedos por dia, ou seis por hora que passava acordado. O fenômeno é global. […]Esses adolescentes podem estar abandonando em massa os grandes textos literários, mas estão produzindo em massa microtextos que podem muito bem ser o caminho da literatura vindoura. Será que o próximo Shakespeare, ou Machado de Assis ou Tolstói virá em “bullet phrases”?”

Nizan Guanaes, Folha de S.Paulo, 02/11/2010

 

“Você deve ser exigente em suas escolhas. Decidir exige esforço. Tente fazê-las pensando no que é realmente importante para você. E quando escolher use sua “intuição informada”, que nada mais é do que usar seu instinto, o impulso que o leva àquela decisão, misturado à apuração e à informação sobre o assunto. Não tema usar papel e caneta para anotar prós e contras ou dividir em pontos positivos e negativos. Estudos sugerem que quem escolhe um lugar para morar ou companheiros de casa dessa maneira costuma ser bem-sucedido. Esse é o método que altos executivos usam para contratar ou demitir. Se você aprender a usar esse método simples irá sofrer menos e escolher melhor.”

Sheena Iyengar, 41, canadense, psicóloga e economista, professora na Universidade de Columbia/EUA, Folha de S.Paulo, 02/11/2010

01 de novembro de 2010

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“É mais fácil para os mais jovens conseguir esmolas. Quanto mais garotos e garotas num mesmo grupo, mais dinheiro arrecadado. Tudo isso, sem o “aborrecimento” de adultos por perto. Mais: em muitos casos, pais e mães não se importam com a saída dos filhos. Pelo contrário. Ganham uma preocupação a menos. Não há estatísticas, não há projeções. Mas há a realidade. O fenômeno é perceptível por toda Porto Príncipe, e preocupa o governo do Haiti.

‘Começamos a perceber há quatro meses… Tendas, nos acampamentos, em que só vivem jovens. Toda manhã, eles se juntam e saem às ruas, pois sabem que podem conseguir comida e dinheiro mais facilmente’, conta à Folha Witchner Orméus, diretor de Juventude e Integração do Ministério da Juventude, Esportes e Ação Civil.
“No cenário dos acampamentos, as vozes dos pais não funcionam mais”, diz.
O ministério já imagina o próximo problema. ‘Esperamos um ‘baby boom’ para daqui a alguns meses. E isso será decisivo para a vida desses jovens, porque uma menina que tem um bebê dificilmente voltará para o banco da escola. O governo não pode fazer muita coisa’, afirma Orméus. O alto número de órfãos é outra preocupação.”

Fábio Seixas, Folha de S.Paulo, 01/11/2010

 

“A mídia (TV, cinema, rádio, jornais, publicidade) deve ser absolutamente livre. Deve ter seus próprios mecanismos de autorregulação e jamais ser objeto de “fiscalização externa” (que será sempre ideológica, mesmo que contem historinhas de fadas para dizer que não é).

As melhores intenções neste caso serão sempre criminosas a serviço do “mal”. Mídia boa é mídia incômoda. Para além de qualquer crítica que se possa fazer à mídia, ela é a principal arma contra sistemas totalitários que amam a burrice pública da unanimidade.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo, 01/11/2010

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