“Não resta dúvida de que vivemos, atualmente, na era da busca da sustentabilidade. Se o termo sustentabilidade ainda não provocou nos indivíduos a reflexão necessária e urgente no tocante à preservação planetária, deve pelo menos ter plantado uma semente de preocupação em relação ao efeito devastador de qualquer descaso ambiental. […] Os profissionais devem buscar compreender as transformações globais, manter seus valores em sincronia com os da organização ou do seu negócio, fortalecer a sua rede de relacionamentos, adotar princípios éticos em sua conduta, valorizar o bom trato social e sua qualidade de vida. Devem, ainda, ter ações que contribuam para a conservação ambiental e, desta maneira, potencializar sua sustentabilidade profissional. Como podemos perceber o termo sustentabilidade vai além do modismo, trata-se de uma necessidade emergencial. De acordo com Leonardo Boff, não existe sustentabilidade sem o cuidado. Assim, cuide do seu convívio social, do seu bem-estar, da sua carreira, do seu planeta. Dê um olhar de delicadeza a todas estas esferas da sua vida.”
Ruth Duarte – O Estado de S.Paulo, 08/07/2012

“A antropóloga Diana Nogueira, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, faz um paralelo com pessoas que querem perder peso e vão migrando de médico em médico. ‘A religião fortalece e ajuda as pessoas, mas não resolve muitos dos desafios que uma vida de periferia urbana lhes impõe. Com isso, algumas dessas pessoas vão de igreja em igreja, buscando soluções’, diz Diana.”
O Estado de S.Paulo, 08/07/2012

“A febre de plásticas tem motivo. A juventude é valorizada, a velhice não. Ninguém quer ser tratado como vovô. É bom se sentir charmoso. É chato estar distante do padrão estético: barriga zero, gordura zero, rugas zero, juízo abaixo de zero. As pessoas esticam o rosto para rejuvenescer. Que engano! A esticada de 50 não parece uma garota de 20. E sim o que é: uma esticada madura. Quanto mais vezes alguém se estica, mais esquisito se torna. Todas as plastificadas e todos os plastificados parecem clones, de boca puxada, olhos esbugalhados. E os incômodos? Eu digo, eu digo! Desde que puxei o queixo, faço barba atrás da orelha! Quanto mais plásticas, menos a identidade. Cadê a pessoa estava ali? É o pior da plástica repetida: a pessoa se torna uma caricatura de si mesma.”
Walcyr Carrasco – Revista Época, 09/07/2012

“Nicholas Carr, formado em Harvard e autor de livros de tecnologia e administração, a dependência da troca de informações pela internet está empobrecendo nossa cultura. Segundo Carr, o uso exagerado da internet está reduzindo nossa capacidade de pensar com profundidade: ‘Você fica pulando de um site para o outro. Recebe várias mensagens ao mesmo tempo. É chamado pelo Twitter, pelo Facebook ou pelo Messenger. Isso desenvolve um novo tipo de intelecto, mais adaptado a lidar com as múltiplas funções simultâneas, mas que está perdendo a capacidade de se concentrar, ler atentamente ou pensar com profundidade’. A nova geração de adolescentes tem mais acesso à informação do que qualquer outra antes dela. Mas isso não se reflete num ganho cultural. Os índices de leitura e de compreensão de texto vêm caindo desde o início dos anos 1990. A conclusão é de que, apesar do maior acesso às novas tecnologias, não se vê um ganho expressivo em termos de apreensão de conhecimento. A internet é uma magnífica ferramenta. Mas não deve perder o seu caráter instrumental. O excesso de internet termina em compulsão, um tipo de dependência que já começa a preocupar os especialistas em saúde mental. Usemos a internet, mas tenhamos moderação. Ler é preciso. Jovens, e adultos, precisam investir em leitura e reflexão. Só assim, com discernimento e liberdade, se capacitam para conduzir a aventura da própria vida.”
Carlos Alberto Di Franco – O Estado de S.Paulo, 09/07/2012

“Entre adultos, há uma falsa impressão de que a leitura infantil deveria ser simples e representar coisas próximas às crianças. Essa visão é equivocada e tem a ver com preconceitos e versões simplistas de teorias psicopedagógicas. O professor não pode agir assim. Ele precisa saber quem são seus leitores e pensar em didáticas mais profundas e flexíveis, em vez de simplesmente ignorar o tipo de leitura que, previamente, ele pode considerar inadequada. Qualquer coisa é adequada. Desde que se considere o leitor como poderoso, potente. Não se pode esquecer, nunca, que a valorização dos leitores passa por colocar à disposição deles textos desafiantes, que comovem e colocam para funcionar a inteligência e o coração ao mesmo tempo. Quando se faz isso, fica clara a constatação: as crianças são ávidas leitoras de mundos estranhos, distantes e metafóricos, e se sentem muito agradecidas quando os adultos as tratam como gente que pode, que consegue. Todo pai e todo professor deveria ter isso em mente.”
Cecilia Bonjur – O Estado de S.Paulo, 09/07/2012

“A maternidade pode ser uma ambição, mas não uma aspiração exclusiva. O que choca é a mãe se tornar uma serviçal da cria. Uma coisa é valorizar os laços afetivos, outras é ser escrava deles.”
Rosiska Darcy de Oliveira, Revista Claudia – julho/2012

“Se eu tivesse direito a um pedido, seria viver o suficiente para chegar ao ponto em que você conhece a si mesmo. Será que isso é possível? Bem, não é e nem será, mas é preciso manter um senso de maravilhar-se.”
Dustin Hoffman, ator, Revista Lola – julho/2012

“Decidi tirar uma semana de férias e tomei coragem de me desconectar totalmente. Sofri de um certo ‘estresse pré-férias’. […] Confesso que sofri no início de uma espécie de síndrome de abstinência profissional. Bateu uma certa ansiedade para saber o que estava acontecendo e involuntariamente talvez uma ponta de medo da desconexão do trabalho –mesmo que por curto período de tempo. Mas, no fim, percebi que é preciso um pouco de ócio para poder seguir adiante no nosso louco mundo digital. Consegui refletir sobre muitas coisas em que não consigo pensar quando estou superatribulado. Como disse há algumas semanas o colunista Tim Kreider, do “New York Times”: estar ocupado virou uma espécie de síndrome do século 21, na qual as pessoas ficam ansiosas quando não estão trabalhando. E essa “presente histeria”, como define, não é uma condição de vida ou algo inevitável. Nós escolhemos viver assim.”
Alexandre Hohagen – Folha de S.Paulo, 12/07/2012

“Pensar na minha caixa de entrada de e-mails me deixa triste. Somente este mês, recebi mais de 6 mil e-mails. Isso sem falar nos spams, notificações ou promoções diárias. Com todas essas mensagens, não tenho a menor vontade de responder nem mesmo a uma fração delas. Fico imaginando a lápide sobre meu túmulo: Aqui jaz Nick Bilton, que respondia a milhares de e-mails por mês. Descanse em paz. Não que eu seja uma figura tão popular. No ano passado, a Royal Pingdom, que monitora o uso da internet, informou que, em 2010, foram enviados 107 trilhões de mensagens eletrônicas. Segundo um relatório divulgado este ano, em 2011 havia 3,1 bilhões de contas de e-mails ativas no mundo.”
Nick Bilton – O Estado de S.Paulo, 12/07/2012