Posts tagged saúde

37ª semana de 2011

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“Uma pesquisa realizada pelo Gallup revelou recentemente um recorde de desânimo entre os trabalhadores americanos, o que foi traduzido por economistas em números: a falta de engajamento tiraria cerca de R$ 500 bilhões da economia, em decorrência da perda de produtividade.”
Gilberto Dimenstein – Folha de S.Paulo, 11/09/2011

“Essa ‘epidemia’ de violências é assunto sério. […] Preconceito, ciúme, intolerância com diferenças, suposta identificação com ideais de um grupo, busca da afirmação da identidade, tudo isso, pode estar tornando essa geração mais impulsiva e agressiva do que as anteriores. Preocupante! Sem educação, sem limites e sem punição adequada, essa onda de violência entre os jovens vai continuar!”
Jairo Bouer – Folha de S.Paulo, 12/09/2011

“Temos passado essa lições aos jovens: ser corajoso é ser brigão, ser capaz de colocar a saúde e a vida em risco; o que importa é fazer, acontecer e aparecer a qualquer custo; ter êxito na vida é ganhar muito dinheiro, não importa como. Essa lições convivem com os mais novos diariamente, e os convencem.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 12/09/2011

“Um relatório divulgado ontem pelo ADI (Alzheimer’s Disease International), ligado à Organização Mundial da Saúde, indica que 75% dos portadores da doença não foram diagnosticados. O estudo foi conduzido por cientistas do Instituto de Psiquiatria do King’s College, em Londres. Segundo o ADI, que reúne 76 associações dedicadas à doença, 36 milhões de pessoas convivem com o problema no mundo todo. Os cientistas descobriram que três quartos das pessoas com demência desconhecem a doença. Nos países mais ricos, apenas de 20% a 50% dos casos são reconhecidos e documentados. Nos mais pobres, a proporção pode chegar a apenas 10%.”
Mariana Pastore – Folha de S.Paulo, 14/09/2011

“Não é fácil para nenhum pai ensinar valores a seus filhos, quaisquer que sejam eles. Por mais que repitam o que julgam certo e melhor para seus filhos, se eles não se comportarem de acordo com o que estão dizendo, se isso não é o que realmente são, não vai adiantar. Não adianta um pai dizer que dinheiro não é importante se ele troca de carro todo ano e se preocupa com a aparência quando encontra os vizinhos. Acredito que os valores de alguém precisam estar em linha com o que ele é. Não com o que ele diz. Isso é crítico para pais preocupados em ensinar valores aos filhos.”
Peter Buffett – Revista Época, 12/09/2011

“Meu propósito é dominar corações e mentes. Incutir em cada um o medo do outro. Medo de lhe estender a mão, tocar em cumprimento a pele impregnada de bactérias nocivas. Medo de abrir a porta e receber um intruso ansioso por solidariedade e apoio. Com certeza ele quer arrancar-lhe algum dinheiro ou bem. Pior: quer o seu afeto. Evite o sofrimento, tenha medo de amar. […] Meu nome é medo. Acolha-me em sua vida! Sei que perderá a liberdade, a alegria de viver, o prazer de ser feliz. Mas darei a você o que mais anseia: segurança!”
Frei Betto – Revista Caros Amigos, setembro de 2011

“Uma das grandes preocupações de qualquer ser pensante por aqui é a educação. Fala-se muito, grita-se, escreve-se, haja teorias e reclamações. Ação? Muito pouca, que eu perceba. Os males foram-se acumulando de tal jeito que é difícil reorganizar o caos. […] Grande contingente de jovens chega às universidades sem saber redigir um texto simples, pois não sabem pensar, muito menos expressar-se por escrito. Parafraseando um especialista, estamos produzindo estudantes analfabetos.”
Lya Luft – Revista Veja, 14/09/2011

“Um em cada quatro brasileiros está disposto a abrir a carteira e abusar do cartão de crédito. Pesquisa do Boston Consulting Group, com 650 consumidores das grandes capitais do país, mostra que o grupo dos esbanjadores crescem de 7% para 26% nos últimos dois anos. Tomaram espaço dos muquiranas, cuja participação na amostra caiu de 59% para 25%. Não estão nem aí para a crise…”
Revista Época Negócios, setembro de 2011

36ª semana de 2011

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“Empreendedor é, em síntese, quem transforma o problema numa solução. O maior desperdício de uma nação é o desperdício de talentos – e essa pode ser uma medida para comemorar ou não a independência de uma nação.”
Gilberto Dimenstein – Folha de S.Paulo, 04/09/2011

“O presidente internacional da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF), Unni Karunakara, pediu que as agências humanitárias parem de traçar um retrato da fome na Somália que induz ao erro e que reconheçam que é quase impossível ajudar as pessoas mais afetadas pelo problema. Segundo Karunakara, praticamente nenhuma agência está conseguindo trabalhar no interior da Somália, país em guerra, onde a situação é ‘profundamente aflitiva’. […] Tentar ter acesso às pessoas que estão no epicentro do desastre vem sendo um esforço lento e difícil. O uso de frases como ‘a fome no Chifre da África’ ou ‘a pior seca em 60 anos’, segundo o médico, ocultam os fatores ‘criados pelo homem’ que geraram a crise no país. […] ‘O povo somali vive há 20 anos em um país em guerra, sem governo, enfrentando longos períodos de carência, fome e seca’, explica Karunakara. ‘A falência desta [última] colheita foi apenas a gota d’água que o empurrou pelo abismo desta vez’. […] Iam Bray, porta-voz da ONG Oxfam, disse: ‘Uma seca é uma ocorrência natural; uma fome generalizada é causada pelo homem’.”
Tracy McVeigh – Folha de S.Paulo, 05/09/2011

