Posts tagged sociedade
23ª semana de 2013
0“Os negócios tradicionais têm o objetivo de maximizar o lucro. São voltados para o ganho individual, para o acúmulo individual da riqueza. Não somos máquinas de fazer dinheiro. Somos mais que isso. Temos outras dimensões. Há uma dimensão que não é voltada para nós mesmos, mas para os outros, para o coletivo – e os negócios tradicionais não atendem essa outra dimensão. O modelo atual do capitalismo não é suficiente para nos satisfazer como seres humanos, porque não contempla todas as nossas dimensões.”
Muhammad Yunus (Prêmio Nobel da Paz/2006), Revista Época, 03/06/2013
“A natureza é uma vítima, não uma oprimida. As outras espécies, sim. O homem é predador das outras espécies. A natureza é maior. O alarme está tocando. O aquecimento global é verdadeiro. Mas a natureza vai se refazer. Se a gente compreender sua força, poderemos conviver com ela. Se não, ela expulsará a gente.”
Sebastião Salgado, Revista Época, 03/06/2013
“Pelo menos em teoria, criamos os filhos para que eles cresçam, não é? Não criamos nossas crianças para que permaneçam crianças para sempre. O crescimento resulta em assumir a própria vida e, portanto, separar-se dos pais.”
Rosely Sayão, Folha de S.Paulo – 04/06/2013
“A escola como o primeiro espaço público de socialização das crianças pode dar as condições para construção de valores e conhecimentos contextualizados que possibilitem a participação exigida pela sociedade contemporânea.”
Maria Alice Setubal, Folha de S.Paulo – 04/06/2013
“Céticos ou apenas interessados em não enxergar, os condutores da política e da economia guiam-se uns aos outros e empurram a humanidade para o desastre.”
Marina Silva, Folha de S.Paulo – 07/06/2013
“Uma das formas sutis de perseguição religiosa é o tratamento preconceituoso e discriminatório dos praticantes de alguma fé religiosa, como se fossem cidadãos ‘desqualificados’, com menos direitos e credibilidade, cujas convicções não devem ser levadas em consideração, ainda que não sejam sobre questões religiosas. Toleram-se até as convicções religiosas nos espaços da vida privada, mas nega-se a sua contribuição para o convívio social e a cultura. […] A liberdade religiosa e de consciência é um direito humano fundamental, que pode ser assegurado somente quando a postura do Estado é pautada pela verdadeira laicidade, que não é de intolerância nem discriminação, mas de garantia para que todos os cidadãos exerçam, sem impedimento, suas escolhas em relação à religião.”
Dom Odilo P. Scherer, O Estado de S.Paulo – 08/06/2013
“O medo é uma ilha, não um oceano. Acho que a gente consegue partir do medo, mas ele não pode ser limitador e paralisar. É um obstáculo para ser ultrapassado. O medo é muito necessário, do contrário a gente vira inconsequente total.” Leandra Leral, Revista Lola – junho de 2013 “Preste atenção nos mais velhos. Só eles podem falar da força de um sorriso, do sabor do desafio ou do silêncio ensurdecedor que tomou conta de determinada reunião. Respeite quem consegue perceber além do óbvio, pois o essencial, muitas vezes, é invisível aos olhos não preparados.” Eugênio Mussak, Revista VocêS/A – junho de 2013
“O que afeta a relação leitor-escritor hoje é o pouco tempo que devotamos à leitura. Quando achamos tempo para isso, ler ainda é, eu acredito, um dos maiores prazeres conhecidos do homem.”
Lila Azam Zanganeh, escritora franco-iraniana, Revista Claudia – junho de 2013
22ª semana de 2013
0“O conhecimento do cérebro só engatinha.”
Hélio Schwartsman , “Folha de S.Paulo” – 26/05/2013
“John Wheeler extrapolou: ‘Não somos observadores no Universo, somos participadores. Sem consciência, o mundo não existe! O Universo gera a consciência e a consciência dá significado ao Universo’. Essa visão traz o dilema: será que o Universo só faz sentido porque existimos?”
Marcelo Gleiser, “Folha de S.Paulo” – 26/05/2013
“O homem com quem se sonha não tem nada a ver com o homem que se ama. […] Para um homem ser amado é preciso que ele tenha um mundo particular – ou vários – só dele, e no qual ela não consiga, jamais, penetrar.”
