“Afinal, o que todos queremos da vida – além do básico, claro? mais que tudo, o que todos queremos, do berçário até a mais provecta idade, é o bem mais precioso: um pouco de atenção. […] Qualquer coisa na vida, qualquer, é melhor do que a indiferença. Se ninguém te dá atenção você não existe Se ninguém te dá atenção você não existe. […] Não adianta ter todo o poder e todo o dinheiro do mundo se ninguém pergunta se você melhorou da gripe.”
Danuza Leão – Folha de S.Paulo, 21/10/2012

“Em situações de risco, em guerras, a covardia é a regra. No dia a dia, isso tem outro nome: honestidade não vale nada, o que vale é ter uma ‘vida decente’: segurança para os filhos, uma esposa feliz porque pode comprar o que quiser (dentro do orçamento, claro, mas quanto menor o orçamento menor o amor…), enfim, um ‘futuro melhor’.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 22/10/2012

“ ‘Quando perdemos o controle emocional, é difícil recuar um passo e ver o que está realmente acontecendo’, diz Lynn Friedman, psicanalista e consultora de carreiras em Washington. Ao sentir uma reação intensa no trabalho, pergunte a si mesmo se a reação é realista e justificável. Às vezes o que está motivando esses sentimentos guarda pouca relação com o momento. Em vez de reagir na hora, dê algum tempo para você mesmo, dizendo: ‘Preciso refletir. Podemos voltar ao assunto dentro de um ou dois dias?’ Então procure analisar o mais objetivamente possível o que causou o aborrecimento.”
Eilene Zimmerman – Folha de S.Paulo, 22/10/2012

“Que as crianças têm cada vez menos infância é um fato já constatado e conhecido por muita gente. […] O que acontece, na verdade, é que as crianças são estimuladas desde o primeiro minuto de vida, e os adultos que as cercam estão ocupados demais consigo mesmos e com sua juventude para ter a disponibilidade de construir autoridade sobre as crianças. […] Com a expectativa de vida em torno dos 75 anos, por que não deixamos nossas crianças em paz para que possam viver sua infância? Afinal, depois de crescidas, elas terão muito tempo para fazer o que é característico do mundo adulto. Adiantar por quê?”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 23/10/2012

“Fala-se da internação compulsória, mas onde seria esta internação, mesmo que não fosse compulsória? Quais equipes iriam cuidar destes pacientes? Abrigar não é tratar! Não há quase locais para internação de adolescentes no Rio, nem equipes capacitadas para acolhê-los e efetivamente tratá-los. Se houvesse, poderia transformar a internação compulsória no direito de tratamento que a Constituição garante: “saúde é um direito de todos e um dever do Estado”. Tal mudança de enfoque é fundamental e faz toda a diferença. O tratamento para dependentes de droga requer uma equipe interdisciplinar de saúde capacitada para as especificidades desse atendimento.”
Ivone Stefania Ponczek – Folha de S.Paulo, 23/10/2012

“Todas as emoções – da paixão partidária ao espírito torcedor, passando pelo amor, a saudade, o ciúme, o ódio etc. -, aos meus olhos, são quase sempre excessivas: transportes descontrolados ou atuações caricatas. Longe de serem reações adequadas a circunstâncias externas, elas me parecem ser teatralizadas (se não produzidas) por nós mesmos. […] As máscaras que pesam e nos sufocam talvez sejam as que vestimos para expressar e teatralizar emoções excessivas e obrigatórias, que todos esperam de nós.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 25/10/2012

“O otimista tende a interpretar a realidade ruim como algo passageiro. O viés otimista está relacionado a outros vieses comuns: a ‘ilusão de superioridade’ e o ‘efeito melhor que a média’, em que acreditamos ser melhores do que realmente somos e melhores e do que as outras pessoas. Se você se acha especial, o próximo passo lógico é acreditar que tudo vai dar certo, que seu futuro será melhor que o dos outros. […] Quando você espera o melhor de si mesmo, também aprende mais com os erros, porque eles são interpretados com surpresa pelo cérebro. […] Não acho que ter expectativas realistas seja sábio. Ser otimista torna sua vida melhor.”
Tali Sharot, neurocientista israelense – Revista Lola, outubro de 2012

“Existe uma paranoia em ser belo, perfeito, bem-sucedido e feliz a todo custo. E essa é uma busca muito dolorosa. Vivemos uma era louca das cirurgias plásticas. Soube até que existe uma em que é possível colocar barriga de tanquinho de silicone! E aí o camarada engorda e vira uma tartaruga ninja. Bizarro, não?”
Selton Mello – Revista Lola, outubro de 2012