Posts tagged vida digital

45ª semana de 2012

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“Quanto mais alto você chega em uma hierarquia, mais o componente relações humanas se torna importante para o bom líder. É preciso saber desenvolver a si próprio e desenvolver as pessoas que você lidera. Sem isso, abre-se um vazio em comando e liderança.”
Eduardo Bom Angelo – “Folha de S.Paulo”, 04/11/2012

“O mundo está cada vez mais complexo. […] De uma rede de comunicação global, a internet evoluiu para uma espécie de memória coletiva, a que boa parte dos processos é delegada. Smartphones, computação em nuvem e internet das coisas, cada vez mais familiares, mensuram cada transação e, por meio da compilação de dados, definem quem é você, o que faz e onde passa a cada instante.”
Luli Radfahrer – “Folha de S.Paulo”, 05/11/2012

“A universidade está morta e só não sente o cheiro do cadáver quem tem vocação para se alimentar de lixo.”
Luiz Felipe Pondé – “Folha de S.Paulo”, 05/11/2012

“Se ler é tão bom assim, por que é que nós, os adultos, lemos tão pouco? Pesquisas mostram que o índice de leitura espontânea no Brasil é de pouco mais de um livro por ano! Muito pouco, quase nada, na verdade. Isso significa que, depois que o jovem sai da escola, ele simplesmente deixa de ler.[…] As famílias poderiam incluir a ida à biblioteca como um programa familiar, não é verdade? Ler sempre – mesmo que por pouco tempo -, comentar sobre os livros que estão lendo e incluir alguns exemplares na bagagem das férias são atitudes que os pais podem adotar para mostrar aos filhos, na prática, que ler é bom de verdade.”
Rosely Sayão – “Folha de S.Paulo”, 05/11/2012

“Há hoje um estado de espírito em que a pessoa tem vergonha de dizer que é político. Não é assim não. A política bem entendida é uma das coisas mais importantes. Não sou político; sou um escritor que tem preocupação política, porque sei da importância da política. […] Não sou nem otimista nem pessimista. Os otimistas são ingênuos e os pessimistas, amargos. Sou um realista esperançoso. Sou homem da esperança. Sei que é para um futuro muito longínquo.”
Ariano Suassuna – “Folha de S.Paulo”, 09/11/2012

“A principal atividade matinal de 90% dos jovens brasileiros que têm smartphone é checar o celular, mostra uma pesquisa da Cisco que mapeou 1.800 pessoas de 18 a 30 anos, a chamada geração Y, em 18 países. No México, na Alemanha, na China, na Índia e no Japão, o índice chega a ultrapassar a marca brasileira. “É uma geração que checa o smartphone antes de levantar e de ir dormir”, Oscar Gutiérrez, gerente de desenvolvimento de negócios da Cisco. No mundo, 3 em cada 4 conferem os smartphones durante o banho e 1 a cada 5 envia SMS ao volante. Em refeições, mais da metade reveza os talheres com o celular. O Brasil é o país em que mais jovens dizem ter mais contato com os amigos pela internet, 73%. No mundo, esse percentual é de 40%. Os contatos pessoais são maioria para apenas 10%. A densidade de jovens brasileiros que fazem compras na web sobre o total também é a maior do mundo: 94%. “Essa geração é uma grande geradora de tráfego”, lembra Gutiérrez. A cada minuto, 72 horas de vídeo são hospedadas no YouTube.”
Helton Simões Gomes – “Folha de S.Paulo”, 09/11/2012

“Um dos pecados que mais corrói os ambientes profissionais atualmente: a ganância, a necessidade de ter mais o tempo todo. Mais poder, mais status, mais grana, mais sucesso. Como diz o psicanalista Jorge Forbes, o ganancioso comporta-se em sua carreira como o guloso com a comida. É um glutão cujo único termômetro é o quanto consegue ‘comer’ de oportunidades que vê pela frente.”
Juliana De Mari, “Revista VocêS/A” – novembro de 2012

“Estimular uma ‘oposição criativa’ dentro da empresa permite abarcar todo o espectro de suas atividades, tornando clara a consciência de que são complexas e multipolares, comportam verdades múltiplas e são capazes de se alargar e realizar seu potencial total.”
Paulo Eduardo Nogueira, “Revista Época Negócios” – novembro de 2012

42ª semana de 2012

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“Todo mundo se empluma para ser visto. A noiva é a construção da ideia de perfeição para o olhar do outro. A gente se veste querendo que o outro nos veja de um modo perfeito. O outro não quer a perfeição, mas desnudar essas camadas de ilusão, de mentira.”
Fernanda Young – Folha de S.Paulo, 14/10/2012