Danuza Leão, “Folha de S.Paulo” – 26/05/2013
“Você esconderia judeus em sua casa durante a França ocupada pelos nazistas? Não, não precisa responder em voz alta. Melhor assim, para não passarmos a vergonha de ouvirmos nossas mentiras quando na realidade a janta, o bom emprego e a normalidade do cotidiano sempre valeram mais do que qualquer vida humana. Passado o terror, todos viramos corajosos e éticos.”
Luiz Felipe Pondé, “Folha de S.Paulo” – 27/05/2013
“Em 10 mil anos de história, é a primeira vez que a humanidade tem o poder de cometer suicídio coletivo. Era essa a tese central de Emmanuel Mounier em ‘O Grande Medo do Século 20’. Publicado em 1947, o livro se referia à ameaça de uma catástrofe atômica, angústia constante na fase aguda da Guerra Fria entre EUA e URSS. Passaram-se 66 anos e conseguimos evitar o pior. Na época de Mounier não se sabia que os homens poderiam liquidar o mundo não só com bombas, mas com o aumento desenfreado da produção econômica e do abuso dos combustíveis fósseis. Quinze dias atrás, ultrapassamos o sinal amarelo no rumo da destruição. A atmosfera registrou 400 partículas de dióxido de carbono por um milhão. […] Como explicar tal indiferença diante da morte anunciada que espera o mundo dos homens? O silêncio é inexplicável numa sociedade na qual a ciência substituiu a religião como crença unificadora. Ora, a ciência climática não permite dúvidas: de 12 mil estudos científicos sobre o tema em 20 anos, 98,4% confirmam as previsões!”
Rubens Ricupero, “Folha de S.Paulo” – 27/05/2013
“Todos sabem que, assim como não existe meia gravidez, também não há meia dependência. É raro encontrar um consumidor ocasional. Existe, sim, usuário iniciante, mas que muito cedo se transforma em dependente crônico. Afinal, a compulsão é a principal característica do adicto. Um cigarro da ‘inofensiva’ maconha preconizada pelos arautos da liberação pode ser o passaporte para uma overdose de cocaína. Não estou falando de teorias, mas da realidade cotidiana e dramática de muitos dependentes. As drogas estão matando a juventude. A dependência química não admite discursos ingênuos ou campanhas ideológicas, mas ações firmes e investimentos na prevenção e recuperação de dependentes.”
Carlos Alberto Di Franco, “O Estado de S.Paulo” – 27/05/2013
“Eu adoro a tecnologia e adoro mais ainda as pessoas. […] As pessoas são tratadas como pequenos elementos de uma grande máquina de informação quando, de fato, as pessoas são as únicas fontes e destino da informação, ou de qualquer significado. […] Tenho saudade do futuro.”
Jaron Lanier, “O Estado de S.Paulo” – 27/05/2013
“Mudar o mundo não significa necessariamente fazer grandes coisas. Podemos mudar o mundo sendo um bom cidadão, um bom amigo, um bom familiar, um bom pai. Se eu for uma boa profissional e ajudar as pessoas ao meu redor, nisso já estarei mudando o mundo.”
Beatriz Cardoso, 15 anos – “Revista Época” – 27/05/2013
“Melhorar a qualidade da educação é o maior desafio do país. Apesar dos avanços, é preciso diminuir as taxas de distorção idade-série (alunos que não sabem o que deveriam saber naquela etapa do ensino) e fazer com que a qualidade chegue a todos, independentemente da situação socioeconômica. O esforço a fazer é imenso.”
Camila Guimarães, “Revista Época” – 27/05/2013
“Ser gay não é orgulho nem vergonha, não é ideologia nem espetáculo, não é chique nem brega. Não é revanche. Não é moderno. Não é moda. É apenas humano. A luta contra o preconceito precisa ser urgentemente tirada das mãos dos mercadores da bondade.”