“Este é, entre muitas coisas, o século da imagem. Elas circulam na velocidade do instantâneo e são parte cada vez mais dominante de nossa comunicação. Quem cria as imagens certas (com uma boa trilha sonora) encontra seu público. Mas sabedoria estética não é virtude exclusiva do bem.”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 06/09/2011

“Há tempos, as pesquisas em inteligência artificial procuram criar um computador que tenha a complexidade de um cérebro humano. Bem, certos setores do debate nacional de ideias conseguiram o inverso: criar cérebros que parecem mimetizar as restrições de um computador. Pois eles são como hardwares que suportam apenas um pensamento binário, onde tudo é organizado a partir de “zero” e ‘um’. […] Jean-Paul Sartre costumava dizer que o verdadeiro pensamento pensa contra si mesmo. Este é, por sinal, um bom ponto de partida para se orientar em discussões: nunca levar a sério alguém incapaz de pensar contra si mesmo, incapaz de problematizar suas próprias certezas devido à redução dos argumentos opostos a reles caricatura. Afinal, se estamos no reino do pensamento binário, então só posso estar absolutamente certo e o outro, ridiculamente errado. Daí porque a única coisa a fazer é apresentar o outro sob os traços do sarcasmo e da redução irônica. Mostrar que, por trás de seus pretensos argumentos, há apenas desvio moral e sede de poder. Isso quando a desqualificação não passa pela simples tentativa de infantilizá-lo. Alguns chamam isso de “debate”. Eu não chegaria a tanto. Infelizmente, tal pensamento binário tem cadeira cativa nas discussões políticas.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 06/09/2011

“O Brasil está ficando velho antes de ficar rico. Os gastos previdenciários superam os de nações desenvolvidas. Se o sistema não passar por reformas, nossos filhos e netos pagarão uma gravíssima conta.”
Maílson da Nóbrega – Revista Veja – 07/09/2011

“Se não querem entender, paciência. Eu não vou mudar. Até poderia mudar – mas daí teria de deixar de fazer filmes e passar a vida me ocupando só disso, de tentar ser outra pessoa. Vou citar Marilyn Monroe: se você não aguenta o meu pior, não merece o meu melhor.”
Lars von Trier – Revista Veja – 07/09/2011

“Nilton Bonder está, para o judaísmo, como o padre Marcelo Rossi para o mundo cristão. Aos 53, é o rabino mais popular do país. Ele diz que, tanto na ciência quanto na religião, há uma dimensão que o mundo cartesiano não tem capacidade para explicar. ‘O que a ciência chama de acaso nós, no judaísmo, denominamos oculto.’ Completa: ‘Equacionar os problemas dentro do que se consegue compreender não é suficiente. Eles têm que ser resolvidos através do oculto também, da intuição, daquilo que não tem simetria’.”
Roberto Kaz – Folha de S.Paulo, 08/09/2011

“Hábitos saudáveis poderiam evitar 2,8 milhões de casos de câncer por ano, segundo dados divulgados ontem pelo WCRF (World Cancer Research Fund, fundo mundial de pesquisa sobre câncer). O número global de tumores aumentou 20% na última década. Agora, são 12 milhões de novos casos por ano.”
Folha de S.Paulo, 08/09/2011

“Numa entrevista a Vanessa Correa durante o 1º Congresso Internacional de Habitação e Urbanismo, realizado em São Paulo, o arquiteto Alexandros Washburn, diretor de desenho urbano da Prefeitura de Nova York, falou da importância de ser, ora, veja, pedestre na metrópole por excelência. ‘Caminhar é a atividade mais importante na cidade’, ele disse. ‘Tanto pelo lado cultural, como pela sustentabilidade. (…) É por isso que Nova York é uma cidade vibrante. (…) O espaço público é importante para construir confiança entre as pessoas de todas as classes e etnias. (…) Quando toma a decisão de colocar o pedestre em primeiro lugar, você adota um ponto de vista. Você vê os problemas através dos olhos de um cidadão caminhando pela rua’.”
Ruy Castro – Folha de S.Paulo, 09/09/2011

32ª semana de 2011

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“Se quiser medir a taxa de civilidade de uma cidade, veja o tamanho de sua calçada. E, se quiser medir a cidadania de um país, pode usar como indicador o número de pedestres mortos.”
Gilberto Dimenstein – Folha de S.Paulo, 07/08/2011

“O efeito placebo é um dos mais extraordinários aspectos da mente humana e mais mal compreendidos. Ele é extraordinário porque mostra que o cérebro é capaz de produzir reações cuja capacidade de cura é comparável ao de drogas poderosas.
E é mal compreendido porque costuma ser descrito pejorativamente como algo que ‘está apenas na sua cabeça’. A existência do efeito foi demonstrada em diversas condições. Um trabalho de 2008 mostrou que 79% dos pacientes submetidos ao placebo responderam bem à ‘terapia’, contra 93% dos que tomaram drogas reais.”
Hélio Schwartsman- Folha de S.Paulo, 07/08/2011

“Considere, por exemplo, o livro do físico Mikio Kaku ‘A Física do Futuro’, ele entrevistou 300 cientistas para criar uma visão utópica de um mundo definido pela ciência. Em 2100, diz, computadores inteligentes trabalharão com humanos, o acesso à internet será por lentes de contato e moveremos objetos com o pensamento; nanorrobôs destruirão células de câncer, a propulsão a laser redefinirá as viagens espaciais e colonizaremos Marte. Não haverá barreiras comerciais, e a mesma cultura e os mesmos alimentos serão divididos por todos. Essa homogeneização da sociedade acabará com as guerras.
Essas maravilhas tecnológicas são extrapolações do que já temos. Se alguém tivesse previsto que em 2010 teríamos laptops capazes de baixar remotamente gigabytes de informação ninguém acreditaria. O difícil é prever o inesperado.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 07/08/2011

