Posts tagged educação

31ª semana de 2012

0

“São três as paixões humanas: a do amor, a do ódio e a da ignorância, que é a paixão do não saber, de negar a realidade.”
Betty Milan – O Estado de S.Paulo, 29/07/2012

“Vivemos em um ambiente cada vez mais cibernético e social, em que as fronteiras entre o físico e o digital e entre o pessoal e o coletivo se tornam cada vez mais difusas. Como nas outras interações virtualizadas, perde-se intensidade para ganhar abrangência.”
Luli Radfahrer – Folha de S.Paulo, 30/07/2012

“Na escola, sair-se bem é aprender – e não simplesmente alcançar boas notas. E aprender, caro leitor, é uma tarefa que a criança precisa realizar sem a ajuda dos pais. Com o estilo de vida que nós adotamos, cada vez mais uma enorme quantidade de pais acredita que precisa acompanhar os estudos do filho e até realiza isso de bom grado. Quer dizer, mais ou menos. No início, até que a coisa vai bem, mas logo a paciência acaba e a relação entre os pais e o filho fica conturbada. É que os pais cobram esforço, dedicação e lição correta. E não costuma ser isso o que os filhos produzem. Para muitos desses pais, a tarefa parental se resume a esse acompanhamento da vida escolar e à gestão da vida do filho. A função dos pais é bem maior do que isso: é acompanhar a vida do filho. A função dos pais é dar ao filho a oportunidade de ele próprio se responsabilizar por sua vida escolar. É estimular no filho a vontade de formular perguntas que envolvem o conhecimento, de dirigi-las aos pais e de ficar interessado nas respostas. É, também, dar ao filho a chance de ele saber que é capaz de enfrentar sua própria batalha sozinho e dar conta dela. Essas são coisas muito mais importantes para a criança do que ter a mãe ou o pai sempre presente nos trabalhos, nas provas etc. Os pais precisam se lembrar de o que filho já tem professores na escola, que é o local especializado no ensino. Em casa, a criança precisa é de pais, e não de professores particulares ou tutores.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 31/07/2012

“O significado dos filmes está além deles. Interessa ver os conceitos que estão por baixo das cenas, a intenção por baixo da ação.”
Arnaldo Jabor – O Estado de S.Paulo, 31/07/2012

“Falar de si é bom, mas falar de si para os outros é melhor ainda. Não é à toa, portanto, que a liberdade de expressão pessoal e de opinião é altamente valorizada.”
Suzana Herculano-Houzel – Folha de S.Paulo, 31/07/2012

“O tempo é engraçado. O corpo fica mais lento, tudo cria nova intensidade. […] Sempre existe uma exposição meio ridícula quando falamos de nós mesmos.”
Cristovão Tezza – Folha de S.Paulo, 31/07/2012

“A crise atual é um momento privilegiado para se avançar na transição para novos modelos de governança, capazes de redirecionar os diversos capitais na criação de oportunidades de negócios e empregos que representam alternativas de desenvolvimento sustentável e sustentado.”
Frei Betto, Revista Caros Amigos – julho de 2012

“Se o País quiser melhorar o índice de leitura dos seus habitantes, é fundamental investir na capacitação do professor para esse fim. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo Instituto Pró-Livro no ano passado, mostrou que os professores são os maiores influenciadores desse hábito. Entre as 5 mil pessoas ouvidas em todo o Brasil, 45% apontaram os mestres como tal. […] No Brasil, no entanto, muita gente ainda corre dos livros. O resultado da pesquisa mostrou que apenas 50% dos brasileiros são considerados leitores – segundo a metodologia, pessoas que leram pelo menos um livro nos três meses precedentes ao questionário da pesquisa. É um índice menor que os 55% registrados em 2007. Nesses quatro anos, o número de livros lidos por ano também caiu de 4,7 para 4. A queda pode ser entendida pela preferência das atividades de lazer. […] No Brasil, são os livros didáticos, lidos por obrigação, os campeões. […] A pesquisa mostrou que 75% da população não frequenta uma biblioteca. Dentre os que frequentam, a maioria (71%) considera o espaço um lugar para estudar; para 61% é um lugar para pesquisa; em seguida, aparece como um ambiente voltado para estudantes para 28% dos entrevistados; e, em quarto, com 17%, a biblioteca é apontada como um local para emprestar livros de literatura.”
Ocimara Balmant – O Estado de S.Paulo, 30/07/2012

“Carlos tem 18 anos e é estudante de arquitetura. Começou a fumar maconha há dois anos. Tentou parar três vezes e não conseguiu. Só de pensar em ficar sem seu ‘baseado’ diário, começa a se sentir ansioso e ‘um pouco’ fora de controle, disse. Assim como ele há cerca de 1,3 milhão de brasileiros dependentes de maconha de acordo com o 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas. […] Os dados, divulgados ontem, trazem uma informação considerada preocupante pelos formuladores do trabalho: o número de jovens que admitiu consumir a droga. Em 2006, a cada adulto que consumia a droga havia também um jovem. Neste ano essa proporção foi de um adulto para 1,4 adolescentes. […] ‘Há pesquisas que mostram que um a cada dez jovens que consomem maconha terão, no futuro, transtornos psiquiátricos’, disse o psiquiatra Ronaldo Laranjeira.”
Afonso Benites – Folha de S.Paulo, 02/08/2012