“Há algumas semanas, uma falha em minha conexão de internet me fez perceber que havia algo errado comigo. Talvez você tenha o mesmo problema. Graças a uma dessas panes súbitas que fazem da informática uma ciência inexata, todos os e-mails que mandei durante o dia inteiro não conseguiram sair do computador. Ao final do dia, movido por um tédio que só a desconexão forçada é capaz de provocar, decidi reler as mensagens presas na minha caixa de saída. O resultado foi revelador. Por dedicar muito pouco tempo a cada mensagem, escrevi respostas lacônicas para pessoas que haviam me mandado sugestões elaboradas. Aceitei um convite para um jantar ao qual não poderia ir. Enviei a um colega um recado com erros inaceitáveis para alguém que ganha a vida escrevendo. A vontade de resolver vários problemas instantaneamente, típica dos tempos digitais, me tornara afobado, distraído e monossilábico. Não curti.”
Danilo Venticinque – Revista Época, 15/10/2012

“Ouvir é o maior talento que um arquiteto deve ter. […] Não vejo graça em repetir. Quero me surpreender. Prefiro errar tentando algo novo a acertar repetindo uma solução que já sei que dá certo. […] Acho que não existe bom gosto ou mau gosto. Existe o meu gosto e o seu gosto. Quando vejo uma pessoa de bom gosto, é porque ela tem o meu gosto. […] Nunca faço o que quero, do jeito que quero. Sempre faço o que o cliente quer, só que do meu jeito. A diferença é sutil. […] Sempre me interessei pela diversidade. Das pessoas e trabalhos. A arquitetura é um mero pretexto para eu me relacionar com as pessoas. A única coisa que tem importância é que haja afinidade na maneira como vemos a vida.”
Isay Weinfeld – O Estado de S.Paulo, 15/10/2012

“Essa coisa de criar o parceiro ou a parceira ideal é muito ruim. Quando idealizam, as pessoas tendem a enquadrar os outros num conceito, uma ideia. Não dá certo. O amor tem de ser uma invenção diárias, a dois. Há uma cobrança de que o amor tem de durar para sempre, e essa é outra pressão que também pode sufocar uma relação. O importante é que não existem fórmulas para o amor. Cada dupla, cada casal faz sua história e tem de encontrar a fórmula apropriada para os dois.”
Jonathan Dayton, diretor de cinema – O Estado de S.Paulo, 16/10/2012

“Marxismo e religião são iguais: não podem ser comprovados ou contestados.”
David Pryce-Jones, Revista Exame, 17/10/2012

“O papel do artista é questionar. E, de repente, a gente se transformou nessa coisa arrumadinha, de bom gosto, enquadrada. O louco ainda pode ser alguém que propaga as verdades que ninguém quer escutar.”
Elias Andreato, ator e diretor – O Estado de S.Paulo, 18/10/2012

“Em 2010, a parcela de divorciados chegou a 3,1%, quase o dobro dos 1,7% de 2000. O aumento das separações tem diferentes explicações, como a maior aceitação social do divórcio e a simplificação dos trâmites legais. Além disso, há a maior inserção da mulher no mercado de trabalho, que deu a ela autonomia financeira para se livrar de relacionamentos. O retrato mostra ainda que cresce a parcela de casais sem filhos – um quinto do total.”
Denise Menchen – Folha de S.Paulo, 18/10/2012

“Você tem duas opções: a) envelhecer; b) morrer. Se tudo der certo, você fica com a primeira opção. Nesse caso, a próxima pergunta de múltipla escolha estético-existencial será algo como: a) envelhecer, tentando desesperadamente se transformar em outra pessoa – alguém que se parece vagamente com você, a não ser pela testa congelada, pelos olhos levemente assimétricos e pelos lábios que parecem mais um sashimi do que uma boca. Separando as duas opções, resta apenas o bom senso, que alguém já definiu como ‘a coisa mais mal distribuída do mundo’. […] O paradoxo é que, num país cada vez mais velho, a velhice esteja se tornando sinônimo de defeito, de prazo de validade expirado antes da hora – e aí aparecem eufemismos do tipo ‘melhor idade’. De acordo com o IBGE, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a expectativa de vida aumentou incríveis 25 anos de 1960 para cá.”
Carol Sganzerla – Revista TPM, outubro de 2012

