Posts tagged religião
44ª semana de 2012
1“Parece que a vida escolar do filho se tornou uma espécie de avaliação de seus pais. Bons pais produzem alunos dedicados aos estudos e com bons resultados em qualquer tipo de avaliação. Essa parece ser a máxima em vigor. Ocorre que, enquanto a vida escolar for uma questão vital para os pais, os filhos não a assumirão como sua. […] Quanto às pequenas responsabilidades com os afazeres domésticos é preciso, em primeiro lugar, que a criança sinta que pertence àquele grupo familiar e que isso acarreta ônus e bônus. […] Ensinar aos filhos que eles devem assumir suas próprias responsabilidades dá trabalho, exige paciência e persistência, porque é uma tarefa que dura mais ou menos uns 18 anos. Com sorte.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 30/10/2012
“Saí pensando em um texto que li de Maria Rita Kehl no qual ela dizia que nossa biografia não deveria se basear somente em nossos feitos. Às vezes, nossos desejos e intenções nos configuram de forma muito mais plena. Seria nossa ‘biografia em baixo-relevo’. Mas como exigir desse mundo objetivo em que vivemos tamanha delicadeza? Continuamos por aí nos afogando em números e perdendo nossos ‘quases’ que tanto têm a dizer.”
Denise Fraga – Folha de S.Paulo, 30/10/2012
“Quem for rápido no julgamento deixará de contemplar a imensa complexidade humana, tirará o outro por si, será rasteiro.”
Francisco Daudt – Folha de S.Paulo, 30/10/2012
“A revolução no Brasil não acontece com os cidadãos pegando em armas, mas pegando em cartões de crédito. O Brasil tem uma nova geração de consumidores que não quer apenas produtos e serviços básicos. Eles conquistaram acesso ao que antes era distante e inalcançável e não admitem regresso. Querem produtos excitantes, de maior valor e maior encantamento. Esse é o grande fenômeno do novo mercado brasileiro. A nova classe média brasileira pode parecer um conceito surrado, mas ela mal começou a transformar a economia, o país e o seu negócio. Ela quer comprar o que não comprava, de iogurtes a carros a entretenimento. Não há gôndola no supermercado nem setor da economia que não seja afetado. O mercado brasileiro de produtos de higiene e beleza, por exemplo, já está entre os três maiores do mundo, depois dos Estados Unidos e do Japão e à frente dos sofisticados países da Europa. As mulheres brasileiras já consomem duas vezes mais condicionadores de cabelo do que as americanas, ou 19 vezes mais quando comparadas com as russas, 20 vezes mais em relação às chinesas. […]São mudanças de consumo tão abrangentes que as oportunidades aparecem em toda parte: de comidas congeladas à educação ao uísque escocês, cujas vendas no Brasil cresceram mais do que em qualquer lugar do planeta: uma alta de 48% em 2011, puxada pelo Nordeste. E os gastos da classe média com viagens subiram 242% de 2002 a 2010. Pela primeira vez, os brasileiros estão pegando mais avião do que ônibus para viajar pelo país.”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 30/10/2012
“O livro ‘Nada a Perder’, biografia do bispo Edir Macedo, ultrapassou o fenômeno ‘Cinquenta Tons de Cinza’ em vendas na semana. O livro de Macedo teve 30 mil exemplares vendidos em uma semana, Cinquenta Tons…’ vendeu 20 mil exemplares. ‘Nada a Perder’ será lançado em novembro no mercado internacinal: dia 17, em Buenso Aires, dia 20, em Bogotá, e dia 22 em Caracas.”
Folha de S.Paulo, 01/11/2012
“Melhorias socioeconômicas não implicam necessariamente melhorias do tecido social da comunidade. Hoje, como naquela época, é pífia, se não nula, a confiança dos cidadãos no socorro da força pública. A certeza de que o socorro será precário, lento ou ausente alimenta a sensação de insegurança. Diminuir a sensação de insegurança seria uma maneira de combater a insegurança efetiva da cidade.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 01/11/2012
“É possível ‘perder ganhando’, quando se consegue avançar nos ideais, e é possível ‘ganhar perdendo’, quando se abandona os ideais em acordos puramente pragmáticos. […] Para enfrentar o sectarismo maniqueísta enraizado em nossa política, é preciso uma mudança. Não em enunciados de ‘boas’ intenções e vazias de compromisso, mas naquilo que, como disse C. S. Lewis, ‘se deduz de milhares de conversas, por um princípio revelado em centenas de decisões relativas a assuntos menores’.”
Marina Silva – Folha de S.Paulo, 02/11/2012
“Dados da CBL mostram que o livro está mais barato e o brasileiro anda lendo mais. O preço médio do livro caiu 6,1% em 2011, considerando apenas preços praticados no mercado privado. Incluindo compras de governo, o preço médio ficou estável (alta de 0,1%). O governo representa 39,5% do mercado. Em volume, as vendas subiram 7,2% -o brasileiro comprou 3,34% mais, e o governo,13,7% mais.”