“A massificação da arte e da informação seduz quem produz e consome peças, novelas, livros, jornais e filmes. As pesquisas de opinião dominam o comportamento, a moral, a política e o entretenimento. Cada vez mais, a balança para medir o valor de uma obra é a sua penetração no grande público e o retorno financeiro. É preciso reconhecer o valor de quem fura o bloqueio. […] O ser ou não ser de qualquer intelectual praticante é produzir algo que agrade a gregos e troianos, que instigue as cabeças pensantes, ao mesmo tempo que alcance as multidões. Esse, não há dúvida, é o milagre de Shakespeare, das tragédias gregas e de grande parte da música popular brasileira, mas não é todo dia que acontece. […] Existe uma condenação velada à erudição. A exaltação do popular é um posicionamento inatacável. Discordar dela, mesmo que parcialmente, é como discursar em favor da monarquia em meio à Revolução Francesa.”
Fernanda Torres – Folha de S.Paulo, 03/08/2012

24ª semana de 2012

0

“A partir do momento em que passa a exercer a representação conferida pelo povo, o parlamentar se obriga a compartilhar a trajetória pública com a sociedade. Esse é o ditame do exercício do poder na vida republicana. O chamado “voto corporativo”, que se desenvolve em função do vínculo entre iguais que trabalham sob a mesma cúpula, é figura insustentável diante do império da ética e da moral, cujos domínios se expandem nos múltiplos espaços da sociedade organizada. Não há mais sentido em guardar segredo no julgamento de parlamentares. A oxigenação dos pulmões sociais está a exigir assepsia, independência, justiça. A soberania popular ordena que a representação política se paute por transparência de atitudes e decisões. Onde o poder é oculto, já dizia Bobbio, tende a ser oculto o contrapoder, o poder invisível. Nas ditaduras floresce a cultura do sigilo. O Parlamento deve ser o primeiro Poder a implantar nas democracias o governo do poder visível.”
Gaudêncio Torquato – O Estado de S.Paulo, 10/06/2012

“A Europa nasceu ali, no pé da Acrópole, 25 séculos atrás, e tudo que ela tem de melhor, aquilo que ela mais aprecia e admira em si mesma, assim como as instituições democráticas, a liberdade e os direitos humanos têm sua distante raiz nesse pequeno rincão do velho continente, às margens do Egeu, onde a luz do sol é mais potente e o mar é mais azul. A Grécia é o símbolo da Europa e os símbolos não podem desaparecer sem que aquilo que eles encarnam desmorone e se desfaça nessa confusão bárbara de irracionalidade e violência da qual a civilização grega nos tirou.”
Mario Vargas Llosa – O Estado de S.Paulo, 10/06/2012

“Sem dúvida, o indivíduo que adota um comportamento social adequado no espaço corporativo em que atua, possibilita a visibilidade e o reconhecimento de suas competências, encurtando o caminho para a realização profissional. No entanto, sem os princípios éticos de honestidade e integridade gravitando em todos os nossos atos, dificilmente nos daremos um destino construtivo para nossa identidade profissional.”
Ruth Duarte – O Estado de S.Paulo, 10/06/2012

“No convívio escolar, como nas ciências, a construção do conhecimento depende da comparação de visões diferentes. Por isso, a boa escola deve ser, necessariamente, um espaço plural em termos de pensamentos e manifestações. […] Toda escola tem algo de parlamento, estádio e de templo. Se cada aula propiciar o diálogo e a compreensão, em lugar do proselitismo e da intolerância, e as convicções puderem ser expressas e respeitadas – não escondidas ou condenadas -, educar será preparar para a aventura real da vida. E não conduzir para rumos definidos, que podem ser becos sem saída.”
Luis Carlos de Menezes – Revista Nova Escola, junho/julho 2012

“Estamos no seguinte paradoxo: o mundo está muito aquém da economia verde, aumentando emissões, desmatando mais, usando mal os materiais. Economia verde é produzir usando menos recursos e comprometendo menos as saúdes dos ecossistemas, é transitar da energia fóssil para a renovável e usar melhor os materiais. Mas se constato que estamos muito aquém, então alguém pode me chamar de ‘radicaloide’ por querer ir Muito Além da Economia Verde. Só de alcançar a economia verde já estaria muito bom. O problema é que se considerarmos os últimos 20 anos, vemos que houve um imenso progresso no sentido da economia verde. Cada unidade de dólar foi gerada com 21% menos de uso de recursos materiais e 23% menos emissões de gases de efeito estufa. No entanto, o uso de materiais aumentou 39% e as emissões aumentaram 41%. Porque mesmo tendo um avanço extraordinário, está se produzindo e consumindo muito mais.”
Ricardo Abramovay – O Estado de S.Paulo, 11/06/2012

“O autêntico cristão não vive de costas para o mundo nem encara o seu tempo com inquietação ou nostalgias do passado. O verdadeiro cristão não vive focado no retrovisor.”
Carlos Alberto Di Franco – O Estado de S.Paulo, 11/06/2012

“Estamos vivendo uma doença chamada o mal do excesso. Nos transformando em verdadeiros exterminadores do futuro.”
Marina Silva – O Estado de S.Paulo, 12/06/2012

“Não é possível esverdear o mundo instantaneamente, e, por algum tempo, será preciso conviver com alternativas que representam progressos consideráveis em relação ao passado condenado, mas que ainda estarão longe do ideal. Uma postura militante tem sido bloquear esses progressos, contrapondo alternativas idealistas que, embora válidas para um pequeno grupo, fogem por completo à realidade (aí se incluem desde a agroecologia até a agricultura orgânica, biológica e natural proposta). Outra postura militante é não aceitar, de forma efetiva, os novos valores que precisam ser assumidos e reagir com base em direitos de propriedade como se fossem absolutos e não condicionados às regras sociais. No caso dos alimentos, o grande desafio da Rio+20 é permitir o diálogo entre os “radicais” de ambos os lados, o que abrirá espaço para uma transição consistente para uma nova economia com capacidade de alimentar o mundo.”
Antonio M. Buainain – O Estado de S.Paulo, 12/06/2012