“Em um mundo com 7 bilhões de habitantes, já existem 6,39 bilhões de linhas de telefonia móvel. O celular chegou até onde nem sequer tem água potável. Só no Brasil, há mais aparelhos habilitados do que habitantes. ‘Símbolo de status, inclusão social e autonomia, o celular atende à exigência de estar disponível o tempo todo – e derruba as fronteiras entre trabalho e vida pessoal’, explica a antropóloga Sandra Rubia Silvia, professora da Universidade Federal de Santa Maria, RS, que investiga o impacto dessa tecnologia nas relações sociais. ‘A rotina acaba sendo cadenciada por esse aparelho e há grandes chances de ultrapassar o limite de uso que seria razoável’, alerta o psicólogo Cristiano Nabuco, coordenador do Ambulatório Integrado dos Transtornos do Impulso do Instituto de Psiquiatria da USP. Na velha e boa linguagem analógica, todos esses dados e evidências querem dizer o seguinte: com tantos aparelhos à disposição, aumenta a probabilidade de que eles virem uma espécie de extensão do corpo. Portanto, aparece a probabilidade de que os usuários fiquem conectados demais, dependentes demais, doidões demais – até os limites do vício. […] No Brasil, pesquisa da Ipsos feita com mil moradores de 70 cidades, de ambos os sexos, mostrou: 18% admitiram ter dependência de seus aparelhinhos. O número, claro, pode ser bem maior. ‘Nem sempre existe a noção da dependência. É comum as pessoas alegarem que vivem conectadas por causa do trabalho ou da família’, diz a psicóloga Iracema Teixeira, professora de Pós-Graduação da Universidade Gama Filho, no Rio de Janeiro.”
Cristina Nabuco – Revista Lola, outubro de 2012

39ª semana de 2012

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“Meu ponto de vista é que não existe ‘nós e eles’. A diferença entre ‘nós e eles’ é acidental, uma questão geográfica. Então, não importa se somos radicais muçulmanos ou extremistas cristãos malucos de direita de algum lugar do Meio-Oeste americano, isso depende totalmente de onde nascemos e do que nossos pais nos ensinaram. Isso se partimos do princípio de que há um grande plano, coisa que não acredito. Se existe um plano, do meu ponto de vista, se Deus tiver planejado tudo e feito tudo isso, ele não criaria extremistas mulçumanos na Arábia Saudita e extremistas cristãos no Kansas. Isso não seria evidência de seu trabalho. É a diferença entre todas essas posições extremas que me leva a crer que não há uma mão que nos guie.”
Roger Waters, 68, baixista inglês, ex-integrante do Pink Floyd – Revista Billboard – setembro de 2012

“É fundamental saber lidar com um aluno que diz não entendi’. Não adianta repetir a explicação. Ele precisa de outros recursos ou acessar a informação de um jeito diferente.”
Maria Auxiliadora Megid – Revista Nova Escola – setembro de 2012

“É uma geração mais introspectiva, de relacionamentos virtuais. Apesar disso, à medida que vai ficando mais velho, o adolescente tende a se tornar mais materialista. Garotos e garotas de 17 anos são mais consumistas que seus pares de 14 anos.”
Época Negócios – setembro de 2012

“O ator George Clooney, afirmou preferir um exame de próstata em público a ter um perfil no Facebook. Não vou a esse extremo… mas está claro que a vulgarização do uso das redes sociais afugente cada vez mais gente. A falta de regras de privacidade é outro temor real. O Facebook coleta nome de usuário, senha, contatos e localização. Cada vez que você visita uma página na web com o botão ‘curtir’, a rede social é avisada. Qualquer um acessa seus dados a partir de visitas a seu perfil por pessoas de sua rede de contatos.”
Ruth de Aquino – Revista Época – 24/09/2012

“A moralidade é uma virtude disputada. Mesmo aqueles que dela conhecem apenas o nome gostam de falar sobre virtudes morais como se fossem íntimos de longa data.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 25/09/2012

“O que é sagrado para mim não é tal ou tal outra opinião –ainda menos a minha. O que é sagrado é o próprio direito de expressar uma opinião e de viver segundo ela manda.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 27/09/2012

“Atribui-se a um famoso político brasileiro a frase ‘A política é a arte de fazer com que aquelas coisas que já iam mesmo acontecer aconteçam, porque nós fizemos acontecer.’ Além de irônica, essa máxima revela a ideia de política como fingimento. A política real é aquela que faz acontecer o que dificilmente aconteceria sem a nossa vontade e ação. Naquela ideia, política é oportunismo que se apropria da ação de outrem. Nesta outra, é resultado da ação de diferentes sujeitos que, para o bem ou para o mal, escolhem fazer algo além do já feito.”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 28/09/2012

“O escritor é um saqueador de histórias. Mas, ao contrário do paparazzo ou do colunista de fofocas de celebridades, não tem como objetivo precípuo a exposição da privacidade alheia, não faz da indiscrição maldosa sua meta. Na banalidade ou estranheza das histórias que recolhe, ele consegue divisar um filão secreto – o veio sagrado da vida, do sinuoso movimento do tempo, das forças maiores que se abatem sobre a fragilidade do homem, e a partir daí cria uma peça que dá testemunho do inefável acontecimento da existência.”
Sérgio Telles – O Estado de S.Paulo, 29/09/2012

