“O aumento do número de suicídios entre os jovens não é exclusividade do Brasil, acontece em diversos países. Mas qual seria a explicação? Não há causa única, mas uma série de fatores combinados. Os transtornos psiquiátricos são uma das principais causas, e a depressão é a mais importante delas. Por isso, qualquer alteração significativa do comportamento merece avaliação. Mas não é apenas a depressão que leva o jovem ao suicídio. No Japão, por exemplo, o alto grau de exigência no desempenho escolar, as cobranças excessivas por parte da família, o medo de fracassar e não atender às expectativas sociais e a alta competitividade também são fatores. […] No Brasil, há um risco maior nos jovens de populações indígenas, em pessoas que já tentaram suicídio ou de famílias em que alguém se matou, em jovens que fazem parte de minorias sexuais (adolescentes gays se matam mais do que heterossexuais), vítimas frequentes de bullying e de violência. Em comum, a sensação de que as dificuldades e as barreiras são tão grandes que não vale a pena lutar.”
Jairo Bouer – Folha de S.Paulo, 15/08/2011

“A vida é feita de escolhas. Uma das escolhas mais sérias na vida é o modo como vivemos a vida, se como graça ou como natureza.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 15/08/2011

“Os periódicos científicos, onde pesquisadores publicam seus estudos, têm ganhado em importância. A tal ponto que, no Brasil, seguindo países como Holanda e EUA, alguns programas de pós-graduação já substituem a obrigação de escrever uma tese por artigos científicos. […] Hoje, o Brasil está em 13º lugar no mundo em quantidade de artigos publicados. […] Quem publicar mais nos melhores periódicos, ganha nota mais alta. E quem tiver as notas mais altas, recebe mais recursos, como bolsas.
A ligação direta entre a publicação de artigos e distribuição do dinheiro público para ciência tem tirado o sono dos pesquisadores, principalmente daqueles cujas revistas correspondentes à sua área não estão no topo.”
Sabine Righetti – Folha de S.Paulo, 15/08/2011

“Nos dados sobre religião da POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares), do IBGE, que pesquisou o tema em 2003 e 2009. No período, só entre evangélicos, a fatia dos que se disseram sem vínculo institucional foi de 4% para 14% -um salto de mais de 4 milhões de pessoas. […] Para especialistas consultados pela Folha, a pesquisa, feita a partir de amostra de 56 mil entrevistas, é suficiente para dar boas pistas do movimento.
O pesquisador Ricardo Mariano, da PUC-RS, reconhece que vem ocorrendo aumento de protestantes e pentecostais sem vínculos institucionais, ainda que ele tenha dúvidas se o crescimento foi mesmo tão intenso quanto o revelado pelo IBGE. […] De acordo com o professor, parte dos evangélicos adota o ‘Believing without belonging’ (crer sem pertencer), expressão cunhada pela socióloga britânica Grace Davie sobre o esvaziamento das igrejas ao mesmo tempo em que se mantêm as crenças religiosas na Europa Ocidental. Para a antropóloga Regina Novaes, uma pergunta que a pesquisa levanta é se este ‘evangélico genérico’ tem semelhanças com o católico não praticante. Para ela, ‘ambos usufruem de rituais e serviços religiosos mas se sentem livres para ir e vir’. […] Outro dado interessante da POF é que aumentou o número dos que declararam uma religião não identificada pelos pesquisadores, o que indica que na década passada mais igrejas surgiram e passaram a disputar o “supermercado da fé”, na expressão depreciativa utilizada pelo papa Bento 16.”
Antônio Gois e Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 15/08/2011

“Ferimentos a bala são parte da rotina. As vítimas da guerra civil estão sempre nos nossos corredores. Já vi um mesmo cirurgião atender até dez num único dia.
Crianças em estado de desnutrição extrema, muitos casos de malária, doenças respiratórias. As principais vítimas são as crianças. Elas sofrem com a ignorância dos pais. A falta de educação também é uma epidemia, porque tem um impacto direto na saúde.”
Abdirizak Ali Mohamed, 22, estudante de medicina na Universidade Benadir em entrevista para Marcelo Ninio – Folha de S.Paulo, 16/08/2011

“Um dos sinais de inteligência de um bom líder é a capacidade de perceber antes dos outros o fim e o início de cada um dos estágios de sua carreira. Há muito de emocional nessa capacidade.”
Betania Tanure – Valor, 19/08/2011

“Valores como justiça, liberdade e dignidade não são ocidentais ou orientais, nem dependem de uma religião ou crença, disse minha amiga. São apenas valores humanos, mas a história da humanidade é uma sucessão interminável de calamidades e injustiças. Meus clientes são jovens franceses e imigrantes, todos desempregados. Depois de conhecer a vida deles, tento entender o nosso tempo, que não me orgulha nem um pouco. A maioria das pessoas vê esses desempregados e drogados como seres maléficos à sociedade. Eu os vejo como jovens sem qualquer perspectiva de futuro, derrotados antes mesmo de entrar na dança da vida.”
Milton Hatoum – O Estado de S. Paulo, 19/08/2011

“A matemática continua sendo a disciplina do currículo básico com os índices de aproveitamento mais baixos nas avaliações institucionais. […] O Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa), que avalia o desempenho em leitura, matemática e ciências de jovens de 15 anos, coloca o Brasil nas últimas posições, num ranking de 65 países. Quatro em cada 10 jovens brasileiros nessa faixa etária não sabem multiplicar. […] O problema é antigo e preocupante, pois a má qualidade do ensino de matemática é um dos fatores que vêm limitando a formação de engenheiros em número suficiente para atender às necessidades da economia nacional. Em 2008, os cursos de engenharia ofereceram 239 mil vagas, mas só foram preenchidas 140 mil. Ou seja, não faltam vagas nas universidades – faltam, sim, vestibulandos com conhecimento mínimo de matemática. O País forma cerca de 47 mil engenheiros por ano, ante 650 mil, na China, e 220 mil, na Índia.”
O Estado de S. Paulo, 19/08/2011

“O Facebook, rede social criada por Mark Zuckerberg, atingiu a marca de 25 milhões de usuários no País. Apesar da penetração relativamente baixa em razão da concorrência do Orkut – que ainda é o líder nacional -, o Brasil já é um mercado ‘top 5’ em termos absolutos para o site, afirmou ontem o vice-presidente da empresa para a América Latina, Alexandre Hohagen.”
Alexandre Matias – O Estado de S. Paulo, 19/08/2011