Mariana Barbosa – Folha de S.Paulo, 03/11/2012
“A guinada conservadora católica, o acelerado declínio numérico da filial brasileira da Santa Sé e a avalanche pentecostal acirraram a competição entre católicos e evangélicos a partir de 1980. Essa peleja deflagrou uma disputa religiosa pelo espaço público e uma desenfreada ocupação religiosa da mídia e da política partidária. Desde então tele-evangelistas, padres-celebridades e cantores gospel tornaram-se onipresentes na mídia eletrônica, emissoras de TV pentecostais e católicas brotaram como cogumelos, rebanhos religiosos viram-se tratados como currais eleitorais, igrejas passaram a formar bancadas parlamentares, a expandir seu poder nos legislativos e a controlar partidos, discursos moralistas reacionários de inspiração bíblica tomaram de assalto as eleições. […] No novo santuário, Marcelo Rossi ocupará um palco muito maior e mais reluzente para cantar seus louvores e baladas, coreografar a “aeróbica do Senhor”, receber celebridades, agitar, entreter e emocionar as multidões de seguidores, benzer seus objetos pessoais e lançar-lhes baldes de água benta ao fim de cada show-missa. Assim ele vai contribuindo para configurar um catolicismo de massas alegre, corpóreo, sensorial, emotivo, mágico, midiático, terapêutico, taumatúrgico, moral e teologicamente conservador. Mais popular, mas menos intelectualizado e menos atento aos problemas socioeconômicos.”
Ricardo Mariano – Folha de S.Paulo, 03/11/2012
30ª semana de 2012
1“Quem acredita que improviso é importante é músico de jazz. Executivo que improvisa o tempo todo vai ter problema. O Meu perfil é o seguinte: sou uma pessoa que trabalha em time sem abdicar da liderança. Em outras palavras: eu delego atividades, mas não delego a responsabilidade de liderar a empresa. Eu acho que ninguém constrói nada sem uma grande equipe, mas não abro mão de que essa equipe precisa ter uma direção e uma liderança adequada. Agora, eu não consigo trabalhar num ambiente que não seja alegre, light, num ambiente onde a cobrança existe, mas o ambiente não precisa ser mal humorado.”
José Luiz Rossi, da C. Braxis Capgemini, – O Estado de S.Paulo, 22/07/2012
“Igreja que mais cresce no Brasil e com a maior representação na bancada evangélica do Congresso Nacional, a Assembleia de Deus prepara a sua ofensiva para as eleições municipais. A expectativa da liderança deste grupo do movimento pentecostal é ter um vereador em cada uma das 5.565 cidades brasileiras. Para alcançar o resultado, a igreja aposta em números revelados no recém-divulgado Censo 2010. Dos 42 milhões evangélicos identificados pela pesquisa, 12 milhões são fiéis da Assembleia de Deus, que registrou um aumento de 4 milhões de pessoas em relação ao levantamento anterior do IBGE, de 2000. […] ‘Temos igrejas em 95% dos municípios e isso favorece a divulgação dos candidatos. Nosso projeto é ter um vereador em cada cidade do país’, revela o pastor Lélis Washington Marinhos, presidente do conselho político nacional da Convenção Geral das Igrejas Assembleia de Deus no Brasil (CGIADB).”
Denise Menchen – Folha de S.Paulo, 22/07/2012
“Uma paixão é a melhor coisa do mundo -para quem a está vivendo. Mas para as testemunhas desse sentimento inigualável, tema de inspiração dos poetas, o assunto é discutível. Por mais que se torça para que as pessoas de quem gostamos se apaixonem e sejam muito felizes, quando isso acontece, a tendência é guardar uma certa distância; com o tempo, essa distância vai ficando cada vez maior, pois quem está apaixonado se transforma em outra pessoa, e tão diferente que ninguém reconhece mais. […] As coisas acontecem naturalmente: os amigos se afastam, eles se afastam dos amigos e se tornam pessoas sem passado -e uma pessoa sem passado não é ninguém; aliás, não é nada. Ninguém pode abrir mão do seu, e olha que cada um de nós tem pelo menos uma coisa -ou várias- que preferia que não tivesse acontecido ou que pelo menos ninguém jamais soubesse. […] Ah, a paixão. É muito boa enquanto dura, mas impede que se viva qualquer outra coisa, a não ser ela mesma. Um dia -que me perdoem os que estão apaixonados- cansa. Cansa, não: exaure.”
Danuza Leão – Folha de S.Paulo, 22/07/2012
“Juventude batalhadora sabe que não se levanta um país na base do quebra-galho e do jogo de cintura. O futuro depende de esforços pessoais que se somam e começam a mudar pequenas coisas. É preciso fazer o que é correto, e não o que pega bem. Mudar os rumos exige, acima de tudo, a coragem de assumir mudanças pessoais. nova tendência tem raízes profundas. Os filhos da permissividade e do jeitinho sentem intensa necessidade de consistência profissional e de âncoras éticas. O Brasil do corporativismo, da impunidade do dinheiro e da força do sobrenome vai, aos poucos, abrindo espaço para a cultura do trabalho, da competência e do talento. O auê vai sendo substituído pela transpiração.”
Carlos Alberto Di Franco – O Estado de S.Paulo, 23/07/2012
“A comparação talvez soe esdrúxula, mas não é tão absurda assim: a Marcha para Jesus e a Parada Gay têm em comum a pretensão de afirmar a legitimidade e o poder de uma forma de vida (ou de culto) até então tida como minoritária. São manifestações politicamente equivalentes. A multidão é um sujeito político muito recente, que só entrou em cena a partir do crescimento das cidades e da ordem democrática. Multidões tomam as ruas para mostrar força e, graças a Deus, são diversas. Um dia são ecológicas. No outro, andam de bicicleta. Numa noite, é corintiana. Noutra noite, é Carnaval. Multidões também festejam o esquecimento e a antipolítica, como quando vão ouvir pagode e comprar rifa nos megashows de Primeiro de Maio – o mais despolitizado de todos os comícios.”