“O Brasil está envelhecendo rapidamente segundo os últimos dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa de vida do brasileiro cresceu 25,4 anos, de 1960 a 210, indo de uma média de 48 anos para 73,4 anos de idade. Na ocasião da pesquisa (2010), o país possuía cerca de 19,4 milhões de pessoas com mais de 60 anos. Número maior do que as crianças até seis anos: um efeito da redução da natalidade e o aumento da longevidade. Este número se torna mais impressionante se levarmos em conta que, nos próximos 20 anos, espera-se que haja duas vezes mais idosos do que registrado em 2010. Os estudos de progressão apontam para essa possível realidade em 2050: quando 30% da população brasileira terá mais de 60 anos. Essa afirmação é de uma pesquisa realizada pelo IBGE, apenas avaliando uma taxa de aritmética – ela não leva em conta os avanços da medicina e a possibilidade de melhoria das condições de vida das classes média e baixa, fatores bem conhecido de influência nesses índices. Dos estados brasileiros, o que apresenta maior índice de longevidade é o Rio de Janeiro. No Rio, a proporção de idosos com 60 anos ou mais (14,9%) é próximo à de menores de 14 anos. Também possui a menor taxa de fecundidade do país 1,54% e, na região metropolitana do Rio cai para 0,9%, índice menor que o do Japão (1%), país cuja população vem diminuindo há muitos anos.”
João Oliveira – Revista Psique – setembro de 2012

31ª semana de 2012

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“São três as paixões humanas: a do amor, a do ódio e a da ignorância, que é a paixão do não saber, de negar a realidade.”
Betty Milan – O Estado de S.Paulo, 29/07/2012

“Vivemos em um ambiente cada vez mais cibernético e social, em que as fronteiras entre o físico e o digital e entre o pessoal e o coletivo se tornam cada vez mais difusas. Como nas outras interações virtualizadas, perde-se intensidade para ganhar abrangência.”
Luli Radfahrer – Folha de S.Paulo, 30/07/2012

“Na escola, sair-se bem é aprender – e não simplesmente alcançar boas notas. E aprender, caro leitor, é uma tarefa que a criança precisa realizar sem a ajuda dos pais. Com o estilo de vida que nós adotamos, cada vez mais uma enorme quantidade de pais acredita que precisa acompanhar os estudos do filho e até realiza isso de bom grado. Quer dizer, mais ou menos. No início, até que a coisa vai bem, mas logo a paciência acaba e a relação entre os pais e o filho fica conturbada. É que os pais cobram esforço, dedicação e lição correta. E não costuma ser isso o que os filhos produzem. Para muitos desses pais, a tarefa parental se resume a esse acompanhamento da vida escolar e à gestão da vida do filho. A função dos pais é bem maior do que isso: é acompanhar a vida do filho. A função dos pais é dar ao filho a oportunidade de ele próprio se responsabilizar por sua vida escolar. É estimular no filho a vontade de formular perguntas que envolvem o conhecimento, de dirigi-las aos pais e de ficar interessado nas respostas. É, também, dar ao filho a chance de ele saber que é capaz de enfrentar sua própria batalha sozinho e dar conta dela. Essas são coisas muito mais importantes para a criança do que ter a mãe ou o pai sempre presente nos trabalhos, nas provas etc. Os pais precisam se lembrar de o que filho já tem professores na escola, que é o local especializado no ensino. Em casa, a criança precisa é de pais, e não de professores particulares ou tutores.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 31/07/2012

“O significado dos filmes está além deles. Interessa ver os conceitos que estão por baixo das cenas, a intenção por baixo da ação.”
Arnaldo Jabor – O Estado de S.Paulo, 31/07/2012

“Falar de si é bom, mas falar de si para os outros é melhor ainda. Não é à toa, portanto, que a liberdade de expressão pessoal e de opinião é altamente valorizada.”
Suzana Herculano-Houzel – Folha de S.Paulo, 31/07/2012

“O tempo é engraçado. O corpo fica mais lento, tudo cria nova intensidade. […] Sempre existe uma exposição meio ridícula quando falamos de nós mesmos.”
Cristovão Tezza – Folha de S.Paulo, 31/07/2012

“A crise atual é um momento privilegiado para se avançar na transição para novos modelos de governança, capazes de redirecionar os diversos capitais na criação de oportunidades de negócios e empregos que representam alternativas de desenvolvimento sustentável e sustentado.”
Frei Betto, Revista Caros Amigos – julho de 2012

“Se o País quiser melhorar o índice de leitura dos seus habitantes, é fundamental investir na capacitação do professor para esse fim. A pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita pelo Instituto Pró-Livro no ano passado, mostrou que os professores são os maiores influenciadores desse hábito. Entre as 5 mil pessoas ouvidas em todo o Brasil, 45% apontaram os mestres como tal. […] No Brasil, no entanto, muita gente ainda corre dos livros. O resultado da pesquisa mostrou que apenas 50% dos brasileiros são considerados leitores – segundo a metodologia, pessoas que leram pelo menos um livro nos três meses precedentes ao questionário da pesquisa. É um índice menor que os 55% registrados em 2007. Nesses quatro anos, o número de livros lidos por ano também caiu de 4,7 para 4. A queda pode ser entendida pela preferência das atividades de lazer. […] No Brasil, são os livros didáticos, lidos por obrigação, os campeões. […] A pesquisa mostrou que 75% da população não frequenta uma biblioteca. Dentre os que frequentam, a maioria (71%) considera o espaço um lugar para estudar; para 61% é um lugar para pesquisa; em seguida, aparece como um ambiente voltado para estudantes para 28% dos entrevistados; e, em quarto, com 17%, a biblioteca é apontada como um local para emprestar livros de literatura.”
Ocimara Balmant – O Estado de S.Paulo, 30/07/2012

