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11ª semana de 2012
1“Em tempos de ansiedade, é natural que a culpa comece a ser jogada nos outros. […] Partes de um lado e outro se empenham para amplificar as acusações, num esforço que em nada contribui para a solução do problema. Simplesmente divide as pessoas, ofuscando o fato de que estamos todos no mesmo barco.”
Nitin Nohria – Harvard Business Review, março de 2012
“Um dos argumentos mais populares entre os defensores da permanência da cruz é o de que a maioria da população é cristã. Bem, a maior parte dos brasileiros também é flamenguista ou corintiana. A ninguém, contudo, ocorreria ornar os tribunais com bandeiras e flâmulas desses clubes. Maiorias não bastam para definir a decoração de paredes públicas. De resto, nem todos os cristãos são entusiastas do crucifixo. Algumas denominações protestantes o consideram um caso acabado de idolatria, pecado cuja prática meus ancestrais judeus costumavam punir com o apedrejamento até a morte.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 11/03/2012
“Não é exatamente o ato do consumo que nos faz felizes. Felicidade é um estado de espírito e não uma reação momentânea a um acontecimento. O que realmente contribui para nosso bem-estar é a maneira com que aproveitamos os acontecimentos em nossa vida. […] Se você quer ser mais feliz, planeje e poupe antes de consumir. Ambicione, conquiste e aprenda a degustar por um bom tempo suas conquistas, no lugar de cultivar o pobre vício em consumo.”
Gustavo Cerbasi – Folha de S.Paulo, 12/03/2012
“Se há um tipo de estabelecimento que cresce nas cidades é o depósito. Há depósitos para aquilo que não queremos mais por perto, que não usamos mais. Poderiam ser chamados de depósitos de lixo, mas nem sempre é lixo o que eles guardam. O mundo do consumo fez crescer vertiginosamente o descarte: descartamos o aparelho de telefone celular quase novo porque saiu um outro com novíssimas funções. Descartamos o computador recente e em pleno funcionamento porque saiu um modelo menor e mais leve; descartamos o sofá da sala que já tem o nosso cheiro e se adaptou ao formato de nosso corpo porque a linha em uso agora é de outro estilo; e o aparelho de TV porque já está ultrapassado etc. Queremos descartar para poder consumir mais. E isso transformou-se em um problema, já que o que não usamos mais atrapalha nossa vida, dá uma aparência a ela que rejeitamos, recusamos. Há um outro tipo de estabelecimento que também cresce nas cidades, não tanto em quantidade, e sim na ampliação dos serviços que oferece: a escola. Até poucos anos atrás, a escola era o lugar para onde os mais novos eram encaminhados com o objetivo de estudar e/ou aprender a conviver com outros. Hoje, a escola transformou-se em um local que serve para muitas outras coisas. Ela serve, por exemplo, para abrigar crianças (falo de crianças integrantes de famílias de classe média para cima) cujos pais trabalham tanto que não podem ir buscar seus filhos no horário que as aulas terminam. Dessa maneira, a escola permanece aberta até altas horas, até que os pais sejam liberados de seus afazeres e possam ir buscar seus rebentos.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 13/03/2012
“A bicicleta é política, um instrumento para questionar a forma como São Paulo vem sendo concebida e propor alternativas que possibilitem o convívio, o uso democrático do espaço público e a circulação de pessoas. Uma arriscada tarefa, quando a incivilidade é a regra.”
Gabriel Di Pierro Siqueira – Folha de S.Paulo, 14/03/2012
“Há 25 milhões de fumantes no Brasil e um crescente número de adolescentes que experimentam cigarros diariamente, candidatando-se à dependência e às consequências do tabagismo. Prevenção à iniciação é a palavra de ordem no cenário atual.”
Paula Johns e Clarissa Nomsi – Folha de S.Paulo, 17/03/2012
“O superendividamento é um assunto que vem tirando o sono de muitas famílias. Os 40 milhões de brasileiros que ascenderam à classe média e os outros tantos que se sentem mais seguros com a estabilidade econômica do país não estão apenas contando com uma renda mais elevada, mas também buscando um maior padrão de consumo. É a necessidade de extravasar um desejo reprimido durante décadas.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 17/03/2012
“O cinema é uma arte tão umbilicalmente ligada ao tempo que poderíamos dizer que todo filme, qualquer filme, por humilde que seja, não deixa de fazer uma referência a ele. Ou a ele estar subordinado. É de sua natureza. O cinema torna presente o que já desapareceu. Traz de volta “à vida” monumentos que não mais existem, modas que já passaram, pessoas que morreram. Em certo sentido, a fotografia, técnica mais antiga, e da qual o cinema deriva, também faz isso. Com uma diferença e vantagem para o cinema – ele traz de volta à vida não apenas as formas mortas, mas seu movimento e sua duração.”