Eugênio Bucci – Revista Época – 23/07/2012
“Os dependentes em tecnologia têm sempre mil desculpas para defender o vício. Falo por experiência. Quando a gente fica cansado de olhares de censura, usa aparelho escondido ou procura outros dependentes para conviver sem repressão. Os profissionais vão dizer que precisam ficar noite e dia disponíveis. Hoje em dia, pega bem se intitular workaholic (viciado em trabalho) ou contar como vive com tão poucas horas de sono e tantas doses de café. Será que alguém fica mais inteligente ou criativo assim? Duvido. Cafeína é sabidamente um alcaloide que causa dependência. Quem precisa tomar café para raciocinar está apenas provando sua dependência. […] A grande maioria dos dependentes elogia todos os benefícios da vida on-line: fazer muitas coisas ao mesmo tempo, reduzir distâncias, ter acesso a mais informações, descobrir coisas novas, fazer mais contatos, expor-se para o mundo. […] Checar e rechecar a cada minuto e-mails, notícias e redes sociais pode ser algo angustiante e improdutivo. Vejo milhares de pessoas on-line, mas pouquíssimas pessoalmente. Tenho acesso à informação de toda a internet mundial, mas frequentemente não sei nem por onde começar, de tanta bobagem que me rouba o tempo. Posso me expressar livremente, mas sou obrigada a me deparar com comentários preconceituosos, mal informados e mal escritos de pessoas que nem conheço. O lado B da internet é imenso. Mas qual é a linha que separa o uso produtivo, divertido, enriquecedor da pura dependência, improdutiva, que traz sofrimento? O problema em ficar distraído ou simplesmente entretido na internet é a perda de tempo e a dificuldade de se aprofundar. O problema das mensagens curtas e rápidas é que nos consomem um tempo enorme e raramente são profundas. O problema do excesso de informação é nossa dificuldade em selecionar, processar e reter o que importa. Quem se preocupa com o futuro dos adolescentes hiperconectados de hoje teme a hipótese de que eles possam deixar de desenvolver capacidade de pensar com profundidade e possam perder o traquejo social na vida real, além de ficarem dependentes das funcionalidades de seus eletrônicos.”
Marion Strecker – Folha de S.Paulo, 26/07/2012
“Na madrugada do dia 20, em Aurora, Colorado, um tal James Holmes, 24, vestido à la Bane e armado de rifle, espingarda e duas pistolas, atirou na plateia que assistia à pré-estreia do filme. Ele matou 12 pessoas e feriu dezenas. Por sorte, a arma mais letal, o rifle, travou no meio da matança. […] James Holmes estava disfarçado de Bane e com os cabelos do Curinga. A moral dessa história é que os ‘ruins’ se vestem de Bane ou de Curinga: eles querem se destacar, mostrar ao mundo que eles são únicos e confirmar seu ‘glamour’ graças ao nosso olhar – admirativo ou apavorado, pouco importa, contanto que fiquemos vidrados neles.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 26/07/2012
“Acho que estamos condenados a vagar numa espécie de limbo, sem nunca entender por que esse é o nosso destino. Eu sempre tive a sensação de que, como seres humanos, estamos presos em nosso próprio pesadelo. A realidade é opressiva e desgastante, e estamos constantemente à procura de um meio de fuga, seja um livro, um evento esportivo ou um filme. Tendemos a querer estar em outro lugar. Para a maioria dos meus fãs, eu levo uma vida muito boa. É um engano que eu quero manter por tanto tempo quanto possível.”
Wood Allen, Revista Alfa – julho de 2012
28ª semana de 2012
0“Não resta dúvida de que vivemos, atualmente, na era da busca da sustentabilidade. Se o termo sustentabilidade ainda não provocou nos indivíduos a reflexão necessária e urgente no tocante à preservação planetária, deve pelo menos ter plantado uma semente de preocupação em relação ao efeito devastador de qualquer descaso ambiental. […] Os profissionais devem buscar compreender as transformações globais, manter seus valores em sincronia com os da organização ou do seu negócio, fortalecer a sua rede de relacionamentos, adotar princípios éticos em sua conduta, valorizar o bom trato social e sua qualidade de vida. Devem, ainda, ter ações que contribuam para a conservação ambiental e, desta maneira, potencializar sua sustentabilidade profissional. Como podemos perceber o termo sustentabilidade vai além do modismo, trata-se de uma necessidade emergencial. De acordo com Leonardo Boff, não existe sustentabilidade sem o cuidado. Assim, cuide do seu convívio social, do seu bem-estar, da sua carreira, do seu planeta. Dê um olhar de delicadeza a todas estas esferas da sua vida.”
Ruth Duarte – O Estado de S.Paulo, 08/07/2012
“A antropóloga Diana Nogueira, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro, faz um paralelo com pessoas que querem perder peso e vão migrando de médico em médico. ‘A religião fortalece e ajuda as pessoas, mas não resolve muitos dos desafios que uma vida de periferia urbana lhes impõe. Com isso, algumas dessas pessoas vão de igreja em igreja, buscando soluções’, diz Diana.”