“Carlos tem 18 anos e é estudante de arquitetura. Começou a fumar maconha há dois anos. Tentou parar três vezes e não conseguiu. Só de pensar em ficar sem seu ‘baseado’ diário, começa a se sentir ansioso e ‘um pouco’ fora de controle, disse. Assim como ele há cerca de 1,3 milhão de brasileiros dependentes de maconha de acordo com o 2º Levantamento Nacional de Álcool e Drogas. […] Os dados, divulgados ontem, trazem uma informação considerada preocupante pelos formuladores do trabalho: o número de jovens que admitiu consumir a droga. Em 2006, a cada adulto que consumia a droga havia também um jovem. Neste ano essa proporção foi de um adulto para 1,4 adolescentes. […] ‘Há pesquisas que mostram que um a cada dez jovens que consomem maconha terão, no futuro, transtornos psiquiátricos’, disse o psiquiatra Ronaldo Laranjeira.”
Afonso Benites – Folha de S.Paulo, 02/08/2012

“A massificação da arte e da informação seduz quem produz e consome peças, novelas, livros, jornais e filmes. As pesquisas de opinião dominam o comportamento, a moral, a política e o entretenimento. Cada vez mais, a balança para medir o valor de uma obra é a sua penetração no grande público e o retorno financeiro. É preciso reconhecer o valor de quem fura o bloqueio. […] O ser ou não ser de qualquer intelectual praticante é produzir algo que agrade a gregos e troianos, que instigue as cabeças pensantes, ao mesmo tempo que alcance as multidões. Esse, não há dúvida, é o milagre de Shakespeare, das tragédias gregas e de grande parte da música popular brasileira, mas não é todo dia que acontece. […] Existe uma condenação velada à erudição. A exaltação do popular é um posicionamento inatacável. Discordar dela, mesmo que parcialmente, é como discursar em favor da monarquia em meio à Revolução Francesa.”
Fernanda Torres – Folha de S.Paulo, 03/08/2012

29ª semana de 2012

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“Eu digo aos meus gestores: você já entende qual é o real problema do cliente? Não é o que ele diz ter, mal o real problema dele? […] Tem um outro ponto: durante esse desenvolvimento, um comportamento que eu tenho é escutar todo mundo, em todos os sentidos, e extrair o que tem de bom. Eu tenho prazer no que eu faço e gosto de contar. Eu fico energizado para contar, porque é essa paixão que faz o sucesso. O resto, é sua capacidade de direcionar o resto da equipe.”
Alysson Barros Paolinelli, 40, CEO da Aqces Logística – O Estado de S.Paulo, 15/07/2012

“A composição da força de trabalho mudou muito nos últimos anos. As equipes estão cada vez mais diversas, multidisciplinares, multiétnicas e jovens – impulsionadas pela inclusão da geração Y no mercado de trabalho. Para se manterem competitivas, empresas precisam aprender a unir culturas, línguas, origens e profissões, transformar tudo num conjunto integrado e ainda abrir espaço para a valorização do indivíduo. As organizações devem manter uma comunicação eficiente com essa força de trabalho diversa e, principalmente, promover a interação entre funcionários num ambiente colaborativo que estimula a inovação.”
Christiana C. Martins – O Estado de S.Paulo, 15/07/2012

“Ser feliz hoje é excluir o mundo em torno. Ser feliz é uma vivência pelo avesso, pelo “não”. Ser feliz é não ver, não pensar, é não se deixar impressionar pelas desgraças do País ou dos outros.”
Arnaldo Jabor – O Estado de S.Paulo, 17/07/2012

“Entre os estudantes do ensino superior, 38% não dominam habilidades básicas de leitura e escrita, segundo o Indicador de Alfabetismo Funcional (Inaf), divulgado pelo Instituto Paulo Montenegro (IPM) e pela ONG Ação Educativa. O indicador reflete o expressivo crescimento de universidades de baixa qualidade. […] Segundo dados do IBGE e da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), cerca de 30 milhões de estudantes ingressaram nos ensinos médio e superior entre 2000 e 2009. Para a diretora do IPM, o aumento foi bom, pois possibilitou a difusão da educação em vários estratos da sociedade. No entanto, a qualidade do ensino caiu por conta do crescimento acelerado. “Algumas universidades só pegam a nata e as outras se adaptaram ao público menos qualificado por uma questão de sobrevivência”, comenta. […] Entre as pessoas de 50 a 64 anos, o índice de analfabetismo funcional é ainda maior, atingindo 52%. Levando em conta os 60 milhões de brasileiros que deixaram de completar o ensino fundamental de acordo com dados do Censo 2010, a oferta de vagas em EJA não chega a 5% da necessidade nacional.”
Luis Carrasco – O Estado de S.Paulo, 17/07/2012