Guilherme Fiuza, “Revista Época” – 27/05/2013
“ ‘Muitos são falsos arrependidos, pois toda escolha inclui uma perda. Perde-se de uma lado, mas ganha-se de outro. Lamenta-se a perda sem considerar o ganho que, inclusive, pode não ser imediato nem aparente, mas que depois revela-se muito maior’, diz a psicóloga paulista Ineide Soares, especialista em terapia familiar e bioenergética. E, se o que perdemos for melhor do que o que ganhamos, isso também faz parte do jogo. Tudo bem, de vez em quando acontece, é normal. ‘O problema é que tem gente que odeia perder. Importa-se muito com que o outro tem e conseguiu, mesmo que não seja de seu interesse pessoal real, diz Ineide. Também há os que desejam tudo para si, sem querer abrir mão de nada. ‘Querem ganhar sempre e não se arrepender nunca de nenhuma decisão. Ora, isso é pouco humano, uma fantasia infantil de onipotência.”
Liane Alves, “Revista Vida Simples” – maio de 2013
“Quase 70 anos depois da Segunda Guerra Mundial, ainda se publicam diários sobre o Holocausto. Qual o sentido de tantas e tão detalhadas narrativas? Será que já não sabemos o suficiente? […] É preciso transformar o vivido em narrativa; recordar para, minimamente, esquecer. Já quem não o viveu precisa encontrar, nas narrativas, aquilo que foi vivido. E, ao imaginá-lo, se lembrar e se dar conta de que o horror não está só no passado.”
Noemi Jaffe, “Revista Bravo” – maio de 2013
21ª semana de 2013
0“O empreendedorismo, hoje, está na moda. No entanto, abrir um negócio não é a única opção para extravasar esse seu perfil. Você pode trabalhar em uma companhia e mesmo assim ter atitude de dono de empresa. É o que chamamos de empreendedorismo corporativo. Cada vez mais, as organizações estão buscando funcionários com esse tipo de talento: pessoas que idealizam um novo produto ou processo e movem mundos e fundos para colocar sua ideia em prática valem ouro no mercado.”
Tales Andreassi, “Folha de S.Paulo” – 19/05/2013
“A nossa classe média é singularmente perversa e infantilizada, apenas por ser o suporte social mais típico de uma visão de mundo narcísica que transforma exploração em generosidade impedindo todo aprendizado possível e toda crítica. Mas a cegueira e o atraso da consciência moral comprometem a sociedade como um todo.”
Jessé de Souza, “O Estado de S.Paulo” – 19/05/2013
“É um fluxo perverso: muitas vezes, os médicos com formação frágil acabam atendendo justamente as populações mais necessitadas. Uma medicina pobre para pobres.”
Mário Scheffer, “O Estado de S.Paulo” – 19/05/2013
“ ‘Todas as famílias felizes se parecem, cada família infeliz é infeliz à sua maneira’. A conhecida abertura de ‘Anna Kariênina’ já se integrou ao senso comum entre os leitores de romances. A felicidade é um clichê; só a infelicidade é singular. Nem sempre. Nas guerras, nas ditaduras, nas crises de desemprego, a experiência da dor também segue um padrão previsível. […] Questionar a desvalorização da vida, a atitude no trânsito, o porte de armas, o machismo, o descaso com segurança nos eventos, a insegurança pública e a justeza das punições são atos que alimentam o debate da nossa pobre cidadania. […] Cobrar maior eficiência e rigor do Estado no enfrentamento das transgressões e delitos menores, maior equidade na distribuição da justiça parece ser mais eficiente na prevenção de novas tragédias violentas e no combate a impunidade que alterar a maioridade penal. Precisamos evitar promover a barbárie com a boa intenção de combatê-la.”
Maria Rita Kehl/Paulo Fernando de Souza, “Folha de S.Paulo” – 19/05/2013
“Meu câncer foi na vesícula, e aconteceu muito pelo fato de eu ter protelado a retirada da mesma. Sempre tinha uma novela para fazer, uma viagem incrível depois da novela e depois mais novelas e mais viagens… Como? Não existe viagem mais incrível do que estar viva e com saúde. Mas isso eu não tinha a capacidade de enxergar, porque, sem querer, me acreditava imortal. Nós vamos vivendo e nem percebemos o tempo passar. Não enxergamos nossa vulnerabilidade, ou não queremos enxergá-la. Clichê? Sim, mas é a pura verdade.”
Betty Lago, “Folha de S.Paulo” – 19/05/2013
“A permissão do aborto e do casamento gay será muito difícil, senão impossível, pois são temas tabus, que chocam milhões de pessoas. Para ser sincera, considero o aborto e o homossexualismo reflexo da civilização egoísta, materialista e consumista em que vivemos. São temas pouco relevantes numa revolução religiosa.”