17ª semana de 2012

2

“Constata a ONU que, embora tenha havido melhoria nos itens saúde e educação, comparados às décadas anteriores, ainda hoje cerca de 900 milhões de pessoas carecem de acesso à água potável, e 2,6 bilhões não dispõem de saneamento básico (no Brasil, 34,5 milhões de pessoas vivem sem este direito elementar, segundo o IPEA). A desigualdade entre ricos e pobres se aprofunda, informa o documento. Mais de 900 milhões de pessoas (13% da população global) sobrevivem em extrema pobreza, e apenas 17 milhões terão saído desse estado de penúria em 2012 (cf. Banco Mundial, ‘Estado do Futuro 2011’). O Projeto Milênio alerta para a importância de se promover o desarmamento, reduzir o consumo de energia proveniente de combustíveis fósseis, e combater a corrupção e o narcotráfico. […] Para se ajustar aos Objetivos do Milênio, nosso país clama por reformas: política, judiciária, agrária e tantas outras que corrijam os desmandos que ainda imperam, resquícios de uma mentalidade colonialista que considerava cidadãos apenas aqueles que possuíam propriedades.”
Frei Betto, Revista Caros Amigos – abril de 2012

“Em tempos complexos e carregados de emoção, como este que atravessamos, os líderes empresariais e governamentais deveriam se conscientizar da necessidade de manter os mais elevados padrões de honestidade. Nem sempre vamos gostar do que ouvimos, e nem do que temos a dizer. E , ainda que seja natural reagir com decepção diante de notícias ruins, temos de fazer um esforço para não temê-las.”
Howard Schultz, Revista Época Negócios – abril de 2012

“A industrialização do planeta afeta o clima, aumentando a temperatura média global. […] Mesmo que seja estatisticamente possível que o impacto humano seja pequeno, em vista da evidência que temos hoje, seria absurdo apostar nessa incerteza.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 22/04/2012

“Vá ao mercado perto de sua casa, olhe um abacaxi e pense no milagre que é a natureza, milagre que se repete em cada fruta, cada árvore, e que uma vida inteira seria pouco para refletir sobre o que é o paladar, o aroma, a textura de cada uma dessas coisas que se olha todos os dias, mas não se vê.”
Danuza Leão – Folha de S.Paulo, 22/04/2012

“O que você desejará fazer regularmente para se manter saudável e motivado? Quanto lhe custará, por mês, sair da rotina, cultivar hábitos saudáveis, rever amigos e parentes, enfim, cuidar de você mesmo? Ao definir essa verba, você certamente estará vivendo um presente mais rico. […] Quando surge um imprevisto, passeios e festas podem ser adiados, mas gastos fixos não. Quando podemos optar pela substituição de gastos, imprevistos são contornados com mais facilidade, sem que recorramos a dívidas. Enfim, aqueles que cuidam melhor de si também têm menor chance de ter problemas! Vai esperar mais para ajustar sua vida?”
Gustavo Cerbasi – Folha de S.Paulo, 23/04/2012

“A carreira é hoje mais importante para as mulheres do que para os homens, de acordo com pesquisa do Pew Research Center feita nos Estados Unidos. O levantamento mostra que 66% das mulheres entre 18 e 34 anos colocam a profissão como prioridade. Entre os homens, o número é de 59%. Em 1997, a situação era inversa. Para 58% dos homens, o trabalho era considerado algo muito importante, enquanto um percentual um pouco menor de mulheres (56%) pensava desse modo. Sucesso no casamento é, hoje, prioridade para 37% das mulheres e para 29% dos homens. No total, 1.696 pessoas foram ouvidas.”
Maria Cristina Frias – Folha de S.Paulo, 23/04/2012

“Pensamos que somos tão imprescindíveis que temos de estar presentes 24 horas por dia na vida alheia. E vice-versa: pensamos que somos tão importantes que os outros têm de estar permanentemente disponíveis para nós.”
João Pereira Coutinho – Folha de S.Paulo, 24/04/2012

“Algo está muito errado quando a maioria dos parlamentares, na contramão da vontade da maioria da sociedade, prefere um modelo de desenvolvimento que, em razão do lucro rápido, compromete o futuro do próprio país. […] O Brasil pode ser para o século 21 o que os Estados Unidos foram para o mundo no século 20. Mas são necessárias visão antecipatória e determinação de perseguir nosso destino de grande potência socioambiental. Não é fácil fazer a melhor escolha, porém é na pressão dos grandes dilemas que se forja a têmpera dos que estão afiados a talhar os avanços da história.”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 27/04/2012

“Credibilidade e confiança são valores que decorrem do culto às virtudes, algo que se perdeu numa sociedade que confunde Estado laico com Estado ateu -ou, pior ainda, antirreligioso. A relativização dos valores levou-o a uma visão materialista e hedonista da existência, estabelecendo comportamentos viciados, condutas desleais e irresponsáveis, quando não simplesmente criminosas.”
Kátia Abreu – Folha de S.Paulo, 28/04/2012