O Estado de S.Paulo, 08/07/2012
“A febre de plásticas tem motivo. A juventude é valorizada, a velhice não. Ninguém quer ser tratado como vovô. É bom se sentir charmoso. É chato estar distante do padrão estético: barriga zero, gordura zero, rugas zero, juízo abaixo de zero. As pessoas esticam o rosto para rejuvenescer. Que engano! A esticada de 50 não parece uma garota de 20. E sim o que é: uma esticada madura. Quanto mais vezes alguém se estica, mais esquisito se torna. Todas as plastificadas e todos os plastificados parecem clones, de boca puxada, olhos esbugalhados. E os incômodos? Eu digo, eu digo! Desde que puxei o queixo, faço barba atrás da orelha! Quanto mais plásticas, menos a identidade. Cadê a pessoa estava ali? É o pior da plástica repetida: a pessoa se torna uma caricatura de si mesma.”
Walcyr Carrasco – Revista Época, 09/07/2012
“Nicholas Carr, formado em Harvard e autor de livros de tecnologia e administração, a dependência da troca de informações pela internet está empobrecendo nossa cultura. Segundo Carr, o uso exagerado da internet está reduzindo nossa capacidade de pensar com profundidade: ‘Você fica pulando de um site para o outro. Recebe várias mensagens ao mesmo tempo. É chamado pelo Twitter, pelo Facebook ou pelo Messenger. Isso desenvolve um novo tipo de intelecto, mais adaptado a lidar com as múltiplas funções simultâneas, mas que está perdendo a capacidade de se concentrar, ler atentamente ou pensar com profundidade’. A nova geração de adolescentes tem mais acesso à informação do que qualquer outra antes dela. Mas isso não se reflete num ganho cultural. Os índices de leitura e de compreensão de texto vêm caindo desde o início dos anos 1990. A conclusão é de que, apesar do maior acesso às novas tecnologias, não se vê um ganho expressivo em termos de apreensão de conhecimento. A internet é uma magnífica ferramenta. Mas não deve perder o seu caráter instrumental. O excesso de internet termina em compulsão, um tipo de dependência que já começa a preocupar os especialistas em saúde mental. Usemos a internet, mas tenhamos moderação. Ler é preciso. Jovens, e adultos, precisam investir em leitura e reflexão. Só assim, com discernimento e liberdade, se capacitam para conduzir a aventura da própria vida.”
Carlos Alberto Di Franco – O Estado de S.Paulo, 09/07/2012
“Entre adultos, há uma falsa impressão de que a leitura infantil deveria ser simples e representar coisas próximas às crianças. Essa visão é equivocada e tem a ver com preconceitos e versões simplistas de teorias psicopedagógicas. O professor não pode agir assim. Ele precisa saber quem são seus leitores e pensar em didáticas mais profundas e flexíveis, em vez de simplesmente ignorar o tipo de leitura que, previamente, ele pode considerar inadequada. Qualquer coisa é adequada. Desde que se considere o leitor como poderoso, potente. Não se pode esquecer, nunca, que a valorização dos leitores passa por colocar à disposição deles textos desafiantes, que comovem e colocam para funcionar a inteligência e o coração ao mesmo tempo. Quando se faz isso, fica clara a constatação: as crianças são ávidas leitoras de mundos estranhos, distantes e metafóricos, e se sentem muito agradecidas quando os adultos as tratam como gente que pode, que consegue. Todo pai e todo professor deveria ter isso em mente.”
Cecilia Bonjur – O Estado de S.Paulo, 09/07/2012
“A maternidade pode ser uma ambição, mas não uma aspiração exclusiva. O que choca é a mãe se tornar uma serviçal da cria. Uma coisa é valorizar os laços afetivos, outras é ser escrava deles.”
Rosiska Darcy de Oliveira, Revista Claudia – julho/2012
“Se eu tivesse direito a um pedido, seria viver o suficiente para chegar ao ponto em que você conhece a si mesmo. Será que isso é possível? Bem, não é e nem será, mas é preciso manter um senso de maravilhar-se.”
Dustin Hoffman, ator, Revista Lola – julho/2012
“Decidi tirar uma semana de férias e tomei coragem de me desconectar totalmente. Sofri de um certo ‘estresse pré-férias’. […] Confesso que sofri no início de uma espécie de síndrome de abstinência profissional. Bateu uma certa ansiedade para saber o que estava acontecendo e involuntariamente talvez uma ponta de medo da desconexão do trabalho –mesmo que por curto período de tempo. Mas, no fim, percebi que é preciso um pouco de ócio para poder seguir adiante no nosso louco mundo digital. Consegui refletir sobre muitas coisas em que não consigo pensar quando estou superatribulado. Como disse há algumas semanas o colunista Tim Kreider, do “New York Times”: estar ocupado virou uma espécie de síndrome do século 21, na qual as pessoas ficam ansiosas quando não estão trabalhando. E essa “presente histeria”, como define, não é uma condição de vida ou algo inevitável. Nós escolhemos viver assim.”
Alexandre Hohagen – Folha de S.Paulo, 12/07/2012
“Pensar na minha caixa de entrada de e-mails me deixa triste. Somente este mês, recebi mais de 6 mil e-mails. Isso sem falar nos spams, notificações ou promoções diárias. Com todas essas mensagens, não tenho a menor vontade de responder nem mesmo a uma fração delas. Fico imaginando a lápide sobre meu túmulo: Aqui jaz Nick Bilton, que respondia a milhares de e-mails por mês. Descanse em paz. Não que eu seja uma figura tão popular. No ano passado, a Royal Pingdom, que monitora o uso da internet, informou que, em 2010, foram enviados 107 trilhões de mensagens eletrônicas. Segundo um relatório divulgado este ano, em 2011 havia 3,1 bilhões de contas de e-mails ativas no mundo.”