Luiz Zanin Oricchio – O Estado de S. Paulo, 17/03/2012
“Uma qualidade importante dos grandes inventores é estar permanentemente apaixonados pelo que fazem. ‘As pessoas mais criativas quando fazem algo que amam’, afirma Teresa Amabile, professora da Hrvard Business School.”
Amanda Kamancheck – Revista Você S/A, março de 2012
06ª semana de 2012
0“Nossa cultura tem sido a oposta (à prevenção): esperamos que os problemas não aconteçam ou que se resolvam por si só. Temos dificuldades em pensar e agir de modo sistêmico: entendendo que as partes da cidade se afetam entre si.”
Vinicius M. Netto – O Estado de S. Paulo, 05/02/2012
“Somos criaturas limitadas pelo tempo, com um início e um fim. O medo do fim, ao menos em parte, vem da falta de controle sobre a passagem do tempo. Não sabemos quando o nosso fim pessoal chegará. Então tentamos manter nossa presença mesmo após não estarmos mais presentes fisicamente. Isso porque só deixaremos de existir quando formos esquecidos. (O que você sabe do seu tataravô ou de outro parente do passado distante?) […] O que importa é o que se faz com a vida que se tem e não com a vida que um dia não vai existir mais. Se temos saúde, a coisa mais importante é a liberdade. Ser livre é poder escolher ao que se prender. Com apocalipse ou não, uma vida bem vivida será sempre curta demais.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 05/02/2012
“Somos criados para vencer. A escola elenca os vencedores: o melhor aluno da classe, o time campeão, a mais bonita. Categorias que separam uns poucos vencedores da maioria perdedora. Irmãos lutam para superar uns aos outros, como se o mundo fosse um gigantesco Coliseu, e cada um de nós um gladiador. Amigos, colegas de trabalho, todos disputam. Mesmo no amor. Quantas vezes um homem quer conquistar a mulher mais deseja pelos outros, sem atentar a seus sentimentos mais profundos? O resultado é não sabermos aceitar perdas. Mesmo as dolorosas e inevitáveis da vida. […] É frequente encontrar pessoas incapazes de aceitar perdas. No ambiente profissional, nem se fale. […] A perda necessária pode exercer efeito positivo.”
Walcyr Carrasco, Revista Época – 06/02/2012
“Quando se fala em compulsão sexual, as pessoas levam para a brincadeira ou para o lado moral. Muitos ainda dizem que não existe, mas só quem viveu sabe como é ruim”, diz Hugo. […] Hugo começou a frequentar com sua mulher um grupo de reflexão de casais na igreja. Várias vezes chegava atrasado porque não conseguia sair de casa a tempo. Ficava navegando por páginas pornográficas.”
Letícia Sorg, Revista Época – 06/02/2012
“A pergunta que fica é: as pessoas não se dão conta de suas contradições? E a resposta é ‘muito pouco’. O psicólogo Drew Westen mostrou que, na política, emoções falam mais alto que a lógica. Ele monitorou os cérebros de militantes partidários enquanto viam seus candidatos favoritos caindo em contradição. Como previsto, eles não tiveram dificuldade para perceber a incongruência do ‘inimigo’, mas foram bem menos críticos em relação ao ‘aliado’. Segundo Westen, quando confrontados com informações ameaçadoras às nossas convicções políticas, redes de neurônios associadas ao estresse são ativadas. O cérebro percebe o conflito e tenta desligar a emoção negativa. Circuitos encarregados de regular emoções recrutam, então, crenças capazes de eliminar o estresse. A contradição é apenas fracamente percebida. A surpresa foi constatar que esse processo de relativização não se limita a desligar as emoções negativas. Ele também dispara sensações positivas, acionando circuitos do sistema de recompensa, que coincidem com as áreas ativadas quando viciados em drogas tomam uma dose. Em suma, políticos e simpatizantes sentem prazer ao ignorar suas contradições.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 07/02/2012
“O ser humano é cheio de camadas e não é só racional. O ser humano mente, inclusive para si mesmo. O ser humano fala uma coisa com a boca e outra com os olhos. Um não pode ser um NÃO. Ou um naaaão!”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 07/02/2012
“Olhe para nossas crianças menores de seis anos. Você percebe que há uma diferença enorme entre meninos e meninas? Meninos são moleques: se vestem e se comportam como moleques, têm interesses de moleques e brincam como tal. Já as meninas… Ah…. Elas são pequenas mulheres. Vestem-se como mulheres, se interessam por assuntos de mulheres feitas e gostam de brincar de ser mulher. Sem uma intervenção firme dos adultos, as meninas pulam a fase da infância com a maior facilidade. E por falar em intervenção firme dos adultos, temos feito isso, sim, mas no sentido contrário ao que deveríamos fazer. Meninas de nove anos são levadas pelos pais -pelas mães em especial- a comemorar o aniversário em salões de beleza. Elas ganham roupas provocantes e sapatos de salto precocemente, têm seu próprio arsenal de maquiagem etc.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 07/02/2012
“No Brasil, o corpo é um capital. A crença de que o corpo jovem, magro e perfeito é uma riqueza produz uma cultura de enorme investimento na forma física e, também, de profunda insatisfação com a própria aparência. Quase 100% das brasileiras se sentem infelizes com o próprio corpo.”