“O termo ‘hen’, defendido por feministas e entusiastas e ainda pouco usado, substitui ‘han’ (ele) e ‘hon’ (ela) por uma versão neutra. Há cerca de quatro anos, ele entrou para a ‘Enciclopédia Nacional’. […] O gênero neutro é parte de um movimento maior de busca por igualdade na Suécia. O país tem a maior proporção mundial de mulheres no mercado de trabalho, e o Fórum Econômico Mundial o elegeu como o de maior igualdade de gênero. Na escola-modelo Egalia, é uma preocupação desde os anos 2000 -quando os professores passaram a gravar as aulas uns dos outros. ‘Ficamos desapontados ao ver que tratávamos meninos e meninas de maneira diferente’, diz a diretora Lotta Rajalin. Hoje, a escola diz combater não o gênero biológico, mas o cultural. ‘Não tentamos fazer as crianças se esquecerem de seus sexos, mas do que é esperado deles’. Ou seja, grosso modo, não apenas os meninos são convidados para as aulas de futebol. Nem são só as meninas que têm acesso às bonecas. ‘É uma questão de democracia’, diz Rajalin.”
Diogo Bercito – Folha de S.Paulo, 28/04/2012

“O amor é construído naqueles dias de discussões intermináveis e de beijos profundos. No compreender, ceder e tentar melhorar. No compartilhar o que era, até então, privado. No resguardar individualidade e espaços. No descobrir e explorar em conjunto. O amor tem a vantagem do crescimento e da sensação de plenitude e o bom ônus do investimento diário.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 28/04/2012

“Apesar dos avanços em todos os itens de educação do Censo apresentados ontem, os dados de escolaridade continuam preocupantes. Quase 1 milhão de crianças de 6 a 14 anos estavam fora da escola em 2010 – 3,3% da população nesta faixa etária. A evolução na década só é possível para a faixa 7 a 14 anos, porque a lei que fixou os 6 anos como idade para ingresso no ensino fundamental é de 2006. Na faixa de 7 a 14, o índice de crianças fora da escola era 3,1% em 2010 e representa uma melhora em comparação com 2000, quando a proporção era de 5,5%. Em relação à população adulta, 6 em cada 10 brasileiros com 25 anos ou mais de idade não têm o ensino médio completo. Em 2000, eram quase 8 em cada 10. A proporção de brasileiros com curso superior completo teve aumento significativo, mas ainda é baixa, de 7,9%. Em 2000, eram apenas 4,4%.”
Luciana Nunes Leal – O Estado de S. Paulo, 28/04/2012

“A educação é o segredo do maior avanço das mulheres em comparação com os homens. ‘Elas passaram os homens em escolaridade em 1996’, disse Marcelo Néri, da Fundação Getúlio Vargas (FGV).”
O Estado de S. Paulo, 28/04/2012

“É chato quando filmar um show fica mais importante do que vivê-lo. […] Se é possível filmar e absorver ao mesmo tempo? Não. […] Muita gente filma para provar aos amigos que esteve lá. Se sorveu cada segundo daquele momento fazendo com os olhos e o coração uma edição de imagens que câmera nenhuma poderia fazer, não importa. Sua câmera assistiu a um grande show.”
Julio Maria – O Estado de S. Paulo, 28/04/2012

“Não é possível libertar-se de situações de opressão se você não sabe qual é sua história, se não entende por que está nisso, se não reconhece como os opressores são mais fortes do que você porque têm não apenas mais armas, mas mais crueldade também.”
Alice Walker, Revista Cult – abril de 2012

“Um trabalhador que enfrenta altas exigências no trabalho, mas tem pouca autonomia para definir quando e como satisfazê-las, costuma ser vítima de estresse e males correlatos, incluindo mais problemas cardiovasculares. Trabalhadores que se sentem financeiramente vulneráveis tendem a sentir estresse e custos correlatos à saúde física e mental.”
Jeffrey Pfeffer, Harvard Business Review – abril de 2012

15ª semana de 2012

0

“Só progrediremos moralmente como espécie quando tornarmos a proteção da vida um lema.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 08/04/2012

“Para os cristãos, a Páscoa celebra a liberdade da alma diante das várias escravidões da vida. […] Cristãos comem o corpo e bebem o sangue de Cristo, um inocente. E “nós” o matamos ou você duvida de qual lado você estaria na história?”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 09/04/2012

“Eles precisam viver no mundo como ele é, viver nos mesmos espaços públicos que todos, inclusive o espaço escolar, e conviver com todo tipo de pessoa, não apenas com aqueles que também portam diferenças aparentes. Todos somos diferentes. Se não respeitarmos as diferenças, se não aprendermos a conviver com a diferença, isso recairá, uma hora ou outra, contra nós e contra nossos filhos.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 10/04/2012

“O Brasil enfrenta hoje um grande desafio geopolítico e geoeconômico. Temos de sair de uma posição defensiva nas políticas econômica e externa e decidir que país queremos ser.”
Rubens Barbosa – O Estado de S. Paulo, 10/04/2012

“No Brasil, muitas pessoas ainda acreditam que viver só não é uma escolha legítima para a mulher. Em uma cultura que considera ter um marido como um capital, as mulheres sozinhas são vistas como párias. Enquanto em outras culturas viver só é uma opção cada vez mais desejável, aqui ainda é sinônimo de exclusão social e de fracasso pessoal.”
Mirian Goldenberg – Folha de S.Paulo, 10/04/2012

“Já quase a metade dos brasileiros (48,5%) está com excesso de peso. Isso é um problema sério. Ao que parece, seguimos a mesma rota dos EUA, onde a epidemia de obesidade teve início e a proporção de gordos já beira os 75%. […] A obesidade é uma doença crônica, incurável e intratável porque vencê-la exige passar por cima de todos os nossos instintos alimentares.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 11/04/2012

“É impossível deter as Cachoeiras de desejos, sobretudo quando são proibidos por lei, mas aceitos placidamente pelos costumes da terra, como a amizade e a malandragem. Essas coisas que viciam, como disse um deputado mineiro que construiu um castelo feudal. E, mais que isso, a certeza de que o governo tem muito mais do que pode administrar. Principalmente quando se sabe que aquilo que é de todos (ainda) não é de ninguém. Como prender bandidos num país onde mentir em causa própria é um princípio constitutivo do sistema legal?”
Roberto DaMatta – O Estado de S. Paulo, 11/04/2012