“ ‘Se a adolescente não tem projetos de vida, a gravidez vira o projeto de vida’, resume Marco Aurélio Galletta, médico responsável pelo setor de gravidez na adolescência do HC (Hospital das Clínicas). […] ‘Grávida ganha status. Na escola, vira a mais experiente. Em casa, se deita no sofá e diz ter sede, aparece um copo d´água. É preciso mostrar para as meninas como um filho pode atrapalhar outros sonhos’, diz Galletta.”
Ricardo Miotto – Folha de S.Paulo, 08/08/2011

“Em sociedade, os direitos individuais esbarram nos direitos dos outros. Se, por ter bebido, eu posso colocar outras pessoas em risco, eu tenho que abrir mão do meu direito de conduzir. Parece óbvio, mas não é assim que acontece!”
Jairo Bouer – Folha de S.Paulo, 08/08/2011

“viver em completo estado de degradação não é uma escolha consciente. Ninguém que esteja gozando minimamente de sua vontade própria pode considerar como opção a realidade dessas pessoas que seguem, todos os dias, a única alternativa que a droga lhes proporcionou como uma dura sentença de morte. Todos sabemos quão forte e destrutivo é o vício e quão difícil é sair dele. Nos últimos dias, a internação compulsória tem sido citada como uma possibilidade real de tratamento para quem chegou ao último estágio da dependência. […] Quando um dependente ainda tem a atenção de sua família, e esta tem condições para tanto, a internação compulsória é um ato de amor. No nível mais alto do flagelo causado pela droga, ele já abandonou a família ou foi abandonado por ela. Não pode também ser abandonado pelo poder público. A meu ver, isso é omissão de socorro.”
Andrea Matarazzo – Folha de S.Paulo, 09/08/2011

“Vale a lição de Maria Antonieta: aqueles que não percebem o fim de um mundo são destruídos com ele. Há momentos na história em que tudo parece acontecer de maneira muito acelerada. Já temos sinais demais de que nosso presente caminha nessa direção. Nada pior do que continuar a agir como se nada de decisivo e novo estivesse acontecendo.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 09/08/2011

“O número de obesos que se submetem a operações para emagrecer subiu de cerca de 35 mil em 2009 para 60 mil em 2010. Desde 2003, o crescimento foi de 270%, segundo dados da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica. […] O país só perde para os Estados Unidos em número de cirurgias. Segundo a sociedade, lá são feitos 300 mil procedimentos do tipo por ano.”
Débora Mismetti – Folha de S.Paulo, 10/08/2011

“Perto do Orkut, o Facebook é um aeroporto superlotado, onde avisos inúteis se repetem pelos alto-falantes e onde me sinto invariavelmente perdido. Nem a mais demente produção de spams na minha caixa de e-mail equivale à atividade que me chega pelo Facebook. Fico até aflito de ver pessoas postando de 15 em 15 minutos, durante toda a extensão do dia. A falta de fazer nunca deu tanto trabalho. Peço desculpas aos amigos (tanto os que conheço quanto os que não conheço). Mas estou bloqueando muita gente. […] No fim, mesmo os posts mais banais são boas notícias. As pessoas estão bem, estão vivas e parecem, numa média impressionante, bastante felizes. Como tantos outros meios de comunicação, e o celular é o maior exemplo, o Facebook não funciona apenas, nem funciona a maior parte do tempo, para “comunicar” algum conteúdo. Sua função é dar sinais -sinais de existência. Aquilo que os especialistas chamam de “função fática” (“Você está aí?”, “Você está me ouvindo?”, “Oi! E aí?”) preenche muito do que se transmite no Facebook.”
Marcelo Coelho – Folha de S.Paulo, 10/08/2011

“Além dos conflitos religiosos, políticos e territoriais que marcaram a humanidade e as nações com tragédias, a realidade de hoje parece se concentrar em fatos miúdos, universais – que, em linhas gerais, podem ser resumidos na corrupção generalizada que atinge a todos os escalões da vida pública quase de modo silencioso, roendo a estrutura ética do Estado e dos indivíduos. […] Um bichinho insignificante [cupim], que mal percebemos no início de seu trabalho destruidor, vai corroendo os alicerces éticos da sociedade como um todo. E as construções mais sólidas se diluem no pó.”
Carlos Heitor Cony – Folha de S.Paulo, 11/08/2011

“O romance e o teatro podem, talvez mais do que a ciência, vasculhar a mente, embarafustar-se pelos seus descaminhos, e voltar de lá com as contradições e incoerências inerentes à espécie.”
Ruy Castro – Folha de S.Paulo, 12/08/2011

“Quando a maior democracia do mundo quase coloca o país numa situação de insolvência por disputas políticas irracionais, com repercussões graves para o resto mundo… alguma coisa está fora da ordem. E não é só na economia. Hoje, o mundo parece estar padecendo não do problema da falta de recursos para resolver a crise financeira que usurpa e sabota o futuro das economias. Como alguém já disse, nosso maior padecimento é o mal do excesso de ambição, de consumo, de poder e de pressão pelo sucesso. […] Se algo está realmente fora da ordem, é a falta de valores.
A crise na economia é apenas uma das consequências.”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 12/08/2011

