17 de dezembro de 2010

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“‘A boa madeira não cresce em sossego; quanto mais forte os ventos, mais resistentes são as árvores’. Liderança não se improvisa. Marina Silva é a imagem viva de um evento raro em qualquer tempo ou nação: o despontar de uma liderança política calcada na força de um compromisso ético e movida pela fé na capacidade humana de superar obstáculos. Sonhadora dada a desafios, Marina é a síntese improvável de muitos contrários. Nela se combinam desambição e vontade de servir; utopia e pragmatismo; saberes tradicionais e ciência; convicções enraizadas e disposição de ouvir e aprender sempre; simplicidade e cultivo; discrição e autoridade; despojamento e sofisticação; sentido de missão e avidez de conhecimento.”

Eduardo Giannetti, economista, escritor, professor do Insper São Paulo, Revista Época, 13/12/2010

 

“A América Latina é uma região em que vimos surgir várias presidentes mulheres nos últimos tempos: Cristina Fernández de Kirchner (Argentina), Laura Chinchilla (Costa Rica) e agora Dilma Rousseff. Para uma ex-presidente latino-americana, como eu, é uma tremenda alegria o triunfo de mais uma mulher em nossa região. E uma mulher com as condições, a qualidade de liderança e outros talentos que Dilma Rousseff tem. […] A América Latina está demonstrando seguir o caminho de outras regiões do mundo em que mulheres podem comandar governos democráticos, participativos e preocupados com sua gente.”

Michelle Bachelet, ex-presidente do Chile e diretora da agência ONU Mulheres, Revista Época, 13/12/2010

 

“Enquanto arcar com parte desproporcional das responsabilidades do lar, a mulher corre o risco de se esgotar e tem acesso limitado a coisas que desenvolvem a capacidade de liderança, como projetos especiais, viagens, associações profissionais e atividades cívicas”.

Rosabeth Moss Kanter, professorship da Harvard Business School, nos EUA. Harvard Businness Review – dezembro de 2010

16 de dezembro de 2010

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“No Brasil, ser político é coisa para profissional. Se a sociedade não protestar, os salários dos congressistas continuarão a subir. […] Ser político é uma forma de ascensão social, não uma atividade episódica.”

Fernando Rodrigues, Folha de S.Paulo – 16/12/2010

 

“Não sei o quanto as pessoas estão atentas, mas uma nova moral está nascendo. Não é um fenômeno local, senão global. Os conceitos de certo e errado estão em franca mutação. E essa mudança não está surgindo porque os ‘inimigos’ estão tomando conta da situação. Essa mudança está surgindo do próprio âmago da nossa sociedade, civil e civilizada. Vejamos os ultrajovens, nossos filhos com menos de 20, 15 ou 10 anos de idade. Eles usam a internet para viver a vida e fazem coisas como baixar, sem pagar, músicas, filmes e seriados de TV como quem bebe um copo d’água. Não veem nada de errado nisso. Baixam de sites que permitem baixar. Sinceramente, não acho que isso seja uma mera continuação da Lei de Gerson, que manda tirar vantagem de tudo. Não é uma falta de moral, mas sim uma nova moral que se desenvolve, que precisamos entender, senão aceitar. Os ultrajovens, que dormem com seus celulares e publicam coisas na internet, fazem seus trabalhos de escola na base do ‘mash-up’ (misturam conteúdos que produzem com fotos, filmes ou textos que foram feitos por outras pessoas, conhecidas ou não). Tudo tirado da web. Se há honestidade intelectual nisso, ou seja, se ninguém está meramente fingindo ser o autor do conteúdo autoral de um terceiro, ok, acho que é simplesmente o modus operandi dos ultrajovens, que serão adultos amanhã de manhã. Precisamos rever o conceito do que seja honestidade intelectual. E do que seja honestidade, afinal.

Márion Strecker, Folha de S.Paulo – 16/12/2010

 

“Proibir as saídas noturnas e o uso prolongado de computador é ótimo e necessário, mas a autoridade que forma o caráter de um jovem não é só a que diz não às suas vontades; é também a que o autoriza a dizer sim na hora daquelas escolhas de vida que são custosas e decisivas e diante das quais é fácil amarelar.”

Contardo Calligaris, Folha de S.Paulo – 16/12/2010

15 de dezembro de 2010

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“Os narcisistas não têm noção sobre como as coisas parecem da perspectiva dos outros. São muito sensíveis ao serem ignorados, mas dificilmente reconhecem quando fazem isso com os outros.”

Charles Zanor, Folha de S.Paulo – 15/12/2010

 

“Muitas coisas mudaram nas últimas décadas. Algumas são mais evidentes, como o aumento do uso de telefones celulares (segundo a Anatel, são 191 milhões no Brasil, mais do que um por habitante). Outras mudanças são menos óbvias, como o aumento do isolamento urbano e a pandemia de depressão.”