“A cada 4 pessoas ao redor do mundo, 3 possuem um celular, aponta um estudo do Banco Mundial, que será divulgado hoje. O número de aparelhos, que era de 700 milhões em 2000, multiplicou-se por mais de 8 e chegou a 5,9 bilhões em 2010. O aumento foi liderado pelos países emergentes. Em dez anos, nações como China e Brasil ampliaram sua participação de 29% do total para 71% – cerca de 5 bilhões.”
Folha de S.Paulo, 17/07/2012

“Mais do que excesso de hormônios, a neurociência já identificou na imaturidade do córtex órbito-frontal dos jovens – área cérebro responsável por cálculos de custo-benefício – uma das causas do excesso de decisões equivocadas nessa faixa etária. A imaturidade leva o jovem a não pensar nas consequências de longo prazo e a sobrevalorizar os ganhos de curto prazo.”
Bruno Paes Manso – O Estado de S.Paulo, 18/07/2012

“O último Censo do IBGE mostrou que 43 mil meninas menores de 14 anos vivem relacionamentos estáveis no Brasil. Como a prática é ilegal, a maioria vive em união consensual, sem registro. É o retrato de uma cultura atrasada que ainda sobrevive nos grotões de nosso país. Na maioria dos casos, fruto do esquecimento secular por parte dos governantes. […]Nos países pobres, mais de 30% das jovens se casam antes de completar 18 anos. Muitas meninas enfrentam pressões para terem filhos o mais rapidamente possível, engravidam e morrem de hemorragia. Os maridos não são fiéis e elas, com maior vulnerabilidade por causa da idade, frequentemente também sucumbem a DSTs. É uma realidade com nuances distintas. Na África ocidental, a fome empurra jovens para o casamento precoce. Pais casam suas filhas mais cedo em busca de dotes para ajudar as famílias a sobreviver. O Níger tem o mais alto índice de casamento infantil no mundo, com uma em cada duas jovens se casando antes dos 15 anos -algumas delas com apenas sete anos. As noivas meninas têm seu futuro comprometido e seus direitos básicos de brincar e estudar violados. Se tornam meninas sem presente e mulheres sem futuro.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 21/07/2012

28ª semana de 2012

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“Não resta dúvida de que vivemos, atualmente, na era da busca da sustentabilidade. Se o termo sustentabilidade ainda não provocou nos indivíduos a reflexão necessária e urgente no tocante à preservação planetária, deve pelo menos ter plantado uma semente de preocupação em relação ao efeito devastador de qualquer descaso ambiental. […] Os profissionais devem buscar compreender as transformações globais, manter seus valores em sincronia com os da organização ou do seu negócio, fortalecer a sua rede de relacionamentos, adotar princípios éticos em sua conduta, valorizar o bom trato social e sua qualidade de vida. Devem, ainda, ter ações que contribuam para a conservação ambiental e, desta maneira, potencializar sua sustentabilidade profissional. Como podemos perceber o termo sustentabilidade vai além do modismo, trata-se de uma necessidade emergencial. De acordo com Leonardo Boff, não existe sustentabilidade sem o cuidado. Assim, cuide do seu convívio social, do seu bem-estar, da sua carreira, do seu planeta. Dê um olhar de delicadeza a todas estas esferas da sua vida.”
Ruth Duarte – O Estado de S.Paulo, 08/07/2012

“A antropóloga Diana Nogueira, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, faz um paralelo com pessoas que querem perder peso e vão migrando de médico em médico. ‘A religião fortalece e ajuda as pessoas, mas não resolve muitos dos desafios que uma vida de periferia urbana lhes impõe. Com isso, algumas dessas pessoas vão de igreja em igreja, buscando soluções’, diz Diana.”
O Estado de S.Paulo, 08/07/2012

“A febre de plásticas tem motivo. A juventude é valorizada, a velhice não. Ninguém quer ser tratado como vovô. É bom se sentir charmoso. É chato estar distante do padrão estético: barriga zero, gordura zero, rugas zero, juízo abaixo de zero. As pessoas esticam o rosto para rejuvenescer. Que engano! A esticada de 50 não parece uma garota de 20. E sim o que é: uma esticada madura. Quanto mais vezes alguém se estica, mais esquisito se torna. Todas as plastificadas e todos os plastificados parecem clones, de boca puxada, olhos esbugalhados. E os incômodos? Eu digo, eu digo! Desde que puxei o queixo, faço barba atrás da orelha! Quanto mais plásticas, menos a identidade. Cadê a pessoa estava ali? É o pior da plástica repetida: a pessoa se torna uma caricatura de si mesma.”
Walcyr Carrasco – Revista Época, 09/07/2012

