40ª semana de 2012
“Quem nasce e cresce num vilarejo rural acaba assumindo padrões mentais que vêm do mundo agrário e da presença iminente de um cavalo pastando na praça matriz. Quem vive na metrópole, em São Paulo, terá inscritos em seu cérebro a neurose do trânsito, o medo de assalto, a pressão alta e a falta de ar. A cidade dita a personalidade de seus habitantes mais ou menos como a língua materna nos ensina a pensar. “somos ‘filhos’ das cidades em que moramos. As cidades criam os humanos (embora sejam criadas por eles). […] Num filme argentino recente, Medianeras, de Gustavo Taretto, o narrador joga na cidade a culpa por todos os males do mundo. Ele diz que ‘as separações, a violência familiar, a bulimia, a depressão, os suicídios, os ataques de pânico, a obesidade, a hipocondria, o estresse e o sedentarismo são responsabilidades dos arquitetos e empresários da construção.’.”
Eugênio Bucci – Carta Capital, 01/10/2012
“O que é uma cidade? Não existe definição ideal. A cidade sou eu, é você. Se é o lugar onde se dorme, acorda, trabalha, caminha e trafega, onde se ama, briga e morre, a cidade é bem mais que um amontoado de concreto e verde – é uma experiência de bem-estar ou mal-estar. Alguns se tornam reféns de sua cidade, sequestrados por circunstâncias profissionais, financeiras e familiares. Alguns vivem onde desejam. É aí que os defeitos da cidade incomodam como traições de mulher amada. Só nós podemos criticar – forasteiros não.”
Ruth de Aquino – Revista Época, 01/10/2012
“Somos muito cegos com os olhos abertos. Vivemos bombardeados de estímulos. Quando fechamos os olhos, a princípio, já ouvimos mais. Se conseguimos permanecer assim por um tempo, então, vamos entrando no túnel de nós mesmos. No poder do escuro, do nada.”
Denise Fraga – Folha de S.Paulo, 03/10/2012
“É comum ouvirmos reclamações sobre a falta de ética dos homens públicos ou da sociedade em geral. Talvez pudéssemos manifestar essa mesma indignação falando da feiura que, infelizmente, muitas vezes encontramos: rostos que poderiam expressar humanidade, mas são artificiais, não em razão das plásticas, mas pela falta de sinceridade de vida. […] Seja na esfera privada ou pública, sempre estamos analisando comportamentos humanos, complexos, irredutíveis ao seu aspecto quantitativo. E é preciso saber ver.”
Nicolau da Rocha Cavalcanti – O Estado de S.Paulo, 03/10/2012
“Precisamos abandonar a noção de que democracia funciona porque cidadãos se debruçam sobre os problemas e, após cuidadosa análise, escolhem as melhores propostas. Esse modelo existiu apenas na cabeça de alguns filósofos do século 18 e do TSE. Democracias dão certo principalmente porque canalizam para formas menos violentas os conflitos existentes em qualquer sociedade.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 03/10/2012
“Afortunadamente, hoje temos um monte de pessoas que têm acesso cada vez maior à educação. Mas ser executivo de uma companhia exige qualidades que vão além das técnicas, como a confiança de que as pessoas realmente queiram trabalhar com você, que seja capaz de transmitir motivação para as pessoas, de sonhar e motivar os colegas para acompanhá-lo. Também ter valores como integridade, honestidade, transparência, entre outros são fundamentais para ser um líder e, no futuro, possa ser um executivo.”
Teodoro López – O Estado de S.Paulo, 05/10/2012
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