Mirian Goldenberg – Folha de S.Paulo, 07/02/2012
“Parece que a possibilidade de respeitar a diferença passa pelo reconhecimento de que essa diferença constitui uma patologia ou uma espécie de malformação congênita. Alguns perguntarão: “não é melhor assim?”. Sem essa “injeção” de patologia (ou de teratologia), os diferentes seriam apenas julgados em nome de um moralismo qualquer: os drogados seriam vagabundos, os homossexuais, sem-vergonhas, e etc.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 09/02/2012
“O que ninguém conseguiu foi prever a incrível dimensão atingida pela internet. O que hoje não está na rede parece nem fazer parte da realidade. Tudo precisa ter um pé -quando não todo o corpo- na internet. E ter acesso a ela hoje passa a ser direito, a ter relação com cidadania, a ser uma nova forma de alfabetização e de inclusão. Toda essa força e velocidade de comunicação e informação, impensável há algumas décadas, parece ter vida própria, o que resulta em gigantesca dinâmica de transformação cultural. É uma mídia coletiva e anárquica, que soma esforços e inventividade de um sem número de pessoas -a maioria delas anônima. […] A questão é: que mudanças ela traz nas estruturas e nos valores já cristalizados nas sociedades, a ponto de confrontá-los para que daí surjam novas qualidades?”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 10/02/2012
“O número de livros lidos pelo brasileiro por ano é mais baixo do que mostrou a última pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada em 2007 pelo Instituto Pró-Livro (IPL), associação privada composta por entidades do livro. Na ocasião, a média de livros lidos por ano era de 1,3 (sem contar os escolares) e 4,7 (incluindo os escolares). É certo que os dois índices tiveram decréscimo na nova pesquisa, cujos números só serão divulgados em 28 de março.”
Raquel Cozer – Folha de S.Paulo, 11/02/2012
“O cuidado dos doentes e a atenção à saúde das pessoas sempre fizeram parte do cristianismo. O próprio Jesus Cristo deu o exemplo, sempre atencioso com os doentes, que o procuravam em grande número (cf. Mt 9,35), assumindo sobre si as dores e os sofrimentos da humanidade (cf. Mt 8,17). Ao enviar os discípulos em missão, recomendou com insistência que também eles cuidassem dos doentes (cf. Mt 10,1). […] Se a implementação de políticas públicas eficazes de saúde para a população é uma incumbência dos governantes, não deixa de ser tarefa também dos cidadãos. Para quem tem fé religiosa, o caminho que leva a Deus nunca pode desviar da vias dolorosas em que jazem tantos irmãos… E para quem não tem fé, a própria sensibilidade humana desautoriza a ficar indiferente diante do sofrimento do próximo e da sua qualidade de vida diminuída.”
Dom Odilo P. Scherer – O Estado de S. Paulo, 11/02/2012
03ª semana de 2012
0“Outro problema é que umas das maiores contradições da vida é que o cotidiano das relações quase sempre inviabiliza afetos espontâneos e nos arremessa a convivência estratégica que apenas ‘lida’ com problemas.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 17/01/2012
“Homens e mulheres estão extremamente infelizes em suas relações amorosas. Mas não querem ficar sozinhos. São reincidentes: casam, separam, casam de novo, separam de novo… A falta de compreensão e de escuta parece explicar grande parte das insatisfações masculinas e femininas. Parece tão simples, mas que tal perguntar para o outro o que ele realmente quer? E ouvir com atenção e carinho a resposta, sem julgar, rotular e condenar?”
Mirian Goldenberg – Folha de S.Paulo, 17/01/2012
“Aquele que é vítima de sofrimento psíquico (e a drogadição é um deles) só será curado quando o terapeuta for capaz de criar uma aliança com a dimensão da vontade que luta por se conservar como autônoma. Não será à base de balas e internação forçada que tal aliança se construirá.”