“Nicholas Carr, formado em Harvard e autor de livros de tecnologia e administração, a dependência da troca de informações pela internet está empobrecendo nossa cultura. Segundo Carr, o uso exagerado da internet está reduzindo nossa capacidade de pensar com profundidade: ‘Você fica pulando de um site para o outro. Recebe várias mensagens ao mesmo tempo. É chamado pelo Twitter, pelo Facebook ou pelo Messenger. Isso desenvolve um novo tipo de intelecto, mais adaptado a lidar com as múltiplas funções simultâneas, mas que está perdendo a capacidade de se concentrar, ler atentamente ou pensar com profundidade’. A nova geração de adolescentes tem mais acesso à informação do que qualquer outra antes dela. Mas isso não se reflete num ganho cultural. Os índices de leitura e de compreensão de texto vêm caindo desde o início dos anos 1990. A conclusão é de que, apesar do maior acesso às novas tecnologias, não se vê um ganho expressivo em termos de apreensão de conhecimento. A internet é uma magnífica ferramenta. Mas não deve perder o seu caráter instrumental. O excesso de internet termina em compulsão, um tipo de dependência que já começa a preocupar os especialistas em saúde mental. Usemos a internet, mas tenhamos moderação. Ler é preciso. Jovens, e adultos, precisam investir em leitura e reflexão. Só assim, com discernimento e liberdade, se capacitam para conduzir a aventura da própria vida.”
Carlos Alberto Di Franco – O Estado de S.Paulo, 09/07/2012

“Entre adultos, há uma falsa impressão de que a leitura infantil deveria ser simples e representar coisas próximas às crianças. Essa visão é equivocada e tem a ver com preconceitos e versões simplistas de teorias psicopedagógicas. O professor não pode agir assim. Ele precisa saber quem são seus leitores e pensar em didáticas mais profundas e flexíveis, em vez de simplesmente ignorar o tipo de leitura que, previamente, ele pode considerar inadequada. Qualquer coisa é adequada. Desde que se considere o leitor como poderoso, potente. Não se pode esquecer, nunca, que a valorização dos leitores passa por colocar à disposição deles textos desafiantes, que comovem e colocam para funcionar a inteligência e o coração ao mesmo tempo. Quando se faz isso, fica clara a constatação: as crianças são ávidas leitoras de mundos estranhos, distantes e metafóricos, e se sentem muito agradecidas quando os adultos as tratam como gente que pode, que consegue. Todo pai e todo professor deveria ter isso em mente.”
Cecilia Bonjur – O Estado de S.Paulo, 09/07/2012

“A maternidade pode ser uma ambição, mas não uma aspiração exclusiva. O que choca é a mãe se tornar uma serviçal da cria. Uma coisa é valorizar os laços afetivos, outras é ser escrava deles.”
Rosiska Darcy de Oliveira, Revista Claudia – julho/2012

“Se eu tivesse direito a um pedido, seria viver o suficiente para chegar ao ponto em que você conhece a si mesmo. Será que isso é possível? Bem, não é e nem será, mas é preciso manter um senso de maravilhar-se.”
Dustin Hoffman, ator, Revista Lola – julho/2012

“Decidi tirar uma semana de férias e tomei coragem de me desconectar totalmente. Sofri de um certo ‘estresse pré-férias’. […] Confesso que sofri no início de uma espécie de síndrome de abstinência profissional. Bateu uma certa ansiedade para saber o que estava acontecendo e involuntariamente talvez uma ponta de medo da desconexão do trabalho –mesmo que por curto período de tempo. Mas, no fim, percebi que é preciso um pouco de ócio para poder seguir adiante no nosso louco mundo digital. Consegui refletir sobre muitas coisas em que não consigo pensar quando estou superatribulado. Como disse há algumas semanas o colunista Tim Kreider, do “New York Times”: estar ocupado virou uma espécie de síndrome do século 21, na qual as pessoas ficam ansiosas quando não estão trabalhando. E essa “presente histeria”, como define, não é uma condição de vida ou algo inevitável. Nós escolhemos viver assim.”
Alexandre Hohagen – Folha de S.Paulo, 12/07/2012

“Pensar na minha caixa de entrada de e-mails me deixa triste. Somente este mês, recebi mais de 6 mil e-mails. Isso sem falar nos spams, notificações ou promoções diárias. Com todas essas mensagens, não tenho a menor vontade de responder nem mesmo a uma fração delas. Fico imaginando a lápide sobre meu túmulo: Aqui jaz Nick Bilton, que respondia a milhares de e-mails por mês. Descanse em paz. Não que eu seja uma figura tão popular. No ano passado, a Royal Pingdom, que monitora o uso da internet, informou que, em 2010, foram enviados 107 trilhões de mensagens eletrônicas. Segundo um relatório divulgado este ano, em 2011 havia 3,1 bilhões de contas de e-mails ativas no mundo.”
Nick Bilton – O Estado de S.Paulo, 12/07/2012