Karen Armstrong, “Revista Época” – 20/05/2013
“Os professores simplesmente tendem a exagerar a importância de suas atividades pessoais, como se fossem a ‘força’ central que impele o mundo.”
Isaiah Berlin, “Folha de S.Paulo” – 20/05/2013
“Nossas escolas estão muito mais interessadas na competitividade, no planejamento do professor, mesmo que seja burocrático, na massificação, tanto dos docentes quanto dos alunos.”
Rosely Sayão, “Folha de S.Paulo” – 23/05/2013
“Pense em todas as tecnologias descobertas e popularizadas nos últimos 200 anos e seu potencial impacto sobre a educação. […] Talvez a internet seja a revolução mais importante de todas, mas ela certamente vem num contínuo tecnológico em que as distâncias e os tempos são encurtados. Durante todas essas disrupções tecnológicas, a educação não só continuou a funcionar como melhorou: nunca antes na história deste planeta tantas pessoas tiveram acesso ao conhecimento quanto hoje.”
Gustavo Ioschpe, “Revista Veja” – 22/05/2013
“A modernidade é sedenta de técnicas de controle de si (dietas, prescrições, treinos, meditações etc.). Há menos controle externo (religioso ou político) sobre nossa vida; aumenta a necessidade de controle que nós mesmos exerceríamos sobre nós. Nessa tarefa, a ajuda de drogas e remédios é bem-vinda -para controlar nossa vida cotidiana, conter a tristeza, as variações de humor, a ansiedade, a preocupação etc. […] Queremos remédios como formas de controle e poder sobre nós mesmos.”
Contardo Calligaris, “Folha de S.Paulo” – 23/05/2013
“São muitos os problemas sociais, econômicos e políticos gerados pela lógica que incentiva a dominação, a ganância e a agressão em detrimento da empatia, do cuidado e da colaboração”.
Jennifer Siebel Newesom, 38, cineasta americana – “Revista Claudia” – maio de 2013
16ª semana de 2013
0Os indicadores de qualidade do ensino básico continuam ruins se comparado com países desenvolvidos. Um país que não consegue ensinar matemática para seus alunos pode aspirar formar engenheiros com alta qualificação?”
Érica Fraga, “Folha de S.Paulo” – 14/04/2013
“Os direitos das pessoas devem ser respeitados. Somos um Estado laico, e um Estado laico é para defender os direitos dos que creem e dos que não creem. As pessoas tem o direito de ser bem tratadas em igualdade de condição perante a Constituição Federal, perante as leis. O que não se pode é fazer extrapolações. Os direitos civis das pessoas não podem cercear a liberdade religiosa. Os padres e pastores têm o direito de continuar fazendo suas preleções em relação aos princípios de seus livros sagrados.[…] Não acho que um pastor possa destratar ou satirizar ninguém por sua condição humana.”
Marina Silva, “Revista Época” – 15/04/2013
“Costumo ouvir que os pais da atualidade querem poupar seus filhos de sofrimento. Por isso, sentem uma enorme dificuldade para dizer “não” a eles, para permitir que enfrentem as suas frustrações e para deixar que atravessem as situações difíceis que a vida lhes apresenta. […] Entre tentativas de evitar um e outro tipo de sofrimento, que os pais vivem a ilusão de construir para seus filhos um mundo que só pode existir em outra dimensão: um mundo onde ninguém os rejeitará, onde não serão excluídos de nada e onde participarão de todos os grupos pelo simples fato de consumirem as mesmas coisas que a maioria.”
Rosely Sayão, “Folha de S.Paulo” – 16/04/2013
“Às vezes, sua motivação não é o amor, mas o medo. Reparou como na fé existe expectativa de retorno? Nem sempre tão explícita como certos bispos a colocam: ‘Doe seu dízimo, quanto mais você doar, mais receberá de volta!’ Mas, pelo menos, se livrar do inferno é esperado.”