“Além de ser um direito, a educação inclusiva é uma resposta inteligente às demandas do mundo contemporâneo. Incentiva uma pedagogia não homogeneizadora e desenvolve competências interpessoais. A sala de aula deveria espelhar a diversidade humana, não escondê-la. Claro que isso gera novas tensões e conflitos, mas também estimula as habilidades morais para a convivência democrática. O resultado final, desfocado pela miopia de alguns, é uma educação melhor para todos.”
Rodrigo Mendes – Folha de S.Paulo, 12/04/2012

“Quando todas as portas estão fechadas, os perdedores têm ao menos a sabedoria dos que foram profundamente feridos e que lhes permite reconhecer e sentir a dor e vulnerabilidade dos outros. Isso explica que saibam dar a ternura e amizade que jamais receberam.”
Antonio Skármeta – O Estado de S. Paulo, 14/04/2012

“No fundo, o centralizador faz do controle uma forma de suprir o poder que, na verdade, não tem.”
Fabio Steinberg, Revista Alfa – abril de 2012

“Muita gente pensa que aprendizado é só o que você consegue apresentar, colocar no papel. Mas é muito mais. No trabalho, as pessoas lidam com problemas mais complexos. Para solucioná-los, é necessário muitas vezes recorrer a diferentes tipos de conhecimento e experiências, ser capaz de reuni-los e aplicá-los. Esse tipo de competência é pouco ensinado e avaliado nas escolas. Os profissionais aprendem mais na prática e geralmente nem conseguem explicar como e onde aprenderam.”
Michel Eraut, Revista Vocês/a – abril de 2012

11ª semana de 2012

1

“Em tempos de ansiedade, é natural que a culpa comece a ser jogada nos outros. […] Partes de um lado e outro se empenham para amplificar as acusações, num esforço que em nada contribui para a solução do problema. Simplesmente divide as pessoas, ofuscando o fato de que estamos todos no mesmo barco.”
Nitin Nohria – Harvard Business Review, março de 2012

“Um dos argumentos mais populares entre os defensores da permanência da cruz é o de que a maioria da população é cristã. Bem, a maior parte dos brasileiros também é flamenguista ou corintiana. A ninguém, contudo, ocorreria ornar os tribunais com bandeiras e flâmulas desses clubes. Maiorias não bastam para definir a decoração de paredes públicas. De resto, nem todos os cristãos são entusiastas do crucifixo. Algumas denominações protestantes o consideram um caso acabado de idolatria, pecado cuja prática meus ancestrais judeus costumavam punir com o apedrejamento até a morte.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 11/03/2012

“Não é exatamente o ato do consumo que nos faz felizes. Felicidade é um estado de espírito e não uma reação momentânea a um acontecimento. O que realmente contribui para nosso bem-estar é a maneira com que aproveitamos os acontecimentos em nossa vida. […] Se você quer ser mais feliz, planeje e poupe antes de consumir. Ambicione, conquiste e aprenda a degustar por um bom tempo suas conquistas, no lugar de cultivar o pobre vício em consumo.”
Gustavo Cerbasi – Folha de S.Paulo, 12/03/2012

“Se há um tipo de estabelecimento que cresce nas cidades é o depósito. Há depósitos para aquilo que não queremos mais por perto, que não usamos mais. Poderiam ser chamados de depósitos de lixo, mas nem sempre é lixo o que eles guardam. O mundo do consumo fez crescer vertiginosamente o descarte: descartamos o aparelho de telefone celular quase novo porque saiu um outro com novíssimas funções. Descartamos o computador recente e em pleno funcionamento porque saiu um modelo menor e mais leve; descartamos o sofá da sala que já tem o nosso cheiro e se adaptou ao formato de nosso corpo porque a linha em uso agora é de outro estilo; e o aparelho de TV porque já está ultrapassado etc. Queremos descartar para poder consumir mais. E isso transformou-se em um problema, já que o que não usamos mais atrapalha nossa vida, dá uma aparência a ela que rejeitamos, recusamos. Há um outro tipo de estabelecimento que também cresce nas cidades, não tanto em quantidade, e sim na ampliação dos serviços que oferece: a escola. Até poucos anos atrás, a escola era o lugar para onde os mais novos eram encaminhados com o objetivo de estudar e/ou aprender a conviver com outros. Hoje, a escola transformou-se em um local que serve para muitas outras coisas. Ela serve, por exemplo, para abrigar crianças (falo de crianças integrantes de famílias de classe média para cima) cujos pais trabalham tanto que não podem ir buscar seus filhos no horário que as aulas terminam. Dessa maneira, a escola permanece aberta até altas horas, até que os pais sejam liberados de seus afazeres e possam ir buscar seus rebentos.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 13/03/2012

“A bicicleta é política, um instrumento para questionar a forma como São Paulo vem sendo concebida e propor alternativas que possibilitem o convívio, o uso democrático do espaço público e a circulação de pessoas. Uma arriscada tarefa, quando a incivilidade é a regra.”
Gabriel Di Pierro Siqueira – Folha de S.Paulo, 14/03/2012

“Há 25 milhões de fumantes no Brasil e um crescente número de adolescentes que experimentam cigarros diariamente, candidatando-se à dependência e às consequências do tabagismo. Prevenção à iniciação é a palavra de ordem no cenário atual.”
Paula Johns e Clarissa Nomsi – Folha de S.Paulo, 17/03/2012

