“O princípio constitucional é claro: governo e instituições religiosas devem ser mantidos separados e independentes uns dos outros. Infelizmente, as relações entre cultos e poder político se imbricam, frequentemente, sob uma teia de interesses esparsos e difusos. Daí a busca de apoio religioso pelos candidatos. Mas essa é a prática do mercado político, não sendo exclusiva de um ou outro partido.”
Gaudêncio Torquato – O Estado de S.Paulo, 16/09/2012

“A ideia é que nosso Universo (com “U” maiúsculo) é só um entre uma multidão de outros universos, todos parte de um multiverso que pode ter existido por toda a eternidade. Com isso, o que chamamos de Big Bang seria apenas o evento que marcou o início da nossa narrativa cósmica. Outros universos teriam os seus big bangs e as suas histórias. Existem vários tipo de multiverso, mas todos têm essa característica em comum, de serem genitores de universos.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 16/09/2012

“A tecnologia tem crescimento exponencial. Hoje, um guerreiro massai com seu smartphone tem acesso a mais informações do que dispunha o presidente dos EUA apenas 15 anos atrás.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 16/09/2012

“O Brasil é o maior mercado mundial de crack. Cerca de 1 milhão de pessoas são ‘usuárias’ -eufemismo que esconde a palavra adequada, dependentes, já que não existe usuário recreativo desta droga. Crack, como se sabe, é cocaína fumada. Se somarmos os que a inalam, teremos 2,8 milhões de brasileiros que consumiram cocaína de um ano para cá. Os números são do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Outras Drogas. Esses dados podem ser conservadores. O número de brasileiros que admite já ter cheirado, por exemplo, está pelos 6 milhões. O consumo também mudou. Há 30 anos, ela era uma droga “de salão” -não era fácil adquiri-la, e seus consumidores regulares estavam entre os artistas, intelectuais, publicitários e profissionais liberais. Era uma droga ‘adulta’. Os jovens não lhe tinham acesso. Nas clínicas de tratamento, os dependentes de cocaína não chegavam a 20% dos de álcool. Hoje, nessas clínicas, as internações continuam a ter o álcool como componente, mas agora associado a maconha, medicamentos e cocaína. E esta já se tornou também uma droga para crianças e adolescentes – eles a conseguem com a mesma facilidade com que compram maconha, e da mesma fonte. Liberada a maconha, os traficantes continuarão operando e com a mesma clientela. No Brasil, as discussões sobre drogas parecem limitar-se aos aspectos jurídicos ou policiais. É como se suas únicas consequências estivessem em legalismos, tecnicalidades e estatísticas criminais. Raro ler a respeito envolvendo questões de saúde pública como programas de esclarecimento e prevenção, de tratamento para dependentes e de reintegração desses à vida.”
Ruy Castro – Folha de S.Paulo, 17/09/2012

“Vivemos numa era narcísica. Mas o narcisismo pode assumir formas mais sofisticadas do que ficar se olhando no espelho e escrevendo imbecilidades no Facebook. Mesmo ter filhos, hoje, pode ser uma das faces mais comuns do narcisismo. Ter filho é narcisismo quando ele é parte de seu ferramental de sucesso: trabalho, casa própria, sexo saudável, carro novo, ioga, alimentação balanceada, filho. Quando vir uma mãe tirando muitas fotos histéricas dela mesma com seu filho, saiba que você está diante de um poço de narcisismo que afoga a pobre criança num mar de projeções de si mesma. Segura o filho nas mãos como troféu de sua própria suposta beleza e saúde.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 17/09/2012

“Pelo menos 2,8 milhões de pessoas no Brasil usaram cocaína de forma inalada ou fumada – via consumo de crack ou de oxi – nos últimos 12 meses. Esses números transformam o País no segundo principal mercado consumidor de cocaína do mundo, atrás só dos Estados Unidos, onde 4,1 milhões usaram cocaína no último ano. Caso sejam considerados somente os que consumiram crack, o total chega a 1 milhão de pessoas no País, o que torna o Brasil o principal mercado consumidor do planeta. Os dados constam do 2.º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas – o uso de cocaína e crack no Brasil, divulgado recentemente pela Universidade Federal de São Paulo e pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Políticas Públicas do Álcool e Drogas. Foram ouvidas 4.607 pessoas com mais de 14 anos em 149 cidades. Em relação ao mercado de cocaína, o Brasil fica à frente até mesmo de continentes inteiros, como a Ásia, onde 2,3 milhões de pessoas usaram cocaína no mesmo período. No Reino Unido, que ocupa a terceira posição no número de consumidores, há 1,1 milhão de usuários. ‘Há 30 anos o mercado de cocaína era quase inexistente. O Brasil foi um dos países com mais rápido crescimento do consumo de cocaína’, diz o médico Ronaldo Laranjeira, organizador do estudo. ‘Esse trabalho mostra a necessidade de que haja um pensamento estratégico capaz de desmontar essa rede’.”
Carlos Alberto Di Franco – O Estado de S.Paulo, 17/09/2012

“A mente humana discrimina da mesma forma que respiramos, isto é, sem nem perceber.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 22/09/2012

“Pelos dados do IBGE, 57,1% dos brasileiros viviam sob união conjugal, formalizada ou não. Desse total, 37,2% eram casados no civil e/ou no religioso e 19,8% coabitavam em uma união consensual. Outros 42,9% permaneciam solteiros. Dos que estavam sob união consensual, 76,6% eram solteiros pela força da lei e 11,5% ainda estavam casados oficialmente com outra pessoa. Outros 8,9% eram divorciados ou separados judicialmente. Apenas 3% eram viúvos. A pesquisa mostrou ainda que 7,8 milhões de lares tinham um único morador – 12,7% do total.”
Folha de S.Paulo, 22/09/2012

“Chama atenção o fato de que 41,9% das crianças e jovens entre 10 e 14 anos têm celular, um contingente de 10,9 milhões. Refletem um crescimento de 43%. Os maiores consumidores de celulares no país, porém, são os que têm entre 25 e 29 anos – 83,1%.”
Folha de S.Paulo, 22/09/2012