Francisco Daudt, “Folha de S.Paulo” – 16/04/2013
“No estado atual das prisões brasileiras, é tão bárbaro prender quem tem 16 anos quanto quem tem 18 ou mais. Todos sabemos disso. O país não tem moral para exigir respeito à lei quando não tem moral para dizer: isto é uma prisão, você perderá a liberdade e aprenderá um ofício; trate de se recuperar. Quem pede leis mais rigorosas simplesmente usa um eufemismo: queria que todo criminoso fosse fuzilado. Quem é contra leis mais rigorosas sabe que, na verdade, as que existem são outro eufemismo. Falam em ‘instituição correcional’, em ‘presídio’, quando deveriam dizer ‘campo de concentração’, ‘pocilga’, ou ‘masmorra’.”
Marcelo Coelho, “Folha de S.Paulo” – 17/04/2013
“Uma cultura desprovida de fogo, de mordida, poderá nos fazer retroceder às cavernas.”
Vargas Llosa, “Folha de S.Paulo” – 19/04/2013
14ª semana de 2013
0“Entender de gente, aprender o que motiva as pessoas, o que as inspira, acho que isso é fundamental. Você aprende muito fazendo. Também se aprende falando com quem já fez, com nossos próprios erros, claro que isso ajuda. Mas o verdadeiro sábio consegue aprender com a opinião dos outros, com a experiência dos outros, para evitar os seus próprios erros. Se você tiver bastante experiência, claro que isso ajuda, pois você já passou por aquilo e vai evitar erros. Mas ninguém tem toda experiência, nunca se está 100% preparado para o novo. Por isso, eu acho que ajuda muito conhecer pessoas que já tenham vivido mais do que você, ou que tenham vivido experiências diferentes das suas, ou até já morreram. Assim, ler muito é importante. Então, você usa essa experiência para evitar ficar aprendendo só com seus próprios erros – que demora mais para aprender.”
Adriano Romano, “O Estado de S.Paulo” – 31/03/2013
“É preciso ter um objetivo claro – identificar o que está incomodando de fato na vida profissional para que o foco de suas ações seja bem definido. Faça uma relação do que você pode, de fato, fazer para mudar essa situação. Tente não depender de terceiros. As soluções podem variar de uma conversa sincera com pares e superiores, buscando melhorar a situação atual, uma análise junto à sua empresa sobre as perspectivas de mudança de setor ou mesmo uma revisão salarial.”
Adriana Gomes, “Folha de S.Paulo” – 31/03/2013
“Reportagens sobre gêneros costumam concluir que ‘eles’ estão confusos, perdidos e precisam de uma revolução, já que ‘elas’ fizeram a sua. Será que os homens concordam? Duvido. Tenho a impressão, nada científica, de que os homens gostariam apenas que as mulheres parassem de reclamar deles o tempo todo. Ou reclamam deles ou da falta deles.”
Ruth de Aquino, “Revista Época” – 01/04/2013
“Por que é bom a criança experimentar o medo desde cedo? Porque essa é uma emoção que pode surgir em qualquer momento da sua vida e é melhor ela aprender a reconhecê-la logo na infância para, assim, começar a desenvolver mecanismos pessoais de reação. A criança precisa reconhecer, por exemplo, o medo que protege, ou seja, aquele que a ajudará a se desviar de situações de risco. Paralelamente, precisa reconhecer o medo exagerado que a congela, aquele que impede o movimento da vida e que exige superação. É experimentando os mais variados medos que a criança vai perceber e aprender que alguns medos precisam ser respeitados pelo aviso de perigo que dão, enquanto outros medos exigem uma estratégia de enfrentamento que se consegue com coragem. A coragem, portanto, nasce do medo. E quem não quer que o seu filho desenvolva tal virtude? […] O que pode atrapalhar a criança não é o medo que ela sente, e sim o medo que os pais sentem de que ela sinta medo. Isso porque a criança pode entender que os pais a consideram desprovida de recursos para enfrentar os medos que a vida lhe apresenta.”
Rosely Sayão, “Folha de S.Paulo” – 02/04/2013
“Como se ensina a esperar? Se não aprendermos a esperar, de que forma viveremos esperançosos de um futuro melhor, mais promissor? Sonhar e ter esperança são ingredientes indispensáveis para um viver equilibrado no tempo presente. Quando olhamos adiante e não conseguimos discernir nada, como orientaremos as nossas escolhas?”