Nick Bilton – O Estado de S.Paulo, 12/07/2012
16ª semana de 2012
0“No altar, um orador mulato, de 1,90 metro e 92 quilos, anuncia: ‘Aqui tem milagre. O paralítico que saiu andando da cadeira de rodas. O cego que começou a enxergar. Aids, câncer. Tudo que na UTI não tiver mais jeito, aqui tem’. […] O orador é o apóstolo Valdemiro Santiago, 48. Ex-bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, ele rompeu em 1997 com Edir Macedo para abrir sua própria denominação, a Igreja Mundial do Poder de Deus. […] ‘Sou um executivo das almas. Através de minha oração, Deus já curou muitas doenças incuráveis pelo recurso da ciência’. […] Citando o antropólogo francês Claude Lévi-Strauss, o professor de sociologia da religião da USP Flávio Pierucci interpreta o sucesso de Santiago: ‘Quem o procura já chega sugestionado. Os milagres acontecem, mas só para quem acredita. Não curam o mal, mas podem curar a sensação de dor’, diz o professor, acrescentando que a oferta de serviços mágico-religiosos é antiga no país e praticada por diversas fés.”
Morris Kachani – Folha de S.Paulo, 15/04/2012
“Ter emprego, liberdade, saúde e relações sociais eleva o bem-estar. Barulho, trânsito e brigas com familiares o reduzem.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 15/04/2012
“Fomos acostumados desde tempos imemoriais à ideia de que existe uma ortodoxia sexual da qual apenas os pervertidos, os loucos e enfermos se afastam e vimos transmitindo esse absurdo monstruoso para nossos filhos, netos e bisnetos, auxiliados pelos dogmas da religião, os códigos morais e os hábitos instaurados. Temos medo do sexo e nos custa aceitar que, neste incerto domínio, há opções e variantes que devam ser aceitas como manifestações da diversidade humana.”
Mario Vargas Llosa – – O Estado de S. Paulo, 15/04/2012
“Nunca a informação foi tão acessível como agora. Mas ainda continua sendo difícil ver além dos dados. Nossa avaliação é sempre bastante frágil. […] Sociedades envelhecidas não têm capacidade de ousar e inovar. Os velhos, carregados de experiência e maturidade, são bons gestores. Mas o motor de um país é a ousadia. E o atrevimento não tem cabelos brancos. […] Conseguir enriquecer como país antes de envelhecer. Estamos numa corrida contra o tempo. Queremos sucumbir ao inverno demográfico ou estamos dispostos a abrir a janela da renovação? Gente não é problema. É solução.”
Carlos Alberto di Franco – O Estado de S. Paulo, 16/04/2012
“Cada vez mais plugados e cada vez mais solitários. Na sociedade contemporânea, a solidão é como uma epidemia fora de controle. O Facebook é a plataforma ideal para autopromoção delirante e inflação do ego via aceitação de um número gigantesco de ‘amigos’ irreais.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 16/04/2012
“ ‘Não adianta achar’, afirma Julián Lichtmann, sócio diretor da Ingouville, Nelson & Associados, ‘que promover alguém a cargo de gestão fará dele líder.’ Um dos principais problemas, segundo Monteath, da Robert Half, é ‘a promoção precoce de profissionais a cargos de gestão sem o devido preparo’. Chefes imaturos e inseguros têm maior dificuldade de admitir seu despreparo nas avaliações internas anuais. Nem todos os líderes ‘nascem prontos’, diz o consultor Lichtmann. Liderança também se aprende, e as melhores empresas investem em treinamento. Mas há os que não aprendem nunca: ‘Um líder é reconhecido pela forma como age, não pelo que fala’. Para um subordinado inteligente, é mole sacar o líder ‘artificial ou ambíguo’. Não basta amar o que se faz. É preciso gostar de pessoas para ser líder.”
Ruth Aquino, Revista Época – 16/04/2012
“A multiplicação espantosa de canais e mídias, marca dessa era da comunicação, gera apetite infinito por conteúdo, e o cinema é o rei do conteúdo, a grande síntese de música, literatura, dramaturgia, artes plásticas…”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 17/04/2012
“O Ministério do Meio Ambiente tem apenas pouco mais de 0,5% do Orçamento federal. Como fiscalizar? Como cobrar multas, mesmo quando aplicadas? […] Recursos naturais são hoje o fator escasso no mundo. E o Brasil poderia valer-se disso, pela situação excepcional que desfruta. Mas, ao que parece, continuaremos apenas pensando em lucros imediatos.”
Washington Novaes – O Estado de S. Paulo, 20/04/2012
“Em tempos de comunicação viral, em que as informações e novidades são transmitidas como numa epidemia, a mutação é constante. É algo que extrapola o mundo virtual e modifica a forma de nos relacionarmos, de vivermos e de trabalharmos. […] As vantagens desse novo tempo são incontáveis, assim como as polêmicas sobre para onde caminhamos. Alguns dizem que as redes sociais eliminam o contato pessoal e que esse “mundo paralelo” da internet sacrifica nosso afeto, tempo e criatividade. Outros acreditam no contrário: conectadas o tempo todo, as pessoas são mais informadas, produtivas, além de estabelecer maior leque de relações.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 21/04/2012
“Os religiosos que têm dificuldade para entender como alguém pode discordar de sua cosmovisão devem pensar que eles também são ateus quando confrontados com crenças alheias. […] O fervor religioso é uma arma assustadora, sempre disposta a disparar contra os que pensam de modo diverso. […] Fui educado para respeitar as crenças de todos, por mais bizarras que a mim pareçam. Se a religião ajuda uma pessoa a enfrentar suas contradições existenciais, seja bem-vinda, desde que não a torne intolerante, autoritária ou violenta. Quanto aos religiosos, leitor, não os considero iluminados nem crédulos, superiores ou inferiores, os anos me ensinaram a julgar os homens por suas ações, não pelas convicções que apregoam.”
