“Uma em cada três pessoas com menos de 30 anos ainda não fez sexo no Japão de hoje. Os jovens japoneses enfrentam o que especialistas chamam de “síndrome do celibato”. Uma matéria publicada nesta semana no jornal britânico The Guardian mostra que o fenômeno pode impactar profundamente a estrutura da população nas próximas décadas. (…) Várias pesquisas parecem reforçar a sensação de que tanto sexo quanto relacionamento não são prioridade na vida dos jovens japoneses. Ainda de acordo com o The Guardian, em 2011, 61% dos homens solteiros e 49% das mulheres solteiras de 18 a 34 anos não estavam namorando. Uma pesquisa do Centro de Planejamento Familiar do Japão mostrou que 45% das mulheres e 25% dos homens de 18 a 24 anos não estavam interessados em sexo. (…) Outra pesquisa recente mostra que 90% das jovens japonesas acreditam que ficar solteira é melhor do que casar. Não casar – o que antes seria considerado um grande fracasso pessoal – parece estar se tornando uma opção cada vez mais atraente.”

Jairo Bouer, O Estado de S.Paulo – 27/10/2013

 

“Uma coisa que aprendi e tento praticar diariamente é: o que você faz fala muito mais do que você fala. Todos nós, líderes, temos de liderar dando o exemplo. Você tem de mostrar que uma coisa que você está falando é realmente você o que você acredita e faz. Você é o exemplo.”

Juan de Gaona, O Estado de S.Paulo – 27/10/2013

 

“O grande físico Isidor Rabi, vencedor do prêmio Nobel, costumava dizer que os cientistas são os ‘Peter Pans’ da sociedade, aqueles que não querem crescer, que passam a vida perguntando ‘por quê’. Qualquer pai e mãe sabem bem que criança é explorador nato; botando o dedo aqui e ali, comendo terra, pegando formiga, trepando em árvore, subindo e descendo a mesma escada dez vezes até desenvolver uma melhor percepção da gravidade e melhorar sua habilidade motora. Para uma criança, a vida é um grande experimento, uma grande aventura de descoberta. ‘Não faz isso! Solta! Olha o degrau! Cuidando com a tomada! Você vai cair daí.’ Como pai de cinco, sei que sem o nosso cuidado as crianças correm mesmo risco de se machucar. Mas cuidar não é o mesmo que reprimir o espírito único que têm de experimentar o mundo para poder entendê-lo. O mesmo acontece nas escolas, que acabam sendo fábricas de conformismo onde todos devem fazer a mesma coisa, onde a criança mais curiosa é reprimida e, salvo casos raros, calada. Temos muito a aprender com as crianças.”

Marcelo Gleiser, Folha de S.Paulo – 27/10/2013

 

“A certeza acerca da sua retidão moral é sempre uma mistificação de si mesmo. Mas hoje, como saiu de moda usar os pecados como ferramentas de análise do ser humano e passamos a acreditar em mitos como dialética, povo e outros quebrantos, a vaidade deixou de ser critério para analisarmos os olhos dos vaidosos. Vivemos na época mais vaidosa da história. (…) Que Deus tenha piedade de nós num mundo tomado por pessoas que se julgam retas.”

Luiz Felipe Pondé, Folha de S.Paulo – 28/10/2013

 

“Homens da chamada geração Y estão mais propensos a aceitar um ambiente corporativo feminino, segundo uma pesquisa realizada pela consultoria Mazars. Dos 750 executivos entrevistados, 57% aceitam a liderança feminina. Quando questionados sobre a preferência, 33% optariam por ter homens como chefes, enquanto 10% prefeririam ser gerenciados por profissionais mulheres. O estudo revelou ainda que 70% dos homens estão dispostos, ao menos por um tempo, a abrir mão da carreira para se dedicarem aos filhos. Os números em 60 países são: 68% dos entrevistados não veem diferença em serem chefiados por homens ou mulheres. 52% dos entrevistados nunca se sentiram ameaçados por mulheres em seu ambiente de trabalho. 14% confessaram preferir ter equipes de trabalho eminentemente femininas. 8% preferem ter funcionários homens.”

Maria Cristina Frias, Folha de S.Paulo – 30/10/2013

 

“Atualmente 21 milhões de mulheres brasileiras correm o risco de sofrer um infarto e 39000 morrem todos os anos em decorrência do mal – o triplo das vítimas fatais de câncer de mama.”

