Posts tagged narcisismo

38ª semana de 2012

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“O princípio constitucional é claro: governo e instituições religiosas devem ser mantidos separados e independentes uns dos outros. Infelizmente, as relações entre cultos e poder político se imbricam, frequentemente, sob uma teia de interesses esparsos e difusos. Daí a busca de apoio religioso pelos candidatos. Mas essa é a prática do mercado político, não sendo exclusiva de um ou outro partido.”
Gaudêncio Torquato – O Estado de S.Paulo, 16/09/2012

“A ideia é que nosso Universo (com “U” maiúsculo) é só um entre uma multidão de outros universos, todos parte de um multiverso que pode ter existido por toda a eternidade. Com isso, o que chamamos de Big Bang seria apenas o evento que marcou o início da nossa narrativa cósmica. Outros universos teriam os seus big bangs e as suas histórias. Existem vários tipo de multiverso, mas todos têm essa característica em comum, de serem genitores de universos.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 16/09/2012

“A tecnologia tem crescimento exponencial. Hoje, um guerreiro massai com seu smartphone tem acesso a mais informações do que dispunha o presidente dos EUA apenas 15 anos atrás.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 16/09/2012

“O Brasil é o maior mercado mundial de crack. Cerca de 1 milhão de pessoas são ‘usuárias’ -eufemismo que esconde a palavra adequada, dependentes, já que não existe usuário recreativo desta droga. Crack, como se sabe, é cocaína fumada. Se somarmos os que a inalam, teremos 2,8 milhões de brasileiros que consumiram cocaína de um ano para cá. Os números são do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas. Esses dados podem ser conservadores. O número de brasileiros que admite já ter cheirado, por exemplo, está pelos 6 milhões. O consumo também mudou. Há 30 anos, ela era uma droga “de salão” -não era fácil adquiri-la, e seus consumidores regulares estavam entre os artistas, intelectuais, publicitários e profissionais liberais. Era uma droga ‘adulta’. Os jovens não lhe tinham acesso. Nas clínicas de tratamento, os dependentes de cocaína não chegavam a 20% dos de álcool. Hoje, nessas clínicas, as internações continuam a ter o álcool como componente, mas agora associado a maconha, medicamentos e cocaína. E esta já se tornou também uma droga para crianças e adolescentes – eles a conseguem com a mesma facilidade com que compram maconha, e da mesma fonte. Liberada a maconha, os traficantes continuarão operando e com a mesma clientela. No Brasil, as discussões sobre drogas parecem limitar-se aos aspectos jurídicos ou policiais. É como se suas únicas consequências estivessem em legalismos, tecnicalidades e estatísticas criminais. Raro ler a respeito envolvendo questões de saúde pública como programas de esclarecimento e prevenção, de tratamento para dependentes e de reintegração desses à vida.”
Ruy Castro – Folha de S.Paulo, 17/09/2012

“Vivemos numa era narcísica. Mas o narcisismo pode assumir formas mais sofisticadas do que ficar se olhando no espelho e escrevendo imbecilidades no Facebook. Mesmo ter filhos, hoje, pode ser uma das faces mais comuns do narcisismo. Ter filho é narcisismo quando ele é parte de seu ferramental de sucesso: trabalho, casa própria, sexo saudável, carro novo, ioga, alimentação balanceada, filho. Quando vir uma mãe tirando muitas fotos histéricas dela mesma com seu filho, saiba que você está diante de um poço de narcisismo que afoga a pobre criança num mar de projeções de si mesma. Segura o filho nas mãos como troféu de sua própria suposta beleza e saúde.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 17/09/2012