30ª semana de 2011

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“Os homófobos foram incapazes de diferenciar uma expressão de carinho paterno de uma prática erótica entre dois homens. Como hipótese, especularia que os agressores pouco receberam afeto de homens, seja de seus pais ou de outros homens de suas redes afetivas. Uma hipótese alternativa é a de que se houve afeto paterno, esse foi mediado pelo temor homofóbico . Essa ausência levou os agressores a desconfiar do corpo de outros homens.”
Debora Diniz, antropóloga, professora da Universidade de Brasília – O Estado de S.Paulo, 22/07/2011

“Estamos nos tornando uma nação de psicóticos? A questão que tem inflamado debates nos EUA, por conta do aumento no uso de drogas antipsicóticas, chegou ao Brasil. Essa classe terapêutica já é uma das mais comuns entre as de venda controlada por aqui. Dados de um recente boletim divulgado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) mostram que a maior parte (44%) dos 143 tipos de medicamento controlado à venda no país servem para tratar transtornos mentais e comportamentais. Os antipsicóticos, indicados principalmente para esquizofrenias e transtornos bipolar e maníaco-depressivo, respondem por 16,1% do total. Os antidepressivos vêm em seguida, com 15,4%. […] O mercado de antipsicóticos movimentou R$ 306,8 milhões nos últimos 12 meses, segundo a IMS Health, consultoria especializada na indústria farmacêutica. […] Segundo estudo da Universidade Columbia (EUA), as receitas de antipsicóticos para crianças de dois a sete anos, para tratar doenças como transtorno bipolar, dobraram de 2000 a 2007. Estima-se que 500 mil crianças nos EUA usem essas drogas. […]A pediatra Ana Maria Escobar, do Instituto da Criança do Hospital das Clínicas de São Paulo, conta que é cada vez mais frequente a indicação de remédios para crianças, mesmo quando não há um distúrbio psiquiátrico. “Atendi um menino que já estava tomando remédio para deficit de atenção, mas o que ele tinha era um problema auditivo. Não aprendia porque não ouvia’.”
Cláudia Collucci – Folha de S.Paulo, 25/07/2011

“Crentes e ateus matam, mentem e roubam da mesma forma.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 25/07/2011

“De nada adianta lembrar que estudos recentes da OCDE mostram que os imigrantes contribuem mais para a seguridade social do que usam tais serviços, ou seja, geram mais riquezas do que consomem. De nada adianta lembrar isso, porque não estamos no domínio do argumento, mas no dos afetos patológicos cada vez mais naturalizados como discurso no jogo político.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 26/07/2011

“No ano passado, fiquei conhecendo um hóspede numa pousada, que me perguntou: ‘Você é feliz?’. Achei que a pergunta carregava um juízo de valor e era relativa e reducionista, exigindo que eu destilasse a minha dinâmica emocional complexa em uma palavra. Para mim, a felicidade é uma emoção em meu fluxo constante de estados de ânimo, que mudam conforme as circunstâncias. Não é um estado de espírito perpétuo.”
Michael Kepp – Folha de S.Paulo, 26/07/2011

“Nos negócios, preguiça mata. As novidades exigem maneiras novas de pensar, de produzir, de distribuir, de comunicar, de vender. […] Não basta adaptar. É preciso repensar, recriar, inovar.”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 26/07/2011

“O mercado de notebooks vive uma era de ouro no Brasil. Entre 2006 e 2010, as vendas de computadores portáteis cresceram mais de dez vezes. Desde o ano passado, já se vendem mais notebooks do que máquinas de mesa no país -7,15 milhões de unidades, ante 6,85 milhões de desktops em 2010, segundo a Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica). Para 2011, os analistas esperam um crescimento superior a 30% sobre o volume do ano passado. Se confirmadas as previsões, o Brasil será em breve o terceiro maior mercado de notebooks do mundo –atrás apenas de China e Estados Unidos.”
João Paulo Nucci – Folha de S.Paulo, 27/07/2011

“Já que é impossível (e bem pouco prático) viver fora do grid de informação digital, é preciso administrar a imagem pública. […] Com a popularidade de acesso aos meios de publicação, o indivíduo urbano, globalizado e massificado usa as redes como válvula de escape para manifestar sua identidade e, nesse processo, se expõe de forma inimaginável.”
Luli Radfahrer – Folha de S.Paulo, 27/07/2011

“Vanderlei Matos da Silva morreu aos 29 anos vítima de problemas no fígado após passar três anos e meio misturando defensivos químicos para cultivo de abacaxi.
A história dele e de outros agricultores está no documentário ‘O Veneno Está na Mesa’, lançado pelo cineasta Silvio Tendler. […] Desde 2008, o país é o principal mercado no mundo para esses produtos. Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), o consumo anual chega a 5,2 litros por habitante. Muitas vezes, os produtos são usados de forma abusiva, segundo testes feitos pela agência. O último deles, realizado em 2010, apontou problemas em 29% das amostras de alimentos examinadas. No caso do pimentão, esse percentual chegou a 80%. ‘É um problema que incide na vida de todo mundo, mas parece que as pessoas optaram pela política de avestruz’, diz Tendler, que já dirigiu documentários sobre o cineasta Glauber Rocha e o ex-presidente João Goulart.”
Denise Menchen – Folha de S.Paulo, 27/07/2011

“Para tudo na vida é necessário que estejamos disponíveis para aprender. Sempre, por mais que achemos que saibamos muito, é tempo de melhorar nossas capacidades. E não adianta nada tentar esconder as limitações que porventura tenhamos, pois se não as temos claro nunca poderemos minimizá-las.”
Sócrates, ex-jogador de futebol – Revista Carta Capital, 27/07/2011