Anna Veronica Mautner, “Folha de S.Paulo” – 02/04/2013
“Repensar escolas para o século 21 deve ser a nossa prioridade. Precisamos nos concentrar mais em ensinar a habilidade e disposição de aprender e fazer a diferença e trazer os três ingredientes mais poderosos da motivação intrínseca para a sala de aula: jogo, paixão e propósito.”
Tony Wagner, “O Estado de S.Paulo” – 03/04/2013
“No passado, esperava-se que os profissionais fossem para empregos cujo nome se assemelhava ao do curso. Hoje, tal como nos países ricos, ocorre a ‘desprofissionalização’ dos diplomas. Exercem a profissão menos de 20% dos advogados, 10% dos economistas e 5% dos filósofos. Haveria que cortar 95% das matrículas em filosofia? Não, pois os quatro anos de graduação se converteram, para a maioria, em uma educação ‘genérica’, que prepara para exercer ocupações meio indefinidas. Nada errado.”
Claudio de Moura Castro, “Revista Veja” – 03/04/2013
“A urgência hoje vivida de compartilhar imediatamente todos os acontecimentos (ouvir uma música, comprar uma roupa, deliciar-se com um vinho, trocar um olhar) retira a vivência da realidade do âmbito individual, pois o essencial é antes dividir com alguém o sucedido para receber imediatamente o assentimento elogioso do que sentir isoladamente o prazer do fato, transformando-se, dessa maneira, o mundo numa grande academia do elogio mútuo. A satisfação, então, vem de fora, pois algo só vale se outrem vier a curtir. Instala-se um novo cartesianismo: eu compartilho, logo existo.”
Miguel Reale Júnior, “O Estado de S.Paulo” – 06/04/2013
“A agressão à mulher é mais frequente no fim do relacionamento, revela pesquisa do Ministério Público de São Paulo. Mais da metade das agressões (57%) acontece no período. Foram analisados 854 inquéritos, entre abril e novembro de 2012, e selecionadas 186 mulheres. A promotora Silvia Chakian de Toledo Santos diz que o resultado revela ‘a cultura machista do País, onde o homem se vê proprietário da mulher’.”
“O Estado de S.Paulo” – 06/04/2013
13ª semana de 2013
0“A sociedade de consumo tornou-se cada vez mais competitiva. Com o aumento de insegurança econômica, desenvolvemos uma cultura que valoriza os ganhos, algo que afeta homens e mulheres. Por isso, temos de ir além da ideia de que tudo está relacionado ao gênero a que você pertence. O feminismo do século XXI é sobre defender pessoas, não gêneros.”
Stephanie Coontz, “Revista Época” – 25/03/2013
“Vida de artista é exaustiva. A vantagem é que todos amamos fazer o que fazemos. Só a paixão dá felicidade ao artista. O glamour é só para quem está fora.”
Walcyr Carrasco, “Revista Época” – 25/03/2013
“Os tradicionais valores da cultura estão cada vez mais minoritários e quase, quase clandestinos. Este é um fenômeno que me parece muito perigoso para a sociedade do futuro, porque eu creio que a cultura não é entretenimento. É também, entretenimento, mas é algo muito mais importante que isso. É um tipo de conhecimento, de preocupação que responde a certas perguntas que não podem encontrar resposta em outros campos.”
Mario Vargas Llosa, “Revista Cult” – março de 2013
“A inexorável ação do tempo incide no corpo que envelhece sob a influência dos eventos biológicos e sua imagem se faz sentir no plano subjetivo. A constituição física, sabemos, obedece a fatores genéticos que se entrecruzam, mas essa herança, desde sempre, foi moldada por um momento cultural específico. Nunca houve um corpo natural. A maneira de nos conduzirmos, nossos gestos, nossa fala, as expressões faciais, os adornos, a comida, como caminhamos, tudo, no modo de nos expressarmos, denota nossas origens, pelas marcas cravadas em nosso corpo.”
Sylvia Salles Godoy de Souza Soares, “Revista Psique&Vida” – março de 2013
“Deixar de contar pelo menos três mentiras por semana ajuda a evitar sintomas físicos e psíquicos relacionados ao estresse, sugere um estudo da Universidade de Notre Dame, em Indiana. Segundo a psicóloga Anita Kelly, cada vez que mentimos, há aumento do nível de estresse: a glândula suprarrenal secreta hormônios, o coração acelera e a pressão sanguínea sobe. A frequência desse estímulo de ‘alerta’ pode sobrecarregar o organismo e desencadear sinais de estresse.”