“Pelo menos 2,8 milhões de pessoas no Brasil usaram cocaína de forma inalada ou fumada – via consumo de crack ou de oxi – nos últimos 12 meses. Esses números transformam o País no segundo principal mercado consumidor de cocaína do mundo, atrás só dos Estados Unidos, onde 4,1 milhões usaram cocaína no último ano. Caso sejam considerados somente os que consumiram crack, o total chega a 1 milhão de pessoas no País, o que torna o Brasil o principal mercado consumidor do planeta. Os dados constam do 2.º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas – o uso de cocaína e crack no Brasil, divulgado recentemente pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Drogas. Foram ouvidas 4.607 pessoas com mais de 14 anos em 149 cidades. Em relação ao mercado de cocaína, o Brasil fica à frente até mesmo de continentes inteiros, como a Ásia, onde 2,3 milhões de pessoas usaram cocaína no mesmo período. No Reino Unido, que ocupa a terceira posição no número de consumidores, há 1,1 milhão de usuários. ‘Há 30 anos o mercado de cocaína era quase inexistente. O Brasil foi um dos países com mais rápido crescimento do consumo de cocaína’, diz o médico Ronaldo Laranjeira, organizador do estudo. ‘Esse trabalho mostra a necessidade de que haja um pensamento estratégico capaz de desmontar essa rede’.”
Carlos Alberto Di Franco – O Estado de S.Paulo, 17/09/2012

“A mente humana discrimina da mesma forma que respiramos, isto é, sem nem perceber.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 22/09/2012

“Pelos dados do IBGE, 57,1% dos brasileiros viviam sob união conjugal, formalizada ou não. Desse total, 37,2% eram casados no civil e/ou no religioso e 19,8% coabitavam em uma união consensual. Outros 42,9% permaneciam solteiros. Dos que estavam sob união consensual, 76,6% eram solteiros pela força da lei e 11,5% ainda estavam casados oficialmente com outra pessoa. Outros 8,9% eram divorciados ou separados judicialmente. Apenas 3% eram viúvos. A pesquisa mostrou ainda que 7,8 milhões de lares tinham um único morador – 12,7% do total.”
Folha de S.Paulo, 22/09/2012

“Chama atenção o fato de que 41,9% das crianças e jovens entre 10 e 14 anos têm celular, um contingente de 10,9 milhões. Refletem um crescimento de 43%. Os maiores consumidores de celulares no país, porém, são os que têm entre 25 e 29 anos – 83,1%.”
Folha de S.Paulo, 22/09/2012

30ª semana de 2011

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“Os homófobos foram incapazes de diferenciar uma expressão de carinho paterno de uma prática erótica entre dois homens. Como hipótese, especularia que os agressores pouco receberam afeto de homens, seja de seus pais ou de outros homens de suas redes afetivas. Uma hipótese alternativa é a de que se houve afeto paterno, esse foi mediado pelo temor homofóbico . Essa ausência levou os agressores a desconfiar do corpo de outros homens.”
Debora Diniz, antropóloga, professora da Universidade de Brasília – O Estado de S.Paulo, 22/07/2011

“Estamos nos tornando uma nação de psicóticos? A questão que tem inflamado debates nos EUA, por conta do aumento no uso de drogas antipsicóticas, chegou ao Brasil. Essa classe terapêutica já é uma das mais comuns entre as de venda controlada por aqui. Dados de um recente boletim divulgado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) mostram que a maior parte (44%) dos 143 tipos de medicamento controlado à venda no país servem para tratar transtornos mentais e comportamentais. Os antipsicóticos, indicados principalmente para esquizofrenias e transtornos bipolar e maníaco-depressivo, respondem por 16,1% do total. Os antidepressivos vêm em seguida, com 15,4%. […] O mercado de antipsicóticos movimentou R$ 306,8 milhões nos últimos 12 meses, segundo a IMS Health, consultoria especializada na indústria farmacêutica. […] Segundo estudo da Universidade Columbia (EUA), as receitas de antipsicóticos para crianças de dois a sete anos, para tratar doenças como transtorno bipolar, dobraram de 2000 a 2007. Estima-se que 500 mil crianças nos EUA usem essas drogas. […]A pediatra Ana Maria Escobar, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, conta que é cada vez mais frequente a indicação de remédios para crianças, mesmo quando não há um distúrbio psiquiátrico. “Atendi um menino que já estava tomando remédio para deficit de atenção, mas o que ele tinha era um problema auditivo. Não aprendia porque não ouvia’.”
Cláudia Collucci – Folha de S.Paulo, 25/07/2011

“Crentes e ateus matam, mentem e roubam da mesma forma.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 25/07/2011

“De nada adianta lembrar que estudos recentes da OCDE mostram que os imigrantes contribuem mais para a seguridade social do que usam tais serviços, ou seja, geram mais riquezas do que consomem. De nada adianta lembrar isso, porque não estamos no domínio do argumento, mas no dos afetos patológicos cada vez mais naturalizados como discurso no jogo político.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 26/07/2011