Drauzio Varella – Folha de S.Paulo, 21/04/2012
“O mais provável é que a maioria das ideias se cristalize na forma de intenção. E intenção sem ação vira enrolação. O mundo está cheio de boas intenções, mas não tem mais paciência com os enroladores.”
Eugenio Mussak, Revista Vida Simples – abril de 2012
14ª semana de 2012
0“O número de brasileiros que diz ter lido pelo menos um livro em um período de três meses diminuiu em relação a 2007, segundo a pesquisa “Retratos da Leitura no Brasil”, feita pelo Ibope Inteligência com o Instituto Pró-Livro. Em 2007, eles eram 55% da população (ou 95,6 milhões de pessoas). No resultado apresentado ontem em Brasília, o índice caiu para 50% da população (88,2 milhões). O número de livros lidos por ano, que inclui as obras indicadas pelas escolas, também caiu -de 4,7 por pessoa em 2007 para 4 em 2011. […]O MinC incluiu no Plano Nacional de Cultura a meta de que, até 2020, os brasileiros leiam quatro livros por ano fora do aprendizado formal.”
Nádia Guerlenda – Folha de S.Paulo, 29/03/2012
“Na secularização, Deus não é pronunciado, o que não significa que esteja ausente. Ele está presente sob o nome de justiça, amor, retidão, boa consciência, solidariedade e compaixão. Ilusão dos cristãos pensarem que Deus esteja presente somente onde seu nome é pronunciado, pois muitos se dão por piedosos e comportarem-se como malfeitores. Nosso mundo político está cheio deles. Já o ‘secularismo’ é a patologia da secularização ao afirmar que só existe este mundo e qualquer aceno a algo que o transcenda é ilusão ou alienação.”
Leonardo Boff, O Estado de S. Paulo – 01/04/2012
“O conselho que tenho para oferecer aos líderes é a importância da empatia no desenvolvimento da humildade, a importância de compreender as situações pelas quais as pessoas que trabalham na empresa estão passando. Se o objetivo é envolvê-los no trabalho, é fundamental compreendê-los de fato, bem como os desafios que enfrentam.”
Jaimes Champy, O Estado de S. Paulo – 01/04/2012
“Pergunte-se a um grupo de médicos qual o órgão mais importante do corpo humano e certamente assistiremos a diálogos intermináveis e inconclusos. O fígado é o filtro, o coração é a bomba, o cérebro toma decisões, cada um com sua fatal indispensabilidade. Impossível o funcionamento aceitável do corpo sem o concurso dessas peças. Coração sem fígado envenena-se, fígado sem cérebro desgoverna-se, cérebro sem coração morre de inanição e, dizem os poetas, de falta de emoção… Sustentabilidade urbana, conceito complexo e mal conhecido, apresenta também seus três componentes orgânicos essenciais, inexoráveis e indispensáveis: o espaço ambiental e cultural, o desenvolvimento econômico e a responsabilidade social. Inútil privilegiar um deles em detrimento de qualquer dos outros.”
João Crestana, O Estado de S. Paulo – 04/04/2012
“Os fundamentalistas são todos iguais: ‘apenas’ querem que a lei de seu deus seja mandatória para todos os demais.”
Contardo Calligaris – Folha de S.Paulo, 05/04/2012
“A corrupção é o capital sem lei. Todos os que a invocam, ainda que marginalmente, viram seus servidores. Sem exceção. Sem uma única exceção.”
Eugênio Bucci, O Estado de S. Paulo – 05/04/2012
“Concordo em gênero, número e caso com dom Tarcísio Scaramussa, da CNBB, quando ele afirma que não faz sentido nem obrigar uma pessoa a rezar nem proibi-la de fazê-lo. […]Como ateu, não abraço nenhuma religião, mas, como liberal, não pretendo que todos pensem do mesmo modo. […] A minha impressão é a de que não faltam oportunidades para conhecer as mais diversas mensagens religiosas, onipresentes em rádios, TVs e também nas ruas. Na cidade de São Paulo, por exemplo, existem mais templos (algo em torno de 4.000) do que escolas públicas (cerca de 1.700).”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 06/04/2012
“Sentimos nostalgia das coisas que estão desaparecendo da vida contemporânea. Quando eu era criança, a família só tinha um aparelho de telefone, a torradeira durava 25 anos. […] Fiz 65 anos em fevereiro. Nos Estados Unidos, sou oficialmente um cidadão que entrou na velhice. É um choque. O avanço dos anos começa a tomar conta de você. Tanta gente importante para mim tem morrido. […] Você se pergunta: como aquele menino ficou tão velho? […] Me irrita, às vezes, ficar ouvindo a falação incessante de jovens com tão pouca história de vida.”
Paul Auster, O Estado de S. Paulo – 06/04/2012
“A evolução do cérebro humano esteve associada às demandas da complexidade do ambiente social. […] Surgiram evidências de que certas regiões do cérebro são mais desenvolvidas em pessoas que mantêm contato com maior número de parentes, amigos e colegas de trabalho. […] Está cada vez mais evidente que o cérebro é uma ferramenta social.”