“O superendividamento é um assunto que vem tirando o sono de muitas famílias. Os 40 milhões de brasileiros que ascenderam à classe média e os outros tantos que se sentem mais seguros com a estabilidade econômica do país não estão apenas contando com uma renda mais elevada, mas também buscando um maior padrão de consumo. É a necessidade de extravasar um desejo reprimido durante décadas.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 17/03/2012

“O cinema é uma arte tão umbilicalmente ligada ao tempo que poderíamos dizer que todo filme, qualquer filme, por humilde que seja, não deixa de fazer uma referência a ele. Ou a ele estar subordinado. É de sua natureza. O cinema torna presente o que já desapareceu. Traz de volta “à vida” monumentos que não mais existem, modas que já passaram, pessoas que morreram. Em certo sentido, a fotografia, técnica mais antiga, e da qual o cinema deriva, também faz isso. Com uma diferença e vantagem para o cinema – ele traz de volta à vida não apenas as formas mortas, mas seu movimento e sua duração.”
Luiz Zanin Oricchio – O Estado de S. Paulo, 17/03/2012

“Uma qualidade importante dos grandes inventores é estar permanentemente apaixonados pelo que fazem. ‘As pessoas mais criativas quando fazem algo que amam’, afirma Teresa Amabile, professora da Hrvard Business School.”
Amanda Kamancheck – Revista Você S/A, março de 2012

10ª semana de 2012

0

“Errar e admitir o erro são passos essenciais na busca pela verdade.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 04/03/2012

“Um estudo em janeiro na revista ‘Cyberpsychology, Behavior and Social Networking’ descobriu que quanto mais tempo as pessoas passam no Facebook, mais elas acham que seus amigos são felizes e, em consequência, se sentem mais tristes.”
Anita Patil – Folha de S.Paulo, 05/03/2012

“O câncer não é uma doença, mas muitas. Podemos chamar todas da mesma maneira porque compartilham uma característica fundamental: o crescimento anormal das células. É um exagero dizer que a guerra contra o câncer está perdida, mas também não é realista dizer que essa é uma guerra que pode ser completamente vencida.”
Siddhartha Mukherjee, Revista Época – 05/03/2012

“A inviolabilidade da criança sempre me pareceu superior à autonomia dos pais, exceto nos casos em que a gravidez representa ameaça para a saúde física ou psíquica da mãe. Só quando duas vidas estão em conflito é possível decidir salvar uma delas.”
João Pereira Coutinho – Folha de S.Paulo, 06/03/2012

“A mulher é guerreira, mas ela não vai à guerra como os homens, para destruir inimigos. Ela vai à guerra para construir, para proteger e para nutrir os seus. Existe um consenso entre os ativistas sociais de que a mulher é o vetor mais eficiente de propagação de prosperidade, segurança familiar, saúde e educação”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 06/03/2012

“A globalização e as novas tecnologias nos conectaram uns aos outros e abriram novas formas de ser, pensar, sentir e agir. Consumo responsável, alimentação saudável, respeito às diversidades, saber ouvir e participar da vida social e política, criatividade e inovação poderão ser os novos pilares da sociedade contemporânea -e o Brasil tem todas as condições para trilhar esse caminho. Resta saber se teremos a maturidade e as condições para a construção e a afirmação de novos valores.”
Maria Alice Setubal – Folha de S.Paulo, 06/03/2012

“O corpo tem de dar lucro. As mulheres querem ser disputadas, consumidas, como um bom eletrodoméstico. […] Sempre que chega esse Dia Internacional, nós machistas elogiamos o lado “abstrato” das fêmeas, sua delicadeza, sua capacidade de perdão (sic), sua coragem, em textos de hipocrisia paternalista, como se falássemos de pobres, de crianças ou de vítimas. Claro que na História, as mulheres foram e são oprimidas, estupradas na alma e corpo. Mas não é como vítimas que devemos lamentá-las ou louvá-las . Sua importância é afirmativa, pois elas estão muito mais próximas que nós da realidade deste mundo aberto, sem futuro ou significado. Elas não caminham em busca de um “sentido” único, de um poder brutal. Não é que sejam “incompreensíveis”; elas são mais complexas, imprevisíveis como a natureza. O homem se crê acima do mistério, mas as mulheres estão dentro. São impalpáveis como a realidade que o homem “pensa” que controla. A mulher pensa por metáforas. O homem por metonímias. Entenderam? Claro que não. Digo melhor, a mulher compõe quadros mentais que se montam em um conjunto simbólico, como a arte. O homem quer princípio, meio e fim.”
Arnaldo Jabor – O Estado de S. Paulo, 07/03/2012

“Pergunto se não seria uma urgência urgentíssima fazer uma campanha maciça, dura e realista, mostrando claramente a nossa resistência à cordialidade que sem dúvida é nossa, mas que deve ultrapassar as fronteiras da casa e do coração, para ser aplicada ao mundo da rua e a todos os que conosco compartilham o espaço urbano. Tal extensão do respeito pelo outro no mundo público chama-se igualdade! Esse valor a ser implementado pela polícia e pela lei, mas ao lado de uma conscientização de nossas alergias às situações igualitárias e o nosso pendor às diferenciações que excluem os “homens bons” ou a “gente boa” das regras, sendo a marca de quem detém alguma forma de fama, celebridade, “você sabe com quem está falando?” e, bem acima de tudo, poder político!”
Roberto DaMatta – O Estado de S. Paulo, 07/03/2012

“Há homens impotentes que se esfregam contra mulheres no metrô lotado: esperam confirmar sua virilidade duvidosa graças à reação indignada que eles suscitam.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 08/03/2012

