“O capital financeiro é hoje importante como nunca foi. […] Sou otimista no sentido de que acredito que as pessoas vão reconhecer que há limites sérios no capitalismo e que é preciso considerar modos alternativos.”
David Harvey – Folha de S.Paulo, 26/02/2012

“Estudos populacionais mostram que a maioria de nós passou ou passará por eventos traumáticos. Quando o indivíduo consegue processar essa notícia negativa de maneira a construir uma aliança de aprendizado, ele desenvolve algo chamado ‘resiliência’. Na física, é o nome que se dá à capacidade de um corpo de voltar à forma natural depois de sofrer uma deformação causada pela força de um agente externo. […] A superação de um trauma anda de mãos dadas com o fortalecimento do caráter e das virtudes, as pessoas se descobrem melhores depois.”
Júlio Peres, Revista Época – 27/02/12

“Existe uma distinção muito grande entre religião e espiritualidade. Religião é uma coisa às vezes perigosa, manipuladora, cheia de ‘não faça isso’, ‘não pode aquilo’. Uma religião pode até conduzir para o sentido contrário da espiritualidade. Respeito todas as religiões, mas acho que só vale o que nos coloca em contato com uma coisa maior. Só a troca nos coloca numa outra dimensão. A troca é o amor, a caridade. Tirar o foco de você e se doar, entrar numa outra sintonia. Como acredito no amor, a imagem que mais me alimenta é a do Cristo. Não me fiz de vítima. Achava que minha jornada seria tão enriquecedora que no final eu acharia tudo uma bênção. Como acho mesmo. Tive a oportunidade de ver como eu podia mudar tanta coisa.”
Reynaldo Gianecchini, Revista Época – 27/02/12

“Passamos a ver as crianças como seres muito frágeis, prestando atenção a tudo o que diz respeito a seu corpo e a seu espírito. O resultado é um estilo de educação que acaba por escravizar os pais.”
Pamela Druckerman, Revista Época – 27/02/12

“Os pais não sabem se delegam para a escola (que já reclama da sobrecarga de responsabilidades) ou se terceirizam a resolução dos problemas para os terapeutas. No baile dos perdidos, os conflitos geracionais ganham escala.”
Jairo Bouer, Revista Época – 27/02/12

“Ambientalista é, hoje, um rótulo muito elástico, diferente do que era há 30 anos. Por isso, o ambientalismo está diante de uma tarefa: se reinventar. Por que, às vezes, a gente enfrenta dificuldades? Porque, muitas vezes, as explicações não são lineares. Você diz que algo vai acontecer, e não acontece. Veja a questão do aquecimento global. O tema é complexo, mas acho que o setor empresarial é outro hoje. Dificilmente uam empresa de nome não está preocupada com a gestão ambiental, é uma questão da comunidade. Avançar nisso exige mais tempo.”
Fabio Feldmann – O Estado de S. Paulo, 27/02/2012

“Os líderes têm de ser mais inovadores, pois o planeta está se tornando cada vez mais complexo e os negócios precisam se adaptar rapidamente. E têm de ser humanos, buscando harmonia no ambiente de trabalho. As pessoas se preocupam cada vez mais com o significado e procuram empresas que preencham sua visão de mundo.”
Peter Rodriguez, diretor da escola de negócios da Universidade da Virgínia, Revista Você S/A – fevereiro de 2012

“Ter sido arrancado de uma porção de coisas sem sair do lugar: eis uma descrição precisa e pungente do estado psíquico do enlutado. A perda de um ser amado não é apenas a perda do objeto, é também a perda do lugar que o sobrevivente ocupava junto ao morto.”
Maria Rita Kehl, psicanalista – Revista Cult – fevereiro de 2012

“A carreira não deve ser pensada ou planejada como um projeto do indivíduo, mas sim como um projeto do casal. […] De nada adiantará acumular riquezas e conquistar a tranquilidade da aposentadoria se, lá na frente, a única coisa a que você terá acostumado seu corpo e sua mente a sentir falta for o trabalho.”
Gustavo Cerbasi – Folha de S.Paulo, 27/02/2012

“Se Freud já dizia que pessoas adultas são uma raridade, hoje ficaria chocado com o fato de que infantilidade se tornou um direito de todo cidadão. A maior desgraça da democracia, dizia Nelson Rodrigues, é que ela traz à tona a força numérica dos idiotas, que são a maioria da humanidade.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 27/02/2012

“Na Espanha, o desemprego entre pessoas de 16 a 24 anos se aproxima dos 50%. Essa taxa é de 48% na Grécia, e de 30% em Portugal e na Itália. Aqui no Reino Unido, ela fica em 23,3%. A falta de oportunidades está alimentando uma crescente sensação de alienação e raiva entre os jovens de toda a Europa -um estado de ânimo que ameaça envenenar as aspirações de uma geração, e que já alimentou vários protestos violentos de Londres a Atenas.”
Landon Thomas Jr. – The New York Times/Folha de S.Paulo, 27/02/2012

“A produtividade das empresas aumentaria se o trabalho em casa fosse permitido, pois evitaria estresse e perda de tempo no trânsito, segundo 51% das 1.200 pessoas abordadas pela companhia de recrutamento Monster. Para 44%, o ideal é trabalhar em casa e ir ocasionalmente à empresa. Cerca de 6% responderam que essa modalidade não funcionaria, pois se sentiriam dispersos.”
Maria Cristina Frias – Folha de S.Paulo, 28/02/2012

“As pessoas não acreditam mais no ‘felizes para sempre’. Então, trocam o eterno pelo intenso, querem algo que as deixe muito loucas, como uma droga, ou as leve a estados profundos de desespero. Isso traz outra dificuldade, que é o ideal do amor extraordinário, fora do comum. Não temos, ou não usamos, referências do amor ordinário, que é o amor que temos na vida real, com alguns altos e baixos, mas, na maioria das vezes, com seus platôs.”
Lisa Appignanesi – Folha de S.Paulo, 28/02/2012

“Seja autêntico. Não é possível contar uma história que não seja a sua. É possível enfatizar uma ou outra característica da sua história, mas não faz sentido contar histórias de pessoas, de projetos e de empresas perfeitas ou inventadas. As histórias autênticas e imperfeitas viram excepcionais ao serem contadas exatamente como são. No conjunto dos fatos, ou mesmo com o tempo, as pessoas facilmente percebem histórias que não são autênticas e isso mina a base de toda comunicação eficaz: a confiança. Um dos melhores comunicadores dos nossos tempos, o ex-presidente Lula, talvez seja o melhor exemplo disso. Ao se comunicar, é emotivo, por vezes impulsivo e muito simples e direto. Não construiu um estilo pseudorrebuscado e frio, conta sempre histórias diretas e simples, condizentes com sua personalidade e sua história de vida.”
Julio Vasconcellos – Folha de S.Paulo, 01/03/2012

“Quase 60% das mulheres estão insatisfeitas com o trabalho, segundo pesquisa da empresa de consultoria de gestão e serviços de tecnologia Accenture com mais de mil executivas em 31 países, incluindo o Brasil. O trabalho, que ouviu no total 3.900 executivos, incluindo homens, conclui que mais de 40% dos entrevistados avaliam a falta de oportunidade e de um plano de carreira como obstáculo. Apenas 20% citam as barreiras familiares. Apesar do descontentamento com o trabalho, mais de dois terços disseram que não pretendem deixar os empregos atuais.”
Maria Cristina Frias – Folha de S.Paulo, 02/03/2012