Drauzio Varella – Folha de S.Paulo, 07/04/2012
11ª semana de 2012
1“Em tempos de ansiedade, é natural que a culpa comece a ser jogada nos outros. […] Partes de um lado e outro se empenham para amplificar as acusações, num esforço que em nada contribui para a solução do problema. Simplesmente divide as pessoas, ofuscando o fato de que estamos todos no mesmo barco.”
Nitin Nohria – Harvard Business Review, março de 2012
“Um dos argumentos mais populares entre os defensores da permanência da cruz é o de que a maioria da população é cristã. Bem, a maior parte dos brasileiros também é flamenguista ou corintiana. A ninguém, contudo, ocorreria ornar os tribunais com bandeiras e flâmulas desses clubes. Maiorias não bastam para definir a decoração de paredes públicas. De resto, nem todos os cristãos são entusiastas do crucifixo. Algumas denominações protestantes o consideram um caso acabado de idolatria, pecado cuja prática meus ancestrais judeus costumavam punir com o apedrejamento até a morte.”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 11/03/2012
“Não é exatamente o ato do consumo que nos faz felizes. Felicidade é um estado de espírito e não uma reação momentânea a um acontecimento. O que realmente contribui para nosso bem-estar é a maneira com que aproveitamos os acontecimentos em nossa vida. […] Se você quer ser mais feliz, planeje e poupe antes de consumir. Ambicione, conquiste e aprenda a degustar por um bom tempo suas conquistas, no lugar de cultivar o pobre vício em consumo.”
Gustavo Cerbasi – Folha de S.Paulo, 12/03/2012
“Se há um tipo de estabelecimento que cresce nas cidades é o depósito. Há depósitos para aquilo que não queremos mais por perto, que não usamos mais. Poderiam ser chamados de depósitos de lixo, mas nem sempre é lixo o que eles guardam. O mundo do consumo fez crescer vertiginosamente o descarte: descartamos o aparelho de telefone celular quase novo porque saiu um outro com novíssimas funções. Descartamos o computador recente e em pleno funcionamento porque saiu um modelo menor e mais leve; descartamos o sofá da sala que já tem o nosso cheiro e se adaptou ao formato de nosso corpo porque a linha em uso agora é de outro estilo; e o aparelho de TV porque já está ultrapassado etc. Queremos descartar para poder consumir mais. E isso transformou-se em um problema, já que o que não usamos mais atrapalha nossa vida, dá uma aparência a ela que rejeitamos, recusamos. Há um outro tipo de estabelecimento que também cresce nas cidades, não tanto em quantidade, e sim na ampliação dos serviços que oferece: a escola. Até poucos anos atrás, a escola era o lugar para onde os mais novos eram encaminhados com o objetivo de estudar e/ou aprender a conviver com outros. Hoje, a escola transformou-se em um local que serve para muitas outras coisas. Ela serve, por exemplo, para abrigar crianças (falo de crianças integrantes de famílias de classe média para cima) cujos pais trabalham tanto que não podem ir buscar seus filhos no horário que as aulas terminam. Dessa maneira, a escola permanece aberta até altas horas, até que os pais sejam liberados de seus afazeres e possam ir buscar seus rebentos.”
Rosely Sayão – Folha de S.Paulo, 13/03/2012
“A bicicleta é política, um instrumento para questionar a forma como São Paulo vem sendo concebida e propor alternativas que possibilitem o convívio, o uso democrático do espaço público e a circulação de pessoas. Uma arriscada tarefa, quando a incivilidade é a regra.”
Gabriel Di Pierro Siqueira – Folha de S.Paulo, 14/03/2012
“Há 25 milhões de fumantes no Brasil e um crescente número de adolescentes que experimentam cigarros diariamente, candidatando-se à dependência e às consequências do tabagismo. Prevenção à iniciação é a palavra de ordem no cenário atual.”
Paula Johns e Clarissa Nomsi – Folha de S.Paulo, 17/03/2012
“O superendividamento é um assunto que vem tirando o sono de muitas famílias. Os 40 milhões de brasileiros que ascenderam à classe média e os outros tantos que se sentem mais seguros com a estabilidade econômica do país não estão apenas contando com uma renda mais elevada, mas também buscando um maior padrão de consumo. É a necessidade de extravasar um desejo reprimido durante décadas.”
Marta Suplicy – Folha de S.Paulo, 17/03/2012
“O cinema é uma arte tão umbilicalmente ligada ao tempo que poderíamos dizer que todo filme, qualquer filme, por humilde que seja, não deixa de fazer uma referência a ele. Ou a ele estar subordinado. É de sua natureza. O cinema torna presente o que já desapareceu. Traz de volta “à vida” monumentos que não mais existem, modas que já passaram, pessoas que morreram. Em certo sentido, a fotografia, técnica mais antiga, e da qual o cinema deriva, também faz isso. Com uma diferença e vantagem para o cinema – ele traz de volta à vida não apenas as formas mortas, mas seu movimento e sua duração.”
Luiz Zanin Oricchio – O Estado de S. Paulo, 17/03/2012
“Uma qualidade importante dos grandes inventores é estar permanentemente apaixonados pelo que fazem. ‘As pessoas mais criativas quando fazem algo que amam’, afirma Teresa Amabile, professora da Hrvard Business School.”
Amanda Kamancheck – Revista Você S/A, março de 2012
08ª semana de 2012
1“10 horas é o limite que uma pessoa pode trabalhar por dia segundo pesquisa do Instituto Finlandês de Saúde Ocupacional. Quem trabalha, além disso, duplica o risco de sofrer de depressão.”