Vladimir Safatle – Folha de S.Paulo, 17/01/2012
“O Facebook ultrapassou o Orkut como a rede social com maior audiência em número de visitantes na internet brasileira em dezembro, segundo dados da consultoria norte-americana comScore. A rede social de Mark Zuckerberg teve 36,1 milhões de visitantes no fim do ano passado, enquanto o concorrente Orkut, do Google, registrou 34,4 milhões de visitantes.”
Paula Leite – Folha de S.Paulo, 18/01/2012
“É o corpo que permite a peregrinação da alma. A alma é difícil de encontrar. Quantas pessoas sem alma você já encontrou na sua vida? O Diabo leva as almas. Antigamente ele as comprava caro, com moedas de ouro; hoje elas estão se oferecendo num vasto mercado e valem menos do que um político blindado. Deus, por outro lado, quer o corpo que, conforme diz a nossa esperança, voltará a viver para sempre no dia da ressurreição. Eis uma imagem amada por um menino canhoto. No dia em que os mortos acordarem do seu longo sono haverá a reconciliação de todos os dualismos. A vida vai englobar a morte. Nesse dia glorioso todos vamos nos ver de novo e nos abraçar enternecidos. Seremos então jovens, fortes, bonitos, puros, alegres, e sem conflitos, debaixo daquela luz gloriosa que virá de um céu que não conhecemos. Esse é o dia do encontro com todos os nossos mortos queridos. A experiência do corpo e com o corpo nos leva para essa imagem mágica e redentora de todas as nossas dúvidas e sofrimento. Amém.”
Roberto DaMatta – O Estado de S. Paulo, 18/01/2012
“O respeito ao direito do outro de acreditar no que bem entender não exclui um exame secular da sua crença, ou do que ele precisa aceitar para aceitá-la. Não é julgamento, é curiosidade intelectual. Todas as religiões têm origens sobrenaturais e exigem de seus fiéis diferentes graus de suspensão de descrença, em alguns casos espantosos, e por isso mesmo fascinantes. Ou assustadores, quando levam ao fanatismo e à intolerância.”
Luis Fernando Verissimo- O Estado de S. Paulo, 19/01/2012
“Atrás da face indulgente do poder que se inspira no modelo da peste (o infrator estava doente, não fez por querer, está “desculpado”), esconde-se uma face especialmente tirânica: qualquer ato dissonante é reconhecido não como fruto de rebeldia ou originalidade, mas como efeito de uma patologia. Você é contra? Você é diferente? Pois bem, você está doente. Não há mais dissenso -só enfermos e loucos.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 19/01/2012
“Como queremos criar nossos filhos? Que contribuição queremos dar a eles? Quais princípios éticos desejamos que eles vivam e replicam em seus relacionamentos? Em que medida queremos a interferência do Estado em nossas famílias? Como expressamos nosso amor aos nosso filhos? Enfrentando tais questionamentos vamos poder decidir como queremos cuidar do futuro do Brasil.”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 20/01/2012
“Nem toda ciência, filosofia e poesia do mundo nos fazem deixar de lamentar o passado e temer o futuro. Quem traduziu bem esse sentimento foi Virgílio: ‘Sed fugit interea, fugit irreparabile tempus’ (mas ele foge: foge irreparavelmente o tempo).”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 20/01/2012
“Nós, modernos, passamos a prezar singularmente nossa sobrevivência. Mesmo quando acreditamos no além, achamos que o término de nossa vida terrena é o fim de tudo o que importa.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 20/01/2012
“Passei o Ano-Novo em Salvador. Na despedida, assisti à extraordinária missa da irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. […] ‘Eu sou ateu, posso sair?’ Perguntou entediado meu filho de 12 anos. Eu o deixei ir. Jamais induzi minhas crias a essa ou aquela religião, mas também não cultivei o ateísmo. Caetano riu da certeza categórica em tão tenra idade. Confessou que também não acreditava em Deus na adolescência. […] É mesmo impossível negar a fé na Bahia. Ela não é imposta, é um hábito concreto, festivo, que domina o calendário anual. Cada igreja tem o seu dia; cada terreiro, uma agenda; cada imagem, uma adoração. E, mesmo no Carnaval, o mais pagão dos blocos só põe o pé na folia depois de ungido.”
Fernanda Torres – Folha de S.Paulo, 20/01/2012
“Estamos a caminho de ser um destino mais relevante para imigrantes. No entanto, nos faltam parâmetros e controles. Que tipo de imigrantes queremos no Brasil? Que tipo de trabalhadores e de empreendedores desejamos importar? Existem necessidades regionais particulares que desejamos suprir? Ou simplesmente vamos deixar os imigrantes rumarem para São Paulo atrás de empregos? Pois bem, o governo e a sociedade devem olhar para a questão a partir de alguns princípios. O primeiro deles é que o Brasil jamais deve deixar de ser uma opção para estrangeiros que venham para cá por razões humanitárias.”