“Revista Mente/Cérebro” – março de 2013
“Meditação é um estado diferente de consciência, pois não é o padrão da vigília normal, nem de sonho, nem de sono. Mas não tem nada a ver com um estado de transe em que a pessoa perde a consciência. Muito pelo contrário. No processo de meditação, o objetivo é ampliar a consciência e o estado de atenção. […] Meditação não é para qualquer um. É para quem está disposto a sair de uma zona de conforto e mudar os hábitos. Sem disposição para isso ninguém muda de hábitos.”
Elisa Kozasa, bióloga e pesquisadora do Instituto do Cérebro do Hospital Israelita Albert Eisntein, “Revista Lola” – março de 2013
12ª semana de 2013
0“A Teologia da Libertação, mesmo combalida, convive bem com a imagem de uma Igreja moderna, aberta às demandas de um mundo em agonia e em transformação crescente. É difícil dizer que a Teologia da Libertação tenha acabado definitivamente, porque ela está impregnada de uma das faces mais essenciais do cristianismo: a ideia de um Deus ético, crítico dos abusos do poder e sensível à infelicidade dos aflitos do mundo.”
Luiz Felipe Pondé, “Revista Época” – 18/03/2013
“Vaidade, ansiedade e indisciplina se manifestam em muitos jovens. É preciso ficar atento, porque isso pode prejudicar o início de uma carreira.”
Wolf Maya, “Revista Época” – 18/03/2013
“Um novo modelo de combate à desigualdade só pode passar pela construção de algo próximo àquilo que um dia se chamou de Estado do Bem-Estar Social, ou seja, um Estado capaz de garantir serviços de educação e saúde gratuitos, universais e de alta qualidade. Nada disso está na pauta das discussões atuais. Qual partido apresentou, por exemplo, um programa crível à sociedade no qual explica como em, digamos, dez anos não precisaremos mais pagar pela educação privada para nossos filhos? Na verdade, ninguém apresentou porque a ideia exigiria uma proposta de refinanciamento do Estado pelo aumento na tributação daqueles que ganham nababescamente e contribuem pouco. Algo que no Brasil equivale a uma verdadeira revolução armada.”
Vladimir Safatle, “Revista Carta Capital” – 20/03/2013
“O modelo socrático-platônico – no qual um professor emocionalmente envolvido com seus alunos é capaz de transmitir seus conhecimentos de maneira organizada e estimulante, exigindo ao mesmo tempo esforço contínuo de seus alunos – parece ter descoberto intuitivamente o que a ciência de dois milênios depois referendaria sobre o funcionamento de nosso cérebro.”
Gustavo Ioschpe, Revista Veja – 20/03/2013
“Os pais nunca nos dão tudo (nem quando são loucos a ponto de querer nos fartar). Mesmo assim, durante um tempo absurdamente longo, o que temos e esperamos vem só deles. Na adolescência, começamos a desejar coisas que eles não conseguiriam nos dar nem se quisessem nos ver eternamente satisfeitos. No entanto, como eles sempre foram responsáveis por nossas satisfações, agora eles nos parecem ser responsáveis por nossas frustrações.”
Contardo Calligaris, “Folha de S.Paulo” – 21/03/2013
“Nossas vidas são atravessadas e marcadas pro músicas, por canções que nos devolvem momentos felizes ou não. Recuperei algumas, mas a cada dia acumulo outras.”
Ignácio de Loyola Brandão, “O Estado de S.Paulo” – 22/03/2013
“Ficar preso em uma cultura única, abster-se de ver o outro, de tentar entender o diferente, negando o valor do semelhante que não é tão semelhante assim, empobrece, emburrece, diminui.”
Eugenio Mussak, “Revista Vida Simples” – março de 2013
“Não só as jovens, mas todos se sentem frustrados, porque apenas uma minoria corresponde ao padrão de beleza divulgado pela mídia. […] As pessoas se sentem frustradas, incompletas, inseguras e acham que a cirurgia plástica é a solução para seus problemas.”
Viviane Namur Campagna, “Revista Psique&Vida” – março de 2013
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