“A ONU advertiu, na quarta-feira 20, para um surto de fome na região da Somália, Etiópia e Quênia. O problema foi agravado pela seca no chamado Chifre da África, a maior dos últimos 20 anos. ‘Esta não vai ser uma crise curta. A ONU e seus membros esperam combater esta situação pelo menos durante os próximos seis meses’, declarou Valerie Amos, subcoordenadora de Assuntos Humanitários da ONU. O governo brasileiro anunciou a doação de 20 mil toneladas de feijão e milho para a Somália, considerado o país mais afetado. […] O Brasil ocupa atualmente a oitava posição entre os países que mais doam alimentos a nações mais pobres.”
Revista Carta Capital, 27/07/2011

“Os comitês organizadores dizem que não houve nenhum legado urbanístico do Pan. A preparação para o Pan foi uma desorganização total, houve fortes indícios de superfaturamento e, no final, o evento custou dez vez mais. O (parque aquático) Maria Lenk não é adequado para os Jogos Olímpicos e será reformado. O estádio do Engenhão foi orçado em 120 milhões de reais, mas custou 430 milhões. Desorganização e falta de transparência totais.”
Christopher Gaffney, geógrafo, prof. da UFF – Revista Carta Capital, 27/07/2011

“Só 29% dos brasileiros (33% de homens e 24% de mulheres) investem pensando na aposentadoria, apesar de a maioria se preocupar em como vai pagar as contas depois de parar de trabalhar. Essa é uma das conclusões de uma pesquisa inédita da seguradora MetLife entre 500 funcionários de empresas do país. Os brasileiros poupam pouco… (% da poupança doméstica em relação ao PIB): China 55%, Índia 31%, México 22%, Brasil 15%. Ainda assim, a maioria teme não ter dinheiro para arcar com despesas básicas depois de parar de trabalhar. As preocupações centrais: 70% temem não conseguir pagar a assistência médica; 69% acreditam que os recursos poupados vão acabar antes do previsto; 63% acham que não vão poder sustentar os pais e sogros.”
Revista Exame – 27/07/2011

“Você pode subir num púlpito e falar de questões utópicas, ideais humanos de honestidade e justiça, mesmo não sendo capaz de fazer 100% aquilo que prega. Toda vez que faço uma prédica, que estou falando uma coisa absolutamente verdadeira sobre o que é certo e justo, eu sei que não faço 100% do que falo. Luto com esse indivíduo em mim que quer fingir às vezes que é capaz de escolher 100% o que é bom.”
Nilton Bonder, 53, rabino, autor de 21 livros – Valor, 29/07/2011

“Para mim, a arte permite conhecer algo mais elevado e profundo da condição humana -e agradeço a Deus por essas mensagens. Até o medo faz parte dessa plenitude.
O pavor que grita no quadro de Munch é o de um tempo em que não agredíamos tanto a natureza e, embora nos sentíssemos vulneráveis, talvez não o fôssemos tanto quanto hoje. O pavor que sentimos em relação à natureza talvez seja o que ela sente em relação a nós. Sou grata pelo aprendizado. Magnífica a arte, de incessantes profecias, até quando ignoraremos o que seu olhar antecipa?”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 29/07/2011

“Segundo a psicanálise, um dos motivos que levam a esses abusos do poder é a hipertrofia do narcisismo: o indivíduo tem de sua capacidade e do seu poder uma ideia tão exagerada que se julga acima de tudo e de todos. As regras não valem para ele: acredita que sua grandiosidade lhe permite fazer o que é vedado aos demais, apenas porque assim o deseja.”
Renato Mezan, psicanalista, Revista Poder – julho de 2011

29ª semana de 2011

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“Vocês já repararam que tudo o que é considerado ruim é absorvido pelas pessoas -por nós- bem mais facilmente do que tudo o que faz bem, seja à saúde, seja à alma? E não é só: é muito mais fácil -e prazeroso- fazer o que é proibido do que o que pregam os governos, as religiões, a família, a medicina. Tudo o que é considerado bom para a saúde e para o espírito costuma ter péssimo paladar, dá trabalho e leva tempo para dar resultado: já as coisas condenadas são fáceis, deliciosas, e você se habitua a elas em poucos dias. […] Para desviciar, meses de sacrifício: para reviciar, basta uma noite -é possível? É justo?”
Danuza Leão – Folha de S.Paulo, 17/07/2011

“A música perdeu seus elementos espirituais. O poder da música deixou de ser o espírito para ser o entretenimento. A música conduz a outros planos, e os músicos de hoje não percebem esse poder. Isso tem a ver com o coração das pessoas. Estão cada dia mais duras, ligadas ao dinheiro. A tecnologia também atrapalha. A maneira como ouvimos música hoje, no MP3, no iPod, nos torna impacientes, incapazes de apreciar. Não compramos um álbum e, com reverência, nos dedicamos a escutá-lo. A música hoje serve apenas como trilha sonoro da fundo. E nada mais.”
Bobby McFerrin, 61, cantor e compositor jazzista que ganhou dez prêmios Grammy, Revista Época – 18/07/2011

“Muitos pais foram convencidos pela sociedade de que é melhor a criança aprender o mais cedo possível a ler, escrever e trabalhar com números. Não é.
Já temos inúmeros estudos e pesquisas apontando que crianças precocemente introduzidas no ensino formal não se mostram, no futuro, mais avançadas nos estudos. […] Brincar é uma coisa que, até os seis anos, a criança deveria fazer o tempo todo. […] O que significa muito no futuro desenvolvimento do chamado processo de letramento é a criança aprender, desde bebê, o prazer da leitura. Contar histórias para ela, dar livros bonitos para ela brincar e “ler”, conversar bastante com ela para que amplie seu vocabulário, ouvir com atenção as histórias que ela gosta de contar e brincar com os sons das palavras são alguns exemplos de como os pais podem ajudar no desenvolvimento de seus filhos.”
Rosely Sayão, psicóloga – Folha de S.Paulo, 19/07/2011