Murillo de Aragão – Folha de S.Paulo, 21/01/2012
“Se quisermos apoiar a reconstrução do Haiti, a última coisa a fazer é estabelecer barreiras arbitrárias à circulação de trabalhadores do país.Logo após o terremoto, uma onda de genuína solidariedade mobilizou a população brasileira em prol dos haitianos. Mas as estruturas governamentais e diplomáticas demonstraram não ter preparo e capacidade para lidar com as ofertas de cá ou com as demandas de lá. Agora, a forma como o governo e seus agentes encaminham o debate revela novamente o divórcio com a sensibilidade da opinião pública, a recusa ao diálogo com organizações que oferecem apoio aos recém-chegados e o recurso a estereótipos e mistificações para disfarçar a necessidade de amplas reformas nas instituições voltadas para a absorção de imigrantes.”
Omar Ribeiro e Sebastião nascimento – Folha de S.Paulo, 21/01/2012
“A conferência Rio+20 terá uma avaliação da implementação de medidas em favor do ambiente nos últimos 20 anos. […] O objetivo não é ter uma forma mundial de fazer as coisas, é inculcar em tudo o desenvolvimento sustentável. Todo tipo de investimento no país deveria ter como paradigma o desenvolvimento sustentável.”
André Corrêa do Lago – Folha de S.Paulo, 21/01/2012
“É impossível colaborar de verdade quando uma pessoa não pode contar com a franqueza da outra. Para a solução de problemas, um membro da equipe não pode ter medo de fazer perguntas ou sugerir respostas erradas. […] É preciso esforço para criar um ambiente de honestidade respaldado por relações francas e de respeito – mas é um desafio que todo líder deve encarar.”
Keith Ferrazzi, Harvard Business Review – janeiro de 2012
50ª semana de 2011
0“O ser humano é um animal acreditador. Talvez esse seja um bom modo de definir nossa espécie. ‘Humanos são primatas com autoconsciência e a habilidade de acreditar.’ Já que ” acreditar” sempre pede um ‘em quê?’, refiro-me aqui a acreditar em poderes que transcendem a percepção do real, algo além da dimensão da vida ordinária, além do que podemos perceber apenas com nossos sentidos. […] Parece que somos incapazes de viver nossas vidas sem acreditar na existência de algo maior do que nós, algo além do ‘meramente’ humano. Bem, nem todos nós, mas a maioria. Isso desde muito tempo.”
Marcelo Gleiser – Folha de S.Paulo, 11/12/2011
“‘Ensinar é uma experiência humana’, disse ao Times Paul Thomas, professor associado de educação na Universidade Furman, na Carolina do Sul. ‘A tecnologia é uma distração quando precisamos de alfabetização, raciocínio matemático e pensamento crítico’.”
Kevin Delaney – Folha de S.Paulo, 12/12/2011
“A melhor forma de manter a dignidade na era do Facebook (se você não resistir a ter um) é não contar para ninguém que você tem um Facebook. Quase tudo é bobagem nas redes sociais porque o ser humano é banal e vive uma vida quase sempre monótona e previsível. E a monotonia é o traje cotidiano do vazio. E a rotina é o modo civilizado de enfrentar o caos, outra face do vazio. […] Sempre se soube que não basta à mulher de Cesar ser honesta, ela tem que parecer honesta, portanto, a imagem de honesta é mais importante do que a honestidade em si. Mas aqui, o foco é diferente: aqui a questão é a hipocrisia como substância da moral pública. Todo mundo sabe que a mentira é a mola essencial do convívio civilizado. […] Resistir ao desejo talvez seja uma das formas mais discretas de amar a vida.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 12/12/2011
“Se a ideia, como defendeu o ministro da Saúde, é utilizar o instrumento apenas em situações nas quais há risco de vida imediato para o dependente, a figura jurídica da internação involuntária, prevista na lei n° 10.216/01, é desnecessária. Basta encaminhar o paciente em emergência relacionada a drogas -que, em geral, está inconsciente- para o hospital e, dois ou três dias depois, quando estiver estabilizado e já não houver perigo iminente, oferecer-lhe a oportunidade de tratamento psiquiátrico. Se ele quiser, submete-se a uma internação voluntária e, se não quiser, volta para casa ou para as ruas, como é mais comum. É claro que essa não é uma solução perfeita, pois uma das características da compulsão por drogas é não querer afastar-se delas. É até verossímil que exista um grupo de dependentes que, do ponto de vista sanitário, poderia beneficiar-se de tratamento a contragosto. O problema é que há mais coisas envolvidas aqui do que a saúde deste ou daquele paciente. Em termos institucionais, incentivar o uso de internações involuntárias é perigoso. Trata-se, afinal, do equivalente jurídico de um artefato nuclear, uma ferramenta que permite a um médico qualquer decidir que alguém precisa de tratamento e assim privá-lo de sua liberdade indefinidamente e sem direito a contraditório. Os controles externos são poucos e fracos e, se o sujeito não tem família, não haverá quem represente seus interesses contra o médico.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 13/12/2011