“No ano passado, fiquei conhecendo um hóspede numa pousada, que me perguntou: ‘Você é feliz?’. Achei que a pergunta carregava um juízo de valor e era relativa e reducionista, exigindo que eu destilasse a minha dinâmica emocional complexa em uma palavra. Para mim, a felicidade é uma emoção em meu fluxo constante de estados de ânimo, que mudam conforme as circunstâncias. Não é um estado de espírito perpétuo.”
Michael Kepp – Folha de S.Paulo, 26/07/2011

“Nos negócios, preguiça mata. As novidades exigem maneiras novas de pensar, de produzir, de distribuir, de comunicar, de vender. […] Não basta adaptar. É preciso repensar, recriar, inovar.”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 26/07/2011

“O mercado de notebooks vive uma era de ouro no Brasil. Entre 2006 e 2010, as vendas de computadores portáteis cresceram mais de dez vezes. Desde o ano passado, já se vendem mais notebooks do que máquinas de mesa no país -7,15 milhões de unidades, ante 6,85 milhões de desktops em 2010, segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica). Para 2011, os analistas esperam um crescimento superior a 30% sobre o volume do ano passado. Se confirmadas as previsões, o Brasil será em breve o terceiro maior mercado de notebooks do mundo –atrás apenas de China e Estados Unidos.”
João Paulo Nucci – Folha de S.Paulo, 27/07/2011

“Já que é impossível (e bem pouco prático) viver fora do grid de informação digital, é preciso administrar a imagem pública. […] Com a popularidade de acesso aos meios de publicação, o indivíduo urbano, globalizado e massificado usa as redes como válvula de escape para manifestar sua identidade e, nesse processo, se expõe de forma inimaginável.”
Luli Radfahrer – Folha de S.Paulo, 27/07/2011

“Vanderlei Matos da Silva morreu aos 29 anos vítima de problemas no fígado após passar três anos e meio misturando defensivos químicos para cultivo de abacaxi.
A história dele e de outros agricultores está no documentário ‘O Veneno Está na Mesa’, lançado pelo cineasta Silvio Tendler. […] Desde 2008, o país é o principal mercado no mundo para esses produtos. Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o consumo anual chega a 5,2 litros por habitante. Muitas vezes, os produtos são usados de forma abusiva, segundo testes feitos pela agência. O último deles, realizado em 2010, apontou problemas em 29% das amostras de alimentos examinadas. No caso do pimentão, esse percentual chegou a 80%. ‘É um problema que incide na vida de todo mundo, mas parece que as pessoas optaram pela política de avestruz’, diz Tendler, que já dirigiu documentários sobre o cineasta Glauber Rocha e o ex-presidente João Goulart.”
Denise Menchen – Folha de S.Paulo, 27/07/2011

“Para tudo na vida é necessário que estejamos disponíveis para aprender. Sempre, por mais que achemos que saibamos muito, é tempo de melhorar nossas capacidades. E não adianta nada tentar esconder as limitações que porventura tenhamos, pois se não as temos claro nunca poderemos minimizá-las.”
Sócrates, ex-jogador de futebol – Revista Carta Capital, 27/07/2011

“A ONU advertiu, na quarta-feira 20, para um surto de fome na região da Somália, Etiópia e Quênia. O problema foi agravado pela seca no chamado Chifre da África, a maior dos últimos 20 anos. ‘Esta não vai ser uma crise curta. A ONU e seus membros esperam combater esta situação pelo menos durante os próximos seis meses’, declarou Valerie Amos, subcoordenadora de Assuntos Humanitários da ONU. O governo brasileiro anunciou a doação de 20 mil toneladas de feijão e milho para a Somália, considerado o país mais afetado. […] O Brasil ocupa atualmente a oitava posição entre os países que mais doam alimentos a nações mais pobres.”
Revista Carta Capital, 27/07/2011

“Os comitês organizadores dizem que não houve nenhum legado urbanístico do Pan. A preparação para o Pan foi uma desorganização total, houve fortes indícios de superfaturamento e, no final, o evento custou dez vez mais. O (parque aquático) Maria Lenk não é adequado para os Jogos Olímpicos e será reformado. O estádio do Engenhão foi orçado em 120 milhões de reais, mas custou 430 milhões. Desorganização e falta de transparência totais.”
Christopher Gaffney, geógrafo, prof. da UFF – Revista Carta Capital, 27/07/2011