“Cristãos representam 10% da população síria, cerca de 2 milhões de cidadãos que sempre viveram em harmonia com a maioria muçulmana sunita, ocuparam posições estratégicas na política e no Exército e gozaram de liberdade religiosa.
Mas a histórica convivência pacífica entre as diferentes comunidades está ameaçada pelas convulsões que o país atravessa.”
Folha de S.Paulo, 19/07/2011

“Triunfantes em sua batalha na mente do jovem, os entorpecentes têm dragado vidas ainda incipientes ao abismo da dependência sem volta. […] Há uma dupla vitimização: do viciado, impelido pelo incontrolável desejo de consumo, que acaba por se tornar um delinquente, e dos inocentes, que por uma infelicidade cruzam seu caminho durante a ação criminosa. […] A internação involuntária do dependente que perdeu sua capacidade de autodeterminação está autorizada pelo art. 6º, inciso II, da lei nº 10.216/2001 como meio de afastá-lo do ambiente nocivo e deletério em que convive.
Tal internação é importante instrumento para sua reabilitação. Na rua, jamais se libertará da escravidão do vício. As alterações nos elementos cognitivo e volitivo retiram o livre-arbítrio. O dependente necessita de socorro, não de uma consulta à sua opinião.”
Fernando Capez, doutor pela PUC-SP, procurador de Justiça licenciado – Folha de S.Paulo, 19/07/2011

“O verdadeiro cidadão é aquele que nutre um amor pelo bem comum, e não apenas pelo bem próprio.”
João Pereira Coutinho – Folha de S.Paulo, 19/07/2011

“Por que os brasileiros não reagem à corrupção? Por que ela não se transforma em revolta, não mobiliza as pessoas, não toma as ruas? Por que tudo, no Brasil, termina em Carnaval ou em resmungo? Não existe resposta simples aqui. Em primeiro lugar, a vida de milhões de brasileiros melhorou nos últimos anos, mesmo sob intensa corrupção, e apesar dela.”
Fernando de Barros e Silva – Folha de S.Paulo, 19/07/2011

“É um problema deixar de se indignar com uma corrupção que mata, como na saúde e nos transportes, e aniquila sonhos, como na educação. Mas também é um problema indignar-se e voltar para casa de mãos vazias.”
Fernando Gabeira – O Estado de S.Paulo, 22/07/2011

“O fim da escrita cursiva me deixa horrorizado. A máquina de calcular não eliminou a necessidade de se aprender, ao menos, a tabuada; não aceito que o teclado termine com a letra de mão. A questão vai além do seu aspecto meramente prático. A letra de uma pessoa é como o seu rosto.”
Marcelo Coelho – Folha de S.Paulo, 22/07/2011

“O dramaturgo Noël Coward (1899-1973), se orgulhava: ‘Tenho uma memória de elefante. Aliás, os elefantes às vezes me consultam’. Assim como havia pessoas que se gabavam de saber de cor o número de telefone dos amigos. Pois esse tipo de conhecimento parece condenado à inutilidade. Toda a memória do mundo cabe agora numa engenhoca portátil, de plástico, que se leva no bolso. Ótimo. Vai sobrar espaço para a cabeça ficar pensando besteiras.”
Ruy Castro – Folha de S.Paulo, 22/07/2011

“O mundo está mais complexo hoje, e no mundo empresarial não é diferente. As estruturas e os modelos de negócio passam por mudanças disruptivas em muitas indústrias. Num futuro próximo, as empresas que obterão sucesso nesse novo ambiente serão aquelas com ‘estrutura de liderança’ forte e robusta.”
Betania Tanure, consultora e professora da PUC Minas – Valor, 22/07/2011

“Cuide do seu corpo, da alimentação e, principalmente, das suas emoções. Seu cérebro agradece. Ele terá mais energia armazenada para usá-la no que realmente importa. Mas, para Richard Restak (neurocientista, professor do Centro de Medicina da Universidade George Washington/EUA), o estresse que os dias de hoje nos causa é o que mais desgasta nosso cérebro. O estresse leva a um ciclo destrutivo no cérebro: a depressão e a ansiedade traduzem a perda de células cerebrais, o que resulta em distúrbios no pensamento, concentração, memória, sono e bem-estar em geral.”
Revista Psique – julho de 2011

28ª semana de 2011

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“A atividade profissional das mulheres tende a melhorar a qualidade de vida das famílias não só em função da renda obtida, mas também da qualidade dos gastos. As mulheres investem em suas famílias, em média, 90% do que ganham no trabalho. Já entre os homens, o percentual fica entre 30% e 40%. As informações são do banco Goldman Sachs, citando dados do Banco Mundial. De acordo com a instituição, as mulheres gastam mais com itens como alimentação, educação, roupas e cuidados com a saúde – principalmente para os filhos. Já os homens gastam mais com bebida alcoólica e cigarro.”
Folha de S.Paulo, 10/07/2011

“Quando uma nova descoberta é anunciada, cabe à comunidade científica julgar o seu valor. Quanto mais importante a descoberta, mais cuidadosa deve ser esta análise. […] Erros podem persistir por um tempo, mas não indefinidamente. Essa é a força da ciência.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 10/07/2011