“Um estudo demográfico, elaborado pelo Conselho Federal de Medicina e a regional de São Paulo, acaba de ser publicado e expõe a desigualdade na oferta de médicos pelo País. Não existem surpresas, mas há muito para se refletir. O levantamento coordenado pelo pesquisador Mario Scheffer aponta a existência de 371.788 médicos na ativa no Brasil, número que quintuplicou nos últimos 40 anos, enquanto a população brasileira apenas dobrou. A relação médico/habitante dobrou, chegando este ano a 1,95 médico para cada 100 mil habitantes. Nas escolas médicas, as mulheres são maioria. Ainda ssim, por mais 20 anos a profissão continuará sendo exercida por uma maioria de homens, que hoje ocupam 60% do mercado. Os médicos são jovens, em sua maioria, 50% deles têm menos de 40 anos. A média de idade é de 46 anos. Entre os jovens, predominam as mulheres. A idade média é de 42 anos, e quase 70% delas estão na faixa entre 30 e 55 anos. Esses números mostram que o Brasil continua carente de médicos. Além disso, a distribuição desses médicos provoca diferenças alarmantes. Em todo o País, as capitais detêm a maioria deles. Nos estados mais pobres essa diferença é ainda maior. […] Os estados do Norte têm poucos cursos médicos e são os que têm a maior demanda. O problema lá também é a oferta de postos na área de saúde, que está entre as piores da federação. O governo tem a meta de fazer o Brasil ter a mesma proporção de médicos que os países europeus e os Estados Unidos, perto de 2,5 médicos por 100 mil habitantes. O Sudeste já possui 2,6; o Norte tem apenas 0,96. Nas cidades do interior, a carência é ainda maior.”
Rogério Tuma, Revista Carta Capital, 14/12/2011
“Conheço pessoas que souberam lidar bem com as dificuldades naturais de suas existências e conheço outras que se transformaram em vítimas tristes nas mesmas condições. É claro que há situações de extrema dificuldade, e negar a tristeza que vem junto é negar a própria condição humana. […] Encontrei pessoas de bem com a vida nas grandes cidades, trabalhando em imensas corporações. Encontrei-as também em pequenas vilas do interior ou do litoral. Em lugares pobres e em ligares ricos. Em tempos de tranquilidade e em temos de crise. Ou seja, em todos os lugares. E também encontrei pessoas de mal com a vida. Onde? Exatamente nos mesmos lugares. Esse talvez seja um dos grandes mistérios da psicologia humana. O que faz a diferença entre esses dois tipos de indivíduos? Será sua genética ou terá sido sua educação?”
Eugenio Mussak, Revista Vida Simples – dezembro de 2011
Tempo
1Mais um ano está terminando e a sensação de que o tempo está passando mais rápido só cresce. Por que será? Parece que uma pista é observarmos quanta informação recebemos, quantas coisas fazemos ao mesmo tempo, quantos compromissos acumulamos, e como lidamos com a sensação e a realidade de não sermos suficientes.
Uma consideração simples, mas, pertinente, é que o jornalista Marcelo Coelho faz: “Cada celular é um roedor de tempo, e o cidadão, para estar acessível e ser acessado em todos os lugares, paga o preço de viver espremido”. E muitos chegam ao fim de ano bem espremidos e angustiados com a falta de tempo e as pendências na vida.
Uma psicanalista, chamada Luciana Chauí Berlinck, me ajudou quando disse que “a consciência do tempo está articulada aos ritmos da percepção, de interrupção e conexão com o mundo exterior”. Então, isso indica que podemos estar mais conscientes do tempo conforme a escolhas que fazemos, o estilo de vida que nutrimos e as vivências que priorizamos.
Se não estivermos atentos, por exemplo, podemos desperdiçar um tempo especial, não reconhecê-lo, e, portanto, não aproveitá-lo em toda sua dimensão.