“O Brasil é tetracampeão em felicidade no ranking de uma pesquisa feita pela FGV (Fundação Getúlio Vargas) em parceria com a consultoria Gallup, na qual a Síria aparece em último lugar. Feita com cerca de 200 mil pessoas em 158 países, a pesquisa realizada em 2011 buscou saber a expectativa de felicidade das pessoas nos próximos cinco anos e também no presente. O Brasil vence nos dois. Depois do Brasil, no quesito “países mais felizes” aparecem Panamá, Costa Rica, Colômbia, Qatar, Suíça e Dinamarca. Entre os brasileiros, a pesquisa constatou também que as mulheres são mais felizes que os homens, o que Neri atribui ao maior nível de educação conquistado pelas mulheres nos últimos anos. De acordo com Neri, a educação traz felicidade porque se traduz em renda e, consequentemente, em uma vida melhor. Outra constatação da pesquisa é a de que as mulheres solteiras são mais felizes que as casadas no mundo inteiro, mas o índice cai à medida que a mulher envelhece. As que têm filhos menores de 15 anos também são mais felizes do que as que não têm filhos, indicou a pesquisa.”
Denise Luna – Folha de S.Paulo, 08/03/2012

“Apenas 4,2% dos estudantes que concluíam o ensino médio da rede estadual paulista em 2011 tinham um conhecimento adequado em matemática. Seis em cada dez não sabiam nem o básico do que era esperado para a série na mesma disciplina. A informação faz parte do balanço do Saresp, exame do governo paulista que avalia anualmente o conhecimento de matemática e português de estudantes do 5º e 9º anos do ensino fundamental e do 3º ano do ensino médio. […] O balanço mostra que 58,4% dos alunos do 3º ano do ensino médio tiveram desempenho considerado “abaixo do básico” (insuficiente) em matemática, no conceito adotado pelo Estado.”
Talita Bedinelli – Folha de S.Paulo, 08/03/2012

“Ademais, dados da OMS mostram que as taxas de filhos escolarizados são 40% maiores quando a mãe é alfabetizada, em contraposição ao pai alfabetizado. Comprovam também que para cada ano de escolarização da mãe a mortalidade infantil fica nove em cada mil nascimentos menor.”
Miguel Srougi – Folha de S.Paulo, 09/03/2012

“Se não priorizarmos o transporte coletivo, o transporte individual irá tomar todo o espaço que dermos, e não será suficiente. Seus usuários ainda irão reclamar como crianças “birrentas” até espumar de raiva, levantando a bandeira do direito adquirido do uso do transporte individual, baseada na individualidade e no egoísmo do uso do espaço público. Quem viver verá.”
Horácio Augusto Figueira – Folha de S.Paulo, 10/03/2012

“Achava que tudo tinha de ser do meu jeito e ponto. Era muito difícil mudar meu ponto de vista. Por mais que diziam para não entrar no crime, estava certo de que deveria entrar nesse mundo. […] Se eu disser que roubei por necessidade, ‘tô’ mentindo. Não passava fome, minha mãe me criava bem. […] A mudança só aconteceu quando eu vim para a Fundação Casa. Tive alguns professores que começaram a colocar dúvidas em minha mente. Eles me perguntavam o que eu queria para mim. A música, o surfe ou o crime? Sempre gostei dos três. Fiquei um pouco indeciso, o crime ainda estava em mim. Acabei descartando o crime pouco a pouco. Não dá para fingir que não fez parte da minha vida. Aí, passei a gostar de mim. Aprendi a tocar percussão, compus canções e decidi pela música. […] Ninguém lá em casa tem faculdade, por isso minha família ficou supercontente. Falaram: ‘Você mudou’. Eles disseram que aprendi a ouvir os outros. Você me pergunta se eu acho que mudei? Não acho, porque se achasse ainda teria dúvida. Tenho certeza de que mudei.”
Afonso Benites – Folha de S.Paulo, 10/03/2012

09ª semana de 2012

0

“O capital financeiro é hoje importante como nunca foi. […] Sou otimista no sentido de que acredito que as pessoas vão reconhecer que há limites sérios no capitalismo e que é preciso considerar modos alternativos.”
David Harvey – Folha de S.Paulo, 26/02/2012

“Estudos populacionais mostram que a maioria de nós passou ou passará por eventos traumáticos. Quando o indivíduo consegue processar essa notícia negativa de maneira a construir uma aliança de aprendizado, ele desenvolve algo chamado ‘resiliência’. Na física, é o nome que se dá à capacidade de um corpo de voltar à forma natural depois de sofrer uma deformação causada pela força de um agente externo. […] A superação de um trauma anda de mãos dadas com o fortalecimento do caráter e das virtudes, as pessoas se descobrem melhores depois.”
Júlio Peres, Revista Época – 27/02/12

“Existe uma distinção muito grande entre religião e espiritualidade. Religião é uma coisa às vezes perigosa, manipuladora, cheia de ‘não faça isso’, ‘não pode aquilo’. Uma religião pode até conduzir para o sentido contrário da espiritualidade. Respeito todas as religiões, mas acho que só vale o que nos coloca em contato com uma coisa maior. Só a troca nos coloca numa outra dimensão. A troca é o amor, a caridade. Tirar o foco de você e se doar, entrar numa outra sintonia. Como acredito no amor, a imagem que mais me alimenta é a do Cristo. Não me fiz de vítima. Achava que minha jornada seria tão enriquecedora que no final eu acharia tudo uma bênção. Como acho mesmo. Tive a oportunidade de ver como eu podia mudar tanta coisa.”
Reynaldo Gianecchini, Revista Época – 27/02/12

“Passamos a ver as crianças como seres muito frágeis, prestando atenção a tudo o que diz respeito a seu corpo e a seu espírito. O resultado é um estilo de educação que acaba por escravizar os pais.”
Pamela Druckerman, Revista Época – 27/02/12

