Posts tagged educação

1ª semana de 2011

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“É difícil imaginar um mestre que possa exercer sua competência pedagógica sem autoridade para corrigir erros. Comportamento tem que ser corrigido, assim como caligrafia, apresentação de trabalhos e conteúdos. Numa época como a nossa, em que ter uma falta ou falha apontada é visto como humilhação, e a repetição e a imitação são um martírio, como ensinar e como aprender? […] A imposição de tarefas não criativas, não inventivas, é tediosa e deveria poder ser evitada. Assim não se ensina e nem se aprende. Tentativa e erro, repetição, verificação, correção são o caminho para a assimilação.
Para que eu me aproprie de um novo saber, é preciso verificar se o conteúdo (dois e dois são quatro) é correto. […] Professor com medo do aluno, como qualquer ser humano, vai evitar esse desconforto. Vai observar pouco, vai verificar o estritamente necessário, vai fugir do eventual confronto. […] Onde domina o medo do erro, onde se evita a falha em vez de corrigi-la, onde se evita o confronto, se aprende pouco.”

Anna Veronica Mautner, psicanalista, Folha de S.Paulo – 04/01/2011

 

“Justo agora, quando depois de séculos de opressão, a mulher passou a ter voz própria, acontece um fato imprevisto, desagradável e aparentemente inexplicável: a ameaça de extinção do “homo interessantis”. Pelo menos é o que se escuta por aí. […] Antes do movimento feminista, essa era a posição da mulher: um acessório mais ou menos indispensável. O homem se valorizava infantilizando a mulher e depois lamentava não ter uma companheira. Para conversas divertidas e interessantes, frequentava ambientes masculinos. […] Ao colaborar para a extinção do “homo interessantis”, a mulher se vê obrigada a contar com a companhia feminina. Para cimentá-la, é preciso diminuir o homem. O ciclo se perpetua.”

Marion Minerbo, psicanalista, Folha de S.Paulo – 04/01/2011

 

“Existem duas maneiras de abordar o risco. Há o modo analítico, que opera com cálculo probabilístico e lógica formal. É um sistema abstrato e lento, que exige reflexão antes de traduzir-se em ações. Muitas vezes, simplesmente não processamos suas recomendações. […]O outro modo é o experiencial. Moldado por milhões de anos de seleção natural, é intuitivo, baseia-se em emoções e é rápido. Não temos de pensar antes de fugir de um leão. O desafio é encontrar meios de ensinar o cérebro a interpretar de forma visceral informações sobre o perigo de construir em áreas inadequadas ou ignorar leis de trânsito.”

Hélio Schwartsman, Folha de S.Paulo – 05/01/2011

 

“No fim de semana do Ano-Novo, os mais de 500 milhões de usuários do Facebook postaram um total de 750 milhões de fotos na rede social, número recorde, segundo divulgou ontem o blog TechCrunch. Em julho, a rede social afirmou que 100 milhões de fotos eram postadas por dia. O blog destaca, porém, que atualmente a média já deve ser maior por conta do crescimento no número de usuários.”

Folha de S.Paulo – 05/01/2011

 

“A gente sempre acha que a mudança virá de grandes resoluções: parar de fumar, pedir demissão, declarar-se à Regininha do RH. Às vezes, contudo, são as pequenas atitudes que alteram definitivamente a rota de nossas vidas. Às vezes, são as pequenas escolhas que mais dilaceram o coração.”

Antonio Prata, Folha de S.Paulo – 05/01/2011

 

“A fé não muda muito minha maneira de escrever. Eu só evito palavras de baixo calão, por exemplo. Fora isso, a religião interfere um pouco nos temas que abordo em meus livros. Eu me recuso a escrever sobre adultério. Toda história de amor precisa de um conflito, e os escritores adoram o adultério porque é o mais fácil deles. Duas pessoas se amam, mas não podem ficar juntas porque… uma delas é casada. Quase todos os romances românticos e filmes de Hollywood se enquadram aí. Tenho de procurar outros conflitos. Pode-se dizer que minha fé me obriga a ser um escritor melhor e mais original.”

Nicholas Sparks, 44, escritor americano, Revista Época, 03/01/2011

 

“Em um mundo que substituiu a ideologia pela economia, não importa quanto dinheiro você tem no bolso, manda aquele que pode e deseja gastar, seja no crediário miúdo ou nas grandes tacadas dos cartões platinum. O resto é silêncio. […]

Eu estive na posse de Darcy Ribeiro no Senado no fim da década de oitenta. Darcy fez um discurso belíssimo sobre a importância da educação e declarou que todo aquele que é capaz de ler, no Brasil, é responsável pelo analfabetismo.”