Luli Radfahrer, Folha de S.Paulo – 15/12/2010

 

“Em um marco histórico, os norte-americanos passam o mesmo tempo conectados à internet e assistindo à televisão, segundo um estudo da consultoria Forrest divulgado pelo ‘Wall Street Journal’. Ambas as atividades agora detêm 13 horas por semana dos norte-americanos. De acordo com a pesquisa, as pessoas não passaram a assistir a menos televisão, porém o tempo gasto na internet aumentou. Em cinco anos, a utilização da internet no país registrou aumento de 121%. Em contrapartida, atividades como ouvir rádio e ler jornais e revistas ‘off-line’ tomam agora menos o tempo dos norte-americanos. No uso da internet nos Estados Unidos, o e-mail é o instrumento mais popular. Dos 40 mil entrevistados, 92% declararam que usam o correio eletrônico.
Já as redes sociais, como Twitter e Facebook, são usadas por 35% dos respondentes da pesquisa, mais que o dobro de três anos atrás (15%). Declararam ler blogs 18% dos entrevistados.”

Folha de S.Paulo – 15/12/2010

14 de dezembro de 2010

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“Neste início de século e milênio, a mulher pode fazer um balanço de suas conquistas. Escrava submissa do lar, objeto indefeso diante dos apetites machistas, cidadã de segunda classe e serviçal de primeira necessidade, tudo isso ainda não acabou, mas está acabando cada vez mais depressa. A mulher lutou e conseguiu o direito ao voto, ao mercado de trabalho, ao divórcio, à pílula. Ganhou todas. Não funciona mais como a favorita do sultão – o homem.”

Carlos Heitor Cony, Folha de S.Paulo – 14/12/2010

 

“A ‘obrigação’ de estar bem, aliada às mensagens onipresentes de felicidade geram ansiedade, diz Ana Maria Rossi, presidente no Brasil da International Stress Management Association. Segundo pesquisa da associação, feita em 2009 com 678 pessoas de 25 a 50 anos, o estresse individual aumenta 75% e atinge 80% da população no período que vai da última semana de novembro até o fim de dezembro. Por isso, nos prontos-socorros, há aumento dos casos relacionados a ansiedade e depressão, segundo Daniel Magnoni, diretor de nutrição do Hospital do Coração. No CVV (Centro de Valorização da Vida), o número de ligações sobe 20% na época. As fontes de estresse e de piora do quadro de depressão envolvem expectativas não atingidas em relação aos presentes e às festas, sobrecarga de funções e atividades, solidão, frustração e culpa ao fazer um balanço negativo do ano que termina. As emoções e as recordações do reencontro familiar, positivas ou negativas, também podem ser um gatilho.”

Mariana Versolato, Folha de S.Paulo – 14/12/2010

 

“Deus é como Fernando Pessoa. Tem um monte de nomes diferentes. Viajo o mundo inteiro e sempre encontro um heterônimo dele. Mas sempre o reconheço, independentemente do nome. Nos dias de hoje, em que as pessoas estão tão descrentes, acreditar é um ato de rebeldia e vanguarda.”

Nizan Guanaes, Folha de S.Paulo – 14/12/2010

 

“Sempre que acontece uma tragédia nas nossas vidas -um fracasso amoroso, uma doença súbita, a perda de alguém que amamos- a velha pergunta regressa para nos assombrar: ‘Por que eu?’ ‘Por que a mim?’. A pergunta certa não é essa, naturalmente. A pergunta certa seria: ‘E por que não eu?’, ‘E por que não a mim?’. […] Só somos verdadeiramente destruídos por aquilo que não controlamos quando alimentamos em nós a ilusão de que tudo controlamos.”

João Pereira Coutinho, Folha de S.Paulo – 14/12/2010

 

“Há tantas canções inúteis, fracas para entortar o cano das armas, para ressuscitar os mortos, para engravidar as virgens, mas não tem importância, elas continuam a ser cantadas somente pela alegria que contêm…”

Rubem Alves, Folha de S.Paulo – 14/12/2010

13 de dezembro de 2010

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“Ter acesso a informações de diferentes fontes, poder comparar ideia e interagir em uma discussão faz com que você tenha uma maior apropriação da informação e seja um leitor mais crítico”.

Luciana Allan – superintendente do Instituto Crescer, Folha de S.Paulo – 13/12/2010

 

“A atração sexual no século 21, ao que parece, ainda se alimenta dos estereótipos do século 20. Só que as mulheres, ao se equipararem ou superarem os homens na educação e no mercado de trabalho, estão também virando de ponta-cabeça os papéis tradicionais dos gêneros, com profundas consequências para a dinâmica dos relacionamentos.
Há um crescente contingente de mulheres de sucesso na faixa dos 30 a 40 anos que têm dificuldades para encontrar um parceiro. Há mulheres-alfa que terminam com os homens-alfa, mas decidem colocar a carreira em segundo plano quando chegam os bebês. E há também um terceiro grupo, pequeno, mas crescente: o das mulheres que ganham mais que seus parceiros, gerando diversos contorcionismos comportamentais destinados a manter intacta a aparência tradicional dos papéis de cada gênero. […] O psicanalista Bernard Prieur diz que os homens que ganham menos que as parceiras sofrem inseguranças: “Eles se sentem social e pessoalmente vulneráveis. Socialmente, vão contra milênios de crenças e estereótipos que os veem como arrimo do lar. E o sucesso da parceira lhes dá sentimento de fracasso”, disse Prieur, na edição de novembro da revista francesa ‘Marie Claire’.”

