A vida é construção
Sigo construindo
De pouco em pouco,
Fiel, algo vai emergindo

A vida é construção
E como dizer de tudo?
São tantos que por mim passam
Reverentes encontros – fico mudo

A vida é construção
Engenharia da graça divina
Recebo com fartura
Me resta gratidão, por toda sina

Às vezes tenho dúvidas se a gente constrói ou é construído. Parece-me que na graça divina as duas coisas andam juntas. É assim, com Cristo não faltam paradoxos.
Somos convidados a participar, somos desafiados a nos responsabilizar, tudo didática divina. Mas, ah, se não fora o Senhor, se o Eterno não tivesse nos socorrido… (Sl 124).
Fim de ano é hora de olharmos para a obra. Quanto ela avançou esse ano?
Não sei medir, e desconfio que Deus anda pouco preocupado com medidas. Contudo, sei que se avanços existiram foi graça, e eu? Sou grata.
Do que na caminhada nesse ano, indo, encontrando, foi construindo, foi também descortinando, fui e agora me encontro sorrindo – Misto de alegria e gratidão.
Não dá para não reconhecer o que amigos fraternos deixaram em mim. Tanta colaboração, tanto empurrãozinho bom, tanto socorro, tanta generosidade… quantas gentilezas!
Foram conversas delicadas, algumas doídas, algumas expunham fragilidades íntimas, e ainda outras, eram apenas leves e risonhas – me desanuviaram.
Na jornada desse ano encontrei chão afetivo. Caminhantes solidários me estenderam braços e ofereceram colos. Sabe lá o significado disso?
Tenho aprendido que nem sempre vale o quanto se tem para dar, mas muito mais o quanto se reparte, a ousadia da partilha. Assim fui enriquecida.
Meu coração foi alargado com a chegada de alguns, frutificou devido a amizade de muitos – fiéis semeadores, balançou com as dores de quem me confio das suas.
Assim, agora posso ver, erguida do lado de dentro, uma enorme gratidão. O que daria para ser, se não fossem vocês?
Deus nos ajunta, às vezes a gente se espalha, mas, é bom demais ter companhia, desfrutar do banquete fraterno. Um brinde aos amigos de perto e de longe – vocês me solidificam.