Mesmo os mais desatentos tem ouvido e visto as alterações climáticas que temos vivido. Efeitos que já tem feito estrago e que exigem mudanças radicais de nossa parte. Contudo, parece que nosso estilo de vida também tem bagunçado, catastroficamente, as estações da vida. Não só porque a adolescência se estende facilmente até aos 35 anos, ou muitos de 60 querem viver como se tivessem 30, negando realidades e não compreendendo seu tempo, mas também aquelas estações existenciais das quais falam o livro de Eclesiastes… “tempo de nascer e tempo de morrer, tempo de plantar e tempo de arrancar o que se plantou, tempo de matar e tempo de curar, tempo de derrubar e tempo de construir, tempo de chorar e tempo de rir, tempo de prantear e tempo de dançar, tempo de espalhar pedras e tempo de juntá-las, tempo de abraçar e tempo de desistir, tempo de guardar e tempo de jogar fora, tempo de rasgar e tempo de costurar, tempo de calar e tempo de calar, tempo de amar e tempo de odiar, tempo de lutar e tempo de viver em paz” (Ec 3.2-8).
É importante discernir as épocas que se vive e aproveitar e respeitar os tempos oportunos. Inclusive, quem não consegue reconhecer e respeitar seu próprio tempo, dificilmente o fará com o seu próximo. Parar, descobrir e assumir é sabedoria. Isso tudo contribui para a saúde.
Cuidem-se no tempo e o espaço ficará melhor.
40ª semana de 2011
0“Nem sempre as coisas têm uma lógica. Será que pessoas perfeitamente normais podem ter um momento de loucura, e nesse momento fazer coisas em que nunca tinham pensado?”
Danuza Leão – Folha de S.Paulo, 02/10/2011
“O primeiro mecanismo aceito pelos médicos como uma influência positiva da fé religiosa sobre a saúde é social. Em geral, não se pratica uma religião sozinho, e a ida a igrejas, sinagogas ou terreiros insere a pessoa numa rede de proteção social, com orientadores espirituais e amigos que se importam com a situação médica dela e podem ajudá-la a se cuidar. Pela razão inversa, sabe-se que gente solitária corre mais risco de morrer. Além disso, muitas religiões condenam o uso de álcool, o fumo e as drogas, o que também ajuda. […] Os poucos estudos sobre o poder da oração indicam que o doente que reza é capaz de reduzir seus níveis de estresse, ansiedade e depressão.”
Reinaldo José Lopes – Folha de S.Paulo, 02/10/2011
“Pela falta de líderes religiosos, a comunidade muçulmana do Brasil tem “importado” xeques de países africanos. Vivem hoje no Brasil cerca de 50 xeques estrangeiros, a maioria deles proveniente da África (Egito e Marrocos), de acordo com o CDIAL (Centro de Divulgação do Islã para a América Latina). E o cuidado em se fazer entender leva à busca de xeques de Moçambique, país que fala português e que tem parte da população muçulmana. Dos 50 xeques, 8 são daquele país. A importação de líderes de língua portuguesa cresceu há quatro anos, diz Ziad Ahmad Saifi, vice-presidente do CDIAL. A vinda de xeques visa atender à demanda crescente de seguidores do islã. Segundo o CDIAL, 20 anos atrás, existiam cerca de 40 centros muçulmanos de oração no país, número que incluía 18 ou 19 mesquitas. Hoje são 150 pontos de oração, 60 deles mesquitas. Não há dados recentes do IBGE, mas o Censo de 2000 apontou 27.239 muçulmanos no país -para o CDIAL, hoje já há 1,5 milhão de seguidores.”
Juliana Coissi – Folha de S.Paulo, 03/10/2011
“Neste momento em que o Brasil pensa tanto em inovação e em competitividade, é importante que o país olhe com olhos novos para os velhos problemas e para as velhas questões. É uma espécie de insanidade agir igual, fazer igual e esperar que dos mesmos procedimentos surjam novas respostas para nossos novos desafios e oportunidades. […] O mundo precisa trocar de pé em muitas e muitas áreas, abandonar crenças antigas, hábitos insustentáveis, práticas jurássicas. O novo mundo imporá mudanças cada vez mais rápidas; é bom você se acostumar a mudar.”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 04/10/2011
“É lamentável que as escolas se preocupem tanto em ensinar as crianças a escrever e a fazer cálculos enquanto as possíveis formas de administrar o próprio estresse sejam totalmente negligenciadas. Não por acaso, tantas pessoas não suportam a pressão das contas, dos pneus furados e dos chefes autoritários – isso sem falar nos conflitos internos mais arraigados – e buscam alívio em comportamentos autodestrutivos, sendo o álcool e as drogas os mais comuns.”
Robert Epstein, doutor em psicologia pela Universidade Harvard – Revista Mente&Cérebro – outubro de 2011
“Fazemos parte de um ‘sistema’ coletivo de obrigações automáticas, sem espaço para gentilezas individuais e gratidão desnecessária.”
Arnaldo Jabor – Estado de S. Paulo, 04/10/2011
“Minha atitude é feminina e não feminista, pois me recuso a ver como exótico o fato de termos uma mulher na presidência. Fico inquieta quando me questionam sobre isso, pois, o contrário não causa espanto”.