27ª semana de 2012

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“Hoje, na maior parte dos casos, em particular nas sociedades mais abastadas, os homens parecem mais escravos das coisas do que seus beneficiários. O caráter contraditório do crédito não é estranho a essa sociedade na qual, a depender do ângulo em que se olha, tudo parece de cabeça para baixo.”
Leda Maria Paulani – O Estado de S.Paulo, 01/07/2012

“A segurança não deveria ser ‘o mais importante’ – não em detrimento da liberdade, da aventura e do desconhecido. Não é porque existem cada vez mais ferramentas para controlar as pessoas que as autoridades devam usá-las. Não é porque acidentes acontecem que a vida deva ser vivida como se eles fossem sempre iminentes. […] Estamos criando conformistas mimados, inclinados a verem perigo por todos os lados. Recentemente, me chamaram para uma palestra em uma escola. Eu disse: ‘Deixem seus desejos respirarem. Observem com paciência. Ouçam através dos silêncios. Olhem além da próxima esquina. Confiem no alvoroço da intuição. Escutem o murmúrio do universo. Liberem a sua imaginação. Sigam a bússola do seu coração, esse grande demolidor da sabedoria convencional, rumo ao desconhecido’.”
Roger Cohen – Folha de S.Paulo, 02/07/2012

“No Reino Unido, um levantamento com base em 5.000 petições de divórcio, feito por uma empresa, constatou que a palavra ‘Facebook’ aparecia em 33% dos processos movidos em 2011 por “conduta inapropriada” do parceiro. Para Fonseca, a internet inflacionou o número de traições e diversificou as modalidades: ‘Adultério antigamente dava o maior trabalho. Era só o telefone fixo no meio da sala de casa. Hoje tem celular e gente conversando com o amante no chat enquanto o parceiro oficial está bem ao lado’.”
Juliana Cunha – Folha de S.Paulo, 03/07/2012

“O aumento dos rompimentos, no entanto, não pode ser atribuído apenas às facilidades legais. ‘Muitos fatores demográficos contribuem para que haja mais divórcio: o aumento da renda feminina e da escolaridade, a queda no número de filhos’, diz José Eustaquio Alves, professor da Escola Nacional de Ciências Estatísticas, do IBGE. Em dez anos, a taxa de divórcios no Brasil quase dobrou, de 1,7% a 3,1%. ‘Parece pouco, mas em demografia é uma taxa muito expressiva, indica transição no perfil da população’, diz Alves.”
Folha de S.Paulo, 03/07/2012

“Busco coisas em que as pessoas se equivalem. Situações nas quais todo mundo se encontra. A risada é uma delas. Assim como o sexo, a morte e o amor. Uma pessoa apaixonada é sempre uma pessoa apaixonada. Com 12 anos ou 95, na favela, no convés de um iate. E o riso também. A graça da arte se dá nesses temas que diminuem as diferenças.”
Marisa Orth, atriz – O Estado de S.Paulo, 03/07/2012

“Aos poucos, contudo, fui chegando à constatação óbvia de que todo perfil de rede social é um retrato ideal de nós mesmos. Se ponho um link para um filme do Woody Allen, se cito uma frase de Nietzsche; mesmo quando posto uma foto de um churrasco, não estou eu, também, editando-me? Tentando pegar esse aglomerado de defeitos, qualidades, ansiedades, desejos e frustrações e emoldurá-lo de modo a valorizar o quadro -engraçado, profundo, hedonista?”
Antonio Prata – Folha de S.Paulo, 04/07/2012

“O que diferencia o empreendedor dos outros é a atitude diante da vida. Pense num compositor de música. As palavras estão à disposição de todo mundo, mas Chico Buarque faz poesia com elas. Os sons também estão disponíveis, mas tem gente que os transforma em música. As pessoas, os espaços, as tecnologias estão ao alcance de todos, mas só alguns conseguem ver oportunidades de negócios. Esses são os empreendedores.”
William Ling – O Estado de S.Paulo, 05/07/2012

“A lógica econômica tem prevalecido sobre a dinâmica puramente religiosa. A teologia da prosperidade tem atendido melhor as expectativas de consumo e os interesses egoísticos das diferentes camadas sociais. Como disse o sociólogo Flávio Pierucci em artigo póstumo, a sociedade não precisa mais de um Deus transcendente quando os indivíduos pagam pelos serviços prestados em nome dele e transformam os bens tangíveis em ideal divino. Atualmente, o que se considera sagrado é o consumo. O crescimento das correntes evangélicas pentecostais no país tem sido compatível com o fato de que o sagrado está cada vez mais comercializado e dessacralizado. É o Brasil cada vez mais desencantado.”
José Eustáquio Diniz Alves – Folha de S.Paulo, 06/07/2012

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