“Os pais não sabem se delegam para a escola (que já reclama da sobrecarga de responsabilidades) ou se terceirizam a resolução dos problemas para os terapeutas. No baile dos perdidos, os conflitos geracionais ganham escala.”
Jairo Bouer, Revista Época – 27/02/12

“Ambientalista é, hoje, um rótulo muito elástico, diferente do que era há 30 anos. Por isso, o ambientalismo está diante de uma tarefa: se reinventar. Por que, às vezes, a gente enfrenta dificuldades? Porque, muitas vezes, as explicações não são lineares. Você diz que algo vai acontecer, e não acontece. Veja a questão do aquecimento global. O tema é complexo, mas acho que o setor empresarial é outro hoje. Dificilmente uam empresa de nome não está preocupada com a gestão ambiental, é uma questão da comunidade. Avançar nisso exige mais tempo.”
Fabio Feldmann – O Estado de S. Paulo, 27/02/2012

“Os líderes têm de ser mais inovadores, pois o planeta está se tornando cada vez mais complexo e os negócios precisam se adaptar rapidamente. E têm de ser humanos, buscando harmonia no ambiente de trabalho. As pessoas se preocupam cada vez mais com o significado e procuram empresas que preencham sua visão de mundo.”
Peter Rodriguez, diretor da escola de negócios da Universidade da Virgínia, Revista Você S/A – fevereiro de 2012

“Ter sido arrancado de uma porção de coisas sem sair do lugar: eis uma descrição precisa e pungente do estado psíquico do enlutado. A perda de um ser amado não é apenas a perda do objeto, é também a perda do lugar que o sobrevivente ocupava junto ao morto.”
Maria Rita Kehl, psicanalista – Revista Cult – fevereiro de 2012

“A carreira não deve ser pensada ou planejada como um projeto do indivíduo, mas sim como um projeto do casal. […] De nada adiantará acumular riquezas e conquistar a tranquilidade da aposentadoria se, lá na frente, a única coisa a que você terá acostumado seu corpo e sua mente a sentir falta for o trabalho.”
Gustavo Cerbasi – Folha de S.Paulo, 27/02/2012

“Se Freud já dizia que pessoas adultas são uma raridade, hoje ficaria chocado com o fato de que infantilidade se tornou um direito de todo cidadão. A maior desgraça da democracia, dizia Nelson Rodrigues, é que ela traz à tona a força numérica dos idiotas, que são a maioria da humanidade.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 27/02/2012

“Na Espanha, o desemprego entre pessoas de 16 a 24 anos se aproxima dos 50%. Essa taxa é de 48% na Grécia, e de 30% em Portugal e na Itália. Aqui no Reino Unido, ela fica em 23,3%. A falta de oportunidades está alimentando uma crescente sensação de alienação e raiva entre os jovens de toda a Europa -um estado de ânimo que ameaça envenenar as aspirações de uma geração, e que já alimentou vários protestos violentos de Londres a Atenas.”
Landon Thomas Jr. – The New York Times/Folha de S.Paulo, 27/02/2012

“A produtividade das empresas aumentaria se o trabalho em casa fosse permitido, pois evitaria estresse e perda de tempo no trânsito, segundo 51% das 1.200 pessoas abordadas pela companhia de recrutamento Monster. Para 44%, o ideal é trabalhar em casa e ir ocasionalmente à empresa. Cerca de 6% responderam que essa modalidade não funcionaria, pois se sentiriam dispersos.”
Maria Cristina Frias – Folha de S.Paulo, 28/02/2012

“As pessoas não acreditam mais no ‘felizes para sempre’. Então, trocam o eterno pelo intenso, querem algo que as deixe muito loucas, como uma droga, ou as leve a estados profundos de desespero. Isso traz outra dificuldade, que é o ideal do amor extraordinário, fora do comum. Não temos, ou não usamos, referências do amor ordinário, que é o amor que temos na vida real, com alguns altos e baixos, mas, na maioria das vezes, com seus platôs.”
Lisa Appignanesi – Folha de S.Paulo, 28/02/2012

“Seja autêntico. Não é possível contar uma história que não seja a sua. É possível enfatizar uma ou outra característica da sua história, mas não faz sentido contar histórias de pessoas, de projetos e de empresas perfeitas ou inventadas. As histórias autênticas e imperfeitas viram excepcionais ao serem contadas exatamente como são. No conjunto dos fatos, ou mesmo com o tempo, as pessoas facilmente percebem histórias que não são autênticas e isso mina a base de toda comunicação eficaz: a confiança. Um dos melhores comunicadores dos nossos tempos, o ex-presidente Lula, talvez seja o melhor exemplo disso. Ao se comunicar, é emotivo, por vezes impulsivo e muito simples e direto. Não construiu um estilo pseudorrebuscado e frio, conta sempre histórias diretas e simples, condizentes com sua personalidade e sua história de vida.”
Julio Vasconcellos – Folha de S.Paulo, 01/03/2012

“Quase 60% das mulheres estão insatisfeitas com o trabalho, segundo pesquisa da empresa de consultoria de gestão e serviços de tecnologia Accenture com mais de mil executivas em 31 países, incluindo o Brasil. O trabalho, que ouviu no total 3.900 executivos, incluindo homens, conclui que mais de 40% dos entrevistados avaliam a falta de oportunidade e de um plano de carreira como obstáculo. Apenas 20% citam as barreiras familiares. Apesar do descontentamento com o trabalho, mais de dois terços disseram que não pretendem deixar os empregos atuais.”
Maria Cristina Frias – Folha de S.Paulo, 02/03/2012

Go to Top