“Só 29% dos brasileiros (33% de homens e 24% de mulheres) investem pensando na aposentadoria, apesar de a maioria se preocupar em como vai pagar as contas depois de parar de trabalhar. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa inédita da seguradora MetLife entre 500 funcionários de empresas do país. Os brasileiros poupam pouco… (% da poupança doméstica em relação ao PIB): China 55%, Índia 31%, México 22%, Brasil 15%. Ainda assim, a maioria teme não ter dinheiro para arcar com despesas básicas depois de parar de trabalhar. As preocupações centrais: 70% temem não conseguir pagar a assistência médica; 69% acreditam que os recursos poupados vão acabar antes do previsto; 63% acham que não vão poder sustentar os pais e sogros.”
Revista Exame – 27/07/2011

“Você pode subir num púlpito e falar de questões utópicas, ideais humanos de honestidade e justiça, mesmo não sendo capaz de fazer 100% aquilo que prega. Toda vez que faço uma prédica, que estou falando uma coisa absolutamente verdadeira sobre o que é certo e justo, eu sei que não faço 100% do que falo. Luto com esse indivíduo em mim que quer fingir às vezes que é capaz de escolher 100% o que é bom.”
Nilton Bonder, 53, rabino, autor de 21 livros – Valor, 29/07/2011

“Para mim, a arte permite conhecer algo mais elevado e profundo da condição humana -e agradeço a Deus por essas mensagens. Até o medo faz parte dessa plenitude.
O pavor que grita no quadro de Munch é o de um tempo em que não agredíamos tanto a natureza e, embora nos sentíssemos vulneráveis, talvez não o fôssemos tanto quanto hoje. O pavor que sentimos em relação à natureza talvez seja o que ela sente em relação a nós. Sou grata pelo aprendizado. Magnífica a arte, de incessantes profecias, até quando ignoraremos o que seu olhar antecipa?”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 29/07/2011

“Segundo a psicanálise, um dos motivos que levam a esses abusos do poder é a hipertrofia do narcisismo: o indivíduo tem de sua capacidade e do seu poder uma ideia tão exagerada que se julga acima de tudo e de todos. As regras não valem para ele: acredita que sua grandiosidade lhe permite fazer o que é vedado aos demais, apenas porque assim o deseja.”
Renato Mezan, psicanalista, Revista Poder – julho de 2011

15 de dezembro de 2010

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“Os narcisistas não têm noção sobre como as coisas parecem da perspectiva dos outros. São muito sensíveis ao serem ignorados, mas dificilmente reconhecem quando fazem isso com os outros.”

Charles Zanor, Folha de S.Paulo – 15/12/2010

 

“Muitas coisas mudaram nas últimas décadas. Algumas são mais evidentes, como o aumento do uso de telefones celulares (segundo a Anatel, são 191 milhões no Brasil, mais do que um por habitante). Outras mudanças são menos óbvias, como o aumento do isolamento urbano e a pandemia de depressão.”

Luli Radfahrer, Folha de S.Paulo – 15/12/2010

 

“Em um marco histórico, os norte-americanos passam o mesmo tempo conectados à internet e assistindo à televisão, segundo um estudo da consultoria Forrest divulgado pelo ‘Wall Street Journal’. Ambas as atividades agora detêm 13 horas por semana dos norte-americanos. De acordo com a pesquisa, as pessoas não passaram a assistir a menos televisão, porém o tempo gasto na internet aumentou. Em cinco anos, a utilização da internet no país registrou aumento de 121%. Em contrapartida, atividades como ouvir rádio e ler jornais e revistas ‘off-line’ tomam agora menos o tempo dos norte-americanos. No uso da internet nos Estados Unidos, o e-mail é o instrumento mais popular. Dos 40 mil entrevistados, 92% declararam que usam o correio eletrônico.
Já as redes sociais, como Twitter e Facebook, são usadas por 35% dos respondentes da pesquisa, mais que o dobro de três anos atrás (15%). Declararam ler blogs 18% dos entrevistados.”

Folha de S.Paulo – 15/12/2010

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