Fernanda Torres, atriz, Folha de S.Paulo – 08/01/2011

30 de dezembro de 2010

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“Não sei se há um jeito feminino de governar, se há uma maneira feminina de, por exemplo, resolver conflitos. Temo até o contrário. Como se estereotipou a mulher como frágil, e como fragilidade não combina, em tese, com ser chefe (de governo ou qualquer outra chefia), exige-se das mulheres-governantes que sejam ‘machas’. Não é à toa que a mais famosa mulher-governante, Margaret Thatcher, acabou rotulada como ‘dama de ferro’. Tampouco Angela Merkel, a outra mulher chefe de governo de país relevante, faz algo muito diferente do que fizeram os homens que a antecederam. Tomara que Dilma o faça.”

Clóvis Rossi, Folha de S.Paulo – 29/12/2010

 

“Uma pessoa indignada não é necessariamente raivosa. Indignar-se com a justiça é estar alerta. […] Felizes são os homens e as mulheres que não aceitam passivamente os malfeitos dos governos e dos indivíduos. A indiferença nos faz menos humanos. A resignação pode nos tornar cúmplices. […] Indigne-se, mas não seja chato. Contribua para a mudança. Melhor ser um indignado otimista que um resignado deprimido.”

Ruth Aquino, Revista Época, 27/12/2010

 

“A filosofia que morreu foi a arte de interpelar o mundo, a começar por si mesmo, elaborando narrativas críticas da vida. Uma crença das últimas gerações é a do presente, contínuo: passado e futuro, experiência e projeto, fundamento e destino, não servem para nada. […] O mundo da cultura se tornou pior porque a filosofia morreu – filosofia, repito, no sentido de questionamento sistemático do mundo e do eu. Pensemos na medicina. Seus diagnósticos e terapias são, hoje, infinitamente melhores – mas cada vez menos médicos se perguntam sobre a medicina. É como se x + y não passasse de um jogo para distrair e aguçar o raciocínio. Ou a literatura para distrair dos problemas da vida.”

Joel Rufino dos Santos, historiador e escritor, Revista Época, 27/12/2010

 

“Para recuperarmos este século de atraso educacional, é preciso aumentar a velocidade das conquistas que obtivemos na última década. Nosso futuro promissor depende de materializarmos essas intenções com coragem para quebrar paradigmas, com humildade para fazermos arranjos políticos em torno do aprendizado, com audácia para sonharmos alto e com pragmatismo para não perdermos mais tempo.”

Ilona Becskeházy, diretora-executiva da Fundação Lemann, Revista Época, 27/12/2010

27 de dezembro de 2010

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“Desenvolvimento deve ser pensado como uma equação que agrega desempenho econômico, qualidade de vida e sustentabilidade. Não é por acaso que o pensamento econômico contemporâneo busca alternativas para o PIB como medida de desenvolvimento.”

Ricardo Young, Folha de S.Paulo – 27/12/2010

 

“Quando a ação educativa se dá em uma comunidade escolar solidária em suas responsabilidades e na qual dificuldades e conquistas são compreendidas como sendo de toda a equipe, surge a paixão pelo bom trabalho e isso também envolve os alunos. Essa é a condição primeira para a existência de uma verdadeira escola, o que não resolve todos os seus problemas nem elimina tropeços e dramas inevitáveis em qualquer atividade humana, mas cria as condições para que o educar seja realizado como deve – com compromisso e emoção”.

Luis Carlos de Menezes, físico e educador da Universidade de São Paulo, Revista Nova Escola, dezembro de 2010

26 de dezembro de 2010

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“‘Uma refeição por dia em família pode diminuir em até 80% o consumo de drogas entre os filhos – e também ajuda a combater a violência na rua, na escola e em casa’. A afirmação é do psiquiatra infantil Fábio Barbirato, autor do livro A mente do seu filho. Se as crianças aprendem por imitação, que modelos nós, os pais e mães modernos do século XXI, fornecemos em casa? O que ensinamos a nossos filhos? Temos tempo de transmitir algum valor ou escutá-los? Nunca foi fácil educar. A fronteira entre a autoridade e a compreensão é um aprendizado.”

Ruth de Aquino, Revista Época, 20/12/2010

 

“Não desperdiçar dinheiro e equipamentos públicos em eventos espetaculosos e supérfluos nem em propaganda estatal abusiva.”