“Segundo cientistas, um simples passeio num parque é capaz de aumentar a capacidade de um indivíduo para solucionar problemas. Submetidos a uma experiência comandada por neurocientistas, grupos foram convidados a realizar uma bateria de provas várias vezes num dia. Um deles, porém, era convidado, entre um exame e outro, a caminhar por um bosque. Os demais caminhavam apenas pela rua, sem tanta presença da natureza. Nessa experiência, comandada por neurocientistas da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, constatou-se que o passeio entre as árvores estava associado a um desempenho melhor nos testes. O resultado coincide com os de uma análise, divulgada no final do ano passado, feita com base em 25 estudos sobre a reação cerebral de pessoas que andam ou correm em ambientes verdes. Estes mostraram que, de modo geral, há redução da ansiedade, da depressão, do cansaço e da tristeza.”
Gilberto Dimenstein – Folha de S.Paulo, 10/07/2011

“O ‘pensamento positivo’ não existe. É mito. É uma clamorosa estupidez.
Sim, o apoio psicológico é necessário em momentos de fragilidade oncológica, afirma Jimmie Holland (psiquiatra no memorial Sloan-Kettering, em Nova York, e há mais de 30 anos acompanha doentes com câncer.). O bem-estar psíquico é importante para os doentes e para as suas famílias. E é importante também não deixar que a depressão se instale: quando há tratamentos para fazer, não é boa ideia ficar na cama todo dia, chorando a respetiva sorte. Mas ‘ser positivo’ é outra história: é acreditar que a nossa vontade otimista, nosso humor solar, nossa forma de ‘encarar a vida’ e outros clichês mentecaptos serão capazes de reverter uma doença impessoal. Essa crença é típica do racionalismo moderno na sua recusa extrema de aceitar o imponderável.”
João Pereira Coutinho – Folha de S.Paulo, 12/07/2011

“Se a geração de empregos é uma preocupação mundial, entre os jovens é uma preocupação maior ainda. A forma como a educação é pensada hoje em tantas partes do mundo não está apta a atender à demanda desses jovens e às necessidades desses tempos. […] O mundo precisa de várias formas de saber. E o sistema educacional deve estar preparado para várias formas de ensinar. Com um sistema educacional mais objetivo e mais sintonizado com as diferentes realidades e demandas do mundo, nós construiremos a primavera do saber, dando a oportunidade, seja no ensino universitário ou no técnico, para o ser humano desabrochar como puder ou quiser.”
Nizan Guanaes, publicitário – Folha de S.Paulo, 12/07/2011

“Educação tem que ser discutida todo dia no jantar. Que nem novela. A gente não sabe tudo sobre os personagens? O interesse pela educação deveria ser nesse nível.”
Seu Jorge, 41, cantor – Folha de S.Paulo, 13/07/2011

“Em sua opinião, uma memória global é tanto uma maldição quanto uma benção. A incapacidade de esquecer, defende Mayer-Schönberger (professor da Universidade de Oxford), limita a capacidade das pessoas de tomar decisões e de criar laços.”
Stuart Jeffries – Folha de S.Paulo, 13/07/2011

“Nos países pobres, a nova classe média vai rapidamente exigir mais e melhores escolas, água, hospitais, transportes e todo tipo de serviços públicos.
Não existe governo no mundo que atenda a essas exigências na mesma velocidade em que elas se produzem. A instabilidade política provocada por esse abismo já é visível em muitos países. As consequências internacionais ainda não são tão evidentes. Mas serão.”
Moisés Naím – Folha de S.Paulo, 15/07/2011

“No DVD, começo falando da felicidade, dizendo que ela não está numa conquista, como as pessoas estão pregando por aí: “Você vai ser feliz, vai ter prosperidade”. Tenho tentado mostrar que Deus não está agindo aumentando uma conta de banco, ou te dando uma porta de emprego. Pra mim, Deus não é isso. Fui entendendo Deus de uma forma diferente. Vi que algumas coisas em que eu acreditava, ou fui levada a acreditar, não estavam na Bíblia. Eu interpretava uma frase errada dentro de um contexto. Por exemplo, numa passagem da Bíblia está escrito que para se curar da lepra era preciso dar sete mergulhos no rio Jordão. Então [eu pensava]: se Deus precisava que eu desse sete mergulhos, hoje Ele precisa que eu dê uma oferta, que eu entregue meu dízimo. E até meu dízimo não estar entregue, não vou receber meu milagre. Hoje vejo que Deus conhece o meu coração. Se eu entreguei ou não alguma coisa para Deus.”
Caroline Celico, 23 anos [esposa do jogador de futebol Kaká] – Folha de S.Paulo, 15/07/2011

“Eu sempre me faço uma pergunta: ‘O que podemos fazer?’ A primeira coisa é se informar. Há tantas informações disponíveis, novos dados que surgem e, no entanto, somem o tempo todo. Informe-se ao máximo, converse com as pessoas, aperte os políticos. É preciso fazer muita pressão. […] Seu tempo é um luxo, não se acomode aceitando as coisas passivamente. Invista nas coisas, lute por uma causa.”
Vivienne Westwood, estilista, Revista Marie Claire – julho de 2011

“É necessário um fator ambiental – violência, problemas financeiros, de relacionamentos, drogas, bullying – para desencadear o transtorno mental em pessoas que tenham predisposição genética. Em meus 11 anos como psiquiatra, nunca vi alguém surtar quando tudo à sua volta está bem. Sempre tem um fator que é o estopim. […] A diferença do transtorno mental para outras doenças da medicina é a intensidade. Com outras doenças você consegue ter um diagnóstico categórico. Com transtornos mentais é contínuo, gradativo, não existe sim ou não. Há pessoas que a gente vê em nosso dia a dia que manifestam alguns traços, são mais esquisitas, e que para ter o diagnóstico às vezes falta meio passo.”
Gerardo de Araújo Filho, médico psiquiatra, Revista Cult – julho de 2011