Revista Você S/A – fevereiro de 2012
“No começo da carreira, eu era um pouco nervosinho. Hoje nada é dramático, tudo é um bom desafio para quebrar a cuca. Essa atitude contamina sua vida pessoal, sua relação com a família, e fica tudo mais tranquilo. Mas minha cadeira ainda precisa ser bem dura, para eu não passar muito tempo sentado nela e querer buscar novos desafios. Como artista, eu sou um eterno insatisfeito.”
Maurício de Sousa, 76, 51 de carreira, Revista Alfa – fevereiro de 2012
“Por que as pessoas querem estudar religião em vez de simplesmente viver suas religiões em seus templos e fé cotidiana? […] Resumo da ópera: dinheiro, status, angústia existencial, fé, política, opção profissional à mão ou simplesmente falta de opção.”
Luiz Felipe Pondé – Folha de S.Paulo, 20/02/2012
“O diploma de curso superior não tem assegurado, necessariamente, crescimento do poder de compra nos últimos anos, mostra recente estudo feito pelo IBGE. Na média, a renda dos trabalhadores com diploma universitário ficou praticamente estagnada de 2003 a 2011. […] Para o economista da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) João Saboia, a estagnação da renda média entre graduados mostra que não há um apagão generalizado de profissionais qualificados. Segundo o IBGE, o número de trabalhadores com curso superior cresceu 63% nos últimos oito anos. O economista do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) Naércio Menezes recorre à lógica da oferta e da demanda para afirmar que o número maior de profissionais com nível superior limitou o ganho de renda nesse grupo. Mas isso varia de acordo com as áreas de formação, dizem os dois economistas. Saboia analisou o perfil dos cargos formais gerados para profissionais com ensino superior em 2010 e notou que a carência de mão de obra é mais concentrada em áreas de perfil técnico, como física, química, engenharia, matemática e biotecnologia. A demanda por esses profissionais vem crescendo com a expansão dos setores de construção civil, infraestrutura e petróleo, explica. Segundo levantamento feito pela da Folha a partir de dados do Ministério da Educação, apenas 13,6% dos alunos que concluíram a universidade entre 2001 e 2010 se graduaram em cursos de exatas como os listados acima. A grande maioria (67,6%) veio de áreas de humanas, como direito, educação, ciências sociais e artes. Saboia observa que parte desses profissionais não está conseguindo empregos em suas áreas.”
Mariana Schreiber – Folha de S.Paulo, 21/02/2012
“Já temos suficientes problemas no Ocidente, permitamos aos muçulmanos autênticos a tarefa de cuidar de si mesmos. O islã tem uma civilização de 1.400 anos de realizações impressionantes em intelectualidade, em espiritualidade, em cultura, em arte, em ciências e em organização social e política. O islã tradicional é uma civilização viva que tem moldado o pensamento e a vida de mais de um bilhão de pessoas espalhadas pelos cinco continentes.”
William Stoddart e Mateus Soares de Azevedo – Folha de S.Paulo, 21/02/2012
“O Brasil não quer dominar o mundo, o Brasil quer conquistá-lo, seduzi-lo. Não somos apenas um mercado emergente, somos também um estilo emergente. Vamos agora transformar essa folia em energia empreendedora.”
Nizan Guanaes – Folha de S.Paulo, 21/02/2012
“Na verdade, escrever é uma forma socialmente aceita de loucura. Nessa mesa somos todos loucos, cada um à sua maneira! Não basta ser louco, também tem que se ser alfabetizado.”
Rubem Fonseca – Folha de S.Paulo, 24/02/2012
“Caso o Brasil queira progredir mais, precisará resolver o problema da qualidade, que, apesar de uma lenta evolução, ainda é muito baixa. No último Pisa (2009), o exame internacional de desempenho de estudantes, ficamos em 53º lugar entre as 65 nações avaliadas. E não há dúvida de que o país precisa, com urgência, aumentar sua população com diploma universitário. Por aqui, a taxa bruta de escolarização no nível superior é de 36%, contra 59% do Chile e 63% do Uruguai. Isso, é claro, para não mencionar países mais desenvolvidos, como EUA (89%) e Finlândia (92%).”
Hélio Schwartsman – Folha de S.Paulo, 25/02/2012
“A Educação deve considerar o ser humano, o ambiente e a cultura e integrar os conhecimentos e todas as áreas. A música não deve ser colocada a serviço de outras disciplinas consideradas prioritárias porque ela é importante por si mesma, para a vida. O ser humano é musical.”
Teca Alencar de Brito, Nova Escola – janeiro/fevereiro – 2012
“Atualmente, tudo depende da habilidade para interagir com as pessoas. É isso que garante o alcance de qualquer resultado, do ambiente doméstico ao profissional. […] Ao ouvir com real atenção o que os outros falam, sentem ou querem, desenvolve-se a capacidade de relacionar-se de forma verdadeira, não necessariamente fazendo o que o amigo quer, mas entendendo aquela pessoa. Esse é o essencial.”
Fatima Motta, socióloga e professora da ESPM/SP, Revista Claudia – fevereiro de 2012
“Não se trata de usar gírias com o adolescente ou economês com o executivo. Mudanças bruscas ficam artificiais e pouco ajudam. O fundamental é ajustar o tom e utilizar diferentes exemplos para completar sua fala que combinem com o universo de quem a ouve.”
Rogério Martins, Revista Claudia – fevereiro de 2012
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