Alfredo Bosi, crítico literário, em uma de suas propostas para o Ministério da Cultura, Revista Carta Capital, 22/12/2010

20 de dezembro de 2010

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“Ano após ano, prometemos, torcemos, desistimos antes do meio do ano após constatar nosso provável fracasso e então começamos a torcer pela chegada do fim do ano para fazer novas promessas. Ano após ano, o ciclo se repete, a história não muda. Mudam, talvez, os sonhos, mas não mudamos nossa história. Promessas não passam de pura expectativa do futuro enquanto não adotamos nenhuma ação para que elas se concretizem. Se você quer realmente realizar seus sonhos em 2011, pare de sonhar, deixe de simplesmente prometer. Assuma seus sonhos como projetos pessoais, faça as contas de quanto tempo e/ou dinheiro você precisa para concretizá-los e, simplesmente, aja. […] Se, a cada mês, você faz o pequeno esforço necessário para alcançar sua grande meta, o trabalho fica menor, e seu desgaste também. O problema por trás do insucesso de nossas promessas é que muitas pessoas passam a vida sonhando demais e esquecem de agir para concretizar seus sonhos. Peter Drucker, o maior pensador na ciência da administração, dizia que a melhor maneira de prever o futuro é construí-lo. Uma construção não é feita de sonhos, mas sim de projetos e de várias ações para completar as diversas fases deles. Descobri, ao planejar, executar e finalizar diversos projetos em minha vida e na vida de meus clientes, que um sonho bem planejado tende a acontecer antes ou melhor do que o inicialmente previsto.”

Gustavo Cerbasi, Folha de S.Paulo – 20/12/2010

 

“No Brasil, a pesquisa engatinha, o número de estudantes estrangeiros é mínimo e os cursos são gratuitos. Enquanto na Universidade Oxford (7ª do ranking), a verba para pesquisa é a maior rubrica do orçamento (39,9% do total de R$ 2,3 bilhões), na USP ela não está nem sequer especificada. ‘Não há dúvidas de que dinheiro para pesquisas é um dos fatores mais importantes para as boas universidades. É com ele que você atrai e paga os melhores profissionais do mundo para desenvolver trabalhos de ponta’, diz Phil Baty, responsável pelo ranking da THE (Times Higher Edication), o mais respeitado do mundo. […] O MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), terceiro no ranking, pesquisa é tão importante quanto aulas. ‘Praticamente todos os nossos professores estão fazendo pesquisa simultaneamente com o trabalho em aula’, diz Jennifer Hirsch, do departamento de comunicação do instituto.”

Vaguinaldo Marinheiro, Luciana Coelho e Sabine Righetti, Folha de S.Paulo – 20/12/2010

 

“Internet: é o veículo preferencial de comunicação entre jovens. As redes sociais são as que mais ‘bombam’! Amizades, ‘ficadas’ e namoros sempre rolam. Paradoxo: a moçada continua a se expor sem ter noção dos riscos. Nota: Aproveite, com cuidado!”

Jairo Bouer, psiquiatra, Folha de S.Paulo – 20/12/2010

 

“Ainda há racismo e discriminação social e de gênero em muitas médias e grandes empresas. O desrespeito ocorre mais com funcionários de menor remuneração, justamente aqueles que compõem a ‘nova classe média’, dominante no consumo brasileiro. […] Respeito precisa começar no escritório e na fábrica. Só aí vai chegar ao mercado e aos corações e mentes dos consumidores. Assim, todos entenderão que sustentabilidade é também um modo de vida que não pode prescindir de dignidade e oportunidades iguais para todos.”

Ricardo Young, Folha de S.Paulo – 20/12/2010

 

“A produtividade é medida; o bem-estar, não. O estresse no trabalho tem consequências para a saúde, debilitando a economia mesmo quando a empresa registra altos lucros.”

Rosabeth Moss Kanter, professorship da Harvard Business School, nos EUA. Harvard Businness Review – dezembro de 2010

 

“A empresa hoje opera num cenário repleto de novas ameaças a sua reputação. Equipada para o embate com grandes concorrentes, pode ser pega de surpresa por pequenos adversários munidos de um arsenal incrivelmente possante de novas mídias e redes sociais: blogs, tweets, mensagens de texto, abaixo-assinados na internet, páginas de protesto no Facebook, vídeos digitais. Certas empresas já sentiram na pele o dano que pode ser causado pelos disparos de um único crítico altamente motivado de posse de um computador.”

Leslie Gaines-Ross, diretora de estratégia de reputação da consultoria internacional de relações públicas Weber Shandwick, Harvard Businness Review – dezembro de 2010

16 de dezembro de 2010

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“No Brasil, ser político é coisa para profissional. Se a sociedade não protestar, os salários dos congressistas continuarão a subir. […] Ser político é uma forma de ascensão social, não uma atividade episódica.”