Fernanda Montenegro,81, atriz – Estado de S. Paulo, 06/10/2011
“A crise econômico, com seus efeitos sobre a população (jovens em particular) é o ponto de convergência entre lutas contra ditaduras nos países árabes e as manifestações contra a primazia do sistema financeiro no Ocidente. Segundo Ruy Braga, o impacto da crise em cada margem do Mediterrâneo varia, mas produz revoltas. Na Europa, os jovens não aceitam os pacotes de austeridade, que podem aprofundar o desemprego e a estagnação. ‘ A perspectiva de que o futuro está comprometido tem um impacto psicológico muito forte. Nos EUA, pensar que um filho não vai superar o pai em qualidade de vida é inaceitável’.”
Diego Viana – Valor, 07/10/2011
38ª semana de 2011
0“Na condição de ex-juíza e presidente do Tribunal Penal Internacional para Ruanda, vi como comunidades podem ser aniquiladas pelo ódio. Mas também me deparei com magníficos atos de bravura. Um episódio está profundamente gravado em minha memória. Ele ocorreu no noroeste de Ruanda, quando hutus atacaram uma escola e ordenaram aos alunos que se separassem em grupos de etnia hutu e tutsi. Os estudantes se recusaram a identificar sua etnia para não trair seus colegas. Dezessete meninas foram mortas como resultado de sua corajosa atitude. Como podemos ser dignos dessas crianças? Acredito que precisamos trabalhar juntos para alcançar um ambiente de respeito e promoção da igualdade, da justiça e da não discriminação.”
Navi Pillay – Folha de S.Paulo, 19/09/2011
“A memória não armazena itens. Ela funciona relacionado conceitos e significados. […] O cérebro humano pode ser convencido inconscientemente. Ele pode associar conceitos caso seja exposto de forma contínua e prolongada a alguns estímulos. […] O raciocínio é de sobrevivência. Diante da opção de obter uma uva imediatamente ou duas pouco depois, até os macacos mais bem treinados não resistem à tentação por dez segundos.”
Dean Buonomano, neurocientista americano, Revista Época – 19/09/2011
“O automóvel que veio como símbolo da liberdade de ir e vir se tornou uma espécie de cárcere privado, e de câmara de estresse. É uma modernidade que caducou. […] A resposta à ameaça competitiva é a melhor produtividade: inovação, capacitação, pesquisa e desenvolvimento.”
Eduardo Giannetti – Folha de S.Paulo, 22/09/2011
“O problema do narcisista é que ele depende totalmente dos outros para se definir e para decidir seu próprio valor: ele se orienta na vida só pela esperança de encontrar a aprovação do mundo. Infelizmente, nunca sabemos por certo o que os outros enxergam em nós. Às vezes, o narcisista se exalta com visões grandiosas de si, ideias infladas do amor e da apreciação dos outros por ele; outras vezes, ao contrário, ele despenca no desamparo, convencido de que ninguém o ama ou aprecia.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 22/09/2011
“”Talvez a maneira como somos educados a pensar de maneira reflexiva ou intuitiva ao longo da vida tenha alguma influência sobre nossas crenças.”
Amitai Shenhav, psicólogo – Folha de S.Paulo, 22/09/2011
“Trinta anos de consumo firme e crescente de cerveja renderam-lhe a cirrose cujos sintomas ele, como médico, deve ter percebido há muito. Sócrates percebeu, mas continuou a beber. Por quê? Porque o alcoolismo é progressivo e, depois de certa etapa, quem manda não é a razão, mas o organismo, e este quer sempre mais.
Sócrates pertence aos 15% da humanidade que podem beber muito sem sentir os efeitos adversos do álcool, como embriaguez, intoxicação e ressaca.”
Ruy Castro – Folha de S.Paulo, 23/09/2011
“As escolas precisam se perguntar: por que somos palco dessas situações? Já deveria ter acendido a luz amarela para escolas, gestores e pesquisadores.”
Ângela Soligo, psicóloga da Faculdade de Educação da Unicamp – Folha de S.Paulo, 23/09/2011
“Pesquisa da Pactive Network com 670 executivos americanos mostrou que os funcionários do sexo masculino são, em geral, 25% mais felizes do que as mulheres no trabalho. Ao mesmo tempo, elas têm pelo menos 25% mais chances de serem as responsáveis por tarefas domésticas como cozinhar, arrumar a casa e fazer supermercado.”
Folha de S.Paulo, 24/09/2011
“Pessoas assim são algo tão maiores que os elementos que você pode analisar com seu intelecto.”
Esperanza Spalding, instrumentista norte-americana – Folha de S.Paulo, 24/09/2011
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