33ª semana de 2012
“Hoje em dia, a expressão ‘tolerância’ é comumente utilizada por fanáticos que querem afirmar que tudo que vem do “outro” é lindo e maravilhoso.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 13/08/2012
“Considerando a fragilidade do ensino brasileiro, será mesmo que descobrir atletas deve ser uma prioridade das nossas escolas? […] Os benefícios físicos e psicológicos obtidos com a prática esportiva são inegáveis. A questão é de foco. O objetivo é estimular hábitos saudáveis nas escolas –para os quais bastam uma bola, uma quadra e um bom professor de educação física– ou vamos gastar milhões em diversos equipamentos esportivos para formar campeões em dezenas de modalidades? Antes de pensar em mudar de patamar olímpico, o Brasil precisa elevar o seu padrão de ensino.”
Rogério Gentile – Folha de S.Paulo, 16/08/2012
“A experiência do divórcio dos pais criou jovens interessantes. A sensação de que eles não foram uma razão suficiente para que os pais ficassem juntos produziu, em alguns, uma insegurança doentia para a vida toda, mas, em outros, deixou um fundo de sabedoria melancólica que resiste bravamente às ideias narcisistas mais estupidamente grandiosas.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 16/08/2012
“Sou a favor da descriminalização do usuário, mas totalmente contra a liberação. Existem modelos muito específicos de liberação da droga e nenhum deles se aplica ao Brasil, um país de tamanho continental e que não tem como dar conta, na assistência médica, do número de pacientes que pode surgir. A pergunta que eu faço é: se liberar, como a gente faz com as crianças? Porque hoje não se consegue evitar a venda de álcool e tabaco para as crianças. A gente tem de discutir é se a venda de álcool e tabaco deve permanecer liberada no País.”
Jorge Jaber – O Estado de S.Paulo, 18/08/2012
“Interações entre pessoas de diferentes origens, como as que trabalham em áreas variadas mas relacionadas, ou as que trabalham em outros lugares, podem ser muito benéficas para promover a síntese e o desenvolvimento de novas ideias. Porém, mesmo com pensamentos criativos, ainda há um grande obstáculo a ultrapassar: nosso medo de correr ricos. As pessoas em geral preferem rotas seguras, mas a segurança não propicia novas soluções radicais. Afinal, ter ideias boas é fundamental, mas na maioria das vezes não basta. Abandonar uma solução satisfatória, segura, para buscar um novo conceito pode ser o maior desafio para tirar proveito do potencial criativo.”
Evangelia G. Chrysikou – MenteCérebro – agosto de 2012
“Existe uma espécie de complô que faz com que as mulheres não se sintam felizes com os seus próprios corpos. O número de revistas e livros de dietas cresceu exponencialmente desde os anos 80. Existe um mercado que vive dessa insatisfação feminina. Até médicos. Muitos lucram com promessas de milagre. É preciso entender que ser magra não tem nenhuma ligação com ser saudável. O que mede a saúde de alguém não é o peso. Mas a taxa de açúcar no sangue, a hereditariedade, uma série de fatores que não podem ser medidos pelo peso. Muitas vezes emagrecer pode ser tudo, menos saudável.”
Marle Alvarenga, diretora do Grupo Especializado em Nutrição e Transtornos Alimentares (Genta) – Revista TPM – agosto de 2012
“O ser humano, como ser de relações sociais, necessita do outro desde seu nascimento até a morte. O modo como o outro, o ambiente e as questões socioculturais influenciam o desenvolvimento do ser também influenciam a compreensão de si mesmo. Cada qual tem um modo único e especial de experimentar a vida, associando novas vivências com experiências passadas e aspectos cognitivo-afetivos. Ao nascer, o bebê depende de cuidados maternais, sem os quais não viveria. Aquele(a) que cuida torna-se uma espécie de espelho para a criança, que vai desenvolvendo seu processo de individuação por meio da interpretação do outro, compreendendo-se com um ser que faz parte do outro. Por intermédio dessa relação de cuidado, a criança vai construindo a si mesma, seu autoconceito, até apreender-se com um ser separado desse outro: único, com desejos e necessidades. O senso de valor próprio e competência, a avaliação pessoal que um indivíduo faz de si constituem a autoestima. Já a imagem interna ou a descrição interna que alguém tem de si mesmo é a autoimagem. A autoimagem é construída na interação indivíduo e meio ambiente. Portanto, o feedback positivo ou negativo dessas interações influencia a autoimagem. A autoestima possui um nível importante de contribuição na atitude das pessoas em relação à autoimagem, que engloba, entre outros, o conhecimento acerca dos papéis sociais desempenhados.”
Beatriz Acampora – Revista Psique – agosto de 2012
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