27ª semana de 2011

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“Não acredito que o suicídio seja necessariamente um ato de agressão contra alguém, contra muitos ou contra todos, segundo dizem os que acham que entendem tudo sobre a natureza humana. Eles apenas acham, já que nunca ninguém soube nem jamais saberá o que se passa na cabeça de alguém que decide se matar; e mesmo os que tomam essa decisão, deixando uma ou muitas cartas, talvez não saibam exatamente em que momento ela foi tomada, e por que a vida ficou tão impossível de continuar sendo vivida; só sabem que ficou.”
Danuza Leão – Folha de S.Paulo, 03/07/2011

“Os vi passarem da maconha à cocaína e endoidarem. Está certo ou errado? Foi escolha deles e cada um, como se sabe, tem o direito de dar à vida o rumo que quiser, no que, tenho certeza, os ministros do Supremo concordarão comigo. Só espero que os traficantes não se valham disso para cobrir a cidade com grandes outdoors, afirmando que “cheirar é um direito de todo cidadão”. Ou seja, se você acha que cheirar faz mal, não cheire, mas não queira impedir o outro de fazê-lo. Cada um é dono de seu nariz. Como tenho a mania de meter o nariz onde não devo, ponho em questão também essa tese. Sem dúvida, cada um faz o que quer com seu nariz, desde que, com isso, não crie problemas para o nariz alheio. Pois a verdade é que, se o garoto adere às drogas e não tem grana para comprá-las, mete a mão na bolsa da mamãe. Drogado, pode sair doidão com o carro do papai e atropelar alguém. Por essas e outras é que não participo da Marcha da Maconha, mas, se promoverem marchas pela melhora do atendimento psiquiátrico, contem comigo.”
Ferreira Gullar – Folha de S.Paulo, 03/07/2011

“Nós, brasileiros, participamos de uma longa série de pequenos subornos e atos que não achamos bonitos, mas consideramos um mal necessário, ou uma convenção cultural. Depois, apontamos os dedos para os eleitos pelo voto.”
Ricardo Semler – Folha de S.Paulo, 04/07/2011

“Metade do ano já passou, o que nos convida a fazer reflexões sobre o que já fizemos e o que estamos por fazer. Em uma breve enquete que fiz entre meus seguidores na rede social Twitter, 90% afirmam que estão longe de cumprir ao menos metade de suas promessas de Ano Novo. Tirei da conta os que se disseram tranquilos pelo fato de não terem feito nenhuma promessa. Perdemos o interesse por nossos sonhos? Ou será que nossa capacidade de criar está ruindo com a intensa erosão provocada por fatores externos, como a tributação excessiva, a inflação e as frequentes mudanças de regras?”
Ricardo Cerbasi – Folha de S.Paulo, 04/07/2011

“O cérebro de meia-idade pode ganhar habilidades surpreendentes conforme envelhecemos, mais isso não acontece com todos. Os cientistas perceberam que só os adultos que sempre tiveram hábitos saudáveis e vida intelectual ativa apresentaram a superativação.”
Marcela Buscato – Época, 04/07/2011

“Já se vive tanta mentira no cinema que evito coisas espetaculares como a câmera aos pulos.”
Manoel de Oliveira, 102, cineasta português – Época, 04/07/2011

“Há 60 anos morria o maior músico do século 20. Porém ele continua um desconhecido mesmo entre o público letrado das sociedades ocidentais. Seu nome não é estranho, mas suas músicas continuam simplesmente ignoradas. Pensar atualmente sobre ele é, por isso, uma boa maneira de nos perguntarmos sobre o destino, em nossas sociedades, da própria noção de ‘experiência estética’.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 05/07/2011

“O mundo muda e a gente muda também com o mundo, senão fica estagnado. Nós somos máquinas de mudança, sempre vendo coisas que fazem transformar. Você ficar igual o resto da vida é horrível. O barato é você mudar, se gostar. Tem coisas de que eu não gostava na década de 70 e hoje gosto. Tem coisas de que eu gostava e hoje detesto. É assim: a vida é uma eterna transformação. Esse é o barato da vida, de viver. E isso é fundamental, pra vida e pra arte. Quando o trabalho de um artista é verdadeiro, ele fica pra sempre. E isso vai se revelando através de sua alma, de seu caráter, do seu eito. O trabalho de um artista é um espelho da alma dele.”
Gal Costa, 65, cantora – Revista Rolling Stone Brasil – julho de 2011

“A Constituição fala que a saúde é universal, mas não dizem em nenhum lugar que ela é equitativa. A equidade não foi assumida como valor principal desse processo.”
Edmar Bacha, economista – Valor – 05/07/2011

“Jean Paul Sartre escreveu: ‘não importa o que a vida fez de você, o que importa é o que você faz com o que a vida fez de você’. Em outras palavras, para usar uma ideia meio fora de moda, temos livre arbítrio para construir a nossa vida, não somos apenas produto da sociedade, da família, dos hormônios etc.”
Mirian Goldenberg – Folha de S.Paulo, 05/07/2011

“Queremos (ou achamos que é preciso) saber de tudo, revelar tudo, abrir a roupa, tirar a roupa, escancarar a casa, o quarto, filmar a cama, relatar o dia a dia minuto a minuto, para um ou milhares de desconhecidos ou amigos virtuais. […] Discrição não está com nada, recato é coisa fora de moda, os tímidos precisam ser fortes e resistentes na sua timidez abençoada. Estamos ávidos de exposição, nossa e alheia.”
Lya Luft – Revista Veja, 06/07/2011

“Todos nós, em média, dedicamos mais energia à tentativa de silenciar nossos sonhos do que à tentativa de realizá-los.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 07/07/2011

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