“Essa é a era da inclusão, da participação, da disseminação da informação, da busca da igualdade de oportunidades. A complexidade de lidar com esse mundo da inclusão é muito maior e ao mesmo tempo fascinante, pois reflete o fato de estarmos construindo um mundo melhor e mais digno. Enfim, não dá para poucos irem bem num mundo que vai mal!”

Fábio Colletti Barbosa, 55, administrador de empresas, é presidente do Grupo Santander Brasil e da Febraban,  Folha de S.Paulo – 02/01/2011

 

“A palavra religião vem de “religare”, reconectar. Mas com o quê? Escolhas diferentes para religiões diferentes. Ao buscarmos as leis que descrevem a natureza e suas criações, estamos nos reconectando com nossas origens cósmicas. Esse é o meu “religare”, que traz sentido à minha vida e lhe dá direção. Se a vida é fruto da luta contra o inexorável crescimento entrópico e o decaimento material, é ainda mais bela por isso. Por que não chamá-la, afinal, de sagrada?”

Marcelo Gleiser, professor de física, Folha de S.Paulo – 02/01/2011

 

“Mais de um século atrás, Nietzsche observou: ‘Quase 2 mil anos e nenhum Deus novo!’ De fato, embora centenas de novas religiões apareçam e desapareçam a cada ano, faz séculos desde que uma grande religião realmente nova surgiu no planeta. Nós já estouramos o prazo para um Deus novo. Nossa atual ordem religiosa formou-se no que Karl Jaspers chamou de ‘era axial’ – aquele período extraordinário entre 800 a.C. e 200 d.C. que testemunhou a ascensão do monoteísmo com o zoroastrismo, o surgimento do budismo, a criação do confucionismo e a florescência da filosofia humanista grega. […] Três tecnologias nos trouxeram para o limiar de outra mudança axial hoje. O transporte aéreo deu às populações uma mobilidade sem precedentes. O contêiner intermodal distribuiu uma cornucópia de produtos para todos os cantos do mundo. E o ciberespaço tornou-se um promíscuo viveiro de ideias seminais. Agregue a isso tudo a dose atual de miséria humana com as guerras, revoluções e desastres naturais, e o resultado é um potente caldo de cultura a partir do qual um novo Deus poderia surgir. A ascensão do fundamentalismo é um indicador seguro de insatisfação com a atual ordem religiosa. Os crentes descontentes olham primeiro para suas raízes em busca de conforto, mas as origens raramente reconfortam e, assim, eles inevitavelmente procuram por um novo Deus.”

Paul Saffo, diretor-gerente e de previsão da Discern Analytics, e professor visitante da Universidade de Stanford, “O Mundo em 2011” – Revistas The Economist/Carta Capital – janeiro-fevereiro de 2011