Adriana Dias Lopes, Veja – 30/10/2013

 

“Na contemporaneidade a gestão invadiu todas as esferas da vida. A família passou a ser vista como uma pequena empresa capaz de fabricar um indivíduo empregável. Filhos devem fazer inúmeros cursos que no futuro serão úteis à sua empregabilidade. É como se tudo tivesse de ser gerido como se fosse um capital para produzir resultados. Dentro das empresas, é como se nós tivéssemos de ser super-humanos o tempo todo, capazes de realizar e motivar os outros a realizar mais, melhor e mais rápido. Diversos rankings e indicadores são criados para dar a medida se aquilo que fazemos presta ou não. Há, ainda, a exigência da excelência constante, como se fosse possível e humano ser excelente o tempo todo.”

Rafael Alcadipani, Você S/A – outubro de 2013

 

“Não é simples definir a simplicidade. Mas é fácil notar sua ausência. Sem ela, todas as qualidades perdem seu sentido – e, com ela, alguns defeitos podem ser desculpáveis. O simples não é o oposto do complexo – mas– sim, o oposto do falso. Contudo, a falsidade e a duplicidade são companheiras íntimas da nossa espécie.”

José Francisco Botelho, Vida Simples – outubro de 2013

 

“Se o sujeito comete traição, é por alguma razão. Porque naquele momento sentiu necessidade. Ou fraquejou, reavaliou a relação amorosa. Não aconteceu comigo. Que bom. Mas quem sou eu para julgar o adultério? Quem é a pessoa que está nos lendo agora para condenar? E não venham me dizer que Deus castiga. Não ponham Deus no meio. Não usem o nome de Deus em vão, como fazem com tanta facilidade. É como comprar um bilhete de loteria e pedir: ‘Deus, me ajude a ganhar’. Ele não quer saber do seu bilhete de loteria.”

Tony Ramos, 65, ator, casado há 44 anos, Claudia – outubro de 2013

 

“A tentativa equivocada de transformar toda experiência de sofrimento em uma patologia a ser tratada. Mas uma vida na qual todo sofrimento é sintoma a ser extirpado é uma vida dependente de maneira compulsiva da voz segura do especialista, restrita a um padrão de normalidade que não é outra coisa que a internalização desesperada de uma normatividade disciplinar decidida em laboratório. Ou seja, uma vida cada vez mais enfraquecida e incapaz de lidar com conflitos, contradições e reconfigurações necessárias.”

Vladimir Safatle, Cult – outubro de 2013

 

“Meus sobrinhos pequenos melhoram meu humor imediatamente. É tudo tão simples para eles. Se você quer chorar, chora. Se está feliz, sorri.”

Monica Iozzi, 31, Claudia – outubro de 2013

 

“Digo aos mais jovens: conheçam a história, para evitar que seja reescrita. Honrem as realizações das gerações anteriores. Mas não sejam meros “continuadores”, pois a democracia, a economia e os direitos sociais devem ser aperfeiçoados e inseridos num novo modo de desenvolvimento, sustentável, adequado aos tempos presentes e futuros. O passado ensina. O futuro inspira.”

Marina Silva, Folha de S.Paulo – 01/11/2013

 

“Ninguém em sã consciência duvida que a ciência funcione. As provas, ainda que indiretas, estão por todos os lados, dos fornos de micro-ondas aos antibióticos. Se nossas teorias físicas e bioquímicas estivessem muito erradas, não teríamos chegado a esses produtos. Dessa constatação não decorre, é claro, que as atuais práticas dos cientistas sejam as mais adequadas. Numa excelente reportagem publicada na semana passada, a revista ‘The Economist’ faz um apanhado das coisas que não estão dando certo na ciência. Destaca desde a vulnerabilidade dos ‘journals’ a artigos ruins ou errados até a baixa replicabilidade dos principais estudos. É preocupante. Um ponto central da ciência é o de que um experimento qualquer, se repetido em idênticas condições, produzirá os mesmos resultados. É isso que garante sua objetividade e a distingue da bruxaria. E a replicabilidade é baixa mesmo no caso de trabalhos de alto impacto. (…) Seria exagero afirmar que a ciência está em crise, mas já passa da hora de as pessoas e instituições envolvidas tentarem aprimorar o sistema, tornando-o mais racional e eficiente.”

Hélio Schwartsman, Folha de S.Paulo – 02/11/2013