Katrin Bennhold, The New York Times/ Folha de S.Paulo – 13/12/2010

 

“Precisamos da ficção para entender as hipnotizantes possibilidades da realidade, pois, como notou o romancista israelense Amos Oz, ‘às vezes, os fatos ameaçam a verdade’.
[…]  Minha sensação é de que tendências mais profundas são inexoráveis, qualquer que seja a expressão particular que elas encontrem.”

Roger Cohen, The New York Times/ Folha de S.Paulo – 13/12/2010

 

“O Twitter é uma janela para desejos, necessidades e experiências de atuais e potenciais clientes. […] A capacidade de reconhecer oportunidades ao acompanhar a sabedoria coletiva ajuda a amadurecer. […] Ouvir o Twitter serve como nossa janela para a relevância. Colocar as palavras ouvidas em ação abre o nosso caminho para que a transmitamos e façamos jus a ela. Mas o sucesso de qualquer negócio está em sua capacidade de liderar conversações, e não apenas responder a elas. E tudo começa quando escutamos.”

Brian Solis, Folha de S.Paulo – 13/12/2010

 

“Pouco importa se você acredita que o ‘outro’ seja sempre legal (mentira, existem ‘outros’ que são o fim da picada), ou se você não cresceu o bastante para não viver como cinderela. O mundo é mais complexo do que nosso ‘coração de estudante’ imagina.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo – 13/12/2010

12 de dezembro de 2010

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“Os brasileiros que ganham mais de R$ 10.200 são apenas 3 milhões. Os brasileiros que sobrevivem com menos de R$ 1 mil vão a 79 milhões. Detalhe: estamos falando de renda familiar, não individual. Ou, em porcentagens: apenas 1,5% dos brasileiros habitam o que Elio Gaspari chamaria de andar de cima. Uma massa formidável de 41% mora mesmo é no porão. Outros 40%, pouco mais ou menos, ocupam o andar de baixo.
Estatística à parte, o mais elementar sentido comum manda chamar de pobres esses 80%.”

Clóvis Rossi, Folha de S.Paulo – 12/12/2010

 

“É com erros e acertos que a ciência progride e, na verdade, apenas uma pequena parte das pesquisas realmente levará a impactos positivos sobre a qualidade de vida. […] Mais rigor, menos ambição e mais humildade ajudariam o campo a avançar”.

Thomaz Wood Jr., Revista Carta Capital, 15/12/2010

11 de dezembro de 2010

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“As imagens de Charlie Chaplin e de Adolph Hitler estão lado a lado. Abaixo do criador de Carlitos está escrito ‘não acredita em Deus’; abaixo do líder nazista, ‘acredita em Deus’. No alto, o slogan: ‘Religião não define caráter’. Essa é uma das quatro propagandas que a Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos (Atea) estaria veiculando, desde ontem, em ônibus de Porto Alegre e de Salvador. […] A Atea argumenta, em seu site, que pretende diminuir ‘o enorme preconceito que existe contra os ateus e caminhar rumo à igualdade plena entre ateus e teístas’. Certo. Mas a Atea, com sua campanha, parece cultivar uma espécie de religião dos descrentes, de igrejinha dos sem fé. Mais do que isso, ao copiar um tipo de propaganda que teve início na Inglaterra, em 2009, a associação de ateus importa para o país um problema postiço, que não é nosso, pelo menos nesses termos. […] Não vamos, por favor, transformar a descrença em Deus num delírio, para parafrasear Richard Dawkins.”

Fernando de Barros e Silva, Folha de S.Paulo – 11/12/2010

 

“Se não pudesse escrever, acho que teria morrido. Ou já estaria louco […] Imagine bem: de repente você não consegue fazer nada sem ajuda dos outros. De cinco em cinco minutos, tenho de chamar alguém. Não tem sido fácil. […] Cristo está em todas as religiões e traça uma direção para cada um de nós. […] Deus quis que eu passasse por isso. Talvez para que eu não me ache um grande artista, para que eu compreenda que sou apenas mais um escritor, finito, como tantos outros. […] Hoje em dia parece que ter religião é coisa de retardado mental. Na verdade, a fé em Deus é uma das mais belas manifestações da vida.”

Raimundo Carrero, 62, escritor pernambucano, que sofreu um AVC (acidente vasculhar cerebral), Folha de S.Paulo – 11/12/2010

 

“A igreja não deve assumir posição político-partidária, mas também não pode deixar de dar critérios, orientações para o eleitor. A igreja é separada do Estado, mas não é separada da sociedade.”

Dom Raymundo Damasceno, arcebispo de Aparecida, Folha de S.Paulo – 11/12/2010

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