Fernando Rodrigues, Folha de S.Paulo – 16/12/2010

 

“Não sei o quanto as pessoas estão atentas, mas uma nova moral está nascendo. Não é um fenômeno local, senão global. Os conceitos de certo e errado estão em franca mutação. E essa mudança não está surgindo porque os ‘inimigos’ estão tomando conta da situação. Essa mudança está surgindo do próprio âmago da nossa sociedade, civil e civilizada. Vejamos os ultrajovens, nossos filhos com menos de 20, 15 ou 10 anos de idade. Eles usam a internet para viver a vida e fazem coisas como baixar, sem pagar, músicas, filmes e seriados de TV como quem bebe um copo d’água. Não veem nada de errado nisso. Baixam de sites que permitem baixar. Sinceramente, não acho que isso seja uma mera continuação da Lei de Gerson, que manda tirar vantagem de tudo. Não é uma falta de moral, mas sim uma nova moral que se desenvolve, que precisamos entender, senão aceitar. Os ultrajovens, que dormem com seus celulares e publicam coisas na internet, fazem seus trabalhos de escola na base do ‘mash-up’ (misturam conteúdos que produzem com fotos, filmes ou textos que foram feitos por outras pessoas, conhecidas ou não). Tudo tirado da web. Se há honestidade intelectual nisso, ou seja, se ninguém está meramente fingindo ser o autor do conteúdo autoral de um terceiro, ok, acho que é simplesmente o modus operandi dos ultrajovens, que serão adultos amanhã de manhã. Precisamos rever o conceito do que seja honestidade intelectual. E do que seja honestidade, afinal.

Márion Strecker, Folha de S.Paulo – 16/12/2010

 

“Proibir as saídas noturnas e o uso prolongado de computador é ótimo e necessário, mas a autoridade que forma o caráter de um jovem não é só a que diz não às suas vontades; é também a que o autoriza a dizer sim na hora daquelas escolhas de vida que são custosas e decisivas e diante das quais é fácil amarelar.”

Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo – 16/12/2010

13 de dezembro de 2010

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“Ter acesso a informações de diferentes fontes, poder comparar ideia e interagir em uma discussão faz com que você tenha uma maior apropriação da informação e seja um leitor mais crítico”.

Luciana Allan – superintendente do Instituto Crescer, Folha de S.Paulo – 13/12/2010

 

“A atração sexual no século 21, ao que parece, ainda se alimenta dos estereótipos do século 20. Só que as mulheres, ao se equipararem ou superarem os homens na educação e no mercado de trabalho, estão também virando de ponta-cabeça os papéis tradicionais dos gêneros, com profundas consequências para a dinâmica dos relacionamentos.
Há um crescente contingente de mulheres de sucesso na faixa dos 30 a 40 anos que têm dificuldades para encontrar um parceiro. Há mulheres-alfa que terminam com os homens-alfa, mas decidem colocar a carreira em segundo plano quando chegam os bebês. E há também um terceiro grupo, pequeno, mas crescente: o das mulheres que ganham mais que seus parceiros, gerando diversos contorcionismos comportamentais destinados a manter intacta a aparência tradicional dos papéis de cada gênero. […] O psicanalista Bernard Prieur diz que os homens que ganham menos que as parceiras sofrem inseguranças: “Eles se sentem social e pessoalmente vulneráveis. Socialmente, vão contra milênios de crenças e estereótipos que os veem como arrimo do lar. E o sucesso da parceira lhes dá sentimento de fracasso”, disse Prieur, na edição de novembro da revista francesa ‘Marie Claire’.”

Katrin Bennhold, The New York Times/ Folha de S.Paulo – 13/12/2010

 

“Precisamos da ficção para entender as hipnotizantes possibilidades da realidade, pois, como notou o romancista israelense Amos Oz, ‘às vezes, os fatos ameaçam a verdade’.
[…]  Minha sensação é de que tendências mais profundas são inexoráveis, qualquer que seja a expressão particular que elas encontrem.”

Roger Cohen, The New York Times/ Folha de S.Paulo – 13/12/2010

 

“O Twitter é uma janela para desejos, necessidades e experiências de atuais e potenciais clientes. […] A capacidade de reconhecer oportunidades ao acompanhar a sabedoria coletiva ajuda a amadurecer. […] Ouvir o Twitter serve como nossa janela para a relevância. Colocar as palavras ouvidas em ação abre o nosso caminho para que a transmitamos e façamos jus a ela. Mas o sucesso de qualquer negócio está em sua capacidade de liderar conversações, e não apenas responder a elas. E tudo começa quando escutamos.”

Brian Solis, Folha de S.Paulo – 13/12/2010

 

“Pouco importa se você acredita que o ‘outro’ seja sempre legal (mentira, existem ‘outros’ que são o fim da picada), ou se você não cresceu o bastante para não viver como cinderela. O mundo é mais complexo do que nosso ‘coração de estudante’ imagina.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo – 13/12/2010

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